Harvest Moon Meus Amigos da Cidade Mineral

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    O anúncio de uma nova vida

    A cidade estava bem agitada. Carros passavam de um lado a outro rapidamente, exalando cortinas de fumaças por todos os lados. Pessoas atravessavam as ruas apressadamente aproveitando as brechas que os semáforos lhe davam. No meio da multidão, uma garota loira de olhos azuis andava mais apressada que a maioria em direção àquela lanchonete com um ar bem irritado. Ela se sentou numa das mesinhas desocupadas e jogou a bolsa sobre a mesa.

    - O que houve, Juh? Algum problema? ? perguntou a mulher que estava anotando o pedidos. Era alta e gorda.

    - Nada, Lucy. Obrigada ? respondeu Julie, um pouco grosseira.

    - Está na cara que há algo errado, o que aconteceu? ? insistiu Lucy.

    - Bom? nada tem dado certo pra mim ultimamente, Lucy. Nada! ? ela respondeu, aumentando o tom de voz, e passando a mão no rosto.

    - Julie, foi algo no trabalho? ? perguntou Lucy, se sentando.

    - Fui demitida ? responde Julie, cuspindo as palavras que ela parecia querer evitar.

    - Demitida? Por quê? ? Lucy mostrava-se indignada.

    - Segundo eles, eu não tenho produzido muito ultimamente, mas também o que eles esperavam? Meus pais morreram semana passada e eu ando com mil coisas na cabeça! Não dá pra ter idéias todos os dias e como estavam poupando gastos?

    - Sinto muito, querida, mas o que você vai fazer? ? perguntou Lucy. ? Você ficou só seis meses nesse emprego.

    - Bom, problema é deles se me demitiram! Eu não gostava de lá mesmo! ? disse Julie, demonstrando um falso vigor.

    - Hum? por que não vai pra casa e descansa lá? ? perguntou Lucy.

    - Ô Lucy! ? gritou a mulher do caixa. ? Temos fregueses, querida. Não dá pra ficar sentada batendo papo!

    - Tudo bem! ? gritou Lucy de volta. ? Julie, é melhor eu ir ou vou perder meu emprego também. Por que você não vai pra casa e aproveita o resto do dia pra descansar? ? perguntou, se levantando.

    - O.k., você tem razão. Eu vou pra casa ? Julie pegou a bolsa e se levantou também. ? Mas antes? eu quero um delicioso pedaço de bolo de coco pra levar e um jornal de hoje, por favor.

    Julie morava naquela cidade desde que tinha sete anos, quando seus pais decidiram sair do campo. Ainda assim, Lucy era uma das poucas pessoas que ela conhecia muito bem. Seus pais haviam morrido de forma terrível uma semana atrás e todos os seus relacionamentos eram fracassados. Sentindo-se mais só do que todos os outros anos de sua vida, ela se questionava sobre se trabalhar tanto numa empresa como aquela valeria mesmo a pena. Ao chegar em casa, um pequeno apartamento, ela se lançou ao sofá, jogando a bolsa do outro lado e pegando o jornal em seguida. Folheou as suas páginas. Era o seu único contato com o mundo exterior, pois ela não tinha tempo nem paciência para televisão e Internet. Ler notícias de acidentes, mortes, investigações eram coisas que a deixavam ainda mais deprimidas, até que uma notícia lhe chamou a atenção.

    - Mas o que é isso? ? disse, lendo um anúncio no jornal. ? Fuja da rotina das grandes cidades e venha morar numa bela casa de campo. Com uma fazenda equipada para você desfrutar o melhor da vida rural. Respire a vida e o ar puro da natureza e fique longe dos ares imundos das cidades. Liga já e fale com o Prefeito! Hum? interessante ? disse Julie a si mesma.

    Aquele aviso chamou a atenção de Julie, afinal ela sabia como era a vida no campo e era aquele tipo de descanso que ela merecia. Um descanso no campo! Animada, ela logo se imaginou andando a cavalo em lindos campos verdes, dormindo sob a sombra das macieiras, brincando com um cachorrinho entre vacas e ovelhas. Uma vida tranqüila e sem estresse. Era o que ela procurava, então ela correu até o telefone e discou o número do jornal para se informar.

    - Alô, Prefeito? Eu gostaria de saber sobre a fazenda da Cidade Mineral.

    Dias depois de ver o anúncio no jornal, Julie arrumou as malas, tirou as últimas economias do banco e comprou a fazenda, mesmo que isso significasse ficar sem aquele tão sonhado carro. Desocupou o apartamento onde morava e arrumou as malas. Eram seis horas de manhã quando Lucy tocou a campainha da casa dela.

    - Ai Lucy! ? Julie a atendeu, meio eufórica.

    - Bom dia, Julie. O que aconteceu? ? Lucy perguntou, vendo-a correr de um lado para o outro.

    - Bom, estou atrasada! Acordei tarde e estou totalmente confusa! Como estou? ? perguntou, mostrando-se para Lucy.

    - Está ideal para uma? fazendeira ? comentou Lucy.

    - Ótimo! Comprei ontem só pra usar na fazenda. Macacão é moda no campo, eu li.

    - Nossa. Afinal, você quer mesmo ir pra lá? Um lugarzinho que você nunca viu nem ouviu falar que fica sabe-se lá onde!

    - Lucy, eu vi fotos da propriedade que o antigo dono tirou e a fazenda é grande e muito linda! Quando me visitar, vai ver!

    - Sei. De qualquer forma, Julie, anda logo! Não podemos perder tempo! Já tomou seu café?

    - Ainda não! ? disse Julie, se lamentando.

    - Bom, terá que tomar na rodoviária senão vai perder o ônibus. Vamos logo!

    Julie saiu do apartamento levando sua mala com a ajuda de Lucy. Estava numa mistura de ansiedade, medo e felicidade. Desceram pelo elevador e correram para o carro de Lucy, que a levou até a rodoviária. Lá, Julie comprou um sonho e um copo de leite com chocolate quente enquanto Lucy lhe perguntava sobre se ela queria mesmo ir para uma fazenda, pois ela sequer levava jeito pra isso e Julie lhe assegurou que se ela não gostasse, voltava pra casa.

    - Bom? tenho que ir ? disse Lucy, levantando-se da cadeira da lanchonete da rodoviária.

    - Mas já? ? perguntou Julie.

    - Sim, eu preciso ir pra padaria agora. Sabe como é, ?né??

    - Sei sim. Quando puder, vê se aparece lá na fazenda, sim?

    - É claro. Desejo-lhe sorte.

    - Obrigada ? [/i]disse Julie, abraçando Lucy.[/i]

    - Tchau ? disse Lucy, afastando-se do abraço e voltando ao seu monza.

    - Tchau! ? disse Julie, vendo-a se afastar.

    Depois de se despedir de uma grande amiga, Julie entrou no ônibus após guardar sua mala no bagageiro e sentou-se em uma poltrona de janela. Ao sentar, ela sentiu um enorme vazio. Estava deixando a cidade onde viveu por mais de quinze anos e agora partia para o campo para recomeçar sua vida. Enquanto ela imaginava o que mudaria em sua vida ou o que ela encontraria no caminho, o ônibus deixava a rodoviária em direção a um novo caminho. A caminho da Cidade Mineral.


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