Alguns comerciantes que estavam perto aparecem para me ajudar, cada um pega um braço de Kirou e o apóiam em seus ombros e o levam até o hospital da cidade.
Ao entrarmos no hospital, as enfermeiras, vendo o estado dele, pegam uma maca, os dois homens o colocam em cima dela e as enfermeiras o levam para dentro. Agradeço aos dois homens que o ajudaram e eles se vão.
Sento na sala de espera, com muito medo do que pode ter acontecido com Kirou e preocupado se ele sobreviverá. Cerca de meia hora se passa, mas pra mim parecem horas, dias, uma eternidade! De repente, um médico aparece, me levanto rapidamente e corro até ele.
? Acalme-se! Seu amigo está bem. Ele sofreu alguns ferimentos graves, mas nada que não pudéssemos dar um jeito. ? diz o doutor.
? Eu posso vê-lo agora? ? pergunto, já indo em direção as salas do hospital.
O doutor assente com a cabeça, mas avisa que ele não pode se esforçar e terá que repousar ali naquela noite. Vou andando até a sala onde Kirou está, apreensivo, pois mesmo sabendo que ele está bem, quero saber quem ou o que fez aquilo com ele. Começo a acelerar o passo, quando estou chegando ouço duas pessoas discutindo lá dentro, tenho certeza que é a voz de Kirou, abro a porta e vejo ele discutindo com uma enfermeira e tentando sair da cama onde está hospitalizado. Quando ele me vê, peço que se acalme, mas ele parece estar muito nervoso, parece-me que algo muito ruim aconteceu com ele.
Peço a enfermeira que se retire e depois de algum tempo consigo acalmá-lo. Ele se deita novamente na cama e começa a falar.
? Foi horrível. Não sei como consegui fugir. Me desculpe, devia ter ficado e protegido você. Eu quebrei nossa promessa...
? Não esquenta com isso! O que é importa é que você está vivo. Mas... o que exatamente aconteceu?
Kirou parece espantado por eu não lembrar, chega a achar que estou mentindo, mas então percebe que estou falando sério. Ele me conta que sobre a missão que estávamos fazendo, que tinha como objetivo interceptar uma gangue de saqueadores que estavam aterrorizando todas as cidades do país. Era uma missão grande, então a guilda toda estava participando, apenas o mestre, nossa conselheira, Gilgamesh e Kinoko estavam cuidando de outras coisas. Tínhamos nos separado em 3 grupos, dois com 3 pessoas e um com 4: o time de longo alcance, composto por Shima, Tude e Natash, magos atiradores encarregados de dar suporte ao time de emboscada, composto por mim, Kirou, Frantz e Angela, todos éramos magos que usavam magia dos quatro elementos, a maioria de curto alcance, éramos conhecidos como Os Quatro Yonso (do japonês, elementos) e o time de infiltradores, composto por magos que utilizavam magias que os permitia se transformarem em outras apenas tocando-os, Nick, Bob e Billy, os três irmãos tinham se infiltrado no grupo dos saqueadores e nos passava as informações por intermédio de Sanks, o mago com poderes telepáticos.
Estávamos na floresta, no caminho que nos foi informado pelos Irmãos Infiltradores que a gangue de saqueadores passaria. O plano era emboscá-los quando chegassem no ponto em que estávamos e os infiltradores nos ajudariam com isso, enquanto o time de longo alcance nos dava suporte caso desse algo errado. Então os saqueadores estavam chegando...
? Até aí eu me lembro ? interrompo Kirou.
Ele continua e diz que quando fomos avisados que os saqueadores estavam chegando, a comunicação com os irmãos foi cortada e quem apareceu a nossa frente foram alguns magos encapuzados, com um sobretudo preto que repentinamente começaram a nos atacar. Obviamente, nós revidamos, mas eles eram fortes demais, então Kirou decidiu fugir depois de ser muito ferido por eles.
? É o que eu me lembro. Depois comecei a correr na floresta e fiquei desmaiado algum tempo em algum lugar no meio dela e depois que acordei, com muita dificuldade cheguei até a cidade. O resto você sabe.
