Liandan

  • Finalizada
  • Kiia
  • Capitulos 12
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 6

    Aposta V

    Álcool, Drogas, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    Verdandi, vilarejo de Miyage. Uma dimensão criada originalmente por uma das três Nornas, a deusa do presente e irmã do meio. Sua aparência era culta e solene, lembrando sempre a de uma sábia mãe.

    Verdandi era um ambiente que permanecia sempre em constante presente, como se o tempo jamais mudasse, ou a noite chegasse. Tal lugar havia sido tomado tempos atrás por Inari - deus do arroz, da agricultura, das raposas e da indústria. – e seus seguidores. Por esse motivo, era considerado um abrigo para kitsunes, seres místicos, a muito imaginadas como parte da mitologia japonesa. No passado, em tempos feudais, existia uma forte ligação entre este mundo e a Terra, por esse motivo, tais animais eram vistos caminhando, ou pregando peças em terras humanas. Isso, porém, já não era mais permitido. Por algum motivo desconhecido, yokais de todas as espécies e gêneros eram proibidos de serem vistos caminhando fora de seus territórios, sendo que poucos templos continuavam exercendo o papel de ligação entre tais dimensões.

    Durante sua rotina matinal, Kishibi Uinta, anciã responsável pelo vilarejo de Miyage, meditava frente a um túmulo de pedra, o qual ela acabara de oferecer um incenso ao defunto. Era seu progenitor e mestre, aquele quem a havia educado para tornar-se uma Kyuubi, uma mensageira direita de seu deus, porém, anos atrás, ao realizar a escolha errada, tornou-se uma Tenko diante de seus demais companheiros.

    Diferente de uma Kyuubi, uma raposa temente a Inari, Tenkos eram cruéis e possuindo mesmo grau de sabedoria, não servindo assim, a nenhuma entidade, mas Kishibi era diferente. Não era má, longe de ser tal coisa, mas há dezoito anos, quando ajudou Hel em seu objetivo, havia sido mal interpretada, e agora pagava por isso.

    - Kishibi Uinta-sama, perdoe minha intromissão, mas não pude me conter. Demétrius me alertou sobre a chegada de nosso visitante. – Yuki, uma kitsune noviça, aproximava-se afoita.

    Era relativamente nova no templo, e com exceção de Uinta e Demétrius, mais ninguém conhecia o passado da jovem de pele morena.

    - Uma ave bocuda, de certo. – disse terminando suas orações do dia.

    O corvo em resposta grasnou irritado com a ofensa, e Yuki tratou de acalma-lo passando a mão sobre sua pequenina cabeça. A mestra levantou-se, e então a humilde kitsune de cinco caudas avermelhadas, apreciou a beleza de sua amada mãe e deusa.

    Os olhos eram estreitos e arroxeados, brilhavam como mil sois, enquanto a pele clara combinava perfeitamente com o cabelo loiro e preço pelos mais diversos adereços. O kimono era elegante e colorido. Lembrava uma obra de arte ao usar uma peça de roupa semelhante as das gueixas, porém com a barra grande, sempre arrastando ao chão. As unhas eram grandes e vermelhas, as orelhas e as nove caudas eram de pelagem dourada assim como o cabelo.

    - Mas o Tengu, está certo, Uinta. – Skoll, o lobo do dia saltou de uma grande árvore de sakura em direção ao solo. Sua expressão era a mesma de sempre, sarcástico, porém tranquilo. – Aquele idiota já deveria ter despertado. Por culpa de meu irmão, já perdemos tempo demais, e agora sabemos que Heimdall está realmente vivo, temos que ser rápidos. – Com os olhos dourados, ele fuzilou Hati, que dormia sob a sombra de mesma árvore. E sem se conter, caminhou até o rapaz, e chutou fortemente o estômago do de cabelos brancos. – Incompetente.

    Ao sentir a dor, Hati gemeu irritado, mas não revidou, já esperava essa resposta agressiva do mais velho, e havia se divertido com a desgraça de Ulric enquanto durara, por isso, não se importava. Apenas resmungou.

