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- SHINSUKE-SAMA, POR FAVOR, NÃO ME DEIXA AQUI...!!
Dominada pelo desespero, Naru começou a chorar descontroladamente. Chorava de uma forma que até assustava os presentes no local. O único que aparentemente não prestava atenção ali era Gintoki. Este colocou sua espada de volta ao cinto e passou por ela, a passos resolutos e mais uma vez com a mão no ferimento que sangrava sem parar.
- Você apenas está colhendo o que plantou, Naru. Você já sabia que o Takasugi não valia nada, se aventurou com ele porque quis. Se bem que vocês são farinha do mesmo saco mesmo.
Naru se sentiu ainda mais ferida com o que ouvira de Gintoki. O albino não escondia que algumas coisas do passado ainda lhe causavam ressentimentos. Desprezava o passado, mas este ainda o incomodava. Por isso, queria tanto se livrar dele.
O sol começava a surgir. O Yorozuya logo encontrou Shinpachi, Kondo, Elizabeth e Yamazaki à frente.
- Cadê a Kagura? ? perguntou.
Não foi necessário responder. A garota vinha logo atrás. Estava bem esgotada, mas inteira, apesar de alguns ferimentos.
O trio Yorozuya estava mais uma vez reunido, e Shinpachi e Kagura se mostravam mais preocupados com Gintoki, que em vão tentava tranquilizar seus amigos. O quarteto do Shinsengumi também voltara a se reunir. Hijikata algemou Naru sem encontrar resistência alguma. Ela estava arrasada demais para tentar qualquer coisa.
Hijikata entrou em contato com os demais do Shinsengumi, obviamente furioso por conta do incidente da bomba-relógio relatado por Yamazaki e Kondo. Por walkie-talkie, o enfezado vice-comandante esbravejava, ameaçando obrigá-los a fazer seppuku caso suas ordens não fossem acatadas.
Enquanto isso, o trio Yorozuya, juntamente com Katsura, Elizabeth e Tsukuyo, saía de cena.
*
Alguns dias se passaram desde o ocorrido. Gintoki voltava para a casa com Shinpachi e Kagura após mais um dia de serviço, os três caminhavam tranquilamente pela rua principal do Distrito Kabuki. O albino mais uma vez ficara alguns passos para trás, completamente distraído, quando sentiu que alguém trombava nele. Logo pressentiu que poderia acontecer o mesmo que ocorrera na última trombada que sofrera.
Mais uma vez, trombava com uma mulher. Shinpachi e Kagura olharam para trás, tendo uma sensação de déjà-vu. Logo eles correram até Gintoki, mas perceberam que não ocorrera nada com ele. Mesmo assim ficaram alertas, pois reconheceram a mulher.
- Aonde você vai? ? o Yorozuya perguntou.
- Estou indo me tratar. ? a mulher, com parte do rosto encoberto pelo grande chapéu, respondeu. ? Recebi o benefício da delação premiada e o Shinsengumi me liberou com a condição de me tratar da dependência química que tenho. Depois disso, farei como você... Começarei do zero a minha vida e trilharei outro caminho. Demorei pra perceber o quanto decaí após a guerra...
- Aham.
- Espero que me perdoe por eu ter te feito tanto mal. Se não quiser me perdoar, entenderei.
- Você disse que começaria do zero, então passado é passado. Quem vive de passado é museu.
Pelo semblante despreocupado de Gintoki, Naru interpretou aquilo como um perdão de sua parte. Sorriu timidamente e seguiu caminho.
- Adeus, Gintoki. Até algum dia, caso a gente se encontre por aí. Com certeza não será pra te matar. Hoje estou começando a minha jornada do zero.
- Boa sorte. ? Gintoki seguiu seu caminho, com a mão direita levantada em um aceno, mesmo de costas pra ela. ? Vai precisar de muita pra começar do zero.
Naru sorriu mais uma vez. Estava decidida a começar mesmo do zero. Esquecer que estivera no Kiheitai, esquecer Takasugi e esquecer seu envolvimento anos atrás com Gintoki. O Shinsengumi seguia logo atrás, representado por dois oficiais, mais o Vice-Comandante, que fizera questão de ver a escolta de perto.
- Ei, Yorozuya ? Hijikata disse enquanto passava. ? Cuidado com essas trombadas. Ou você esqueceu que, numa dessas, quase foi parar no outro mundo?
- Vai cuidar da sua vida, Mayora.
Gintoki seguiu caminho para casa com Shinpachi e Kagura e, desta vez, chegaria sem maiores inconvenientes.
Mesmo assim, não se sentia tranquilo de todo. Agora que sabia que o Kiheitai e o Harusame estavam juntos em uma aliança, via que eles não mediriam esforços para acabar com qualquer obstáculo à frente. Conhecia Takasugi o suficiente para saber que ele era capaz de matar aqueles que se opusessem a ele... Fosse inimigo, fosse amigo ou ex-companheiro.
Não importava. Gintoki estava preparado para isso. Afinal, oficialmente não era um samurai, mas seu espírito nunca deixara de o ser.
- Gin-san, vamos comer o quê? ? Shinpachi o tirou de seus pensamentos.
- Sei lá, é você quem está com os legumes aí...
- Concordo com o Gin-chan. ? Kagura respondeu, mascando uma tira de sukonbu. ? Se vira aí.
- Por que eu sempre sou a minoria...? ? o garoto de óculos se queixou.
O trio subiu as escadas, despreocupado com o dia de amanhã. Gintoki concluiu que era melhor viver um dia de cada vez. Porque os fantasmas do passado muitas vezes são aterrorizantes.
Fim