Implicância Romântica

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    Capítulo 2

    ...vingança!

    Álcool, Bissexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Sexo

    Depois do ataque de fúria de Shaka, o loiro ficou a tarde toda pensando em uma forma de vingança. Chegou a uma conclusão, a qual resolveu que poria em prática no dia seguinte. À noite logo chegou junto com finos pingos de chuva, esfriando um pouco.

    Estava em seu quarto estudando, em sua escrivaninha que era composta por um computador simples todo preto, muitos livros espalhados ao lado e uma impressora que era suspensa em um compartimento próprio pra ela. Seu quarto amplo e bem organizado, todo pintado de branco, menos a parede que a cabeceira da cama ficava encostada, que era vermelha. Uma janela no canto esquerdo dava para o quintal dos fundos da casa. O quarto pareceria de um adolescente normal, se não fosse pela mini biblioteca que ficava no canto direito. Era até absurdo a quantidade de livros que continham naquela estante, que já era enorme. A cama ficava no centro do quarto, acompanhada por um criado mudo moderno, com um porta retrato de sua família, um livro de cabeceira e relógio estilo americano. Sua mãe, Angela, bateu na porta tirando sua concentração.

    ? Filho, Mu no telefone. ? Falou dando o telefone preto sem fio na mão de Shaka e logo após saindo do quarto para terminar de fazer o jantar. O loiro pegou o telefone e levou ao ouvindo, largando a lapiseira em cima do livro de Biologia, a qual estava estudando.

    ? Oi Mu... ? Seu tom de voz saiu um pouco mais impaciente do que esperava.

    ? Está tudo bem? ? Perguntou meio incerto, pois o humor do loiro ainda o deixava hesitante, pois nunca sabia se ele estava feliz ou chateado com algo.

    ? Sim. O que quer? ? Não gostava de rodeios, então perguntou logo. Afinal, estava estudando, e não gostava de ser interrompido.

    ? Bem, estou atrapalhando?! Queria saber se posso passar ai... ? Já esperava um ?não?, mas mesmo assim tentou. Queria vê-lo, mas não iria encher a paciência dele com seus problemas.

    ? Estou estudando.. ah, tá, vem logo. ? Deu-se por vencido. Já estava cansado de Biologia de qualquer forma.

    ?Ah, então tá. Estou indo. Tchau! ? Mal acreditava que o impaciente de olhos de um azul tão puro, não tinha reclamado e ainda por cima tinha concordado em deixá-lo ir a sua casa naquela hora. Se bem que não estava tarde, ainda eram 19h34min.

    ? Ok. ? Desligou o telefone e o botou de qualquer jeito sobre os livros. Estudos atrapalhados, levantou-se da cadeira e jogou-se na cama. Seus cabelos mais pareciam ouro derretido sobre sua cama de solteiro com lençóis brancos. Orgulhava-se deles. Pôs então, a se perder em seus pensamentos enquanto esperava por Mu.

    Ikki.

    No momento é o que estava ocupando sua mente. Ficou pensando em sua vingança. ?Vai ser engraçado.? Pensava o loiro, para depois rir sozinho dos próprios pensamentos vingativos, e da sua futura atitude que por sinal, vai ser um tanto infantil.

    E nesse momento que estava rindo gostosamente, imaginando a reação do moreno, Mu entrou no quarto, e se espantou ao ver Shaka ali, deitado todo esparramado na cama rindo sozinho!

    ? Mas o que é isso?! ? Perguntou divertido, fechando a porta, indo em direção ao loiro.

    Só depois de ouvir a voz de Mu, que percebeu que o mesmo estava ali no seu quarto e isso o fez imediatamente parar de rir. Ruborizou por ter sido pego nesse momento de descontração.

    ? Estava lembrando um filme. ? Mentiu. Sentou-se de pernas cruzadas na cama.

    ? Sei. ? O garoto de cabelos lavandas, sentou-se ao lado do loiro. Ainda estranhando o comportamento do outro há poucos minutos atrás, queria saber o por que. Mas resolveu deixar para lá. O olhou nos olhos e sorriu maroto. ? Estava com saudades.

    ? Mu, nos vemos hoje. Aliás, nos vemos todos os dias. ? Respondeu indiferente.

    ? Ah vai, você entendeu. ? Levou a mão no rosto do outro, escorregando até a nuca. Puxando-o para si de leve.

