Harvest Moon Meus Amigos da Cidade Mineral

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    Capítulo 2

    A propriedade abandonada

    O ônibus onde Julie estava passava por uma enorme rodovia, enquanto ela recostava o rosto sobre a poltrona onde sentara. O ônibus tinha um bocado de gente, todos indo a direções diferentes e ela só imaginava como seria prazeroso cuidar de uma fazenda. Sua própria fazenda. O ônibus não ia até a Cidade Mineral, apenas parava perto de lá porque todo o seu percurso era pela rodovia. Julie foi a única a descer quando o ônibus parou e saiu arrastando sua bolsa de rodinhas, que o motorista pegou no bagageiro para ela. Ela viu o ônibus partir, dando prosseguimento em seu caminho pela rodovia, e então decidiu continuar. Diante dela, uma grande estátua do que parecia ser uma fada. Ela segurava uma faixa que dizia ?A Deusa da Colheita lhes dá as boas-vindas?. O problema é que Julie não sabia onde era sua fazenda e para onde olhava só havia mato e árvores. Subiu mais um pouco e então encontrou um lindo lago. Ela logo correu para lá, deixando a mala no chão e lavando o rosto com aquela água branca e cristalina; sentou-se diante do lago, dobrando os joelhos. Ao ajoelhar, ela percebeu que havia uma pequena caverna no meio do lago e ficou deslumbrada com a beleza do lugar.

    - Nossa! ? comentou, admirada e cheirando uma flor que tinha ali. ? Que lugar lindo! É tão refrescante e relaxante!

    De repente, ela ouviu um latido animado e viu um filhote de um cachorro correndo em sua direção.

    - Que fofinho! ? disse, pegando-o no colo e acariciando-o. ? Você tem dono, pequenino?

    - Não! E nem terá se depender de mim! ? disse um homem de maneira rude, se aproximando dele. Era mais velho que Julie. No rosto, tinha uma barba mal feita e uma expressão séria.

    - Nossa! ? disse Julie, assustada, e levantou-se segurando o filhote nos braços. ? Quem é o senhor e o que quer com ele?

    - Meu nome é Gotz e eu só quero dar a esse encrenqueiro o castigo que merece!

    - Credo! ? disse, apertando o filhote nos braços. ? E o que ele fez ?pro? senhor?

    - Ele fica ?mijando? nos troncos perto da minha casa e isso atrapalha o meu trabalho. E quem é a senhora, uma defensora dos direitos dos animais? ? perguntou Gotz, encarando-a, indiferente.

    - Não! Me chamo Julie e estou aqui para uma reunião com o Prefeito da Cidade Mineral ? disse, tentando manter a voz firme e o cachorrinho nos braços.

    - Reunião com o Prefeito? ? perguntou Gotz e ela confirmou, balançando a cabeça. ? Então a senhora deve estar no lugar errado porque acabei de ver o senhor Prefeito indo para a propriedade abandonada.

    - Propriedade abandonada? ? ela se perguntou e ele confirmou. ? O senhor? ? ela hesitou em perguntou, mas viu que isso era necessário ? poderia me mostrar? ? ele pareceu não gostar do pedido. ? Eu cuido do filhote! Prometo que ele nunca mais perturbará seus troncos!

    - Se for assim, então poderei te mostrar, mas é bom andar logo!

    - O.k., sou vou pegar minha mala! ? disse correndo até a mala, segurando o cachorro com uma mão e usando a outra pra puxar a mala.

    Apesar do local ser bonito, Julie ficou impressionada com a rudeza daquele homem e se perguntou se as outras pessoas daquele lugar teriam aquele tipo de educação. Ela não sabia o que achava mais rude nele: o fato de ele querer bater num cachorrinho tão bonitinho, a forma grosseira de falar ou o fato de ele nem ter se oferecido para levar a mala dela. Passaram perto do que parecia ser um morro de onde saía uma tênue fumaça branca e por uma casa construída totalmente de madeira, cercada por troncos e árvores e Julie imaginou que o homem chamado Gotz devia morar ali.

    - Bom, aqui estamos ? ele disse, parando no meio do caminho.

