The Game

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    l
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Noivas de Lúcifer Ato Final

    Com os orbes focados no corpo estendido, passou alguns minutos e a garota já estava aflita. Mataram uma mulher inocente! Não era uma Noiva de Lúcifer. Não aceitando o próprio erro o garoto mandou a menina calar a boca e esperar, quando a boneca cuspiu água assim esvaziando os pulmões.

    - Eu nunca erro, mamãe estava certa! ? comentou entusiasmado.

    El então foi levantada e levada para o salão principal da casa, de um dos quartos a menina saiu carregando um vestido vermelho com detalhes dourados nas mangas, a saia tinha um pano dourado rendado sobre o primeiro tecido. Seus cabelos foram presos ? já que se soltaram por causa do rapto e depois pela água -, transados e depois a menina foi maquiada igual às outras moças. Aquela era uma assinatura.

    Enquanto isso no vilarejo, todos procuravam pela jovem muda e indefesa que veio junto ao religioso. Ninguém viu desaparecer, porém Laurant sabia onde ela estava e só estava esperando o momento certo para dizer. Sabia por o que El tinha passado e já adivinhou o que ia passar, mas achou justo. Um preço deve ser pago. Estava disposto a ajuda-la em seu objetivo e ela devia ajuda-lo no dele. Sentiu as energias da menina se esvaírem pouco a pouco, a nicotina e outras substâncias misturadas ao pano causavam dano quase de imediato.

    A lua estava no alto dos céus, como se quase chorasse pedindo o fim de todo aquele sofrimento. Uma brisa forte soprava quando Laurant resolveu comunicar ao povo o que tinha descoberto. Subindo num banco ele abriu os braços e chamou a atenção de todos, quando ganhou os olhares de todos falou:

    - Senhores! Por favor, atenção! Venho para informar-lhes o que descobri após uma longa investigação. ? ele deu uma pausa e esperou os olhares de curiosidade. ? Aquela grande mansão, onde vive dois irmãos, não notaram algo estranho neles? Se vós quiserdes levá-los-ei para tirar a prova!

    Todos gritaram e elevaram suas mãos aos céus, os homens seguravam espadas, instrumentos da lavoura e pedaços de madeiras como armas. As mulheres foram mandadas para o abrigo da igreja. Agora todos os homens rumavam para o castelo. Com ?o ??padre? na fronte era impossível não ouvir seus gritos dando coragem para os homens, caos no final era o que ele queria. Eles iriam invadir a mansão, matar qualquer um que impedisse e resgatar El e depois, punir os irmãos.

    No interior da mansão a boneca estava presa em um móvel baixo em frente à janela, onde pode ser avistada pelos homens do lado de fora. Ainda gritando, os homens passaram a correr e não notaram Hiver afastar-se do campo de batalha. Quando entraram, móveis foram quebrados, quadros rasgados, pareciam uma boiada por tamanha destruição que causavam. Alguns cômodos da casa estavam em chamas, assim lembrando o cenário do inferno.

    A menina ao ver o que se passava, correu para se esconder, pois sabia que eles não teriam piedade. Já o garoto, após prender a boneca correu para o porão a procura de armas. Sua missão não estava cumprida, sua mãe não o dispensou, as noivas não foram aniquiladas por completo. Não demorou muito para ser descoberto ali, mesmo sua intenção não sendo a de se esconder e sim de lutar. Tomados pela fúria, os invasores levantaram o menino, alguns jogaram paus nele, outros gritaram palavrões, outros agradeceram ao seu Deus, por fim o menino foi espancado. Quando já estava por um fio, alguém dentre a multidão deu a ideia de joga-lo dentro do poço para que ele morresse como as mulheres morreram. Assim foi feito! Ele novamente foi carregado e então, jogado de cabeça dentro do poço - agora vazio.

    Hiver subiu calmamente as escadarias da mansão, rumou direto para o quarto onde El estava quase morta. Notando seu estado e depois o motivo, ele cortou as parte de trás do vestido. Tirando o vestido do corpo da garota e o jogando longe, ele cobriu a nudez dela com uma capa.

    - Agora esta tudo acabado. ? comentou.

    Pela falta da voz a menina apenas lançou um olhar de agradecimento. Foi pega no colo e levada para fora dali quase inconsciente. Todos já se encontravam fora do castelo em chamas, quando o homem saiu. Foi recebido com agradecimentos a ele e ao ser místico. Foram todos para o vilarejo tratar a sobrevivente. Felizes, aquela historia tinha acabado com perdas e ganhos. A boneca foi deixada aos cuidados das mulheres, pois Hiver teve que sair.

    - Irei rezar por aqueles dois no local de suas mortes.

    O homem caminhou em rumo à mansão e a cada passo, sua aparência original voltava. A primeira coisa que reapareceu foi a máscara de cabra, depois a capa. Ele sabia que a menina não tinha morrido apesar do incêndio. Em seu quarto, tinha uma passagem secreta que levava para um andar mais abaixo do subsolo e possuía uma barreira que impedia a passagem do fogo. Quando ele chegou lá a menina estava encolhida, abraçada aos joelhos e de cabeça baixa, não notou a chegada de Hiver.

    Ele esticou a mão e sussurrou. ? Esperei tanto tempo por você minha cara.

    Levantando a cabeça, a menina não se assustou com a figura peculiar e assustadora em sua frente. Levantou ficando frente a frente com Hiver, não deixou de fitar os olhos da máscara esperando alguma outra palavra.

    - É hora de vir comigo. ? o cabeça de cabra completou.

    A menina como se estivesse em transe, pegou na mão do homem e ele a puxou para mais perto. Com uma das mãos apoiando as costas dela, ele a inclinou para trás e a outra mão botou sobre seu rosto. Roubou a alma dela, uma alma sofrida e cheia de cicatrizes.

    Passaram-se alguns dias e El já estava recuperada, assim que pode levantar e caminhar partiram. A mentira não foi desfeita e a boneca só ??ganhou? novamente a voz quando estavam bem longe do vilarejo, como também voltou a sua aparência normal. Seguiam pela estrada de pedra de antes, com o destino inicial de El.

    - Muito bem, ganhei o que desejava. Agora boneca... Qual seu maior desejo?


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!