    Shaka ainda estava perdido em seus pensamentos, e se surpreendeu com a atitude de Mu. Mas não se fez de surpreendido, apenas correspondeu. Entreabriu os lábios tocando os do outro suavemente. Mu pediu passagem com sua língua que foi prontamente concedida e assim iniciando um beijo calmo, que logo se transformou em um intenso e cheio de fogo. Mas Shaka não queria ir mais além, então o cessou.

    Sua mãe iria logo aparecer para chamar para o jantar, e ele não estava no clima. Mu sabia que ele era um pouco fresco para essas coisas, por isso não insistiu. Mas não podia negar que era sua intenção em ir a sua casa.

    ? Você veio aqui pra isso né? ?Perguntou se afastando do outro. Pôs-se a olhá-lo.

    ? É.. acho que sim. ? Desviou o olhar.

    ? Mu, olha pra mim.

    O olhou confuso.

    ? O que?

    ? Até quando vamos continuar com isso? Até quando você vai se enganar?

    ? Do que está falando Shaka?

    ? Você sabe. ? Suspirou fundo, usando de toda sua paciência para resolver esse assunto de uma vez por todas. Mu o encarou por uns instantes e Shaka em momento algum quebrou o contato visual, o incentivando a falar. Até que o garoto de olhos verdes não aguentou a pressão e desviou o olhar, soltando um longo suspiro, acabou por fitando qualquer ponto.

    ? Ah Shaka, é tão difícil... Eu gosto muito dele, mas você sabe, é nítido que ele não sente o mesmo. Não tenho coragem de demonstrar nada, nem muito menos falar. E eu também não quero perder o que eu e você temos ? Ia continuar a falar, mas o loiro o interrompeu.

    ? O que temos? Mu, não passamos de amigos que transam de vez em quando. Nós dois sabemos que não temos e nem vamos ter sentimentos amorosos um pelo outro. E claro, eu sei que é nítido o quanto Aiolia é hétero, másculo e só fica com mulher bonita. Mas o que impede de um cara como ele se apaixonar por outro?! As vezes acontece isso, sabemos. Tá, eu sei, somos amigos a um tempão, mas isso pode ser mudado, depende de você. Você tem que fazer algo para mudar isso. ? Frisou o ?você?. Quando terminou de falar, notou que o nariz do outro estava vermelho, e que mantinha os olhos para baixo. Sabia que estava se segurando para não chorar. Então, o puxou para um abraço. Mu deixou-se ser abraçado e pousou sua cabeça no ombro do loiro.

    ? Shaka, você devia ser psicólogo! Quantas vezes já me aturou? ? Riu sem alegria.

    ?Estou aqui para isso, meu amigo. ? Levou uma das mãos nos cabelos do outro, fazendo um carinho preguiçoso.

    ? Shaka, vou pensar nisso. Vou ver o que posso fazer... Mais uma vez obrigado. ? Se afastou um pouco para olhá-lo nos olhos. Via que Shaka ainda não experimentou o que estava sentindo no momento, o amor. Torcia para que ele encontrasse essa dádiva. Apesar de estar sofrendo, sabia que se um milagroso dia fosse correspondido, seria o dia mais feliz de sua vida. Sentia ciúme de Shaka sim, mas também tinha consciência de que era de amigo. Deu-lhe um suave celinho que foi correspondido.

    ? Bem, vou indo. Amanhã nos vemos. ? Levantou-se da cama.

    ? Até amanhã, cuide-se e pare de passar papel crepom no cabelo, vai quebrá-lo todo. ? Falou em tom de advertência, que fez o outro rir.

    ? Tá bom, senhor perfeitinho. ? Piscou para o loiro e saiu do quarto com mil pensamentos na cabeça.

    Shaka jogou-se na cama novamente, fitando o teto. Logo depois sua mãe o chamou para jantar. A comida de Ângela sempre muito deliciosa acabou o deixando com sono, o que o fez ir dormir. Amanha seria um dia longo.

    Acordou mais cedo que o normal, pois iria caprichar no visual hoje. Em sua escola, a única parte do uniforme que era obrigatória, era a blusa. Então podia escolher qualquer calça e o tênis. Optou por uma calça preta um pouco justa e um converse skid grip preto também. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo alto, deixando a franja solta cobrindo-lhe as sobrancelhas e a pintinha no meio da testa. Olhou-se mais uma vez no espelho, gostando do que viu. Pegou sua mochila, não tomava café da manhã, então saiu logo de casa e foi para a escola.

