Harvest Moon Meus Amigos da Cidade Mineral

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    Capítulo 9

    Visitas inesperadas

    Julie acordou no dia seguinte ao incidente ocorrido na Hospedaria de Doug sentindo-se muito bem. Havia dormido como uma pedra, coisa que há muito não conseguia. Levantou-se e espreguiçou-se, dando um longo bocejo. Sentou-se na cama e sentiu falta de um espelho para ver como havia acordado. Tirou a camisola e pôs as roupas casuais de fazendeira, preparando-se para mais um dia de trabalho, mas pretendia dar uma passada na fonte termal antes e tomar um banho. No entanto, no momento que ela terminara de se trocar, alguém bateu à porta de seu casebre e ela viu a silhueta de alguém de cabelos pretos pela janela enquanto o cachorrinho latia, eufórico.

    - Já vou! ? respondeu com um grito.

    Dirigiu-se até a porta e então a abriu, girando a maçaneta, vendo duas mulheres que ela ainda não conhecia. Uma tinha aproximadamente a sua idade com longos cabelos pretos e usava óculos, mostrando um branco e gentil sorriso para Julie com a pele clara e os olhos negros. Era muito bonita. A outra era igualmente bonita, aparentando ser a mãe daquela jovem.

    - Então finalmente conheço a famosa Julie! ? disse Anna, ao ver Julie atrás da porta, enquanto o cachorrinho aproveitava a brecha para sair da casa latindo, fazendo Anna dar um pulo, assustada.

    Dirigiu-se até a porta e então a abriu, girando a maçaneta, vendo duas mulheres que ela ainda não conhecia. Uma tinha aproximadamente a sua idade com longos cabelos pretos e usava óculos, mostrando um branco e gentil sorriso para Julie com a pele clara e os olhos negros. Era muito bonita. A outra era igualmente bonita, aparentando ser a mãe daquela jovem.

    - Então finalmente conheço a famosa Julie! ? disse Anna, ao ver Julie atrás da porta, enquanto o cachorrinho aproveitava a brecha para sair da casa latindo, fazendo Anna dar um pulo, assustada.

    Capítulo 9 ? Visitas inesperadas

    - Manna me falou muito de você! ? disse Anna, abrindo a cesta de piquenique e colocando em cima da mesinha de Julie uma garrafa de café, umas torradas, pães e biscoitos caseiros.

    - Falou? ? Julie perguntou, olhando as coisas que Anna colocava em sua mesa. ? Bem ou mal?

    - Bem, é claro! ? disse Anna, sorrindo. ? Jamais falamos mal de alguém, e aí eu pensei: ?Que coisa! Temos uma nova vizinha morando num casebre caindo aos pedaços no meio de uma propriedade abandonada e eu nem tive a coragem de fazê-la uma visita! Que tipo de pessoa eu sou? Egocêntrica e Anti-social??

    - Mãe ? a filha de Anna, Mary, interveio na conversa da mãe. ? Suas observações são com boas intenções, mas viemos aqui para conhecer a Julie.

    - Obrigada, Mary ? disse Julie, sorrindo para a menina. ? Mas minha vida não tem pontos muito interessantes, sabe?

    - Hum? tudo bem. Não só não se ofenda com o que mamãe diz ? Mary estava visivelmente constrangida. ? Ela exagera, às vezes.

    - Mary, não fale assim de sua mãe, até porque ela está bem aqui! ? disse Anna, encarando sua filha com olhar repreensivo. ? Se você não gosta de mim, não preciso de você no meu encalço! Por que não vai atrás do seu pai que a esta hora deve estar escalando a Colina-Mãe?

    - Meninas, não briguem ? disse Julie, servindo-se de café na sua própria xícara, enquanto Anna tirava algumas mais limpas e bonitas,de porcelana, do cesto.

    - Julie ? Mary virou-se para Julie, tentando manter a calma e transparecer gentileza e educação, mas Julie via nos olhos dela o constrangimento que sentia. ? Por que não começa nos contando sobre sua vida antes de vir pra cá? Afinal, o que faz uma jovem sair da cidade e vir para o campo?

    - Bom, ? disse Julie, tentando quebrar aquele clima. Sabia que também agiria como Mary se sua mãe fosse daquele jeito, então preferiu relevar os comentários da perua do campo de Anna ? pra começar, eu vim pra cá querendo descansar, sabe. Viver na cidade sozinha logo depois de perder os pais e? sabe, um monte de coisas. É muito complicado, entende? Além do mais, eu estava tendo dificuldades séries nos trabalhos e? estava tendo outros problemas? pessoais ? Julie disse, medindo palavras.

    - E a sua família e amigos? Não foi difícil deixar tudo isso pra trás? ? perguntou Mary, enquanto todas comiam e bebiam o que Anna tinha trazido.

