Harvest Moon Meus Amigos da Cidade Mineral

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    Capítulo 3

    Mudança de planos

    Julie olhou as fotos e ficou bastante perturbada e intrigada. Uma mostrava uma linda fazenda, com um lindo campo para plantação, animais cercados no enorme campo e a outra mostrava aquela fazenda, a propriedade abandonada. O que mais incomodou Julie na foto é que elas foram tiradas de cima e eram muito parecidas. Apesar das diferenças, a árvore, o estábulo, o galinheiro, o celeiro, o riacho, o moinho estavam nos mesmos lugares nas duas fotos e Julie percebeu que eram a mesma fazenda.

    - Esta é a Harvest Moon, ou ? o Prefeito começou a falar ? como chamam hoje, a propriedade abandonada. Seu antigo dono faleceu há uns dois anos e deixou a fazenda para um herdeiro, que se recusou a cuidar dela, mas decidiu alugar a casa. Entretanto, as pessoas nunca ficavam muito tempo aqui e iam para as cidades grandes tentarem vidas melhores e vendo nesta fazenda apenas prejuízo, o proprietário decidiu vendê-la.

    - Por quê? Por que vocês não disseram a verdade no anúncio? ? ela questionou, tentando conciliar as idéias.

    - Bom, como ninguém comprava a casa devido ao seu completo abandono, o proprietário decidiu fazer um anúncio que soasse mais atraente e usou fotos da fazenda na sua época de ouro, antes da morte do seu antigo dono.

    - Então quer dizer que?

    - Sim, minha cara, você foi enganada! ? disse o Prefeito, calmamente.

    - COMO OUSA DIZER ISSO COM TANTA NATURALIDADE? ? ela estoura, encarando o Prefeito, com fogo ardente em seus olhos. ? EU SAÍ DO MEU APARTAMENTO, DA MINHA CIDADE, PENSANDO QUE TERIA UMA VIDA MELHOR NESSE FIM DE MUNDO! E QUANDO CHEGO AQUI ENCONTRO ESSE LIXO DE LUGAR QUE EU COMPREI!

    - Ho-ho ? diz o Prefeito, dando uma risadinha. ? A senhorita é que foi idiota de comprar as coisas antes de vê-?

    Antes que ele pudesse terminar, viu fogo cercando uma enfurecida garota à sua frente que virou um soco no rosto dele.

    - NÃO ZOMBE DE MIM! POR QUE NÃO ME AVISOU?

    O Prefeito preferiu não reagir. Apesar de chocado pela atitude da garota, apenas pegou seus óculos e começou a limpá-los com sua camisa vermelha, e no fundo, sabia que ela tinha razão.

    - Eu não podia! Sou o Prefeito da cidade e defendo os direitos dos meus eleitores!

    - Fala sério! O senhor é um corrupto!

    - Olha aqui, senhorita! ? disse o prefeito, agora apontando o dedo para o nariz da jovem à sua frente. ? Eu permito que a senhorita fique irritada e até mesmo me dê o soco, mas jamais atinja minha moralidade com seu falso julgamento! A senhorita é quem devia tomar mais cuidado antes de sair comprando propriedades por aí sem sequer saber como elas são!

    - ?Tá?, me desculpe, mas eu gastei quase todo o meu dinheiro comprando essa fazenda, coisas de fazenda e vindo pra cá. Como eu vou fazer agora?

    - Bom, eu sugiro que a senhorita tente trabalhar aqui.

    - Trabalhar? ? ela perguntou, incrédula.

    - Sim! A terra é produtiva e aposto que se você plantar as coisas certas no tempo certo, conseguirá bons frutos, o mel é fácil de pegar na colméia e a casinha está bem limpinha. Depois de juntar dinheiro suficiente para ir embora, pode ir, mas vendê-la agora não é a melhor solução.

    - Mas eu não sei cuidar de fazenda! ? ela disse.

    - Hum? existe um programa de tevê regional chamado ?Vida na Fazenda? e ele ensina como cuidar de uma fazenda. Seria interessante que você o assistisse.

    - Aliás, já está quase na hora de ele começar ? disse consultando o relógio. ? Bom, agora eu preciso ir. A Corrida de Cavalos vem aí e ainda falta muita coisa a organizar. Só lhe desejo boa sorte.

    - Obrigada ? disse Julie, meio tristonha.

