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- Kagura-chan, não faça isso! ? Shinpachi gritava a plenos pulmões.
A garota não o escutava. Pelo contrário, aproximou-se cada vez mais do garoto de óculos, que empunhava uma espada de bambu, geralmente usada em treinos de kendo. Kagura parou frente a frente com ele, que, paralisado, não esboçou reação alguma. Ela, por seu turno, o estrangulou com apenas uma mão.
- Por quê...? Kagura-chan...? ? foram suas últimas palavras.
De repente, alguém irrompeu na sala, após arrebentar com a porta corrediça:
- SHINPACHI! KAGURA! ? era a voz de Gintoki, que havia corrido como um louco para chegar lá.
O samurai albino logo se deteve quando viu a cena: Kagura exibia um sorriso tétrico no rosto e Shinpachi, inerte, jazia jogado aos seus pés.
- Kagura...? ? ele perguntou completamente atônito. ? Foi você...?
A garota Yato não respondeu. Simplesmente atacou o Yorozuya, que procurou se defender com sua espada de madeira. Não adiantou, pois ela acabou sendo quebrada pela garota.
Com um único golpe potente, ela o golpeou, fazendo-o cuspir uma grande quantidade de sangue. Ele caiu de joelhos, sentindo o impacto do soco que levara. Com mais um golpe, Kagura o liquidou.
Mas, instantes depois, pareceu acordar de um transe. A alguns passos, Shinpachi estava jogado sem vida. E, à sua frente, Gintoki, também inerte, estava caído.
Kagura, assustada com aquele cenário, recuou alguns passos, sem acreditar no que estava presenciando. Viu sua roupa vermelha manchada com um vermelho mais escuro. Manchas de vermelho da cor de sangue. Agora ficava mais apavorada e desnorteada.
Ouviu palmas. Em seguida, outra voz.
- Ora, ora... Minha irmãzinha desistiu de renegar seu sangue Yato... Você esqueceu, Kagura, que uma vez que sejamos monstros, sempre continuaremos sendo monstros?
Era Kamui. Era a voz de seu irmão assustador, que confirmara o que ela não queria confirmar: ela ainda era um monstro. E havia matado seus próprios amigos.
As lágrimas invadiram seus olhos azuis e logo deixou-se cair de joelhos. Levou as mãos ao rosto e começou a chorar copiosamente.
*
Gintoki acabou acordando ao ouvir soluços abafados, que pareciam de alguém chorando. Prestou um pouco mais de atenção, a fim de descobrir de onde vinha o choro. Abriu a porta do armário onde Kagura costumava dormir e a encontrou chorando.
- Ei, Kagura, isso é hora pra fazer barulho? Temos que acordar cedo amanhã.
A garota não conseguia responder, apenas continuava a chorar muito e parecia assustada.
- Kagura, para com isso! ? Gintoki ordenou com voz firme.
Não adiantou, ela chorava cada vez mais. Não adiantava posar de ?durão? diante de uma situação daquelas.
- Gin-chan... ? Kagura disse entre soluços. ? Gin-chan... Eu tô com medo... Sonhei que tinha matado você e o Shinpachi... Eu era um monstro... Tô com medo de ser um monstro...!
Aquilo desarmou o samurai de vez. Aquela situação fez com que ele se lembrasse de que Kagura era apenas uma criança. Diante disso só lhe restava tentar acalmá-la. Abraçou-a e afagou sua cabeça.
- Foi só um pesadelo, Kagura. Fica calma. Você não vai ser um monstro. Eu e o Shinpachi não vamos deixar isso acontecer.
Kagura, por fim, conseguiu se acalmar com aquele gesto ?paterno?, mas não tão ?paterno? assim. Após alguns instantes, ela acabou adormecendo.
- É... Ela ainda é apenas uma criança... ? Gintoki murmurou para si mesmo.
Ele a colocou de volta ao armário onde, finalmente, ela poderia dormir em paz, sem medo de seu ?monstro interior? despertar. E Gintoki também sabia muito bem o que era carregar um monstro dentro de si. Um monstro sedento de sangue... Como o Shiroyasha que fora anos atrás.
Sorriu. Assim como ele, Kagura tinha que aprender desde cedo a dominar seus instintos mais sanguinários. E sabia que a garota era capaz de fazê-lo também.
Se Kagura precisasse de ajuda para isso, poderia ter certeza de que ele e Shinpachi a ajudariam.
Com essa certeza, voltou a deitar-se em seu futon e logo caiu no sono também.