Bom menino, Tobi!

"Ô moleque chato... Essa história toda vai me custar os olhos da cara..."

Pein, esfregando as mãos, disse: "Deixe disso. Vamos mesmo precisar de dinheiro, então prepare o bolso."

"Meu rico dinheirinho..." Kakuzu parecia estar choramingando sob a máscara. "Tá bom, façam a maldita lista antes que eu mude de ideia e ponha o Tobi à venda no Mercado Livre..."

"Hahaha, tomou no c*, Kakuzu..." Hidan não se conteve e começou a rir da sorte do amigo.

Itachi ainda estava segurando Tobi enquanto este terminava de comer.

"Mais devagar, bebê, não quer ficar com dor de barriga, quer?"

Não adiantou falar. Tobi comeu tão depressa que teve uma crise de soluços e risadas ao mesmo tempo:

"Ha, ha, hic... Hic... Gagaga... Hic! Hic! Hic! Heh... Hic!"

Itachi simplesmente pôs o bebê no ombro e deu-lhe uns tapinhas leves nas costas. "Ele só precisa arrotar. Isso acontecia com Sasuke o tempo todo quando ele era bebê, então eu..."

"BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRPPPPPPPPPPPPP!!"

Parecia que todo o quartel-general da Akatsuki estava passando por um terremoto. Mas não era terremoto; era o arroto gigantesco de Tobi.

Kisame arriscou perguntar para Itachi, que estava meio em estado de choque depois desse barulhão:

"Eeer... Sasuke também fazia isso?"

"Tobi, você explodiu, hmm!" Deidara estava fascinado.

"Bom, pelo menos ele não está soluçando mais." Pein acariciou os cabelos do bebê risonho e se juntou a Konan para fazerem a lista para um desnorteado e tonto Kakuzu.

"Vá com o titio Hidan, Tobi.", disse Itachi, acordando do transe e passando a criança para os braços de Hidan, que não esperava o "presente".

"O quê? Não, espere!" Não houve outro jeito senão ceder. "Ah, p**a que o pariu, tá bom, mas só um pouco."

Todos estavam rindo da cena: Hidan fazendo cara de nojo, com um saltitante Tobi nos braços que literalmente mordia seu rosto e babava ao mesmo tempo.

"Argh, pelo amor de Jashin-sama... Desgrudem este saco de m***a de mim..."

Zetsu Branco avisou: "Ei, nada de palavrão na frente do Tobi."

"Quem é você, o avatar da moral e dos bons costumes? Se liga.", respondeu Zetsu Preto.

"V-vai com o tio Kisame agora, vai, pestinha dos diabos...", disse Hidan, passando rapidamente Tobi para Kisame e se enxugando.

Zetsu Branco fechou as folhas, cobrindo a cabeça, e chamou Tobi:

"Ei, Tobi, cadê o titio Zetsu? Cadê?" E abriu as folhas de novo: "ACHOOOOOOOOU!"

O bebê gostou da brincadeira, tanto que se desequilibrou um pouco do colo de Kisame enquanto gargalhava. Por mais três vezes a brincadeira de Zetsu continuou, e depois foi a vez de Deidara, que brincou de fazer cócegas no queixo de Tobi.

"Bilu-bilu, Tobiii..." Deidara, fazendo "bilu-bilu"? O mundo vai acabar... Enfim, o bebê caiu na risada novamente. Era Tobi, afinal de contas.

Toda essa tosqueira de "bilu-bilu" correu muito bem por um tempo, até Tobi ficar vermelho por alguns segundos e, logo depois, com a cara de alívio mais angelical do mundo. O cobertor estava começando a ficar levemente úmido. Kakuzu pôs as mãos no nariz e fez uma careta (se é que isso é possível):

"Argh!!! Muito bem, quem vai limpar esse moleque?"

