Lembranças de um amor

  • Kaori16
  • Capitulos 11
  • Gêneros Colegial

Tempo estimado de leitura: 41 minutos

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    Capítulos:

    Capítulo 6

    Surpresa... desagradável?

    Quando me virei, dei de cara com o queixo de um garoto. Quando olhei um pouco mais pra cima, vi que era Kazumi.

    - Hããn? Como assim 'eu' seguindo você? Pelo que eu me lembre, foi você quem perguntou onde eu estava indo, e olhe agora, você esta aqui! ? disse com minhas bochechas avermelhadas.

    - Mas não me disse onde ia. Pooooortanto, nos encontramos ao acaso. - disse com um sorriso esperto.

    - Mas se foi ao acaso, como... Ah, esquece! O que faz aqui?

    - Gostaria de lhe perguntar o mesmo, veio para um encontro e levou bolo é? - perguntou, me provocando.

    - De jeito algum! Vim com o meu onii-chan! E você, marcou um encontro com aquela sua namorada de ontem e ela é quem te deu bolo é? ? retruquei, rindo levemente.

    - Heeeh, vir a um aquário com o irmão mais velho é meio antiquado hein? Por um acaso é tão difícil arranjar um namorado? - disse, provocando mais ainda.

    - Cl-claro que não! E você não respondeu minha pergunta. Veio com aquela sua namorada? - em uma mistura de irritação e vergonha, perguntei na maior curiosidade.

    Kazumi ficou sério por um instante. Ele analisou meu rosto inteiro, parte por parte, pude sentir isso. Meu coração acelerava cada segundo que passava ? era como se fosse explodir.

    - Há! Você pensou que aquela garota fosse a minha namorada? Hohooo, o que seria isso? Ciúmes? - disse ele, novamente com aquele sorriso de espertão.

    - HÃÃÃÃ? CIÚMES? JAMAIS! - nervosa, comecei a elevar a voz - QUEM SENTIRIA CIÚMES DE VOCÊ? EU É QUE NÃO! - eu estava tão envergonhada com aquela pergunta.

    Mas... por quê? Por que estava envergonhada? Não é a primeira vez que eu conversava com um garoto, e não é a primeira vez que converso com o sexo oposto numa conversa assim. Quando as conversas eram assim, eu geralmente levava na brincadeira, ria, gargalhava, provocava, mas nunca cheguei a ficar assim. Mas então...? Essa dúvida, cuja resposta permanecia em meu coração, naquela época, me irritava mais que tudo. Eu nem sequer cheguei a imaginar que por causa dela, meu coração ficaria cada vez mais derretido.

    - Hahaha, certo certo. Se não está, então vai ter que provar!

    - Provar? Mas, como?! - eu parecia um tomate.

    - Eu notei que você evitou chegar perto do tanque dos tubarões. Se você ficar dois minutos inteiros olhando pra eles, perto do vidro, então você ganha, mas, claro, se você não conseguir, então eu ganho. - e novamente, naquele tom desafiador.

    - A é?! Não perderei! - eu nunca deixei um desafio passar. E naquela hora eu estava tão nervosa que nem sabia o que eu tinha aceitado fazer.

    Quando voltei a mim, percebi que o que eu tinha aceitado não era nada fácil. O tubarão é o meu segundo maior medo, e ainda sim, quando percebi, eu já estava em frente ao tanque. Aquela altura, nem um sinal de tubarão. Ainda. Eu estava toda encolhida, tremendo como nunca. Aquele suspense me matava. E então, quando eu olho mais à frente, vejo uma sombra. Uma sombra que ficava cada vez maior. Portanto, estava chegando cada vez mais perto. Meu coração acelerava mais e mais, e a tremedeira aumentava igualmente. Eu estava paralisada, enquanto via aquela sombra tomando forma ? me mover era inútil, e eu me recusava a tampar meus olhos, ou até mesmo, fechá-los com as pálpebras. A tremedeira tinha aumentado tanto, que foi como se a resistência de meus joelhos enfraquecesse, e assim, soltando meu corpo.

    Nessa hora, alguém me segurou e tampou meus olhos. Eram mãos tão gentis e quentes, ?Seriam elas do onii-chan??, me perguntei.

    - Se tinha tanto medo deles, deveria ter me dito. - disse uma voz doce, suave e baixa.

    Com certeza não era o onii-chan, tive certeza absoluta. Ah, o dono dessas mãos e dessa voz era, absolutamente, Kazumi.

    - Eu jamais recuso desafios! Tire suas mãos de mim e deixe-me continuar com o desafio. Eu não vou perder! - disse com uma voz trêmula.

    Kazumi então, me virou e tirou suas mãos. Quando eu olhei, o rosto dele estava muito perto do meu. A tremedeira e meu coração tinham se acalmado um pouco, mas no instante em que eu encontrei os olhos dele, eles começaram a ficar mais fortes, mas dessa vez, eu não ficava gelada, e sim, mais quente. Era uma tremedeira e um coração acelerado que doíam, mas eu não me importava, muito pelo contrário, eu até gostava. Seus olhos sérios estavam serenos e apreensivos. Eu ficava cada vez mais atraída por aquele olhar, que me davam um sentimento que nunca consegui explicar. De repente, Kazumi me abraçou. Eu me senti tão protegida em seus braços que todos os meus medos e preocupações iam embora. Ele suspirou.

    - Certo, certo. Você venceu.

    - Como venci? Nem deram dois minutos! - olhei pra cima. Foi nesse instante que percebi a diferença de altura, entre ele e eu. Claro, eu já estava um tomate, novamente.

    - Na verdade, - ele me soltou e tirou do bolso o seu celular - você realmente conseguiu. - disse ele, mostrando a tela do celular pra mim. Ele tinha colocado no cronômetro, e lá, estava marcado 2 minutos e 3 segundos - Apesar deu odiar admitir isso né. - disse, com um tom de rendição.

    - Há! Eu não disse? - sorri, olhando para o rosto de Kazumi.

    Ele sorriu de volta. Aquele sorriso inebriante, radiante, que sempre me cativou. Eu adorava ver aquele sorriso, e naquele momento, senti que faria de tudo para sempre vê-lo iluminar meus olhos. Mas, eu sentia as minhas costas geladas. O que seria isso? Enquanto eu pensava nas causas, lembrei do onii-chan. Temerosa, virei lentamente o meu corpo.

    - Aaaaaaaa-yaaaaaaaaaaaaa-kaaaaaaaaaaaaaaaa! - era o onii-chan, e ele parecia estar muuuuito irritado, tanto, que pensei ter visto chamas ao fundo.

    - Seria essa... eu? He He...?

    Enquanto voltávamos para casa, onii-chan não fechou a boca um só minuto, eu nem lembro mais o que ele estava falando, não prestei muita atenção. Eu estava concentrada em meus pensamentos. Por que Kazumi estava lá? Por que ele me abraçou? Mas, o que mais mantinha minha atenção, era a cena em que eu estava olhando os cavalos-marinhos, quando ele apareceu atrás de mim. Analisando-a, percebi que, apesar de inesperado, eu não odiei tê-lo encontrado lá. Eu estava... feliz?


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