? Eu não consigo encontrá-la Kurenai, o que eu faço agora? Eu fui rude de mais, já faz mais de dez horas que ela saiu. ? Kurenai e Senji estavam sentados no sofá da sala de Senji, o menino tremia e Kurenai segurou suas mãos querendo passar um ar aconchegante, mas a preocupação do menino com a irmã era maior que isso.
? Senji-kun, você tem que tentar se acalmar, ela já vai chegar. Espere ela vai entrar por aquela porta daqui a pouco. ? dizia a menina com uma voz tremula e preocupada. ? Eu não sabia que ela me desprezava tanto assim... Eu...
? Não é sua culpa Kurenai, ? ou talvez fosse ? mas ela não te odeia, só está... Está confusa com alguns sentimentos. ? Kurenai pareceu confusa.
?Que sentimentos são esses que podem fazer com que ela me odeie? ? Senji enrijeceu e levantou-se do sofá inquieto.
? Vou procurar por ela. ? Kurenai levantou-se logo depois.
? Vou com você.
? Não Kurenai, por favor, se ela voltar preciso que tenha alguém aqui. Pelo menos para me avisar que ela chegou bem, entendeu? ? Kurenai afirmou com a cabeça e voltou a sentar-se no sofá.
Senji pegou um casaco e calçou os tênis, saiu na porta de casa e olhou para os lados.
? Pra que lado você foi Yuri? ? perguntou pra si mesmo e então decidiu ir pelo lado direito. Onde ficava a praia que eles haviam se beijado pela primeira vez. Senji não sabia o porquê, mas levava um sentimento de culpa consigo, como se tivesse traído Yuri com Kurenai, mas não era bem assim, eles eram irmãos e isso não tinha como acontecer. Senji sentiu uma lágrima escorrer e fungou. Esfregando os olhos com as costas das mãos, Senji viu a luz de um poste bem longe e parecia haver alguém sentado no cordão ao lado do poste, ele não conseguia ver direito, mas parecia uma menina e estava encolhida. Senji aumentou o passo e logo estava correndo, chegando mais perto viu os cabelos loiros de Yuri voando ao vento. A menina soluçava e Senji não soube o que fazer, então apenas sentou-se em seu lado e manteve silencio por alguns instantes.
? Yuri eu... ? ela não disse nada ? Eu fui rude de mais com você, eu não queria ter dito aquilo.
? Senji, por quê? Por que você não pode me amar? ? Senji sentiu um aperto muito forte no peito. Ele a amava sim, a amava muito, ela era a irmã mais nova dele, mas só isso.
? Yuri-chan... Eu amo você.
? Não Senji, você ama a Kurenai! ? Yuri havia alterado a voz e se levantado, com as mãos serradas em punho, Senji viu os olhos da menina inchados de tanto chorar.
? Yuri claro que eu amo você, você é minha irmã mais nova, eu te amo. ? Yuri levantou a mão e bateu com força na cara de Senji que arregalou os olhos e levou a mão a te a bochecha ardente. ? Por quê...?
? Por que você é um covarde, um canalha. Tem medo de dizer que não me ama como ama aquela vadia da Kurenai. Usou-me pra tirar seu tédio. Me fez gostar ainda mais de você, me fez acreditar que nós dois podíamos ficar juntos do jeito que eu sempre sonhei. Como você pode usar sua nee-chan hein? Como você pode corromper sua irmã mais nova e depois fazer isso? Eu realmente te odeio agora Senji! Você não sabe como é sentir essa raiva e essa angustia. Nunca vou te perdoar por isso.
? Yuri pare já com isso! Era visto que isso não ia dar certo, nós nunca poderíamos ficar juntos dessa maneira Yuri, só você que não vê isso. Eu me odeio, e sinto raiva de mim todos os dias por ter feito o que fiz com você. Mas está feito, não posso voltar atrás, não posso desfazer essa burrice, esse erro que nós cometemos.
? CALE A BOCA! Cale a boca. Cale a boca. Cale a boca. ? Yuri ficava repetindo com as mãos tapando os ouvidos, lágrimas escorriam dos olhos da menina que se balançava para frente e para trás. Do nada Yuri começou a gargalhar histericamente, Senji assustou-se com o comportamento da irmã e levantou-se tentou encostar no braço de Yuri para acalmá-la, mas a menina estapeou a mão de Senji e começou a correr, ainda gargalhando alto e histericamente. Senji correu atrás da menina que pelo seu tamanho era muito rápida.
? Yuri! Espere! Por favor, Yuri. ? Mesmo Yuri sendo rápida, Senji era ainda mais rápido, alcançou a irmã em um beco sem saída.
? Saia de perto de mim seu monstro.
? Yuri...
? Por que Senji? Por quê? Eu não fiz direito? ? Senji abriu a boca para falar, mas fechou. ? Eu volto pra casa com você. Mas com uma condição. ? Senji suspirou de alivio.
? Que condição? ? Yuri foi até Senji e o beijou. Senji ficou parado sem fazer nada, apenas sentindo os lábios da irmã nos dele. Yuri segurava firme na nuca de Senji que manteve os olhos abertos. Ele não estava sentindo nada. Só culpa. Yuri desceu as mãos até o peito do irmão que recuou.
? Se você não fizer isso eu não volto Senji.
