A tribute to Nana

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Otou-san..?

    Sábado, 18 de agosto, 8:53 da noite.

    - Hahaha, larga disso Eri-chan!

    - Mas é a pura verdade nee-chan!

    - Claro claro. Ó, eu vou lá na cozinha comer alguma coisa, já volto.

    Ao sair do quarto, eu vejo meu pai, deitado na cama, tremendo.

    - Pai? Pai, tá tudo bem? - perguntei assustada.

    - Arisa-chan, pega o termômetro pra mim e conta 4 minutos. - disse meu pai, ainda tremendo.

    Sem contrariar ou questionar, entreguei à ele e olhei no relógio. Eram 8:57, então fui à cozinha preparar algo que enchesse meu estômago vazio, sem me preocupar com nada. Afinal, meu pai é médico, sabe se cuidar, e provavelmente só estaria resfriado.

    9:01 da noite.

    - Pai, já ta na hora, deixa eu ver a temperatura.

    Ao olhar o termômetro, vi que ele estava com quase 38°C. Ainda pensando que era gripe, disse o que vi.

    - Passa o remédio em cima da mesa Arisa, rápido - disse com a voz trêmula.

    Depois de entregar o remédio, um pouco preocupada, voltei ao quarto com o meu pão com presunto e queijo. Após comer e dar uma olhada no meu pai, esperei dar 22 horas para ir dormir, eu estava de pijama verde e com o cabelo amarrado em maria-chiquinha, usando uma meia branca. Dormindo eu esqueceria de tudo, até mesmo daquela cena em que meu pai tremia. Ele é uma pessoa tão forte que eu jamais pensaria em vê-lo tão frágil assim, então, se eu dormisse, tudo ficaria bem de manhã, não ficaria?

    Não. Domingo, 19 de agosto, 9:44 da manhã.

    - Arisa, Arisa acorda! - uma voz nervosa me chamava.

    - Que foi okaa-san? - disse ainda sonolenta.

    - Levanta e se troca, seu primo está vindo te buscar, rápido rápido! - disse tirando a minha coberta.

    -Hãn?! Por quê? Pra que? Que aconteceu? - perguntei sem entender nada do que estava acontecendo.

    - Seu pai está com febre de novo, tá com quase 39°C e a febre não abaixa. Vou levar ele no hospital e você e sua irmã vão passar o dia na casa da sua madrinha. Vá se trocar enquanto eu acordo a Eri!

    Vestindo um jeans azul escuro, uma blusa de lã com manga comprida em baixo da minha blusa preta e calçando meu inseparável tênis branco, fui com a Eri encontrar meu primo. Depois disso, fomos pra casa da minha madrinha, um pouco chocada com a situação. Chegando lá, estavam todos reunidos, minhas duas primas com seus respectivos noivos, meus padrinhos e uma amiga deles com a filha, todos se preparando para o almoço. Foi meio estranha a sensação de estar lá, e o mais engraçado é que eu já havia ido lá sem meus pais, e nunca me senti dessa forma. Realmente, eu queria estar lá em circunstâncias melhores, mas mesmo assim eu estava lá, e minha irmãzinha estava comigo, então eu tinha de cuidar dela querendo ou não e até a festa acabar, afinal, era o aniversário da minha madrinha.

    - Parabéns tia, quantos aninhos? - disse meio que forçando um sorriso. Estava feliz por estar lá, mas preocupada com meu pai.

    - Ora, e isso é coisa que se pergunte à um dama? - disse, rindo - Vamos, vamos, peguem uma cadeira e comam o quanto puderem!

    Mesmo dia, 18:28. Os convidados já haviam ido embora.

    A festa havia me animado um pouco, foi bem divertida e estavam todos rindo e alegres. Não tem como um ambiente desse não contagiar as pessoas, mas ainda sim eu continuava preocupada com aqueles dois.

    - Arisa-chan, como está o seu pai? - disse minha madrinha, num tom calmo porém, preocupado.

    - Olha tia, sinceramente não sei... Viemos para cá depois da minha oka-san nos acordar. Eu liguei pra ela a algumas horas atrás e ela disse que ele já havia feito exames e só estavam esperando o resultado.

    - Ah essas coisas são assim mesmo, não se preocupem, é só um resfriado. Vocês sabem como o pai de vocês é exagerado! - ela disse com um sorriso muito meigo que me acalmou um pouco mais.

    Uns instantes depois o telefone tocou e ela foi atender, deixando eu e minha irmã sentadas no sofá da sala. Pude ouvir o que ela dizia e soube de imediato que era minha mãe no telefone, então me virei em direção à porta. Quando minha madrinha perguntou do exame, alguns segundos depois, que seria o tempo que minha mãe levou a responder, ela fechou a porta. Era tudo o que eu precisava!

    - Meninas tem alguma coisa que vocês estejam precisando? Vocês vão passar a noite aqui hoje então eu vou com a sua oka-san buscar as coisas de vocês. - ela perguntou, após falar ao telefone.

    -Tia, só queremos nosso pijama e escova de dentes. E o otou-san, como está? O que a oka-san disse?

    - O resultado dos exames saíram e deu que ele está com pneumonia, mas como ele foi ao médico cedo, o quadro de saúde dele não está muito grave e por isso deve sair logo. Mas já está tarde né, e por ser do seu otou-san de quem estamos falando, ele vai passar a noite sendo observado e vocês vão ficar aqui conosco. - disse sorrindo.

    Como minha tia não costumava mentir, concordei.


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