    O Prefeito saiu da propriedade abandonada pelo lado norte, de onde havia vindo e Julie então arrastou a mala para o casebre com o cachorrinho nos braços. Naquela noite, Julie não estava com muito ânimo. A fazenda dos sonhos se tornara a sua maior decepção. Mais uma em seu livro. Ela se sentou em frente à tevê e assistiu ao programa ?Vida na Fazenda?, que era apresentado de forma até divertida por dois irmãos, Big Bro e Big Sis. A segunda-feira amanheceu de forma adorável. Julie acordou ao som dos pássaros e com os latidos animados do cachorrinho que queria sair do casebre. Ela também queria sair, por isso tomou atitude. Ao saírem do casebre, ela virou-se para o cachorrinho e disse:

    - Pequeno, anime-se! Eu vou me esforçar para juntar muito dinheiro com essa fazenda e então poderemos voltar pra cidade. Só preciso capinar um pouco aqui, cortar um pouco de mato, tirar aquelas pedras de lá? ? ela então deu um longo suspiro. ? Terei muito trabalho pela frente?

    - Bom-dia, senhorita! ? disse um homem grande e forte de cabelos arrepiados. Sorria animado para ela. ? Você deve ser a nova dona da Harvest Moon, não é?

    - Bom-dia! Sou eu sim ? ela sorriu de volta. ? Quem é você?

    - Meu nome é Zack e nós temos uns negócios para resolver!

    - Nós? Negócios? ? ela indagou.

    - Sim! Acontece que você venderá seus produtos pra mim! Todos os dias às cinco da tarde, eu passarei aqui na sua fazenda e recolherei aquilo que você colher, coletar ou pescar. Você deve colocar as coisas aqui nessa caixa ? ele mostra a caixa que ficava perto do campo de plantação ? que eu pegarei. ? a expressão bondosa dele muda de repente, se tornando assustadora, o que assustou Julie. ? E NEM PENSE EM ME ENROLAR, OUVIU? EU QUERO COISAS PARA RECOLHER TODOS OS DIAS! ? e então ficou calmo e adorável de novo ? É que eu preciso revender para outras pessoas da fazenda. Aliás, você tem um lindo cachorrinho!

    - Obrigada e tudo bem ? disse Julie, meio assustada com aquele homem. ? Aliás, você sabe onde posso comprar sementes?

    - Bom, existe o Supermercado do Jeff na cidade e você pode dar uma passada lá, mas eu sugiro que a senhorita limpe esse campo antes porque senão suas sementes vão secar! ? ele disse. ? Agora eu vou. Qualquer coisa me procure! Eu moro perto da praia. Tchau ? e então ele foi embora rapidamente.

    - Aqui tem praia? ? Julie se perguntou. ? Bom! Isso não importa! ? e então ela pegou a enxada. ? É hora de começar a trabalhar!

    Julie capinou, capinou e capinou. Limpou parte do campo e terminou vencida pelo cansaço, se jogando no chão, choramingando.

    - Buáááááá! Por quê? Por quê? ? ela se perguntava, caída, segurando o cachorro para ele não lamber seu rosto. ? Isso cansa muito! ? então ela olhou o relógio. Já era uma e meia. ? Bom, preciso ir ao Supermercado e você fica aqui bem quietinho, ouviu? Aliás, preciso arrumar um nome pra você ? disse olhando o filhote abanar o rabo e então acariciou a cabecinha dele. ? Adeus!

    Julie saiu pelo lado norte da fazenda, de onde o Prefeito havia surgido no dia anterior. A cidade era formada por pequenas construções de madeiras e algumas de tijolos, o chão era formado de paralelepípedos muito bem colocados e organizados. Ela não sabia onde era o Supermercado e continuou andando reto, lendo as placas que ficavam próximas às residências.

    - Por favor, Stu! Volte já pra casa! ? uma senhora coberta de xales e usando óculos no rosto, chamava um garotinho de cabelo preto.

    - Já vou, vó ? ele disse, pegando um grilo com as mãos perto da árvore mais próxima. ? Consegui!

    - Stu, não me faça repetir! ? disse a avó, severa. Ela então olhou Julie, intrigada. ? Olá moça. Por acaso você é nova na cidade?

    - Sou sim ? disse Julie, sorrindo para a simpática senhora. Uma pessoa na cidade que finalmente a agradara. ? Me chamo Julie.

    - Que nome adorável. Eu sou Ellen e o meu neto é Stu ? ela apontou o garoto, que estava se aproximando delas.

    - Ele fugiu ? disse o garoto, meio triste.

    - Mas você não fugirá! ? disse uma voz feminina atrás de Julie. ? Parada aí, forasteira!

    CONTINUA...


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