    - É aqui que você se engana, caro Katsu. – Kishibi sorriu pequeno com os olhos fechados. Ela havia utilizado uma espécie de segundo nome do lobo, em que uma antiga amiga dos irmãos havia lhe dado, Hati, por sua vez era chamado de Lihn. – Ele já está em treinamento desde que nasceu. Apenas, não consegue controlar as habilidades que já adquiriu. Agora mesmo, ele continua esta tarefa. – e ela sacou um leque de cor azulada em um tom quase roxo. O abanador circulou o ar em um movimento rápido, um espelho surgiu à frente de todos.

    - Penso que Hel possui seus planos, e não tenho certeza de qual lado ela está definitivamente. Mas para ter permitido que a alma de Heimdall saísse de um de seus reinos... – A Tenko fez uma pausa. – Vocês não devem confiar totalmente nessa deusa. – alertou serenamente.

    Demétrius, o corvo sobrevoou ao redor de Yuki, e em seguida mergulhou rumo ao espelho de prata. Como um Tengu, o pequenino possuía diversas habilidades, e entre uma delas, era a de adentrar o mundo dos sonhos de qualquer mortal, e mesmo que Ulric fosse reencarnação de Loki, o corpo que possuía no momento poderia ser facilmente findado. Os demais permaneceram, e iriam assistir a tudo através dos olhos do pássaro, e essas imagens seriam refletidas no espelho.

    Demétrius voava com um imensurável cuidado, pois a mente do rapaz, além de confusa, estava sempre em constante mudança de ideias, e tinha como cenário uma grande metrópole que caia aos pedaços. Era um lugar perigoso, e o pobre animal poderia ser atingindo a qualquer momento por estilhaços, já que do céu, poderosos jatos de fogo brotavam incinerando tudo que surgia em seu caminho. No centro do caos, com labaredas e raios rodeando uma torre semelhante ao do Relógio Big Bem, estava Ulric sentado, calmo e meditando em meio a tantos desastres, porém sua aparência era distinta. Os cabelos antes negros e com mechas roxas, eram enormes e possuíam uma cor entre castanho escuro e o preto; o rosto era mais maduro, experiente e rígido; quanto às roupas, utilizava um sobretudo negro com detalhes em verde escuro, assim como o restante da vestimenta. Sem dúvidas, aquele era Loki, e não seu recipiente mortal.

    Destemido, o corvo aproximou-se conseguindo desviar dos ataques de fogo e eletricidade, e assim se viu no centro, protegido de igual forma como homem. Só então, Demétrius notou que nos pulsos e tornozelos de Loki, estavam presos por resistentes correntes de ouro. Lentamente, Loki abriu seus olhos, e foi então possível ver a maldade naqueles orbes castanhos.

    - Estava a sua espera, Tengu. – sorriu com desdém. Até mesmo a voz transparecia mais firmeza e arrogância do que a de Ulric.

    O pequenino animal grasnou, e penas negras o rodearam, e aos poucos, assumiu uma forma humana, semelhante à de uma criança de doze ou treze anos. Os cabelos eram curtos e brancos, porém possuía uma mecha abaixo do ombro esquerdo, onde era presa por pedras sagradas. Utilizava um kimono comum aos Karasu Tengu, porém, possuía a aparência humana, algo incomum em sua espécie. Os olhos negros não se mostravam satisfeitos com o tom de voz, porém sentou-se de pernas cruzadas ao girar o bastão de sacerdote que segurava, batendo-o em seguida no solo, a cabeça do cajado permanecia para cima. O instrumento estava perfeitamente reto.

    - É um prazer conhecer a senhora deste vilarejo. – cumprimentou Loki fazendo um sinal com a cabeça. Dirigia-se ao pássaro em forma humana, mas ele mesmo sabia que a mensagem não era destinada a ele, e sim a Tenko que a tudo assistia. – Mas... – ele fez uma pausa erguendo a cabeça. Os olhos arderam em fúria. – Não acham que estão demasiado atrasados? Não me recordo de pedir a minha filha capachos tão incompetentes. Estou a quase dezoito anos preso neste corpo mortal, e só me aparecem agora?! – grunhiu visivelmente alterado. Se suas habilidades não estivessem tão limitadas, já teria acabado com todos, haveria de ter controlado com perfeição o corpo de Ulric e colocado um fim ao mundo. Mas não o podia fazer, afinal, era parte da aposta que fizera com Hel.