    - Bom, eu morava lá há um ano, mas não havia me entrosado muito. Estava presa a um trabalho que me prendia por horas e mal tinha tempo pra mim mesma ou para os meus pais que moravam comigo ou para? me divertir. Raramente saía e minha família não é muito grande e praticamente todos eles vivem espalhados pelo mundo ? disse Julie após mastigar uma torrada e beber um gole do café que Anna havia trazido. ? Então eu não tinha muito que fazer, além do mais quando comprei este lugar, o anúncio prometia uma vida fácil e tranqüila.

    - Vida fácil? ? indagou Anna, intrigada e ansiosa. ? Tipo? mulher de vida fácil?

    - Não! Não desse tipo! ? disse Julie, chocada com a dedução de Anna. ? Do tipo ?eu queria descansar?!

    - Ser sustentada? ? perguntou Anna, novamente e parecendo empolgada com a situação.

    - Mãe! ? Mary brigou com ela, em tom sério de novo. ? Francamente! A Julie não é esse tipo de mulher!

    - Mary, como sua mãe eu exijo mais respeito! E como pode falar assim dela se? Alguém bateu à porta mais uma vez.

    - Eu atendo? ? Julie se levantou e foi até a porta, aborrecida com as perguntas ofensivas de Anna. ? Pois não?

    A figura que se apresentara diante de Julie ela também nunca tinha visto. Era um oriental com roupas multicoloridas, usando longos e finos bigodes da mesma cor do cabelo negro, que estava amarrado numa longa trança. O oriental sorriu ao vê-la.

    - Finalmente conheço a famosa Julie! Ouvi muito?

    - Falar de mim? ? perguntou Julie, interrompendo-o com certa grosseria. ? Que bom! ? disse, sarcástica. ? Todos ouviram. O que você quer?

    - Uau! ? disse o oriental. ? Eu esperava mais ânimo de sua parte ao me conhecer!

    - Won ? disse Anna aparecendo atrás de Julie ?, só algum louco ficaria feliz em te ver! Além do mais, dá um desconto pra ela. Se você morasse num casebre sem sanitário, como você se sentiria?

    - É verdade? ? Won concordou e começou a gargalhar com Anna para maior aborrecimento de Julie.

    - Já estou ficando cheia de vocês! ? disse Julie sem medir as palavras agora. ? Poderiam deixar seus deboches e críticas para, sei lá, outro mês ou semana?

    - Relaxa, bem! ? disse Won, sorrindo para ela. ? Todos neste vilarejo preservamos o bom-humor e a harmonia entre todos os povos! Por isso? ? ele disse colocando sua maleta no chão e abrindo-a ? eu vim lhe mostrar os melhores apetrechos da Cidade Mineral por precinhos bem miudinhos!

    - Você é um vendedor? ? espantou-se Julie.

    - Sou, por quê? ? ele perguntou, estranhando a surpresa dela.

    - Nada. Só achei que os vendedores andassem mais? com terno! ? disse Julie, dando um risinho amarelo.

    - Olá Won ? Mary, sorrindo ao sair do casebre de Julie para cumprimentá-lo.

    - Olá lindinha ? disse Won, beijando a mão dela e sorrindo ? Linda, adorável e educada como sempre. Bem diferente da sua mãe?

    - Que isso, Won ? disse Mary puxando sua mão, ainda com gentileza.

    - Já vou avisando, tome cuidado com Won! ? disse Anna à Julie. ? Ele adora ?desmiudar? os preços e tudo é um monte de lixo!

    - Lixo é o que sai dessa sua boca, Anna! ? disse Won, lançando a ela um olhar cortante. ? Meus produtos são de altíssima qualidade e confiança! Além do mais, são produtos que dificilmente você encontrará na cidade como essas espetaculares maças especiais ? ele tirou três sacolas e dentro de cada uma, uma maça diferente, e fechou a maleta ? que custam apenas quinhentos douros!

    - Quinhentos douros numa maçã? ? espantou-se Julie. ? São maçãs que falam com e dançam também ou só servem pra fazer suco?

    - Mas que belo dia! ? uma quarta voz surgiu diante dos ouvidos de Julie, mas era uma voz já conhecida de Julie. O Prefeito que ela socara dois dias atrás chegou à fazenda. Ao ver que o olho roxo ainda não havia sarado totalmente, sentiu um pouco de remorso pelo que fez a ele e tentava se justificar lembrando, mentalmente, do golpe que tomara ao assumir aquela propriedade abandonada ? Não esperava encontrar tantas pessoas visitando nossa mais nova fazendeira! Se entrosou rápido hein Julie!

    - Prefeito! ? Won deu um largo sorriso ao vê-lo e foi abraçá-lo, fingindo emoção. ? É tão bom ver ilustre figura aqui entre nós, o povo miserável?

    - O único povo miserável aqui é você, Won! ? disse Anna, fazendo pose de superior.

