Antes

Estava a caminhar por mais uma rua dessa ilusória cidade chamada Lirium que habito com alegria mais do que superficial.

O ar estava pesado, frio. Presumi que uma chuva estava por vir apesar do céu estar limpo com poucas estrelas.

Apressei o passo, não queria correr o risco de ficar encharcada. Não mesmo.

Era bom estar no aconchego do lar, estar em casa era uma boa coisa pra mim por enquanto, apenas por enquanto.

Estaria nas primeiras horas da manhã me encaminhando para o quartel para fazer meu trabalho que sinceramente não era dos mais agradáveis.

Mais quem acharia agradável, brincar com a mente das pessoas a fim de conseguir algo?

É confuso de se entender, mais é assim mesmo que é.

Troquei de roupa rapidamente, queria pelo menos dormir um pouco estava fatigada, meu corpo queria apenas cama nada mais.

Pensei que iria ter uma noite leve, que nada, uma noite pesada cheia de desconfortos, cheia de rostos pálidos, esquálidos.

Argh! Será possível que nem nos meus sonhos tenho paz?

Tem que haver alguma coisa para estragar.

Me levantei sentindo meus pés frios, gélidos.

Procurei por meu celular a fim de ver que horas eram. Passava das seis da matina.

Rumei para o banheiro, tinha de me apressar. Tinha que estar no quartel antes do tenente coronel.

Coloquei meu casaco branco sobre minha blusa cor de vinho e minha calça jeans. Calcei minhas botas pretas.

Levei a boca enquanto saía um pouco de café preto para um despertar mais completo.

Hoje, o papo seria simples.

Tinha que cuidar de uma garota que pelo que sabia tinha irritado alguém do alto escalão.

O que ela poderia ter feito?

-Bom dia, primeira-tenente Elric - me cumprimentou um soldado quando passei por ele.

Retribui o cumprimento levianamente. O tenente coronel já deveria ter chegado e á essa altura me esperava com os dedos tamborilando na mesa e pensando por que eu tava demorando.

Humf. Estava presumindo demais. Na certa, melhor na real, ele deveria estar no telefone falando com a conquista da noite passada e nem notava meu atraso. Isso sim é a verdade.

Entrei em sua sala e como sabia estava no telefone e blá, blá, blá e blá.

-Tenente coronel - chamei levemente

Ele virou sua cadeira e me lançou um sorriso sarcástico. O encarei. Queria apenas a ficha da minha convidada nada mais.

Ele colocou o telefone no gancho, colocou seus cotovelos na mesa e entrelaçou seus dedos.

-Primeira-tenente Liza Elric, tem uma explicação para sua demora? - indagou ele num tom meio serio

É. Ele notou meu atraso. Que beleza.

Me curvei.

-Não coronel. O motivo é trivial demais - disse

-Tudo bem, primeira-tenente - disse ele num tom meio leve.

Me endireitei. O tenente coronel estava numa posição relaxada. Pegou uma pasta amarelo-parda e a estendeu para mim.

-Aqui está tudo que precisa saber sobre Isabella Swan - disse ele enquanto eu caminhava para pegar a pasta.

A peguei e folhei rapidamente. Leria depois.

-Swan? - indaguei franzindo o cenho - Ela por acaso não seria a namorada do senhor Cullen, seria?

-É, essa mesmo.

-Quê significa isso, tenente coronel? - perguntei - O senhor Edward Cullen sabe da situação?

-Primeira-tenente - disse ele meio severo - Não faça perguntas desnecessárias.

-Mil perdões, tenente coronel - me desculpei.

-Esqueça isso, é melhor assim. Apenas faça o seu trabalho.

O encarei. Aquelas palavras pareciam ter duplo significado.

Ele estava me avisando. Não devia procurar saber mais do que necessário. Para o meu próprio bem.

Roy Mustang. Um idiota completo que se importava comigo, que meigo.

Sorri torto. Ele retribuiu o sorriso com um olhar meio alegre.

-Com sua licença, tenente - disse me retirando.

-Cuidado - ouvi ele dizer enquanto fechava a porta

Abri a pasta. Havia poucas informações da Swan. Ela era namorada de Edward Cullen, morava com o pai, não trabalhava, alguns amigos, fazia o terceiro ano do Ensino Médio.

Enfim nada muito diferente do que já estava acostumada a ver.

Apenas á não ser o fato que namorava o filho do general Olivier Milla Armstrong Cullen.

Tinha que brincar um pouco com a garota, saber suas intenções, sua vida nada me interessa, só seus motivos.

O casamento dos dois era o motivo dela vir parar em minhas mãos.

Garota azarada. Isabella Swan tivera a triste sorte de vir á me encontrar