    Do outro lado, Kishibi assistia a tudo, e não pode evitar sorrir ao escutar tal comentário petulante. Skoll havia exigido que Hati se retirasse, a fim de que não atrapalha-se tudo novamente. Os que continuavam presentes, assistiam a tudo calados, exceto pela mestra de Miyage, a única autorizada a falar.

    - É muita audácia, Loki, no estado em que se encontra nos exigir algo, não concorda senhor do fogo? – a voz da kitsune ecoou pelo mundo onde Demétrius e o deus, se encontravam. Em resposta, o prisioneiro gargalhou mentalmente. Mesmo acorrentado, ele ainda possuía o corpo de Ulric como arma, e agora que o corvo estava lá possuía outra também.

    - Não seja tão confiante, minha senhora. Sabes bem de minhas habilidades, que superam inclusive as suas, mestra das ilusões e do tempo. – sorriu de canto. A enorme franja – normalmente jogada para trás - caia sobre seus olhos, ocultando-os. – A senhora, então, deve estar ciente de que enquanto este projeto de Tengu estiver aqui, possuo ligação com o mundo exterior, não concorda? – Era um blefe. Apesar de conseguir fazer tal coisa, não podia. Quebraria uma das diversas clausulas do contrato com sua filha, e não era isso que ele queria. Sabia que a Kitsune provavelmente não perceberia, e como sempre, ela buscaria pela paz.

    Houve então um longe período de silêncio por parte de Kishibi. Skoll, que ouvia ao diálogo, não pode aconselhar a deusa. Não estava a par dos poderes do homem, e a mulher kitsune por sua vez, apesar de toda sua sabedoria, não era páreo para uma entidade mais antiga que ela, e sem dúvida mais poderosa. Não podia, portanto, prever por completo o que Loki tinha em mente. A presença de Demétrius em mente tão caótica, apenas demonstrava o que todos sabiam. Loki não passava de um perturbado.

    - Katsu. Faça sua parte. – com os olhos fechados, Kishibi pediu. Havia tomado sua decisão.

    O lobo, por sua vez assentiu, e respirando fundo, em suas mãos bolas de fogos surgiram, e ao girar os braços frente ao seu corpo, em um ângulo de 360° graus, e retornar os braços esticados para a posição inicial, um círculo de runas vermelhas foi se formando por onde o fogo era arrastado. As chamas restantes foram jogadas para o alto, onde ao chegarem a certa altura começaram a descer, e antes que atingissem o solo, Skoll fez um movimento semelhante a uma rasteira, onde o joelho direito encontrava-se flexionado, e a perna esquerda devidamente esticada assim como os braços. As fontes de calor, então, retornaram a mão do filho mais velho, e em um movimento rápido, ele empurrou o círculo desenhado por fogo com as palmas das mãos incandescentes. O espelho de prata à frente, partiu-se em milhares de pedaço ao entrar em contado com a magia, e agora, apenas uma energia em forma animal, um lobo para ser exato, percorria a mente de Ulric, habitada por Loki. Aquela vida era ágil apesar de pequena, e completamente feita de fogo. Foi ao chegar ao centro de tudo, que aquela forte luz quente, banhou o deus partindo parcialmente as correntes em seus tornozelos e pulsos. Podia agora movimentar-se livremente por aquele universo, porém ainda estava acorrentado a aquilo. Mas já era o suficiente. Com aquela magia, Ulric agora lembrava-se de quem de fato era mesmo fora de seu mundo mental. Poderia inclusive realizar os encantamentos que usara em batalhas em seus anos como imortal.

    - Satisfeito, meu senhor? – questionou a mulher antes de o Tengu partir através de um dos fragmentos que restara.

