A Partida

"Passei todos esses anos tentando mudar o modo como as pessoas me viam, treinei duro para ficar mais forte, mas continuavam a me olhar daquela forma, como se eu fosse fraca demais para enfrentar a vida sozinha. Meu pai era o pior, ele se envegonhava de mim, isso doia muito, e agora que ele tinha o Neji como seu braço direito, parecia que nem me enchergava mais. Meu primo era o filho que ele sempre sonhara em ter."

"Sabia que sentiria saudades dos meus amigo, dos meus companheiros de equipe, da minha família e do... Naruto-kun. Mas seria melhor ficar distante de tudo aquilo por um tempo, principalmente do Naruto-kun, sabia que ele não me amava como eu o amava e isso doia mais que qualquer outra coisa."

"Já não havia motivos que me prendessem em Konoha, a guerra acabou e vencemos, a akatsuki estava extinta e a vila que foi quase destruida novamente, já estava quase reconstruida. Fui uma boa kunoichi, mas agora isso não me importava mais. Esperava que meu pai entendesse minha escolha, Neji seria melhor sucessor que eu, se eu não voltasse era porque não era digna de ser a lider dos Hyuuga."

"A madrugada estava gélida, mas precisava partir. Arrumei uma bolsa com algumas roupas, comida, armas e todo o dinheiro que consegui juntar mais algum que pedi a meu pai, com o pretexto de que precisava de roupas novas. E parti."

"Mas antes escrevi uma carta para meu pai, explicando que eu precisava fazer aquilo. Pedi que não mandassem me procurar, pois voltaria na hora certa, quando eu fosse digna de carregar aquele sobrenome. E se não me tornasse tão forte quanto eu devia, nunca mais voltaria a por os pés em Konoha."

Entregou um bilhete parecido á seus companheiros de equipe, Kiba e Shino e a sua sensei, Kurenai.

Não conseguiu resistir e antes de partir foi ver Naruto. Ele dormia em um sono muito profundo. Hinata entrou pela janela, Naruto era muito lesado e esqueceu de fechar-la.

A garota sentou-se na cama e ficou só a observar seu amado dormir, poderia ficar ali para o resto de sua vida e não ligaria.

Parecia que ele estava tendo ótimos sonhos, pois estampava um lindo sorriso, enquanto dormia. Hinata nem percebeu, mas começou a acariciar o rosto do amado, o sorriso que o garoto já tinha no rosto, apenas aumentou, e uma lágrima de tristeza escorreu dos olhos de Hinata.

Naruto segurou a mão que acariciava seu rosto, fazendo com que o coração de Hinata acelerasse descompassadamente pelo susto.

O que ela diria se ele acordasse e a visse ali em seu quarto. Mas ele ainda dormia.

Com delicadeza Hinata tentou libertar sua mão, mas foi inutil, o garoto entrelaçou seus dedos nos dela e apuxou mais pra perto dele. A garota estava apavorada, mas para sua sorte, Naruto tinha o sono tão pesado quanto o Shikamaru.

Naruto abraçou a garota pela cintura e pos sua cabeça nas pernas da mesma, liberando assim sua mão.

Hinata não se conteve e começou a chorar.

Mas lembrou-se do que já devia ter aprendido a muito tempo. Shinobes não se deixavam levar por seu sentimentos e ela iria embora para se tornar um ninja melhor, começaria por ai.

Controlou o choro e libertou-se dos braços que a envolviam, deu em seu lugar um travesseiro. Já ia saltar pela janela, mas antes deu uma ultima olhadinha naquilo que mais lhe faria falta, não voltou a chorar e se foi em meus as sombras da noite.

Naruto acordou logo em seguida, atordoado, procurando algo, que não conseguia ver.

- Será que foi só um sonho? - Se levantou o foi até a janela por onde entrava um vento muito frio.

- Poderia jurar que tinha mais alguém aqui comigo... - Olhou pela janela, mas não viu ninguem, só mais uma noite calma em Konoha, olhou para os cantos vázios do quarto, realmente não tinhas mais ninguém ali além dele.

- Preciso parar de comer tanto lámen antes dormir...

Voltou para sua cama e logo dormiu despreocupadamente.

Mal o dia amanheceu e a confusão na mansão Hyuuga era grande. Neji encontrou a carta da prima e á levou até seu tio, Hiashi ficou furioso, não sabia o que fazer, confiaria na filha ou mandava imediatamente um esquadrão de busca atrás dela?

Pensou muito e acalmou-se, confiaria na filha, devia isso a ela.

Kiba enlouqueceu quando leu o bilhete, correu ao encontro de Shino, que também estava meio preocupado. Kiba queria partir imediatamente atrás da companheira, junto a Shino, mas foi impedido por Kurenai, que pediu para dar um voto de confiança a garota.

Kurenai entendia Hinata, sabia o peso que a garota carregava nas costas e sabia que ela voltaria.

Assim foi feito todos aceitaram a escolha de Hinata, que agora já ia longe.