"Konan, pegue um lençol, vamos improvisar uma fralda para Tobi.", disse Kisame, levando o bebê ao banheiro. "Hora do banho, Tobi!"

"Gugagaaga!" Tobi levantou os braços e ficou pulando de alegria, ansioso.

Zetsu Branco se ofereceu para preparar o almoço (mesmo com Zetsu Preto reclamando que na verdade queria almoçar o porqui... Isto é, Tobi) e Deidara o ajudou. Pein pegou uma tesoura para cortar o lençol que Konan trouxe e Itachi foi buscar um alfinete.

"E para onde o senhor vai, Hidan?", Konan chamou o inflamado Jashinista, que já estava indo para o quarto.

"Er... Vou checar meus emails, vou ver se minha mãe escreveu..." Hidan fez uma cara de encabulado, com a mão na nuca e uma gotinha de suor ao lado da cabeça (bem à maneira dos mangás).

"Nada disso, você vai ajudar a gente por aqui." Pein estava decidido. Ou Hidan ajudava, ou nada de almoço.

Kakuzu estava parado perto da porta, segurando a lista de itens para o bebê e dando um gemido a cada leitura. Resolveu ir logo ao mercado usando um sobretudo que em nada lembrava a túnica da Akatsuki e o velho cachecol verde de Tobi. Sabem como é: melhor ir disfarçado, em se tratando de Kakuzu.

Kisame voltou do banheiro molhado da cabeça aos pés, com Tobi enrolado em uma grande toalha.

"Pelo menos já sabemos que o pestinha gosta de brincar com água...", riu Hidan, pondo a mesa.

Konan, sendo a "mamãe", rapidamente limpou o bebê com uma toalha úmida, colocou-lhe a fralda e passou Tobi para Pein, que já o estava esperando com um cobertor limpo. Tudo muito depressa, para que o bebê não tomasse friagem.

Toda essa correria deixou Tobi cansado, mas ele, sendo o bom menino de sempre, não chorou nem um pouco. Pelo contrário; aconchegado nos braços de "papai", deu um grande bocejo.

O almoço já estava servido, e Sasori, que não se preocupava em comer, achou melhor dar um pouco de leite morno (em colheradas, porque não havia mamadeira) para Tobi antes de pô-lo para dormir. Depois levou-o até o quarto, sentou-se na cama e começou a embalar o bebê vagarosamente enquanto cantava bem baixinho. A voz suave de Sasori fez Tobi cair no sono quase que imediatamente.

Enquanto isso, na cozinha, Hidan interrompia o almoço:

"Ei, esperem um pouco, seus porcos. Vamos fazer uma prece a Jashin-sama pela comida..."

"Jashin-sama meu nariz, você tem mais é que agradecer pra gente!", respondeu Zetsu Preto, enfiando um grande brócoli na boca de Hidan. Foi como dar veneno a ele.

Sasori voltou à cozinha para conversar com a turma.

"Danna, como está o Tobi, hmm?", perguntou Deidara, curioso.

"Está bem, dormindo como uma pedra." Sasori alertava a todos. "Lembrem-se de não falarem tão alto, de não baterem a porta, de..."

De repente a porta escancara violentamente. Kakuzu havia chegado das compras, e digamos que ele não estava tão alegre...

"PRONTO, SEUS CHATOS PERDULÁRIOS!!", gritou, largando as sacolas na sala e indo para a cozinha fazer um prato.

"Kakuzu... Tobi está dormindo...", disse Pein, olhando preocupado para Konan.

"DEIXEM-ME EM PAZ!!" Kakuzu levou o prato para o quarto e bateu a porta com força.

Silêncio sepulcral... Todos estavam esperando que Tobi abrisse a torneirinha, mas...

"Não chorou.", disse Itachi.

"Nem um pouquinho!" Kisame estava impressionado.

Todos ainda estavam parados, sem tocarem seus pratos, com uma expressão vaga.

Quem diria? Tobi era mesmo um bom menino!