Capítulo 1 - 1- Sofrimento, conhecendo mais minha vida

~ Os raios de sol já se destacavam anunciando um belo final de tarde para um começo de outono, pelas areias brancas e ainda aquecidas de Manhattan se encontrava uma garota de diferentes orbes brancos, que se fixavam intensamente em um ponto da imensidão azul.

Ao lado se encontrava uma garrafa de Jack Daniels praticamente vazia e entre os dedos pálidos com unhas pintadas de preto havia um ?cigarrinho? já pela metade aceso, pela boca saia lentamente uma fumaça esbranquiçada e inofensiva para olhos desatentos.

Não se sabe quanto tempo ?ela? havia permanecido ali, seus olhos estavam vermelhos e inchados, descabelada e desligada de tudo ao redor. Felizmente ?ou não? o sol já havia de posto dando o lugar de um céu revestido por um breu negro sem estrelas ou sequer um indicio da lua que talvez estivesse entre as nuvens acinzentadas e densas. A chegada de uma BMW preta acabaria a chamar a atenção de qualquer pessoa que estivesse ali.

Mas por ser 4 de Julho, as pessoas aproveitavam o feriado fora das praias, talvez estivessem curtindo com os familiares... A saída de um rapaz de estatura alta, cabelos longos e lisos de cor castanha presos em um rabo de cavalo frouxo, orbes igualmente brancos, usava algumas roupas um tanto ?formais?, acabou por sair do carro com as chaves sobre os dedos, batendo a porta, observou o local atentamente, reconhecendo a cabeleira azulada ao longe. Encolhida entre as próprias pernas, assim encontrava-se Hinata Hyuuga a filha mais velha do imponente dono das empresas Hyuuga, perdida em seus devaneios; sentiu uma mão grande tocar-lhe o ombro fazendo-a sair de um transe que já duravam horas.

O rapaz observou maços de cigarro, e uma garrafa de Wisq vazia, não reconhecia mais a sua prima, estava tão mudada e diferente... A Hyuuga por puro impulso virou-se então para observar a tal pessoa que havia lhe tocado, para depois necessariamente revirar os olhos e fazer um pequeno ?mixoxo? ao reconhecer que era Neji.

- O que faz aqui?- Perguntou ela desintereçadamente dando a atenção para o outro lado da praia deserta.

- Não é obvio, estou aqui para lhe levar para casa, seu pai está extremamente preocupado e irritado com você Hinata. ? Respondeu o rapaz calmamente olhando-a.

- Pois está perdendo seu tempo, não vou voltar pra casa. ? Ainda falava com certo desleixo virando-se para olhar novamente o primo.

-Não force a barra Hinata, as coisas não são do jeito que queremos. Eu sei e você também sabe... Pense na felicidade de seu pai agora, ele também deve sofrer...

- Não! ? Ela havia cortado o Hyuuga. ? Não quero aceitar isso, eu não quero mais viver naquele lugar! Você não vê Neji, ela quer tomar o lugar da minha Mãe! Eu não posso agüentar isso... Eu... Eu não consigo. ? A expressão da garota era suplicante, estava desolada. Não importava quanto tempo havia levado, mas para ela parecia tão recente. ?A perda?.

?Realmente a garota tímida havia mudado.?- Pensava Neji. Aquele jeito durão havia tomado conta. A rebeldia era aparente. Nunca havia imaginado a prima usar piercings, ou usar roupas pretas e acessórios metálicos ?uma verdadeira morcega?. ? Concluiu ele.

- Me desculpe Hinata... Mas tenho que fazer isso.

Após desferir essas ultimas palavras o rapaz com certa força a agarrou pelo braço a puxando para fora da praia em direção ao carro, já imaginando vir resistência da parte dela, mas não ligando. Abrindo a porta do carro e a empurrando para dentro e entrando ligeiramente para o lado do motorista. Não demorou muito para já estarem a caminho de volta para ?casa?, apesar do chingamentos e estratégias de sair do carro da morena.

[...]

Minutos depois estavam parados a frente de uma enorme e ?luxuoso? casarão. Após a saída da garota para fora do carro o Hyuuga se dirigiu para a garagem tranquilamente. Por entre o espaçoso jardim ouviu-se um grito e correria de uma menininha para em direção com Hinata que há esperava de braços abertos e com um sorriso fugaz em seus lábios.

- Hina! ? Exclamou ela alegre ao abraçar a irmã mais velha carinhosamente.

- Olá Hana, tudo bem? ? Perguntou Hinata com um sorriso acolhedor abraçando a irmã do mesmo modo carinhoso.

- Estou ótima. ? Falou a garotinha baixinha e alegre. ? Mas você não parece bem Hina! Olha pra você está bem sujinha. ? Riu-se ela. ? O papai está lá dentro com a Shizune. ? Por um momento o sorriso de Hinata sumiu ficando seria e parando de abraçá-la afastou-se um pouco se abaixando para ficar em tamanho de Hanabi que com 13 anos já estava uma linda moçinha.

- Hana, faz um favor pra mim? ? A garotinha concordou com apenas a cabeça. ? Você traz alguma coisa pra eu comer? Estou com uma fome... ? Acrescentou a Hyuuga maior com uma mão sobre a barriga sorrindo.

- Sim! Já volto! ? Disse ela alegremente correndo em direção para casa adentro.

Hinata porém, virando-se para sair daquela residência diríamos uma ?fuga? não planejada, teve novamente a surpresa do braço ser agarrado por seu primo, esperneando e chingando para se soltar, mas em vão. Seu primo por vez a puxou para ir em direção da porta. Já adivinhava uma longa conversa entre ?pai e filha? não muito ?agradável?.