Harvest Moon Meus Amigos da Cidade Mineral

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    Capítulo 6

    De volta a Harvest Moon

    As sementes de pepino flutuaram por alguns segundos antes de caírem no solo que havia sido preparado por Julie. Quando terminou, ela jogou um filete de franja para trás da orelha e passou a mão sobre sua testa suada. Apesar do cansaço, sentia-se satisfeita com seu trabalho. Ela então regou as sementes cuidadosamente. Viu no ?Vida na Fazenda? que qualquer exagero no aguar poderia comprometer a qualidade dos frutos.

    - O que acha? ? perguntou ao cachorrinho, que apenas continuou perseguindo a borboleta que voava entre o sujo campo. Ao olhar toda aquela extensão de campo ainda sujo, Julie sentiu-se ainda mais cansada e sentou-se perto à caixa de carga. ? Por quanto tempo eu ainda terei que ficar aqui? Só estou aqui há um dia e estou morta. Por que eu não continuei na casa de Ellen tomando chá e falando sobre a vida?

    - Olá, Julie ? disse uma voz grave atrás dela. Ao olhar pra trás, ela viu que era Zack, o cara que compraria os seus produtos depositados na caixa de carga. ? Por que está tão desanimada?

    - Oi Zack ? ela disse, levantando-se e então se lembrou do que Zack lhe dissera naquela mesma manhã antes de ela dar uma volta na cidade. ? Você veio buscar mercadorias, não é?

    - Mas é claro ? Zack aproximou-se da caixa de carga com seu carrinho-de-mão e a abriu. Ele a fechou e olhou para Julie, intrigado. Tornou a abrir e tornou a fechar. Seu olhar agora era de fúria ? GAROTA, CADÊ OS MEUS PRODUTOS? ? disse berrando, assuntando Julie e fazendo o cachorrinho correr com o rabinho entre as pernas, desistindo de sua borboleta.

    - Desculpe-me, Zack, por favor. Mas é que eu acabei de plantar as sementes de pepino e não tenho nada pra vender. E provavelmente não terei nas próximas semanas ? ela disse, tentando se desculpar e se afastar dele.

    - EU AVISEI PARA NÃO ME FAZER DE PALHAÇO E FOI EXATAMENTE ISSO O QUE VOCÊ FEZ! ? ele continuou, quase que soltando fumaça pelas enormes narinas. E então parou, de repente. ? Você disse que demorará a ter coisas pra vender pra mim?

    - Eu disse ? disse Julie, assustada com o temperamento mutante dele.

    - Bom ? ele disse, agora bem mais calmo e totalmente diferente. ? Eu não compro só frutas e legumes, Julie. Você também pode me vender produtos coletados da própria natureza, sabe.

    - Como assim? ? ela perguntou, ainda com receio dele.

    - Bom, por exemplo, como estamos na primavera, você pode encontrar galhos de bambu, erva azul, erva amarela e erva branca. Além de mel da sua árvore ? ele aponta a árvore e Julie a olha.

    - Mel? Mas como eu vou tirar mel de uma colméia cheia de abelhas? ? ela pergunta, curiosa.

    - Pra sua sorte, as abelhas dessa região são tão calmas quanto formigas e deixarão que você retire o mel de sua colméia desde que você o faça respeitando a natureza ? ele explicou.

    - Respeitar a natureza é lei aqui, ?né?.

    - Quando se vive no campo é essencial respeitar a natureza. É uma das lições mais importantes. Além disso, se você criar animais poderá tirar vantagens deles. As galinhas botam ovos, as vacas dão leite e as ovelhas lã. E é assim, sabe. Se procurar, vai encontrar. Essa é a verdade.

    - Aham ? Julie concorda.

    - Bom, por hoje vai passar, mas espero ter algo pra eu comprar amanhã, afinal tenho um compromisso com meus clientes. Aliás, daqui a pouco vai anoitecer ? disse Zack, consultando o relógio de pulso. ? Já são cinco da tarde, então não trabalhe até tarde porque passará mal. Tchau ? ele disse, saindo rapidamente como sempre, empurrando seu carrinho-de-mão vazio.

    - Tchau Zack e obrigada! ? disse Julie, acenando pra ele como despedida, mas ele saiu da fazenda rapidamente e sem responder.

    Julie então suspirou e disse a si mesma que precisava vender muitas coisas para Zack se quisesse sair daquele lugar logo.

    Seu corpo continuava cansado e então ela se lembrou de um dos assuntos que conversara com Ellen depois do almoço. Ela citara que ali na Cidade Mineral havia uma fonte termal que ela poderia utilizar para repor as energias, se banhar e fugir do cansaço. A fonte termal, segundo lhe informara Ellen, ficava no morro que estava na direção contrária à casa de Gotz, que ela viu no dia anterior. Então ela entrou no casebre, abriu sua mala e tirou de lá um outro macacão jeans, outra blusa, dessa vez cor-de-rosa, uma toalha e um roupão, colocou-os dentro de sua bolsa e saiu do casebre. Seguiu de novo por aquele caminho que a levara pela fazenda pela primeira vez.