    Com os pulsos e tornozelos parcialmente livres, exceto pelos resquícios das correntes – cujo ele não poderia retirar. -, o homem estralou os dedos, em seguida o pescoço. Estava agora de pé, preparando-se para alongar as pernas.

    - Considerando que é o melhor que podem fazer... – a resposta foi seca. Sem humor, e logo se lembrou da fraca e insignificante presença de Demétrius. Era apenas uma pobre entidade, era novo demais para ser realmente forte, e talvez nunca o fosse. Pensou Loki com desprezo.

    - A propósito. Aconselho a saída deste yokai deste resinto, antes que mude de ideia e o aniquile. – Os olhos castanhos eram parcialmente ocultos pela franja, mas a maneira como as palavras fugiam de sua garganta, seu poder e inclusive o olhar, fez com que Demétrius se arrepiasse. Pela primeira vez, o pequenino ser sentiu medo do deus acorrentado.

    - Claro. – Concordou a mulher kitsune com um aceno de cabeça. – Venha pequeno, sua missão foi findada.

    Ansioso por afastar-se de vez de tal lugar. O garoto de cabelos brancos voltou à forma negra e pequena de antes. Se fora rápido entrar na mente de Ulric, fora então mais imediata à saída. Era apenas uma criança, e o olhar assassino que Loki havia lhe lançado impregnada sua mente infantil, fraca e inexperiente na vida. O pequenino corvo voou o mais rápido que suas asas permitiram, e ao se ver longe do homem, sentiu-se mais aliviado, porém, só relaxou completamente, quando se viu abraçado e confortado pelos braços de Yuki, a kitsune de pele morena e pelagem vermelha.

    - Calma, meu querido, calma... – falava enquanto acariciava o pobrezinho, que apesar de não demonstrar completamente, estava assustado.

    - Yuki, leve Demétrius para seu aposento, ele precisa descansar. Permaneça também longe. Em breve o rapaz irá despertar, e ele não pode sentir sua presença... Ainda. – a deusa retirou uma espécie de véu branco rendado de seu rosto, jogondo-o para trás, agora descendo pelos cabelos. A voz era preocupada, porém firme. – Katsu, chame Lihn, e avise a ele para não se exaltar frente à Loki.

    Assim como foi pedido, todos obedeceram Kishibi ficando a espera de Ulric, que ainda permanecia em sono, apesar de já estar curado. Não apresentava mais feridas, e um dos servos da mestra de Miyage havia banhado e trocado as roupa do rapaz que agora vestia a vestimenta típica daquele mundo.

    Enquanto permanecia no mundo interior, Loki sentou-se novamente no centro do caos, onde ao desenhar no ar um círculo negro de magia, e proferir palavras estranhas, algo se projetou de seu corpo, atravessando o anel mágico. O corpo permaneceu sentado, porém encontrava-se inanimado. A projeção se viu então envolta por fumaça arroxeada, e fechou os olhos, quando os abriu, se viu frente à Hel, sua filha. Havia adentrado um dos nove reinos inferiores da deusa da morte.

    - Vejo que finalmente foi ao encontro de Kishibi Uinta, Loki. – sentada em seu trono, coberto por corvos que chiavam pela presença do outro ser.

    Fenrir, o lobo gigante, estreitou os olhos, não gostando da presença do pai. A mão esquelética de sua irmã pousou em sua cabeça, acalmando-o. Por sua vez, o senhor do fogo riu divertindo-se com a cena. Já fazia um bom tempo que não via seus filhos, apesar de que nem todos se encontravam presentes. Ao todo, Loki tivera seis filhos, mas apenas dois dos que tivera com a giganta Angrboda se encontravam no salão de ossos.

    - Você me lembra um pouco sua mãe, Hela. – Começou ele com um dos possíveis nomes da mulher. – Sei que nossa relação nunca foi das melhores, mas entenda que não tive culpa, Odin foi o culpado pelo seu exílio a este fétido local. – Táticas para convencer seu inimigo. Era isso que Loki planejava fazer no momento. Era a melhor maneira de saber das intenções da jovem, e claro, usa-la ao seu favor. A face parecia arrependida e muitos caíram em sua história. Exceto a deusa. Estava farta das investidas do pai.

