Solidão e Dúvidas

Hoje está fazendo exatamente 4 anos que deixei a Vila da Folha, quatro anos que me tornei uma Nukenin ao lado dele. A pessoa que nesse momento eu mais amo e odeio. Odeio porque me arrependo de ter abandonado meus amigos por ele, de ter deixado tudo para trás pensando que teríamos uma vida fora da Vila, que até mesmo poderíamos ter uma família. Mas o que eu realmente ganhei seguido o Sasuke-kun? Uma vida fugindo arrumando briga desnecessária. Fugindo sempre para esconderijos mais horríveis que os outros. Se me arrependo de tê-lo seguido? Mais que tudo, estou farta dessa vingança boba.

Eu sempre soube que das intenções do Sasuke de ganhar poder para matar Itachi, desde o começo ele deixou bem claro isso. Mas mesmo depois de ter cumprido sua promessa de matar o outro Uchiha ele não parou. Por algum motivo segue as convicções do Madara, aquele ser horripilante de mascara. Diz que apenas Madara o compreende perfeitamente, que Madara será capaz de destruir tudo que causou dor para ele. Para mim Sasuke está cego com o poder que vem ganhando da escuridão. Por causa desse seu lado negro afastou as únicas pessoas que sentiam uma amizade por ele, Juugo e Suigetsu. Nossos ex- companheiros de time na missão matar Itachi. Desde que eles sumiram na batalha dos Kages que estou cada vez mais sozinha.

Nesse momento estou mais uma vez em uma caverna ao Sul de Nykamura esperando ele voltar de alguma missão que Madara o impôs. Em alguns momentos Zetsu vem ver como estou a mando dele. O que eu não faria para poder voltar no tempo e me impedir de ter pedido para vim com ele naquela noite ou quem sabe ter o impedido de fugir de Konoha, mas não fiz nenhuma dessas duas coisas. Meu coração infantil apaixonado só queria saber de está próxima dele sem me importar com as consequências. Sakura estúpida! Isso sim era o que eu era. Amanhã será meu aniversário de 17 anos e o passarei sem a companhia dele. Sasuke nunca está aqui comigo.

Nunca!

- Estupidez essa minha! ? exclamei em meio à escuridão da caverna. ? Sakura estúpida! Estúpida.

Senti meus olhos começarem a arderem com as lágrimas que ameaçavam em vim, meu peito começava a subir e descer rapidamente com o aumento da minha respiração. Não vou chorar não posso me permitir ser tão fraca a esse ponto. Chorar era para os fracos. Mesmo repetindo essas palavras em mente algumas lágrimas teimosas caiam sem minha autorização. De repente imagens da época em que eu vivia em Konoha apareceram em minha mente fazendo com que a dor em meu peito aumentasse cada vez mais. Uma imagem em especial de um garoto loiro sentado enfrente a entrada da nossa Vila... Que dizer ex-Vila me chamou atenção por está triste. Seus olhos azuis encaravam o horizonte à frente sem esperanças. Todos os dias essa imagem vinha a minha mente como um filme... Repetindo varias e varias vezes.

- Naruto! ? proferi lentamente esse nome. ? Naruto. ? sussurrei.

Naruto deve está triste. Ele sempre foi bastante ligado a nossa amizade, por mais que brigássemos e berrássemos um com o outro éramos amigos. Soltei uma pequena risada me lembrando da sua cara quando eu o chamava de Baka.

O que faço agora? ? perguntei-me quando minha risada transformou-se em um soluço de choro.? Como voltarei para casa?

Fugir é algo impossível.

Já tentei uma vez há 3 anos e falhei feiamente. Um grupo de ninjas me emboscou e fez-me de refém. Sasuke conseguiu me resgatar e matou todos os ninjas cruelmente. Ele questionou-me o porquê de eu está tão longe do esconderijo, menti dizendo que havia saído para dar uma caminhada, alguma coisa em seu olhar impediu-me de contar que queria ir embora... Que queria deixa-lo. Tenho medo do que ele pode fazer se eu o deixa-lo. Desde esse dia que passamos a nos esconder em lugares mais distante de alguma civilização. Sasuke disse que é mais seguro, mas eu sei que ele só está garantindo que eu não vá a algum lugar.

- Sakura? ? meu coração saltou duas batidas ao ouvir essa voz.

Era ele.

Sasuke-kun.

- Estou aqui. ? falei tentando esconder a voz de quase choro.

Ouvi os passos firmes vindos ao meu encontro. Assim que pararam virei-me lentamente para encará-lo.

- Pensei que não chegaria logo da missão. ? comentei analisando seu rosto. ? Não te esperava.

Nesses anos todos Sasuke não mudou nada o mesmo rosto belo e frio enfeitados com aqueles cabelos negros caindo em seu rosto. Ele ficou mais alto é claro e forte. Não podia negar que ele é um homem encantador e extremamente desejável.

- Madara tinha outros planos. ? disse ele também me encarando. ? O que você tem?

- C-como a-a-assim? ? gaguejei.

- Parece que está triste como se tivesse chorado. -Ele sempre percebia quando tinha algo diferente em mim. ? Andastes a chorar minha pequena? ? perguntou-me suavemente tocando seus dedos em meu rosto.

Senti meu rosto esquentar e meu corpo um leve tremor com o seu toque.

- Não tenho nada. ? coloquei minha mão na sua. Apenas cansada dessa caverna. ? admitir com um pesado suspiro.

Sasuke olhou-me tristemente por uns instantes então se afastou de mim e sentou-se em um canto da caverna.

- Tens razão é realmente frustrante ficar o dia todo dentro dessa caverna. Mas não te preocupas que amanhã em teu aniversário farei uma grande surpresa para você. Agora venha cá e me abraça porque estou com saudades do teu corpo perto do meu. ? Sasuke deu um pequeno sorriso de canto e abriu os braços me chamando para o seu colo.

Com um pequeno sorriso me encaminhei até ele.

Porque ele tem que ser tão adorável comigo? É como se ele soubesse o momento certo de ser um Sasuke doce e amoroso.

- Fala que está com saudades mais com certeza encontra várias garotas lindas nessas missões aonde vai. ? falei em tom serio. Apenas para ver sua reação.

- Quantas vezes preciso te dizer que apenas você despertou em mim o sentimento do amor. Você sabe que eu te amo. ? falou Sasuke me abraçando fortemente.

Fechei os olhos e o abracei de volta. Não consegui dizer que também o amava. Nesse momento minha cabeça está a mil por hora. Eu tenho certeza que amo Sasuke-kun... Mas eu também me amo e sei que agora seu amor não é o melhor para mim.

- Eu te amo minha rosada e nunca a deixarei ir.

Senti um arrepio na nuca com aquelas palavras.