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Otose e Catherine, ao ouvirem que o barulho no andar de cima havia acabado, decidiram subir até lá. E se depararam com uma grande bagunça.
- Mas o que houve aqui? ? Otose perguntou.
- Gin-chan foi atacado. ? Kagura disse.
- E cadê aquele idiota? ? Catherine questionou.
- Eu estou aqui, mulher-gato de meia-idade e imbecil!
Gintoki terminara de subir as escadarias, bastante ofegante e com uma das mãos segurando o local do ferimento e, com a outra, segurando a sua inseparável espada de madeira.
- Cadê o Shinpachi?
- Ele está sentado no sofá. ? Kagura apontou para o garoto.
- Não se preocupe, Gin-san. ? ele sorriu. ? Foi só superficial.
- Heh... ? o Yorozuya disse e se jogou no outro sofá, ainda ofegante. ? Vê se não faz mais essa loucura, quatro-olhos. Se sua irmã tivesse visto, me mataria.
- Gin-san... Você tá sangrando...
- Não é nada de mais, Shinpachi-kun.
Gintoki tentava disfarçar, mas não conseguia fingir que estava bem. Aquela pancada doera demais, e seguramente abrira os pontos. Agarrou o local ferido, úmido e pegajoso de sangue. A expressão de dor apareceu em sua face quando a sentiu mais forte. Instintivamente, se curvou para frente, mesmo sentado no sofá. A dor era demais.
- Gin-chan!! ? Kagura aproximou-se dele.
- Não se preocupe, Kagura... Não é nada de mais. Foi só a pancada...!
- Para de mentir, seu idiota! ? Catherine disse.
- Cala a boca, aberração de meia-idade!
- Fechem as bocas, vocês dois! ? Otose ordenou. ? Gintoki, vá trocar esse curativo!
O homem saiu cambaleando, pois o jeito era obedecer mesmo. Tinha que admitir que não estava muito bem... Graças àquela mulher.
*
Logo ao amanhecer, o quarteto do Shinsengumi apareceu por ali, na cena preservada de mais um crime. Desta vez, a cena do crime era justamente na sala da Yorozuya. E falando em Yorozuya, Gintoki, já refeito do golpe que levara, saía do seu quarto, vestido com a sua costumeira roupa preta, porém sem seu habitual quimono branco. A faixa e o cinto acabavam incomodando-o, pois passavam por cima do ferimento e não podiam ser apertados.
Tudo bem que era preciso preservar o local do crime para o trabalho da perícia, mas...
- Mas que negócio é esse de isolar até a porta? ? Gintoki perguntou. ? Como vocês esperam que eu vá sair daqui? Voando?
- Passa por baixo das fitas de isolamento, imbecil. ? Hijikata disse ao acender mais um cigarro.
- Não se preocupe, chefe Yorozuya, eu limpo a área. ? Okita disse já com a bazuca apontada para seu superior.
- ABAIXA JÁ ESSA BAZUCA, SOUGO!!
- TÁ MALUCO, OKITA-KUN? TÁ QUERENDO DESTRUIR MINHA CASA E ME DEIXAR SEM TETO, É?
O capitão da Primeira Divisão do Shinsengumi abaixou a bazuca e Gintoki fez malabarismo pra passar pelas fitas de isolamento, e tudo isso com uma caixinha de seu sagrado iogurte de morango. Tomou tudo de uma golada só e se lembrou de buscar algo dentro de casa: a espada! Não poderia sair desarmado de casa, ainda mais que por duas vezes tentaram transformá-lo em ?arquivo morto?.
Jogou fora a caixa vazia de iogurte e deu meia-volta. Esqueceu-se completamente do emaranhado de fitas de isolamento da porta e acabou se enroscando todo. E, claro, ficou louco da vida:
- SEUS BASTARDOS! TIREM ESSAS MALDITAS FITAS DAQUI!!
Debateu-se como uma mosca se debatia em uma teia de aranha, até que sentiu uma pontada de dor.
- Aiaiaiaiai...! ? gemeu.
Depois de uma batalha pra se desenroscar só pra pegar a espada e o quimono ? que decidiu usar, experimentando prender a faixa e o cinto um pouco mais frouxos ? desceu ao bar de Otose, onde encontrou seus fiéis companheiros Shinpachi e Kagura.
- Saco... ? ele murmurou. ? Hoje minha vida tá uma bagunça...!
- A sua vida sempre foi bagunçada, Gintoki.
- Ah, velha, para de encher...! Não foi você a ser atacada por duas vezes!
