Uma reunião em família

Tempo estimado de leitura: 30 minutos

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    Capítulo 5

    Uma luta inevitável

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    Goku e Kibitoshin seguiram voando rumo ao Caminho da Serpente até certa altura, onde aterrissaram.

    - Então, se pularmos do Caminho da Serpente, desceremos ao inferno?

    - Sim. Uns anos atrás eu caí daqui, Kibitoshin.

    - Então, vamos, Goku.

    Os dois deram um salto por entre as nuvens alaranjadas e desceram vários metros, até tocarem o chão do local. Logo que chegaram, deram de cara com os dois ogros que eram os guardiões do local. Após uma rápida conversa, Goku e Kibitoshin souberam que havia algum evento anormal por ali, mas que os ogros não sabiam explicar, visto que um morto dali desaparecia a cada cinquenta anos.

    E logo foi revelado que dessa vez havia desaparecido dois mortos dali. Os ogros eram ruins de memória para lembrarem os nomes de quem havia sumido, mas, em compensação, sabiam descrevê-los.

    - Pois é ? um deles disse. ? Um deles parece uma barata com voz irritante e é um feiticeiro. Feio e chato pra caramba.

    - E o outro? ? Goku perguntou.

    - Bem... Lembra quando teve aquela luta contra Majin Boo? Esse outro morto se parece muito com aquele baixinho de cabelo espetado que te ajudou na luta... Fora a barba.

    - Baixinho de cabelo espetado... ? o guerreiro colocava a cabeça pra funcionar. ? Que me ajudou na luta contra Majin Boo...?

    Goku raciocinou mais um pouquinho, até chegar à resposta:

    - Ah, agora tudo faz sentido!! O nome que estava lá no livro do senhor Enma Daioh era o do pai do Vegeta!!

    - Então, isso significa que pai e filho têm o mesmo nome, certo? ? Kibitoshin questionou.

    - Sim. Afinal, o planeta também tinha o mesmo nome.

    - Mas... O que o pai do Vegeta iria querer com ele e o irmão?

    - Essa é uma boa pergunta...

    *

    Rei Vegeta apontou a mão, que carregava uma esfera de energia, para a direção para a qual Tarble, Trunks e Bulma haviam fugido. No entanto, não concretizou seu intento. Algo chamou a sua atenção: seu filho mais velho havia aumentado seu poder de luta de forma considerável.

    - Não me ignore, velho. ? Vegeta disse asperamente. ? Eu sou o seu adversário.

    - Tem mesmo a coragem de enfrentar o próprio pai?

    - Heh... ? o príncipe sorriu com sarcasmo. ? Mas é claro...! Sei que você está escondendo o seu verdadeiro poder.

    - Parece que nada escapa à sua perspicácia, não é mesmo?

    - Eu devia herdar algo que preste de meu pai, não?

    - Rebelde como sempre...

    Vegeta deu o sorriso mais sarcástico que poderia dar:

    - Sempre vivi em rebeldia. Fui o único a não ser um fantoche daquele asqueroso do Freeza... Ao contrário de quase toda a raça saiyajin, que se deixou iludir por um manipulador que fazia tudo a seu bel-prazer.

    - Foi um risco que a raça saiyajin deveria correr. Se não fosse a aliança com Freeza, certamente estaríamos em grande atraso. E eu sabia desse risco de sermos traídos.

    - Como é?

    - Eu esperava que você fosse competente o bastante para derrubar Freeza e tomar o lugar dele.

    Vegeta não respondeu. Na verdade, não havia entendido a última frase proferida por seu pai.

    - Já vi que não herdou tanta perspicácia assim de seu pai, não é, Vegeta? Eu tinha dois planos, caso Freeza decidisse nos trair. O ?plano A? era eu mesmo tomar o poder dele. Mas logo eu calculei que, caso eu morresse, ele poderia querer te tutelar. A partir daí, se iniciava o ?plano B?, para retomar a supremacia da raça saiyajin. Na verdade, você foi o ?plano B? o tempo todo. Uma pena que tenha sido um completo fracasso.