? Eu me encontrei com um homem desses a caminho daqui. Eles capturaram uma garota que eu estava trazendo para nossa guilda. Eles são do Conselho Mágico.
Kirou fez um cara de espanto ao ouvir minhas palavras e perguntou sobre o pessoal da guilda. Eu disse a ele que ninguém havia voltado e que o Mestre achava que eles estavam mortos. Ele ficou desesperado com a idéia e se levantou dizendo que ia atrás deles, mas eu o impedi.
? O que você pode fazer nesse estado? Além do mais, nem sabemos onde procurá-los.
Ele se acalma e se senta novamente, mas continua falando que devemos fazer alguma coisa. Digo que sei disso e que estava saindo para buscar informações.
? Repouse essa noite aqui. Amanhã de manhã nos saímos para buscar informações. Vou falar com o Mestre e ver se ele sabe de algo.
Ele não gosta muito disso, mas aceita. Saio do hospital e vou em direção da Ponytail.
Quando entro, vejo o Mestre e a Conselheira conversando com um homem vestindo um sobretudo preto. O Mestre parece estar nervoso com algo que o cara encapuzado disse para ele, mas está mantendo a calma. O homem encapuzado se despede e sai da guilda. Vou atrás dele, tenho o pressentimento de que ele é um dos caras do Conselho.
? Ei, espere aí! ? gritou para ele no meio da rua.
Ele se vira para mim e faz uma expressão estranha com o rosto e de repente, sem que esperasse algo solta a mesma magia que me derrubou naquela noite que a Kyoko foi seqüestrada, mas dessa vez consigo desviar. Ele está a prestes a usar a magia para sumir dali quando eu solto uma rajada de vento na direção dele. Isso impede que ele use a magia, mas do mesmo jeito consegue desviar. Vou na direção dele com meu punho envolto com uma lâmina de vento, mas quando estou prestes a acertá-lo, ele invoca uma parede de pedra que sai do chão e quase acerta meu braço, dou um salto para trás e então pulo no ar soltando mais uma rajada de vento na direção dele. Ele parece irritado, lança um pedra que arrancou do chão, acredito que com o poder de sua magia de terra e a lança contra mim, vejo que não conseguirei fugir e tento fazer uma barreira de vento, mas é tarde demais. Me preparo para receber o ataque, quando vejo uma bola de fogo atingir a pedra e vaporizá-la.
?É a magia do mestre? ? penso.
? Eu sei que você não é do Conselho e sei que foi você que capturou minhas crianças. Onde elas estão e quem é você ? diz Alastor.
Ele tenta escapar, mas Akalifa é mais rápida. Corre para trás dele e segurando seus pulsos utiliza uma magia que o impede de se mover e usar qualquer magia.
? Conte-nos tudo. ? ela diz.
O levamos para a guilda e Akalifa o interroga. Ele, por um bom tempo, recusa falar qualquer coisa, mas com o tempo cede e conta que faz parte de uma guilda das trevas que capturou todos os membros que estavam naquela missão comigo, mas diz não saber o que foi feito com eles ou para onde foram levados. Akalifa e o Mestre parecem acreditar no que ele diz e chamam o Conselho que o levam para prisão.
O Mestre me conta tudo que sabe sobre a guilda deles e para onde podem ter levados todos, inclusive Kyoko. Digo que vou atrás deles e que levarei Kirou comigo, ele se opõe, mas depois aceita, pois não pode deixar a guilda. Ele me dá todas as informações que precisarei para minha viagem e vou para casa dormir.
Quando acordo no dia seguinte vou direto até o hospital para avisar sobre tudo que ocorreu para Kirou. Antes mesmo de chegar lá, vejo-o saindo, vou até ele e conto tudo.
? Então não era o Conselho... eu já imaginava, eles não teriam motivo para fazer algo do tipo. Vamos procurá-los então?
? Não vamos só procurá-los ? digo com um ar sério ? Vamos encontrá-los e depois dizimar cada um daqueles bastardos!
Kirou me lança um de seus clássicos sorrisos de aventureiro e assim começamos nossa jornada.