Minha irmã

Depois de JP pronunciar suas palavras apenas o vi caindo, não foi algo que eu esperava, logo vi algo de estranho com sua perna. Logo todos perguntaram o que aconteceu a Filipe, ele apenas levantou calmamente ?eu pensei que ele era um dos zumbis logo na primeira vez que nós encontramos e arremessei minha pá na direção dele quase arrancando sua perna... me desculpem...? diz. Lógico que o desculparíamos sabia que ele não era um garoto inútil, ele sabia afiar lâminas e logo seria útil para combater corpo a corpo caso algo de ruim acabe com nossa linha de frente que era Gale, e obviamente além de ajudar Gale ele também me ajudaria bastante sendo um detector de zumbis na área em que estivermos em qualquer momento.

Logo percebi que algo estava errado, sabia que tinha deixado algo para trás, eu havia me esquecido que minha irmã mais nova havia ficado em casa, em desespero corri para o volante da van e comecei a acelerar ?precisamos encontrar minha irmã, de qualquer maneira? digo.

Gale pulou para o banco da frente da van depois de instruir a Keiko para que cuidasse de JP, não prestei atenção no que ela havia dito a ele, mas provavelmente algo relacionado a alguma outra habilidade que ela não havia dito antes. Ele se aproximou de mim ?Não podemos ficar com essas suas ambições atrás de pessoas importantes para você, sabemos que você pode estar preocupada, mas não podemos ficar indo atrás de qualquer um assim...? ele disse.

Eu na realidade não me importo com os outros, apenas quero proteger minha irmã, mas também ele é realmente muito irritante, tinha de ser um playboyzinho maldito atrapalhando meus planos ?saia de perto de mim seu playboyzinho imundo, eu sei que ela ainda esta viva, tem de estar pelo menos? digo perdendo o controle.

Chegamos na frente a minha casa ?Gale, vá pelos fundos, Filipe, venha comigo pela entrada da frente? digo aos dois.

?Não vou...? diz Gale querendo ser importante e botar ordem na situação, até que aponto minha arma para sua cabeça.

?Você não vai ser tão corajoso assim vai? Anda venha com a gente!? disse ficando irritada.

?Não vou, você que quer salva-la, você que vá, e também não posso deixar Keiko e JP sozinhos...? disse ele, puxando a faca de caça que tinha pego com o zumbi que perseguia Keiko, colocando-a em meu pescoço ?Lembre-se que de perto quem luta melhor sou eu, posso simplesmente escapar de sua bala e te matar, agora vai salvar a droga da sua família...?

Eu afastei a lâmina da faca dele e tirei a pistola de sua cabeça e corri em direção à porta da casa, assim que comecei a abrir a porta Filipe me disse que alguém já havia virado zumbi... Terminei de abrir a porta, vi que não havia ninguém, mas escutei gemidos vindos do segundo andar subi as escadas rapidamente, no corredor, estavam lá... Ambos, meu pai e minha mãe, transformados em zumbis, logo percebi o grito de minha irmã dentro de seu quarto. Na expectativa de salvar minha irmã, friamente atiro duas vezes matando meus pais definitivamente e correndo para a porta de seu quarto, bato duas vezes na porta e grito ?Pode abrir, sou eu, Íris.?

A porta foi destrancada, eu giro a maçaneta quase morrendo de ansiedade e entro no quarto correndo, minha irmã estava lá caída no chão, eu a tinha empurrado com a porta. Ela correu para meus braços e me abraçou confortavelmente, me senti realmente em casa uma vez mais, como se não houvesse mais zumbis, desci as escadas correndo junto com ela e Filipe. Corremos até o carro e a deixei lá, levei Filipe novamente para a casa e subi até o quarto de minha irmã, peguei o ursinho que dei para ela algum tempo atrás. Desci as escadas até o escritório de meu pai, tirei um dos quadros da parede revelando um botão, apertei o mesmo fazendo com que a estante de livros se movesse e liberasse uma porta, que eu entrei acompanhado de Filipe, chegamos ao cofre da família, ao invés de dinheiro aqui guardávamos nossas armas. Logo coloquei a combinação para o cofre ?42220? sim, era código simples, más ninguém nunca descobriria a senha, isso não vem ao caso. Entrei e peguei todo tipo de armamento que pude levar para a van, em minha cintura eu carregava dois revolveres e em minhas botas eu estava levando um revolver e uma faca. Prendi um rifle e um fuzil, cada um em uma corda e os prendi em minhas costas. Dei a Filipe uma pistola ?Use-a com sabedoria, agora que estamos armados vai ser muito mais fácil sobreviver? Peguei algumas munições e enchi uma mochila que estava conosco e voltamos para a van.

Entreguei o ursinho para minha irmã e disse ?aqui, seu ursinho, se algo ou alguém te atacar, não se esqueça de rasgá-lo no meio? digo.

Ah, já ia me esquecendo, minha irmã se chamava Ariadna, era um doce de pessoa, quando entreguei o ursinho ela veio correndo me abraçar, sei que todos já haviam a interrogado sobre seu nome e sua idade, ela tinha 15 anos.

Sei que ela era muito nova para estar nessa expedição, mas não sei se ela sobreviveria sozinha em casa, ela estava apavorada e provavelmente se nossos pais conseguissem arrombar a porta ela teria se tornado um deles, que bom que corri para buscá-la.

Gale pronunciou palavras, mas não às ouvi, ele me segurou antes que eu me apossasse do volante e disse ?Sei para onde vamos agora, com licença garotinha? disse. Eu não revidei isso, sabia que isso só pioraria a nossa situação, mas de qualquer maneira não poderia perdoar a ousadia dele de me desafiar e não querer que nós fossemos buscar minha irmã.

Dirigimos-nos até uma loja onde Gale, Filipe e eu deixamos Keiko cuidando de JP. Cada um de nós levou duas mochilas para encher de suprimentos, uma de minhas mochilas eu enchi com bebidas alcoólicas e outra com comida, não verifiquei o que cada um deles havia posto em suas mochilas, mas provavelmente eles colocaram alguns doces, comida e sucos ou refrigerantes para bebermos, pelo menos alguém estava pensando em sobreviver em quanto eu tentava me embriagar, voltamos ao carro sem nenhum sinal de zumbi e Gale continuou dirigindo até Filipe encontrar um apartamento para passarmos o resto do dia e talvez à noite.