O aborrecimento estava mais do que estampado na face de Gintoki. Parecia que seus tempos num campo de batalha estavam retornando à sua vida pacata de faz-tudo. Aliás, preferia essa vida de Yorozuya à vida de Shiroyasha. Preferia mil vezes pagar mico por dinheiro a viver como mendigo depois de uma guerra perdida.
?Saco... Uma louca me perseguindo, o Shinsengumi no meu pé e o Takasugi no meio dessa confusão... Tô feito mesmo...?
Gintoki ?embainhou? a espada, colocando-a no cinto e já se dirigia à porta do bar de Otose, com o intuito de sair dali. Porém, uma placa o impediu:
?Aonde você pensa que vai??
- Sai da frente, ô coisa! ? Gintoki disse, ignorando e empurrando a placa que Elizabeth segurava.
E onde estava Elizabeth, outra presença era certa...
- Não é ?coisa?, é Elizabeth. Você não pode sair assim, Gintoki. Pode ser surpreendido de novo.
- Eu preciso sair, Zura. Preciso respirar e ficar longe do cheiro de cigarro dessa bruxa velha e daquele viciado em maionese e nicotina!
- Não é Zura, é Katsura. Você tem certeza de que quer correr esse risco, mesmo não estando em plenas condições?
O albino simplesmente ignorou os avisos de seu amigo de infância e seguiu em frente. Já estava cansado de ficar ?preso? ali, precisava realmente respirar um pouco além das quatro paredes. Shinpachi e Kagura não tentaram acompanhar ou impedi-lo. Conheciam-no muito bem para saber que ele queria dar uma volta sozinho.
Porém Gintoki não foi longe. Kunais quase o atingiram, parando bem diante de seus pés.
- EI, QUE NEGÓCIO É ESSE? ? Gintoki já estava impaciente. ? JÁ SOU BEM GRANDINHO PRA PODER ME CUIDAR SOZINHO!!
- Fique feliz por eu não ter acertado uma kunai na sua testa. ? Tsukuyo disse.
- Afinal, por que vocês insistem tanto pra eu não sair pra rua? Até onde eu sei, sou capaz de me defender sozinho!
Tiros vindos do bar obrigaram o ex-samurai a dançar sapateado por livre e espontânea pressão... E pra não virar peneira.
- QUALÉ, KAGURA?! ATÉ VOCÊ?!
Teimoso, Gintoki marchou rumo à sua desejada ?liberdade?... Mas não foi muito longe. Não, quando se tinha bem adiante do seu nariz a ponta de uma katana e a ponta de uma lança, respectivamente nas mãos de Kyuubei e de Tae. Diante disso, acabou obrigado a recuar, de marcha a ré, ao bar.
E lá dentro...
- Mas que diabos vocês pensam que estão fazendo? ? Gintoki protestou contrariado. ? Vocês parecem um bando de mães superprotetoras que não deixam um filho namorar ninguém!
- É pro seu bem, Gin-san. ? Shinpachi disse.
- ?Até tu, Brutus meu filho?? ? Gintoki pronunciou ao mesmo tempo em que levava a mão ao rosto, fazendo um ?facepalm?.
- Larga de drama, Yorozuya. ? Hijikata adentrava o local, acompanhado de Kondo, Okita e Yamazaki. ? Eles estão te segurando pra botar em prática um plano do Kondo-san.
Gintoki tentou escapulir. Temia que aquilo não fosse prestar...
- Prefiro correr risco a fazer parte de uma estratégia montada por um gorila!
- Sougo, agora é uma boa hora pra usar a sua bazuca.
Gintoki logo se deteve. Tinha amor demais à vida pra ser alvejado por uma bazuca.
- Acho que agora dá para eu expor meu plano, Toushi. ? Kondo disse, após limpar a garganta.
O vice-comandante assentiu para o seu superior. Pela primeira vez, o comandante do Shinsengumi pensava em uma estratégia que não envolvesse Tae.
- Eu estive conversando com o Toushi sobre um plano para conseguirmos prender a assassina que está à solta aqui no Distrito Kabuki.
- E que plano é esse, Gorila-san? ? Gintoki perguntou enquanto cutucava o nariz.
- Uma armadilha.
- E onde eu entro nesse plano?
- Você será a isca.
- Eu...? ? o olho esquerdo de Gintoki tremia. ? Sou a isca, é...? Não brinca...!
?Acho que esse bando de loucos é que vai me matar primeiro...!?, o Yorozuya pensou em seguida.