Catherine entrou em sua casa, olhando para as maçãs, ao colocar a mão para girar a maçaneta, ela voltou para trás e gritou:
?Carlos-sam, espere um pouco.
O garoto no mesmo momento se voltou para a doce voz que o chamava e notou que a loira estava para fora do portão olhando para ele. Caminhou lentamente até ela.
?Pois não Catherine-sama
?Eu gostaria de lhe dar essa maçã, como forma de agradecimento
Toda corada depositou a maçã delicadamente na mão do garoto. Carlos pegou a maçã e tocou o dedo indicador na testa da menina com delicadeza.
?Ponha uma coisa na cabeça, é para isso que servem os amigos
A menina corou bruscamente e apenas sorriu.
?Até amanhã Catherine-sama ? ela fez um aceno positivo com a cabeça e entrou em casa.
Catherine notou um cheiro agradável em casa, com certeza sua irmã estava na cozinha. Passou distraída pela mesma pensando no dia que havia passado hoje.
?Catty-chan, daqui uma hora o jantar vai estar servida.
?Ok, Jenny-sama ? Disse Catherine se virando para a mesa.
?Ei Catty-chan, por que você esta vermelha?
Catherine não respondeu, apenas voltou-se para o corredor e foi até seu quarto. Ao chegar ao local deixou sua mala na sua escrivaninha e deitou-se na cama e começou a pensar em seu namorado e como havia o conhecido. Ela fechou os olhos e deixou os pensamentos vagarem. Viu-se novamente em uma tarde de outono, chorando, sentada em um banco, agarrada com seu material escolar. Quando se aproximou uma garota com cabelos compridos e brancos, de sorriso largo. Sentando-se ao lado da mesma.
?Chorando novamente por ele Catherine-sama? ? Disse a garota de cabelos brancos
?Alice-chan, por que ele não nota minha existência? ?Disse Catherine chorando ainda agarrada a sua mala.
?Por que você não se faz notar querida.
Alice era a melhor amiga de Catherine desde que eram bem pequenas. Mas no primário a coisa havia mudado, Alice havia se tornado líder de torcida e ficava com os populares, enquanto Catherine foi rotulada com a nerd, a estranha. Mas apesar das diferenças ambas continuavam amigas.
?Vamos até o Bruno-sam ? Disse Alice puxando Catherine pelo braço.
Catherine ficou vermelha com a atitude da amiga, mas não podia fazer nada, quando Alice colocava algo em sua cabeça ninguém conseguia tirar.
Bruno era nada mais nada menos que, ?O Cara?. Capitão do time de Basquete, presidente do conselho de classe, além de ser o garoto mais paquerado da escola. Ele tinha 1,83 de altura, moreno, sorriso perfeito, falava muito bem em público, era um tanto quanto frio, reservado em sua vida particular, diziam até que ele não se envolvia com garotas do colégio, apenas com garotas da faculdade, garotas mais velhas. Não era muito de falar com quem não era da ?Rodinha dos Populares?, mas Catherine foi se apaixonar justo por ele.
Alice arrastou Catherine até perto de Bruno que estava de costas para elas. Alice empurrou Catherine em cima de Bruno e na mesma hora gritou:
?Foi mal Bruno-sam! - E saiu correndo deixando a amiga constrangida.
Bruno se levantou e como forma de cavalheirismo ajudou Catherine a se levantar.
? De-de-des-descul-culpa... ? Disse corando ao máximo.
? Tudo bem. Não sei por que, garotas vivem caindo em cima de mim. Mas você está bem?
?Sim, eu não sei por que Alice fez isso... ? Disse toda tímida e corada.
?Essa garota é doida!
Nessa hora o sangue de Catherine subiu pela cabeça e ela começou a falar
?Ei não fale assim da minha amiga!
Bruno ficou admirado com o tom de desafio da garota. Ninguém nunca ousara falar deste jeito com ele. Era sempre Bruno daqui, Bruno dali, todas sempre cheias de charme em cima dele, mas Catherine é claro não pensou duas vezes em desafiá-lo para uma briga.
?Posso te acompanhar até em casa Catherine?
De fato aquela garota era diferente.
?Sim... ? Ficou toda vermelha, quase desmaiando.
Após esse dia. Constantemente, o outono inteiro, Bruno tentou se aproximar da menina, com Alice ajudando o novo casal que estava para se formar. Até que quando faltou uma semana para o inverno, veio o convite.
Catherine estava sentada debaixo da sombra de uma árvore, lendo seu mangá favorito, Sailor Moon, quando viu Bruno se aproximar. Ela não ficou tão nervosa quanto antes, pois já tinha certa intimidade com ele.
?Bruno-kun, bom dia!
?Bom dia, Catherine-chan! ? Disse Bruno se sentando ao lado da menina. ? Eu vim aqui lhe fazer um convite. Quer ir ao baile de inverno comigo?
Nessa hora Catherine corou e perguntou
?Como sua amiga?
?Não. Como minha namorada.
Catherine corou ainda mais. Quando ela menos esperava, sentiu a mão do mesmo virar seu rosto para ele, a obrigando a encarar aqueles olhos negros como a noite. Bruno aproximou o rosto ao dela de tal maneira, que a menina conseguia sentir o hálito quente vindo da boca do mesmo. Neste instante, Catherine sentiu uma leve pressão sobre seus lábios, era incrível, como se tudo fosse feito para aquele momento, a boca de ambos se encaixavam perfeitamente. O que era apenas para ser apenas um toque começou a se aprofundar. A língua de Bruno pediu passagem, explorando uma boca ainda virgem. O rapaz começou a brincar com a língua na boca da mesma, pegando na mão e Catherine e colocando-a em seu pescoço. A mão do garoto ficou na cintura de Catherine, enquanto a outra subiu até sua nuca, fazendo-a sentir arrepios.
Nesse instante o celular de Catherine tocou, fazendo-a sair de seus pensamentos, ela olhou a tela e havia um nome marcado: ?Bruno?
Ela atendeu:
?Oi amor! ? Ele disse do outro lado da linha, frio como sempre. ? Catherine-chan precisamos conversar.
Ela ficou assustada, pois ele não mais a chamava assim.
?Pode dizer estou ouvindo.
?Sabe Catherine. Essa história de relação à distância, não esta dando muito certo. Você sabe que não sou de enrolar então vou direto ao ponto. Estou apaixonado por outra.
Catherine sentiu o chão abrir e engoli-la. Seu mundo cor-de-rosa havia desmoronado e não havia nada que ela pudesse fazer, então respirou e tentou manter a calma.
?Só me diz uma coisa? ? Disse choramingando.
?Por favor, não me faça essa pergunta.
?Eu mereço saber quem é ela.
?Eu não vou dizer Catherine.
Nessa hora Catherine começou a chorar compulsivamente.
?É a Alice não é?
?Catherine, não me faça responder essa pergunta.
?Eu preciso! ? Disse ela chorando mais forte
Ele gritou do outro lado da linha:
?Sim, Catherine, é ela. Satisfeita?
Nessa hora Catherine pegou o celular e jogou na parede, fazendo-o quebrar. Caiu na cama e chorou compulsivamente.