    - Sim, está certo meu bom homem. Foi Odin quem me atirou a este fim do poço, mas o senhor meu pai, nunca se importou de fato comigo, nunca passei de uma mera peça de xadrez para ti, um peão. Porém, aqui aprendi a ser a Rainha. – Ela fez uma pausa. Os olhos secos, sem emoção alguma. – Aqui, meu palácio chama-se Elvidner, minha mesa é a Fome, minha faca é a Inanição; o Atraso, é meu criado; a Vagareza, é a minha servente; o Precipício, minha porta; a Preocupação minha cama, e os Sofrimentos formam as paredes destes aposentos. Como pode ver, não preciso de você.

    Hel ergueu-se desfilando com o vestido negro que arrastava a barra no chão de crânios. Caminhou até seu pai, ficando a poucos centímetros do homem.

    - Escute. Nunca fui, e nunca serei uma marionete para ti, agora vá, antes que cancele nossa pequena aposta. Não pretendo olhar para sua face podre até o dia determinado.

    Irritado, mas sem demonstrar, Loki concordou com a cabeça, mas não mostrou sua verdadeira face ainda. Preferiu continuar com sua atuação, e dando meia volta, retornou para o “corpo”, aonde iria finalmente despertar seu corpo mortal. Sua filha apesar de tudo era uma entidade justa e boa, era facilmente influenciada pelos outros deuses, assim como lembrava, e daria um jeito de moldar a mulher.

    - Mole, mole e mole. – cantarolou a irritada voz de Vidar. Ele havia entrado nos reinos da deusa não fazia muito tempo, mas havia presenciado a conversa. – O que possui em mente, minha doce donzela? Poderia ter acabado com seu pai neste exato momento, e não o fez. E ele sabe que não será capaz disso, por isso insiste em lhe clamar ajuda diversas vezes, Hel. – as mãos brutas seguraram a mulher pelos ombros, e ela irritou-se com o toque. Esticando o braço sem carne, o deus da vingança sentiu como se o tempo chegasse a ele, e começasse a perder as forças, notou então que estava envelhecendo rapidamente.

    - Cale-se. Apenas permito sua misera existência. - pronunciou-se enquanto escutava Vidar agonizar de dor pela mudança rápida em seu corpo. – Se eu bem entende-se, poderia por fim a sua vida. – com palavras ásperas, Hel encarou o deus, e por fim, fez com que ele retorna-se a sua antiga forma. – Por isso, não me questione.

    A mulher voltou-se então para o irmão lobo.

    - Fenrir, este senhor já está de partida, acompanhe-o até o rio Nastronol. – o córrego era equivalente ao rio Aqueronte da mitologia grega, sendo este um afluente do rio Styx, conhecido por levar ao inferno de Hades. O caminho indicado por Hela era uma das maneiras de se adentrar em seu reino ou por outras dimensões da morte, assim como também era um caminho para sair.

    - Vadia. – soltou antes de ser arrastado pelo enorme lobo, que o segurava com os dentes.

    Quando se viu sozinha, Hel caminhou pelos corredores de seu palácio, as janelas eram grandes, e permaneciam sempre abertas, por onde passava, escutava o barulho das almas atormentadas que berravam por socorro. Não se importava com eles, tratava-os como objetos de coleção, e apenas desejava aumenta-la. Chegou então em um cômodo com porta negra, onde eram desenhados esqueletos humanos que rogavam pela piedade dos deuses em Asgard.

    - Porcos inúteis. Merecem o que vivem agora. – murmurou enquanto abriu a enorme porta. A sala era espaçosa. Não possuía móveis, exceto por um fosso de água cristalina no centro. Era rodeado por rosas negras, e ao aproximar-se, arrancou uma pétala da flor, a qual jogou na água que rapidamente adquiriu o tom negro.

    - Estou farta de jogos. Que se inicie Liandan, o fim do mundo deve começar.

    Fim Aposta V


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