Athena e Palas: Reminiscências da Gigantomaquia

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    Capítulo 3

    Rancor: A história de Palas

    Itália - Sicília - Pés do Monte Etna

    Após Athena ter envolvido-os com seu cosmo no Santuário, na Grécia, ela, Jabu de Unicórnio e Nachi de Lobo foram transportados para a base do titânico Monte Etna. Com seus quase 3340 metros de altura, esse é um dos mais poderosos e ativos vulcões do planeta, porém se encontrava inativo naquele momento. O céu estava completamente escuro, pois grandes nuvens negras tapavam o sol, e onde Athena e seus cavaleiros estavam, uma misteriosa parede de névoa branca cincurdava todo o vulcão. O cosmo agressivo, violento, emanava-se mais ou menos na metade do monte Etna.

    - Jabu, Nachi, vocês devem ficar aqui, me ouviram? Mesmo porque...não acredito que Palas esteja acompanhado...na verdade, não acredito ainda que ele esteja aqui...

    Falou Athena, suspirando com o absurdo que estava acontecendo. Não havia como não se intimadar, um mínimo que fosse, com essa cosmo-energia. Athena podia ver que tanto Unicórnio como Lobo estavam meio ansiosos com a presença de Palas.

    - Certo Athena, como havíamos prometido, Nachi e eu ficaremos aqui lhe aguardando. Mas...

    - Não hesite em nos chamar com seu cosmo Athena! Mesmo que Jabu e eu não façamos muita diferença.

    Nachi baixou a cabeça, triste, por saber que seus poderes e os de Jabu não pudessem auxiliar Athena se ela realmente precisasse de ajuda. Athena, contudo, sorriu e disse:

    - Não falem bobagens. Vocês são cavaleiros do zodíaco e, desde sempre, ajudam sem hesitar e, mesmo diante do impossível, realizam milagres para me auxiliarem na minha obrigação de defender esta Terra. Não se preocupem, eu não deixarei Palas agir sob qualquer circustância.

    Então Athena novamente se teleporta, indo diretamente para onde a presença de Palas estava. Nesse momento, o chão começa a tremer, e Jabu e Nachi sentem 3 cosmos, diferentes de humanos, semelhantes ao de Palas, sairem das entranhas da base do Monte Etna. Ambos se olham e balançam a cabeça, tirando suas Urnas de Pandora das costas, prontos para usarem as suas novas e melhoradas armaduras.

    Meio do Monte Etna

    - Finalmente aparacestes, oh, deusa virgem. Não imaginas como aguardava nosso reencontro.

    Athena escutou isso através de uma voz clara, forte, porém rude. Ela deu poucos passos para ver o dono de tais palavras e viu um homem alto, de cabelos longos, negros como a noite, olhos bem amarelos. Vestia-se com tunicas vermelhas e azuis, tinha a cara serena e estava sentado sob uma grande rocha. Athena, de cara séria, lhe respondeu:

    - O que faz aqui e com essa forma, Palas? Como foi capaz de fugir do Tártaro, da vigilância infalível dos Hecatônquiros? O que você almeja, Palas, voltando para a superfície após tantos e tantos séculos?

    Ambos se encararam. Seus olhos, de um lado amarelos como o ouro, de outro, azuis como o céu, ainda podiam ver o que ocorrera na Gigantomaquia. Athena, ainda em seus primeiros dias, lutara tanto quanto seu pai, Zeus. Seu poder, sabedoria e beleza aterroriza todos os inimigos, até mesmo alguns aliados. Palas, durante algumas batalhas nos Campos Flágreos olhou Athena pela primeira vez e não a esqueceu mais. Diversas vezes fora rejeitado e, não aceitando a recusa da filha preferida de Zeus, tentou força-la ao ato que tanto o consumia. Athena, tomada de imensa fúria, matou Palas, arrancou sua pele e fez um escudo, a Égide, e andou com ele por toda parte, para mostrar o que acontecia com que a provocava. Por isso ficou conhecida também pelo nome de Palas Athena.

    - Hum...hahahahaha. Predileta dos filhos de Zeus, vejo que ainda não estás feliz por me veres...Continua tu, ó Tritônia de olhos de coruja, a sentires asco de Palas? Não observas que é a tua ultima chance?

    - Última chance? Do que você está falando, Palas?

    - Ainda não compreendestes? Sob o Monte Etna enterrastes junto com teu odioso pai meus irmãos, os mais poderosos dentre os Gigantes, filhos de Gaia. Tifon e Encélado, os últimos que cairam perante vossos pés, Athena dos olhos sagazes, que até hoje exclamam em rancor contra os olimpianos, causando terror aos homens que moram por essa área. Não é por acaso que aqui estamos, ó Virgem! Vim libertá-los, para que finalmente teu temível pai caia de seu dourado trono no Olimpo, como teria ocorrido se não fosse tu, naquela época!

    - Hunf...isso está fora de questão Palas! Jamais permitirei que você liberte Tifon e Encélado de sua prisão!

    - Se tu aceitares então meus sentimentos, quem sabe, posso ignorar um pouco meu ódio pela Gigantomaquia...Sabes Athena, jamais deixei de pensar em ti em cada segundo tortuoso no Tártaro! Não...nem assim meu rancor calar-se-á! Mas como sei que tu amas os mortais, posso prometer a ti que eles serão poupados pelo evento que planejo! Assim, continuarão a servir-nos em nosso novo reinado! Aceitas minha oferta, ó deusa Tritônia?

    Athena reflete as palavras de Palas por quase um minuto. Depois balança a cabeça negativamente e diz:

    - Não aceito nenhuma de suas ofertas Palas! E se não voltar agora para o Tártaro, irei manda-lo como da última vez...

    Athena o encarou seriamente. Seu cosmo começou a aumentar de intensidade. Palas, por sua vez, a encarou, chocado, por alguns segundos, e depois deu um pequeno sorriso, e uma sombra pareceu surgir em sua face. Seu cosmo, já agressivo começou a aumentar. A terra começou a tremer sob os pés das duas figuras mitológicas.

    - Bem...então te prepara Athena...o rancor de Palas, o meu rancor, cair-se-á sobre ti! Tu serás a primeira dos 12 olimpianos à cair, e depois será teu pai, o detestável Zeus!

    Palas se levantou da rocha, deu alguns passos e ficou bem próximo à Athena, que não avançou, porém não recuou nenhum passo. Ela podia ver o ódio mortal desfigurando a cara de Palas. Nesse momento, sob as pesadas nuvens negras acima do Monte Etna, um trovão rugiu.


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