Uma reunião em família

Tempo estimado de leitura: 30 minutos

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    Capítulo 4

    As peças começam a se encaixar

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    - ?Purificação?? ? Vegeta perguntou.

    - Sim. ? seu pai sorriu sadicamente. ? E começarei pela minha própria família.

    - Do que está falando? ? Tarble perguntou, já pressentindo algo ruim.

    - Vocês dois só me deram desgosto. ? o rei já dizia com asco. ? Vejam o que se tornaram! Uma grande vergonha para a família real! É impressionante ver a decadência de vocês!

    - Isso tudo, só porque nos envolvemos com fêmeas que não são saiyajins? ? Vegeta perguntou com falsa ingenuidade.

    - Não apenas por isso. Mas também porque meus filhos são uns fracos imprestáveis.

    - Quê?! ? Vegeta e Tarble se sentiram ofendidos.

    - Os seres fortes não ligam para sentimentalismos idiotas. Os seres fortes não desenvolvem afeto por ninguém. Nem mesmo por seus próprios pais ou filhos. Eles não se deixam dominar por sentimentos. Os seres mais poderosos do universo não têm sentimentos. O que não é o caso de vocês, que traíram os princípios da nossa raça.

    - Nunca ouvi tanta bobagem em uma fala só! ? Vegeta disse ao pai.

    - Tem certeza de que tudo o que eu disse não passa de bobagem? ? o rei o questionou. ? Eu estou morto, mas sei muito bem no que você se transformou durante todos esses anos.

    Num estalar de dedos, o rei Vegeta mandou que dois zumbis trouxessem alguém.

    - É esse tipo de nora que você me arranja? ? perguntou ao filho mais velho.

    A espinha de Vegeta logo gelou. Seu pai estava com alguém nas mãos. E esse alguém era Bulma, que, claro, se debatia para se livrar dos zumbis que a seguravam. O rei levantou o queixo da cientista, fazendo-a olhar para seu rosto.

    - Não dá para negar que ela é bonita. Mas não deixa de ser fraca e inútil.

    Bulma dirigia um olhar bastante desafiador ao seu ?sogro?, que se mostrou bastante incomodado com isso.

    - E nem submissa ela é. Deveria ao menos domá-la.

    - Me domar? ? Bulma ficou indignada. ? Que história é essa?

    - Feche a sua boca, terráquea! ? ele ameaçou agredi-la.

    Uma bola de energia quase atingiu o rei, atrapalhando tal ato.

    - Nem pense em fazer isso com a minha mulher! ? Vegeta disse com veemência.

    Bulma ficou com medo. Aquele saiyajin era assustador. Realmente assustador.

    - Ora, ora... ? disse o rei. ? Quer dizer que agora o meu filho frio e calculista se importa com uma fêmea, que mal serve para procriar...

    - Ei! ? Bulma protestou. ? Você me ofendeu!

    Ela tentou se soltar dos zumbis, mas eles lhe apertaram ainda mais os pulsos, fazendo-a sentir dor. Vegeta logo se enfureceu, mas antes que ele fizesse qualquer coisa, alguém apareceu golpeando um dos zumbis.

    - Deixa a minha mãe em paz! ? era Trunks quem dizia.

    - É assim que você cumprimenta seu avô? ? o rei perguntou com sarcasmo.

    - Você é muito mau pra ser meu avô. ? o garoto disse. ? Meu avô não machucaria a minha mãe. E nem falaria mal dela.

    A expressão do rei Vegeta se tornava cada vez mais sádica. O olhar frio do rei dos saiyajins se tornava ainda mais penetrante do que as olheiras escuras deixavam.

    Tarble teve um mau pressentimento. Algo ruim iria acontecer... E naquele exato instante!

    - TRUNKS!! ? ele gritou. ? NÃO ENFRENTA ELE, É MUITO PERIGOSO!!

    Advertência dada em vão ao sobrinho. O garoto já partira para cima do avô, já na forma Super Saiyajin. No entanto, não conseguiu dar nem mesmo um golpe. Acabou nocauteado num instante.

    O que serviu apenas para Vegeta ficar ainda mais nervoso do que já estava.

    ?Maldição...?, pensou, logo que viu Trunks ser nocauteado. ?De onde ele tirou poder para derrotar um Super Saiyajin? Ele nunca se transformou em um!?

    O rei pegou Trunks pela gola e o encarou. O garoto ainda estava consciente e encarou o avô com um olhar arrogante como o de seu pai.

