Leve...

Dentre os galhos e folhas um ser de média estatura equilibrava-se em cima de uma enorme árvore, camuflado com um manto negro, mantinha-se imóvel e imperceptível a qualquer sentido humano. Permanecia quieto olhando fixamente por cima do muro estudando cuidadosamente cada passo a ser dado e cada golpe a ser desferido, assim como uma fera prestes a atacar sua presa, no caso, várias delas.

Qualquer erro poderia ser fatal até mesmo para o mais experiente, astuto assassino, ao total, doze guardas fortemente armados estavam distribuídos de forma estratégica por todo lado de fora da mansão , não era de se esperar menos, o prefeito de Kalmir cidade ao Sul de Arton era importante demais para ter seu rabo desprotegido, velho ladrão, nojento e pedófilo que trazia a miséria para todos que ali viviam.

Para Ricth ( assim muito poucos o conheciam) isso não importava, as ambições ou perversões sexuais do prefeito não faziam a menor diferença para ele, simplesmente porque odiava aquele lugar, odiava as pessoas, odiava a natureza por ter lhe dado vida ao invés de tirá-la enquanto era tempo e, até mesmo os Deuses por deixarem o caos, miséria e sofrimento sugare pouco a pouco sua alma, tornando-o uma pessoa vazia de sentimentos e repleta de amarguras. Estava ali apenas por dinheiro, 15.000 peças de ouro era o seu preço...

Sua primeira tarefa era abater os dois primeiros guardas na entrada, rapidamente antes de qualquer reação, assim não teria mais problemas com os outros, além do mais toda a guarda da cidade poderia ser acionada, isso seria péssimo.

Já estava pronto, aquele era o momento certo de agir, ainda na copa da árvore fazia seu primeiro movimento, abria o manto retirando a besta carregada de virotes fixa no colete de couro do lado esquerdo do abdômen, levantava a arma na altura dos olhos mirando na direção do guarda posto à esquerda atirando sem hesitar. O virote rasgava o ar e perfurava precisamente a garganta da vítima impossibilitando até seu grito de dor, o sangue escorria entre as mãos que tentavam tirar o projétil mas já era tarde, mesmo as armaduras pesadas tinham suas fraquezas ou brechas, logo, a primeira presa era morta, faltavam onze...

O guarda da direita ficara apavorado, numa fração de segundos virou a cabeça para o lado da entrada tentando avisar para os demais, mas antes de proferir qualquer ruído outro virote rasgava o ar e o acertara na altura do ouvido ficando alojado em sua cabeça, agora faltavam dez ...

A grama fofa amortecera parte do impacto dos corpos com o solo diminuindo o barulho de ferro batendo, a distância dos demais guardas era considerável, os trovões e a ventania encobriam qualquer outro som caso algum deles tivesse a audição fora do comum, todos os fatores estavam a favor... Ninguém percebera ainda sua presença.