Heaven Way

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 6

    VI - Miraah

    Álcool, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Violência

    Corria, corria, e corria. Era o dia de seu décimo sexto aniversário e para toda a tribo já era uma moça feita e começaria a ter um série de obrigações a cumprir com sua família, seu tribo, e quem sabe, daqui um tempo, com seu marido. A ideia a enchia de ansiedade, e um pouco de medo. Pela cultura dos Homens-Gato, qualquer um poderia pedir para desposá-la, e a única forma de recusar quem quer que fosse que lhe pedisse a mão, seria derrotando-o em combate ou convencendo-o de mudar de ideia, o que geralmente também era feito durante o combate.

    E era por isso q treinava agora, sempre treinara e brincara ali, mas agora sabia q precisava estar em forma. Pulava pelas arvores fazendo magnificos saltos e acrobacias, algumas finalizadas com poderosos golpes de sua adaga. A adaga tinha sido um presente pelo seu aniversário e era visivelmente uma ótima arma, na verdade eram duas adagas gêmeas, de excelente aço, com uma curvatura que facilitava grandemente a penetração de uma estocada dada em movimento de arco com o braço, o cabo era forrado com couro de mirkhar* com um botão dourado, sendo que em cada uma a extremidade era diferente; numa um encaixe e na outra um local para encaixar, o que fazia com que pudessem ser unidas se tornando uma unica arma de duas laminas.

    Miraah era uma linda jovem do povo dos Homens-Gato. Os pelos dos cabelos eram de um roxo profundo e escuro e os que recobriam o resto do corpo de um com do mais suave lilás, possuía olhos escarlate e um focinho imponente que lhe dava um ar provocante apesar de no geral seu rosto aparentar algo dócil e amável. O corpo era esguio e forte, com curvas leves mas bem traçadas e uma perna forte que ela aprendera desde pequena como poderia ser útil para sua velocidade. Lembrava exatamente uma gata no fim das contas, uma bela gata púrpura.

    Estava ocupada com seu treino, concentrada nas mãos e na adaga e se esqueceu dos pés por um momento. Tropeçou num cipó rente ao galho que usou para tomar impulso e se projetou desastrosamente para frente, com o mundo girando ao seu redor. Estava caindo e se torcendo no ar para faze-lo em pé quando ele a pegou nos braços no meio do ar e pousou com ela numa árvore próxima.

    - Tiregeh! - disse sobressaltada.

    - Sei que dizem que assim como os gatos comuns... nós sempre caímos em pé, mas se continuar tentando prová-los o contrário penso que vai acabar conseguindo. - dirigiu-lhe um sorriso amigável mas zombeteiro, ela sempre odiou aquele sorriso, ou adorou, não sabia dizer. - Essa é o que? A sexta vez? - Na verdade era a nona, mas seis era um número menos comprometedor.

    - Não precisava fazer isso, eu não ia me machucar. Sempre fui ágil e de bons reflexos. - desviou o olhar do velho amigo e dirigiu-lhe a um amontoado de folhas qualquer devido ao embaraço.

    - E sempre fui descuidada também.

    Miraah bufou com aquile comentário o que pareceu divertir ainda mais Tiregeh. Tinha a mente numa confusão mas por fim disse:

    - Pode me soltar agora que já garantiu que estou segura?

    - Claro, achei que não iria pedir e iria no meu colo. - Tiregeh ria entre as palavras enquanto a colocava sobre o galho

    - Ir aonde?

    -Não é óbvio? Você já tem seu primeiro pretendente. - riu como se aquilo fosse uma brincadeira daquelas que as crianças fazem fingindo serem adultos - Espero que todo esse treino tenha lhe servido bem.

    - Por quê? - ela ria e olhava para ele de um jeito provocante e divertido. No geral não era assim, mas os anos e o focinho tinham ensinado-a a ser quando queria. E agora era a hora de dar o troco e zua-lo de volta. - Não quer que eu me case com ele? Talvez quisesse que fosse você a me desposar?

    Ele não pareceu muito incomodado com a provocação.

    - Olha... seria até muito bom. Mas acho que quem não vai querer o pretendente é você. - e lá estava o sorriso zombeteiro outra vez.

    - E quem seria?

    - Vai descobrir quando chegar. - e riu enquanto se virava. - Uma corrida? - apoiou-se sobre as quatro patas e se impulsionou a frente.

    - Ei! Isso... aargh! - Miraah foi atrás.

    Tiregeh era seu amigo desde a infância e tinham ambos crescido juntos. Era mais forte do que a média e extremamente ágil e veloz, ainda mais para a idade. Tinha três anos a mais que Miraah mas já era muito mais rápido de forma que frequentemente reduzia a velocidade da corrida para não se manter muito longe dela. Seus pelos eram todos baixos de um tom alaranjado com listras cor de cobre, e um rosto feroz. Miraah crescera com ele e não se sentia nem um pouco intimidada, mas sabia que era um rosto feroz, e os outros rapazes da tribo, até alguns mais velhos o respeitavam mais do que o normal para um jovem de dezenove anos. Em geral, parecia-se muito com um tigre.

    Após a corrida que naturalmente foi vencida por Tiregeh, Miraah foi entrando no aposento principal de sua casa com Tiregeh logo atrás. Lá dentro estavam o pai, a mãe e o irmãozinho, Nekh. Era muito parecido com ela mesma, mas sua pelagem era preta, toda ela, exceto na região da barriga, onde tomava um tom de cinza bem próximo do branco.

    Mas não haviam só eles no aposento, seu pretendente também estava lá e Miraah prendeu a respiração quando o viu. Realmente não queria tê-lo como marido, mas não acreditava que poderia derrotá-lo. Sua segunda opção que seria a de algum outro desafiá-lo para que este outro a desposasse, parecia igualmente perdida. Não era a única que não seria capaz de derrotá-lo. Era forte, com pelagem negra, mas não possuía nada além de negro, como seu irmão possuía, e era muito alto e robusto, com um rosto severo e zangado. Um homem-gato forte, mas não muito bonito e nem de longe parecia-lhe gentil. Era chamado de Phantum e era uma pantera severa e brava que nunca desejaria ter como marido

    - Olá Miraah, - disse Phantum - imagino que não irá se negar a mim, então vamos, me diga, quando prefere que seja? Amanhã talvez? Ou semana que vem. Não esperarei muito além disso.

    Seus pais a olhavam com olhares aflitos, sabiam que não era o q a filha desejava mas também não viam como impedir aquilo.

    Mas ela tinha que tentar, era a sua vida que estava sendo decidida ali, era loucura, mas a honra a impelia.

    - Amanhã, logo após o romper da alvorada.

    - Vejo que também não tem paciência para esperar o casamento. Ou talvez seja tão pra frente quanto parece. - e riu daquilo, o que fez com que ela fechasse a cara e cerrasse os punhos. Não havia duvidas, tinha tomado a decisão certa. Reuniu toda a coragem para enfrentar o momento, mas não podia só dizer aquilo, tinha de dizê-lo de um forma divertida. Ao menos para ela.

    - Casamento? De onde tirou isso? É amanha que lutamos.


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