Não tinha nada pra fazer, nada pra sentir, a não ser o amor que queria ter no peito e dividir. Não pensou foi em direção a esse amor. Só que o problema e que não tinha ninguém. Viu-se sozinho, no meio do nada que sentia. Como fazer, como sentir, como amar, como? Passaria a vida inteira assim? Triste vida solitária, ele pensava. Tão triste que o fazia quase chorar! Mas seus olhos não derramavam lagrimas, ela também já não respirava mais profundamente, era superficial demais pra se notar que respirava. Notou que o coração já não batia no peito como antes, na verdade, não batia. Percebeu que estava morto.
Deito-se no primeiro banco que viu, sentiu-se mal por estar tão morto. Como pode deixar-se morrer, assim tão novo?Tão jovem? Tão morto que podia sentir a vida quente. Ficou ali muito tempo, uma tarde inteira morto no banco da praça, uma tarde inteirinha, tanto tempo morto que seu corpo transformou-se em pedra, e a vida que sentia dentro de si quente, agora pulsava febril em seu corpo de mármore, querendo sentir a leve brisa que passava naquele lugar e que um corpo morto não podia sentir. Sabia que se ficasse ali mais algumas horas, até o final da tarde, tempo demais logo se transformaria em alguma rocha. Ficaria ali preso no banco por todo o dia que havia em sua morte de vida quente e pulsante. Claro que ele não queria ficar assim morto por tanto tempo, mas o nada que estava era tão grande que, o amor que queria fugia. Não teve outro jeito não era muito religioso, talvez budista, quem sabe xintoísta, num passado distante a milênios atrás foi a um templo com seus pais , mais fazia muito tempo que nem lembrava,lembrou que em alguns séculos passados foi a uma igreja, ali havia uma cruz e nessa cruz preso um homem, cabeça caída, corpo castigado,morto, tão morto .que nem se podia imaginar que algum dia,aquele corpo tivesse tido vida.A única coisa que sabia, e que havia morrido por amor,que havia amado até a morte, morte de cruz.Assim como o padre tinha dito.Amou até a morte de Cruz.E este homem era Deus que havia se feito homem.
Que doido Deus que se fez homem, humano, e foi morto por esses mesmos humanos que tanto amou. Então ele percebeu que talvez, Somente Deus pudesse o fazer viver de novo, Aquele que estava pregado na cruz, que por ter sido homem como ele, talvez pudesse entender o que ele estava sentido.
E o morto deitado no banco da praça, clamou ao Homem-Deus na cruz. Clamou vida, clamou não ficar mais só, Clamou o amor...