? Você é maluca Yuri? Isso não está certo. Nós somos irmãos de sangue. E eu...
? Você gosta daquela vaca leiteira? São os peitos não são? Ela deve usar GGG e eu PPP! Só pode ser isso!
? Yuri fique quieta! Você não sabe o que está dizendo. Kurenai sempre foi legal com você, sempre te tratou bem. Sempre quis ser uma irmã para você.
? Ah Senji, por favor, me poupe. Ela se faz de boazinha na sua frente, é só olhar pra cara dela, olhe bem para ela. E eu não preciso de uma irmã. Eu tenho você Senji, eu quero você. Não quero que você fique com ela.
? Mas eu a amo!
? Devia ter pensado antes de transar com a sua irmã mais nova. Eu disse tudo o que eu sentia por você, e você mesmo não sentindo o mesmo me usou pra te satisfazer. Você acha isso certo?
? Não acho Yuri-chan. Culpo-me todos os dias por ter feito aquelas coisas com você, eu... ? Senji sentou-se no meio fil. Yuri estava de pé em frente ao irmão que agora havia escondido o rosto com as palmas das mãos.
? Se tivesse sido só uma vez Senji. Mas aconteceram várias vezes depois da primeira. Você nunca me amou de outro jeito a não ser como irmã, esse foi o meu erro. Eu sei disso, mas o que eu posso fazer se eu te amo de um jeito que você não entende? Eu sei que eu sou fraca e infantil às vezes, que eu dou motivos para você ficar bravo comigo. Mas é você quem alimenta esses sentimentos. Eu não quero parar Senji, por favor. Eu sinto que se nós pararmos eu nunca mais vou sentir nada. Eu vou ficar vazia pra sempre. Eu te amo com todas as minhas forças, não quero mais ninguém.
? Desculpe Yuri-nee-chan. Por tudo o que eu te fiz. Por todo o mal que estou te causando. Eu não queria isso. Eu me sinto mal por você, e como não posso voltar atrás, a única coisa que eu posso fazer é pedir desculpas e me lamentar. Dizer que sinto muito por você estar passando por todas essas coisas.
? Cala a boca! Inútil! ? Yuri deu outro tapa na bochecha do irmão que permaneceu sentado e com uma expressão fria no rosto. ? É claro que a culpa é toda sua. Você me iludiu e agora está ai, se lamentando. Pegue esses seus lamentos e enfiei no seu...
? Senji-kun. Yuri-chan. Que bom que encontrei vocês. ? Kurenai apareceu ofegante na entrada do beco. Os seios enormes balançando de acordo com sua respiração. Senji levantou-se e começou a caminhar, Yuri em prantos chutou o poste.
? Leve ela para casa Kurenai, depois pode ir embora, eu vou tomar banho e vou dormir. Te vejo amanhã.
? O-oyasuminasai Senji-kun. ? Senji dobrou a esquina e seguiu com a cabeça baixa. Kurenai aproximou-se de Yuri e sorriu. ? Eu ouvi tudo.
? O-oque?
? Eu ouvi tudo. Tem razão, ele me prefere, pois meus seios não são PPP. ? Kurenai ria alto, Yuri ficou surpresa. Nunca esperava uma reação daquelas. ? Todo esse tempo. ? Fez uma pausa para retomar o fôlego. ? Todo esse tempo eu sabia que você gostava do seu irmão mais velho. Fiz questão de me mostrar boazinha para ver você me odiar e se apaixonar mais ainda por ele. Ver você sofrendo assim é tão bom.
? Sua falsa. O que você está pensando?! Quem você acha que... ? Kurenai voltou a rir alto e histericamente.
? Sua putinha. Dá pro próprio irmão e quer me julgar. Chamar-me de vaca e falsa. Vocês dois são escorias. Ai. Sabe por que é que eu voltei com o seu irmão? Pra te ver assim. Eu nunca gostei de você, odeio você por ter me infernizado e roubado o Senji de mim. Queria ele só pra você e ficava botando barreiras pra não conseguirmos nos ver. Acha que eu não iria perceber seus sentimentos? Sou menina também.
? Você é um monstro!
? Vocês dois é que são querida. Agora acho melhor você fazer tudo o que eu mandar. Faço o Senji enjoar de você e te abandonar em um piscar de olhos, ainda mais que você não gosta de mim. ? Kurenai aproximou-se e Yuri recuou até bater com as costas na parede fria de concreto. ? Entendeu?
? V-você nem gosta do Senji, está fazendo isso só pra me atingir! Você não presta Kurenai.
? Muito que você presta Yuri-chan. ? Kurenai deslizou os dedos até a saia de Yuri e enfiou a mão por dentro da calcinha da menina. Yuri se contorceu, mas Kurenai estava a prensando com o seu corpo. ? Você não se excita comigo Yuri-chan? Só se excita com o seu irmãozinho não é mesmo? ? ela voltou a rir e se afastou limpando os dedos na camisa. ? Agora volte pra casa e diga que eu a deixei no portão. Outra hora conversaremos sobre o que você irá fazer para mim. Até lá, se comporte. ? Kurenai sorriu e saiu deixando Yuri acocada no canto aos prantos. Ao voltar para casa Yuri foi direto para o quarto. Sem saber o que fazer ficou na cama com uma agonia enorme até pegar no sono.