    Foi andando para a escola, pois ficava bem perto de sua casa. E logo chegou, passou pelo portão principal, e o primeiro pátio já se encontrava relativamente cheio. Entre os poucos alunos, um grupo se destacava, nele Ikki se encontrava, conversando animadamente com Milo, que é da sala de Shaka. O grupo parecia ter mais ou menos 7 pessoas. Shaka desviou sua atenção para Aiolia que chegava pra falar com ele.

    ? Que isso loirinho! Tá produzido hoje ein? ? Aiolia disse o olhando de cima a baixo, com um sorriso malicioso nos lábios. O loiro já estava acostumado com as brincadeiras do outro, então não ligava mais.

    ? Cala boca, idiota. Onde está o Mu? ? Perguntou sério.

    ? Sei lá, deve tá na sala já. Em falar nisso, vou indo pra lá, tenho que copiar o dever de História! Falou! ? Se afastou deixando Shaka sozinho no meio do pátio.

    Esperou Aiolia se afastar mais um pouco e foi se aproximando do grupinho de Ikki sem olhá-lo, para não ser rapidamente percebido.

    ?Pode crer, aquela garota é muito safad-

    Mas ele percebeu.

    Parou de falar na hora que o viu vindo em sua direção. Ele estava tão diferente... Seu coração falhou uma batida. Não pensou nem duas vezes, puxou Esmeralda que estava ao seu lado, e tascou-lhe um beijo de tirar o fôlego. Todos pararam o que estavam fazendo para olhá-los. Esmeralda ficou muito surpresa, mas depois correspondeu feliz da vida. Ikki beijá-la na frente de todos assim com tanto fogo? É, já tinha ganhado o dia. Fez para ser visto pelos olhos de Shaka. E isso funcionou, o loiro viu e estancou o passo. Foi tomado por uma raiva que só crescia em seu peito. ?Mas que vadia, não! E ele?! Ah, como consegue?!Ah!? Estava com tanta raiva, porque não queria que ninguém interferisse nos seus planos, e aquela vadia loira o estava fazendo.

    Mas não ia parar por causa disso. Viu quando eles cessaram o beijo, então voltou a se aproximar.

    ?Ikki, o insaciável! Logo de manhã, já começa... ? Falou Milo divertido, e então todos começaram a falar o quando Ikki estava animado naquela manhã.

    Mais uma vez, todos pararam de falar quando Shaka chegou perto. Com um ar altivo, superior, o loiro parou de frente pra Ikki cruzando os braços.

    ? Ikki, posso falar com você? ? Perguntou o olhando nos olhos.

    O moreno ficou sem fala por um instante. Perdeu-se nos olhos do outro nesses segundos, mas logo voltou a si.

    ? O que você quer? ? Indagou desconfiado.

    ? Em particular. ? Falou e saiu andando, dando a entender para ser seguido.

    Ikki hesitou um pouco, mas foi atrás. Todos no círculo estavam em silêncio, observando os dois andando para o outro pátio. Um tanto chocados.

    ? Tá bom! O que foi isso? Eu preciso ver o que vai acontecer! Será que é briga?! ? Falou Milo desesperado, boquiaberto.

    ? Milo, sossega. Não ouviu o que Shaka disse? É em particular, não se meta. ? Falou Camus ajeitando os óculos. Seu tom saiu mandante, mas Milo já estava acostumado a isso.

    ? Ah, Camy, vai dizer que não está curioso? ? Perguntou o loiro, de cabelos cacheados nas pontas, que chegavam até um pouco abaixo dos ombros. Passou o braço em volta do pescoço de Camus. O ruivo ruborizou.

    ? Não interessa. ? Deu um leve tapa no braço de Milo. ? Dá licença. ? Saiu em direção a sua sala.

    ? Chato. ? Falou Milo só para ele ouvir.

    O ruivo o ignorou e continuou seu caminho.

    Shaka parou atrás da construção do prédio, onde se encontrava todas as salas. Não tinha ninguém por perto, o que era perfeito para a continuidade de seu plano. Encostou-se à parede, e viu Ikki parando a sua frente um tanto afastado. Certamente estava receoso, não sabia o que Shaka ia fazer.