    - Essa é a propriedade abandonada? ? perguntou Julie, olhando ao redor.

    - Não, senhora ? disse Gotz, parecendo irritado com o comentário dela. ? Isso por acaso tem cara de propriedade abandonada?

    - Não, mas?

    - Sem ?mas?. Aqui é onde eu moro.

    - Ah sim? desculpa ? disse, constrangida.

    - Se seguir reto, chegará à propriedade abandonada e com sorte, encontrará o Prefeito ? ele disse. ? Agora, se me dá licença, vou voltar ao meu trabalho e se esse cachorro aparecer dando voltas neste lado da floresta, eu?

    - Já sei, já sei. Ele não vai te incomodar mais. Tchauzinho ? disse Julie, acenando para ele, largando a mão da bolsa de rodinhas.

    - Tchau ? ele disse no seu jeito rude e foi pra sua casa.

    - Bom, cachorrinho. Agora somos só você e eu.

    E com seu pequeno filhote em mãos, Julie seguiu o caminho reto, atravessou uma pequena ponte e chegou à propriedade abandonada. Agora ela entendia o nome. O lugar estava uma zona. Havia um enorme canto com mato, pedras e troncos velhos pra tudo que é canto, havia um moinho que girava com a força do riozinho que corria sob a ponte e uma árvore com uma colméia, o que assustou Julie um pouco. Ela arrastou sua mala até perto de um pequeno casebre.

    - Meu Deus! ? ela disse ao cachorrinho. ? Esse lugar está uma imundice. Agora entendo porque se chama propriedade abandonada! Mas também, quem seria maluco de morar numa fazenda como essa? Aliás, o que o Prefeito estaria fazendo aqui?

    - Esperando a sua chegada, é claro!

    A espinha de Julie congelara com o susto daquela voz fina e arrastada falando com ela. Ao olhar para trás, ela se depara com um homem baixinho e meio gordo trajando roupas e chapéu vermelhos, acompanhado de um enorme bigode. Aquela voz ela conhecia do telefone. Era a voz do Prefeito.

    - Prefeito? ? ela perguntou para confirmar.

    - Sim, sou eu, e você deve ser a srta. Julie, certo? ? ela confirmou à pergunta dele. ? Bom, a senhorita está atrasada ? ele disse, ficando sério e mostrando o relógio.

    - Me desculpe ? ela diz, corando. ? Eu não sabia direito onde era e acabei indo parar num lago que tem aqui perto.

    - Ah sim! É o Lago da Mina, suponho ? ele disse, ajeitando os óculos.

    - ? acho que tinha uma mina lá mesmo ? ela diz, se lembrando da caverna no meio do lago. ? Mas e então? Quando vamos ver minha fazenda? ? ela perguntou, animada.

    - Bom, senhorita. Você já viu sua fazenda.

    - Vi? É claro que não! Eu vim do tal Lago da Mina pra cá e não vi fazenda nenhuma no caminho! ? ela disse, tentando se lembrar se vira alguma coisa.

    - Senhorita, você está na sua fazenda ? ele disse, encarando-a por trás dos óculos.

    A menina olhou ao seu redor e viu a propriedade abandonada. Seu estômago revirou e ela começou a gargalhar loucamente, assustando até mesmo o cachorro.

    - A senhorita está com algum problema? ? perguntou o Prefeito, indiferente.

    - Não, imagina! ? ela disse, parando de rir. ? Mas você achou mesmo que eu ia cair nessa? Fala sério! Eu vi minha fazenda no anúncio do jornal e era bem diferente disso aqui! Achou que poderia me enganar, ?né??

    - Hum? imaginei que a senhorita pensaria dessa forma, então eu trouxe fotos também ? ele pegou sua carteira do bolso da camisa e tirou duas fotos, mostrando pra ela.

    Julie olhou as fotos e ficou bastante perturbada e intrigada. Se uma imagem diz mil palavras, as que aquela imagem dizia ela com certeza não queria ouvir e então ela começou a pensar seriamente numa das últimas coisas que Lucy lhe perguntara.

    CONTINUA...


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