    - ?Plano B?...? Eu era um ?plano B?...? Então, você sabia que eu era um ?rebelde? e que eu poderia trair aquele lagarto asqueroso, certo? Eu bem que gostaria de ter acabado com Freeza, mas é uma pena que não foi conforme seus planos. Odeio ter que dizer isso, mas o ?plano B? aqui falhou.

    - Eu sei disso. Mas ainda não me conformo de ver um príncipe ser superado e humilhado por um guerreiro de classe inferior! Até onde eu sei, a linhagem real deve ser superior!

    - Até uns tempos atrás, eu também tinha esse discurso... Papai. ? Vegeta ainda achava estranho demais pronunciar tal palavra. ? Levei anos pra aprender da pior maneira que as coisas não funcionam assim. E que o Universo não gira em torno de mim.

    - A convivência com seres inferiores deve ter corrompido seu cérebro, Vegeta...

    O príncipe Vegeta deu um sorriso sarcástico:

    - Acho que o seu é que foi corrompido e parou no tempo.

    - Insolente...!

    - Se você sabe tanta coisa a respeito de seus filhos, deveria saber que ainda sou considerado insolente. Que pai é esse que sabe tão pouco a respeito de suas crias? Até o imbecil do Kakarotto, que ficou longe de casa por sete anos, conhece os filhos dele melhor do que você conhece os seus.

    - É melhor não me provocar, Vegeta, ou então...

    - ?Ou então?, o quê? Não tenho medo de saber o seu real poder de luta. Se aquele inseto cretino do Babidi fez a você o mesmo que me fez, então posso deduzir que esse ?M? na sua testa não está aí de enfeite.

    - Tem razão... Isto aqui não está de enfeite... ? o rei deu um sorriso maldosamente confiante. ? Agora você verá de quem herdou seus poderes de Super Saiyajin!

    Sem mais delongas, o rei dos saiyajins colocou-se em posição de luta, com os punhos fortemente cerrados. Respirou fundo e sorriu sarcasticamente para o filho, que manteve-se impassível. Este, por seu turno, somente observava, de braços cruzados, o aumento de poder de luta de seu pai, cujo corpo estava rodeado por uma aura clara. Em seguida, surgiram descargas elétricas de coloração vermelho-escarlate. Veias estufavam em seus músculos retesados, ao mesmo tempo em que os olhos passavam de negros para verdes. Um urro selvagem e uma explosão de energia, acompanhada da mudança da cor dos cabelos negros para dourados selavam a transformação em Super Saiyajin, que acabava de ser concluída.

    O príncipe Vegeta não se deixou abalar de momento. Perto de seus atuais poderes, a transformação de seu pai era quase que irrisória. Um Super Saiyajin comum não poderia vencer um Super Saiyajin Nível 2 quando em uso de seu pleno potencial.

    Não poderia subestimar o poder de seu pai. Seria ridículo demais ele exibir um poder de luta tão baixo, após julgar-se tão ?conhecedor? dos passos do filho.

    - Pare de se exibir e mostre seu verdadeiro poder de luta, velho. Eu sei que você não tem só isso. Se eu herdei seu DNA, e o seu poder de Super Saiyajin, sei que tem mais do que isso.

    - Como você sabe? ? o rei ironizou.

    - Não se faça de idiota. Se Babidi fez o mesmo que foi comigo, então seu poder de luta é maior. Não tem como isso passar só de uma bravata sua!

    - Impressionante a sua capacidade de dedução, Vegeta...

    Vegeta rosnou ao mesmo tempo em que se transformava diretamente em Super Saiyajin 2:

    - Feche a sua maldita boca e lute com todo o seu poder...!

    Os olhos verdes de ambos se encararam detidamente. Em ambos, era possível ver a furiosa chama do instinto de luta saiyajin começar a arder mais intensamente.

    O embate entre pai e filho seria ? e era ? iminente. Era só questão de tempo para um deles fazer o primeiro movimento.


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