    ? Ora Ikki, está com medo de mim? Aproxime-se mais. ? Falou o loiro, com um sorriso imperceptível, adorando a hesitação do outro.

    ? É melhor você falar logo o que quer, sabe, minha paciência é curta. ? Começando a ficar nervoso.

    ? Ah Ikki, não fique nervoso. Queria conversar...

    ? O que é? Qual é a sua? ? Franziu o cenho, cerrando os pulsos.

    ? Você lembra o que escreveu no meu trabalho ontem?

    Ikki riu.

    ? Ah tá, vai dizer que eu to com a razão?

    ? E se eu disser? ? Abriu mais um pouco o sorriso, agora ficando visível. Desencostou-se da parede, e deu um passo na direção do outro.

    ? C-como assim? ? Hesitou e desapareceu totalmente o sorriso de antes, perdendo toda a pose.

    ? Ué, lá estava escrito ?Eu sei que você está doidinho pra me dar?, e se eu realmente estiver? ? Seu olhar era intenso, e usou todos seus dotes de sedução nessa hora.

    O moreno riu incrédulo.

    ? Só pode tá brincando... ? Ainda rindo.

    Não houve resposta do outro, então isso foi como uma negação.

    ? Coé Shaka, isso não tem graça, eu tava brincando sabe, não tenho esse tipo de interesse. ? Falou um tanto irritado, e ainda não acreditando vendo aquele loiro arrogante metido à besta, se dando pra cima dele.

    Shaka riu mais ainda, se aproximando, ficando bem próximo do outro.

    ? Sabe Ikki, até que você dá pro gasto... ? Foi aproximando seus lábios do moreno. Ikki já estava ofegante, não entendia porque não se afastava, seu corpo não obedecia. Tinha certeza que se fosse outro garoto qualquer já teria enchido de porrada. Mas sua mente estava entorpecida no momento. Fechou os olhos e esperou pelo inevitável. Shaka vendo o movimento do outro, se segurou muito pra não rir, e realmente não imaginava que o moreno iria se entregar daquela forma. Pensava que ia esbravejar e até mesmo batê-lo. Então, ficou sem reação. Não esperava por essa. Não pensava em beijá-lo, só dar um susto. Então resolveu ser mau.

    Seus lábios roçavam, mas nenhum dos dois faziam nada a mais. Ikki estava em êxtase, estava louco para beijá-lo, mas faltava-lhe coragem para fazê-lo, e o loiro estava quase perdendo o controle da situação, então antes que fizesse besteira, se afastou, e colou seus lábios no ouvido do moreno.

    ? Pra quem dá pinta de machão, acho que é melhor começar e rever seus conceitos... ? Terminou a frase,mordiscando o lóbulo da orelha do outro. E assim, saiu de lá a passos rápidos deixando, como sempre, um Ikki totalmente desnorteado.

    Shaka foi para um canto onde ninguém passava, e se agachou lá, botando as mãos na boca.

    ? Não acredito, não acredito! Quase perdi o controle, eu.. Por Buda! ? Murmurava completamente indignado com a própria atitude, maldita idéia. Pelo menos a frase que disse no final valeu muito a pena! Riu muito depois disso, queria muito ter ficado pra ver a cara de Ikki.

    Mas enquanto o loiro ria, Ikki estava em estado de choque. Nunca em sua pouca história de vida, tinha ficado a mercê de alguém assim, nem de garota e MUITO menos de um cara. Estava surpreso consigo mesmo. Depois que caiu a ficha, conseguiu se mexer.

    ? Não acredito nisso! Aquele miserável, puta que paril! Eu vou acabar com a raça daquele loiro viado! ? ?Viado? O que eu acabei de fazer, foi muito gay! Muito! E agora?!? Pensava o moreno. Não sabia como encarar Shaka agora, estava muito envergonhado e irritado demais.?Quase beijei Shaka, meu rival desde sempre! Meu Deus! Tá, não posso negar que ele é bonito demais pra um cara.. ma- Que merda estou falando?! Vou te comer na porrada amanhã, você vai ver! Comer?... Com- EI! Parô!? Censurava-se.

    Sentou encostado na parede, e ficou pensando o que ia fazer de agora em diante. ?Agora a porra ficou séria.? Pensou Ikki.


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