    Subiu o único morro que havia ali na direção contrária à casa de Gotz e ao subir o morro se deparou com a fonte termal, de onde saía uma tênue fumaça branca, cercada por uma cerca de madeira próxima a um rio que surgia de uma pequena cachoeira. Ao lado da cachoeira, a entrada para outra caverna. Naquele fim de tarde, Tudo era iluminado por um pequeno poste que ficava no centro do local. Julie achou aquele lugar lindo e então entrou para a fonte termal pela porta de madeira que havia lá. Despiu-se das vestes sujas e suadas e se cobriu com a toalha branca. Em seguida, prendeu o cabelo e entrou na água, recuando um pouco por causa do calor que emanava da fonte. Apesar do calor, o banho na fonte termal foi extremamente relaxante?

    Já eram quase oito horas da noite quando Julie estava a caminho da Hospedaria de Doug. Havia ouvido falar do lugar, mas de fato nunca chegara a entrar nele. Era uma enorme construção de dois andares e ficava ao lado do Vinhedo de Aja. Ellen disse que ela poderia sempre arrumar boas refeições ali e depois do refrescante banho de fonte termal, ela sentiu uma enorme fome e viu que precisava comer algo realmente saboroso. Ao abrir as portas da Hospedaria de Doug, Julie pôde conhecer melhor o ambiente interno do local. Haviam quatro mesinhas espalhadas por um grande salão, sendo que duas delas estavam ocupadas. Na mesa mais próxima à porta, estavam um homem já de idade que jogava damas com um homem mais novo e que usava uma roupa semelhante à de um escoteiro, sendo que ambos dividiam uma garrafa de vinho com um copo de vidro cada.

    Na outra mesa, próxima à escada, estava um homem de cabelos pretos sentado sozinho com uma garrafa de vinho em mãos. Os homens olharam para Julie um tanto intrigados com aquele rosto novo e a seguiram com o olhar até o balcão. Atrás das mesinhas, no canto direito, um enorme e extenso balcão e atrás deles, armários e barris, onde estavam bebidas e alguns acessórios para cozinha. Havia também uma enorme escada no canto esquerdo que levava ao segundo andar e uma porta ao fundo. Julie aproximou-se do balcão, onde uma garota de longas tranças ruivas e também macacão sorria pra Julie de forma tímida.

    - Olá ? disse a jovem ruiva. ? Você é nova por aqui, não é?

    - Sou sim ? respondeu Julie, sorrindo de volta. ? Meu nome é Julie. Eu sou a nova dona da Harvest Moon.

    - Ah que legal! ? disse a atendente. ? Meu nome é Ann e eu trabalho aqui com meu pai, Doug, que está no banheiro agora, sabe ? ela disse, baixando a voz. ? Você é a segunda novidade do mês, Julie, mas pelo visto é mais aberta que Cliff.

    - Cliff? ? perguntou Julie.

    - Um garoto que se mudou pra cá recentemente, mas nunca falei com ele direito. É um problema, sabe ? ela disse, baixando a voz novamente. ? Tão bonito e tão calado! Mas ? ela voltou a aumentar a voz, erguendo o corpo ? o que você deseja? ? e estendeu o cardápio pra Julie.

    - Hum? ? Julie pegou o cardápio e o analisou. ? Eu adoraria comer uma salada, sabe. Pra revigorar!

    - Uau! Bom começo pra uma fazendeira ? Ann disse, pegando o cardápio da mão de Julie e fechando-o. ? Um bom vinho para acompanhar?

    - Eu não sei. Não costumo beber ? disse Julie.

    - Não tenha medo menina ? o homem que estava sentado com uma garrafa de vinho surgiu do lado de Julie. Parecia ter barbeado o rosto há pouco tempo, seus cabelos eram negros, expessos e altos, dando até costeletas e já não escondiam mais alguns fios grisalhos que surgiam. As sobrancelhas eram grossas e ele tinha uma expressão séria, embora Julie achasse que ele estava bêbado. ? Eu cuido muito bem das uvas!

    - E quem é o senhor? ? perguntou Julie meio sem-graça.

    - Duke!

    As portas da Hospedaria do Doug se abriram com estrondo no momento em que aquela voz familiar ecoara pelo local. Os homens das mesas saíram de sua distração do jogo de damas, forçando-os olhar para a porta. Julie, Ann e o homem também olharam para trás assustados, onde estava uma Manna enfurecida.

    CONTINUA


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