Rompimento com o passado

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Aproveitou para fazer uma faxina, enquanto seus companheiros de Yorozuya estavam fora. Já que não era sempre que tinha dinheiro para remunerá-los, decidiu dar uma folguinha para Kagura e Shinpachi.

Revirando as coisas, deu de cara com uma caixa há muito esquecida em um canto. Resolveu abri-la, mas antes soprou a poeira que estava acumulada sobre ela. O efeito imediato foi uma tosse descontrolada, seguida por dezenas de espirros.

Assim que essa crise momentânea passou, Gintoki assuou o nariz no primeiro lugar que viu: a manga do quimono branco.

- Tenho que me lembrar de não deixar mais nada acumular poeira aqui... ? resmungou.

Abriu a caixa e verificou seu conteúdo. Tirando os objetos nela contidos, um a um, encontrou algo que nem esperava encontrar ali. Um caderno velho, danificado, com a capa e as folhas internas bastante enrugadas e com a escrita borrada.

Gintoki o abriu com cuidado, enquanto murmurava:

- Eu achava que tinha jogado isto fora...

Aquele caderno tinha, em suas páginas, o seu passado. A época em que ele, Katsura e Takasugi eram discípulos de Soyo-sensei. Mas, tempos depois, vivenciaria coisas amargas do seu passado.

Não, não valia a pena se agarrar ao passado. O samurai, depois de muito ponderar, fechou o tal caderno, bastante mal-conservado devido ao total relaxo de seu dono.

Para que reviver os momentos ruins? Era melhor romper logo com qualquer elo do seu passado. Mesmo vivendo completamente duro com apenas alguns serviços esporádicos como Yorozuya, achava que estava numa situação mil vezes melhor do que antes.

Jogou o caderno de volta à caixa e largou num canto qualquer. Após terminar a limpeza, saiu dali para tomar um ar e encontrar Kagura e Shinpachi.

E o caderno de capa verde, mais uma vez, ficou esquecido. Mais uma vez, Gintoki rompera com mais algumas amarras que insistiam em fazer com que revivesse o passado.

Era muito melhor viver o presente.