    - Mas que garoto malcriado... ? disse. ? Vou dar a você a verdadeira disciplina saiyajin. Seu pai já fez isso?

    Trunks não tinha forças para reagir e logo perdeu a transformação, revelando a sua verdadeira aparência ? os cabelos cor de lavanda e os olhos azuis ? mas mantinha o olhar altivo e desafiador.

    - Não, ele não fez isso... Mas, seja o que for ele nunca vai fazer!

    - Oh, é mesmo? Como seu pai é relaxado... Se tornou tão complacente que nem disciplina um filho rebelde a respeitar o avô... Eu vou mostrar como eu disciplinei o seu pai!

    Rei Vegeta apertou com força o punho e armou-o, a fim de desferir um potente soco contra o rosto do neto. Trunks fechou os olhos, já pronto a resistir àquele golpe. Porém, algo interrompeu a trajetória daquele soco.

    Vegeta não permitira que seu filho fosse golpeado.

    - Tarble!! ? chamou. ? Tire o Trunks e a Bulma daqui. Preciso ensinar ao nosso pai que ele não deve interferir na educação do meu filho!

    O rastreador de Tarble automaticamente acusou um forte aumento de energia vindo de seu irmão. Aquilo dispensava questionamentos de sua parte. Andou entre os zumbis já caídos no chão do palácio real, todos derrubados pelo príncipe mais velho, antes de surpreender seu pai.

    ?Sabia que Vegeta era poderoso, mas não tanto!?, pensou.

    - Bulma, Trunks ? disse a mãe e filho. ? Por favor, me sigam. Precisamos sair daqui e procurar um lugar seguro.

    - Mas, tio Tarble, e o papai? ? Trunks perguntou.

    - Não se preocupe, Trunks ? sorriu. ? Seu pai é forte, você sabe disso melhor do que eu.

    Assim que se viram a uma distância considerável, Tarble olhou para Vegeta, que soltou o punho do rei e limpou o sangue que escorria de sua boca. A verdade é que, mesmo sendo rápido, não conseguira parar o golpe a tempo e tomara o soco no lugar do garoto e só depois de uma fração de segundos é que agarrara a mão do outro saiyajin.

    De onde seu pai havia tirado tanta velocidade? Lembrava-se de que sempre diziam que ele, como sucessor direto do rei, poderia superá-lo. Aquele golpe que recebera no lugar de Trunks era tão potente quanto um golpe desferido por um Super Saiyajin.

    Logo se lembrou do ?M? na testa do Rei Vegeta. Seria possível que seu poder de luta aumentasse tanto. Recuou alguns passos, guardando uma distância considerável.

    ?Mas o que é que está acontecendo aqui??, Vegeta perguntou-se em pensamento, enquanto seu pai abria um sorriso bastante assustador.

    Fosse lá o que fosse, o príncipe tinha apenas uma certeza: de que estava frente a frente com um problemão.

    *

    Enquanto isso, no castelo de Enma Daioh, dois seres se materializaram instantaneamente ? Kibitoshin e Goku. Evidentemente, o dono do castelo ficou surpreso com a visita, por dois motivos: primeiro, por Goku estar ali, mesmo vivo; segundo, por estar ali um Supremo Senhor Kaioh, o que não era muito comum.

    - Bom, é uma surpresa vê-los por aqui ? disse o enorme dono do castelo, responsável por julgar os mortos. ? Em que eu posso ajudar?

    - Precisamos descobrir qual morto fugiu do inferno, além do mago Babidi. ? Kibitoshin respondeu. ? E também encontrar o portal para evitarmos que mais mortos fujam para o mundo dos vivos!

    - Ah, sim... Compreendo. Vocês precisam mesmo descobrir onde está esse portal, mas creio que eu já saiba quem mais fugiu ao mundo dos vivos...

    - Sabe? ? Goku perguntou.

    - Sim.

    Enma pegou um grande e pesado livro antigo, onde folheou várias páginas, até encontrar uma em específico. Percorreu a dita página com o dedo, até que encontrou um nome.

    - Aqui está. ? disse ao saiyajin e ao Supremo Kaioh.

    Os dois leram o nome ali escrito e se entreolharam. Ali estava uma peça importantíssima do quebra-cabeça que envolvia o desaparecimento de Vegeta e de sua família.

    - Agora tudo começa a fazer sentido... ? Kibitoshin murmurou.


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