    - ?descendo até a ralé e mostrando ao mundo que os governantes não se acham superiores e? ? Won continuava, enquanto dramatiza abraçado Thomas.

    - Won, não vou comprar nada se continuar agindo dessa forma ? disse Thomas sério e Won imediatamente o soltou.

    - Você é como todos os outros ? disse, olhando feio para o prefeito.

    - Olá Prefeito ? disse Mary, sorrindo pra ele e Anna fez o mesmo. ? Tudo bem?

    - Eu vou muito bem e as senhoritas? Inclusive você, Julie ? ele perguntou à mamãe e à filha e depois à fazendeira. ? Como está?

    - Eu vou bem ? Julie deu um sorriso ligeiro e acenou pra ele. ? Como vai o? olho? ? ela perguntou, constrangida.

    - Vai bem. Meu filho Harris tem me ajudado com o gelo, sabe. Mas eu vim te convidar ? ele disse, olhando fixamente para ela e depois voltando seu olhar para os outros ? e a todos os outros aqui presentes para ir ao Festival da Corrida de Cavalos. Já está tudo confirmado e na semana que vem, começa a competição! Aliás, se você tiver um cavalo bom de corrida e bem criado é só inscrevê-lo e você estará na corrida ? ele contou.

    - Sério? ? Julie perguntou, animada. ? Eu amo andar a cavalo, mas ? ela fez uma expressão de tristeza ? não tenho um cavalo agora.

    - ? foi o que eu pensei ? disse o Prefeito, parecendo partilhar da tristeza dela. ? Mas de qualquer forma, será na Praça Mineral. Espero ver você lá.

    - Eu estarei lá ? disse Julie, sorrindo para ele com um pouco mais de empolgação.

    - E espero ver os outros lá também? como todos os anos ? disse Thomas, olhando Mary, Anna e Won. ? Agora eu estou indo. Souberam do que aconteceu com Manna e Duke na noite passada?

    - Manna e Duke? ? perguntou Anna, surpresa e chocada. ? O quê?

    - Os dois brigaram na Hospedaria do Doug e? bom, ele está vivendo na estalagem agora ? disse o Prefeito.

    - Que triste? Manna é tão boa! Merecia algo melhor ? disse Mary, com expressão de tristeza.

    - Manna! Ela precisa de mim! ? disse Anna, dramática e horrorizada. ? Mary, recolha nossas coisas e não deixe nada pra trás que essas coisas eu comprei com meu dinheiro. Nos vemos depois.

    Ao dizer isso, Anna se retirou do local às pressas sem se despedir de ninguém.

    - Julie, ? sem jeito, Mary se aproximou da fazendeira meio constrangida ? posso recolher as coisas do café da manhã?

    - Pode sim, Mary ? Julie respondeu, séria, mas tentando ser gentil ? Manna? queria sigilo sobre isso ? disse Julie ao Prefeito.

    - Bom, o que eu posso fazer quando Manna quer esconder e Duke quer contar? ? perguntou o Prefeito.

    - Hum? eles brigaram de novo? ? perguntou Won, alisando os bigodes. ? E se eu começasse a trabalhar com divórcios? Ganharia uma fortuna com esses dois!

    - Credo, Won! ? disse Julie, impressionada com a atitude dele. ? Você é insensível!

    - Nessa vida, querida, o dinheiro fala mais alto. Agora eu vou embora! ? Won pegou sua maleta e pôs-se a andar para fora da fazenda. ? Adeus a todos!

    - Eu também vou agora ? disse o Prefeito ao ver Won sair. ? Tenho mais algumas coisas para resolver. Tchau, Julie e Mary ? ele se despediu e as jovens retribuíram, enquanto ele deixava Won.

    Poucos minutos após Thomas sair da fazenda, Ann entrou correndo, sorrindo para o Prefeito ao passar por ele. Suas tranças ruivas balançavam fora de sincronia e ela exibia um imenso sorriso no rosto.

    - Julie! Julie? ? ao parar, ela ofegou bastante, enquanto tentava esboçar um sorriso no rosto e ajeitar o cabelo. ? Estou? atrasada?

    - Uau! Que correria hein e olha que eu nem lavei o rosto ? disse Julie, sorrindo ao vê-la aparecer. ? Não. Você chegou bem na hora?

    - E então, combinamos ontem e eu cheguei. Vamos à coleta? Ei Mary! Por que não vem coletar coisas com a gente? ? perguntou Ann à amiga.

    - Não, obrigada. Eu tenho? que levar essas coisas pra mamãe ? ela mostrou a cesta. ? Espero que se divirtam juntas. Tchauzinho! ? e ela saiu também.

    - Poxa, cheguei e todos se foram! Pouco importa, não gosto deles mesmo ? disse Ann em tom de brincadeira e rindo e então olhou para Julie. ? O que você está esperando para começar a coleta, hein menina? Vamos!

    CONTINUA


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