Saint Seiya Future: A New Beginning

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    Capítulos:

    Capítulo 10

    O começo de um novo início

    Spoiler

    Os treinos então foram constantes. Diretamente com o Mestre. Pesados, intensos, cansativos, mas extremamente necessários. E na manhã do início do campeonato, meu coração estava tão angustiado e dolorido... Asmita nos levou como suas pupilas até o campo de treinamento, que estava lotado de aspirantes que não iriam participar ainda e os concorrentes aglomerados no centro, com seus devidos mestres. Ao alto, no topo do lado esquerdo, estava o Mestre do Santuário ao lado de Athena, lindamente vestida de branco. Seus cabelos eram castanhos e lisos até a cintura, possuía um olhar esverdeado e infinitamente bondoso. Segurava um báculo de ouro, vestia um cinturão de ouro e as jóias e enfeites de cabelo eram dignas de uma rainha da Inglaterra. Se assim for possível comparar.

    Do lado direito, cadeiras de pedra em formato de meia lua para os 12 cavaleiros e amazonas de ouro. O ?juiz? seria o próprio Mestre do Santuário. Meu estômago revirou. Todos estavam nervosos. Eram 20 concorrentes para as seis armaduras. Não era tão tenso quanto milhares por uma de ouro, mas ainda assim, seria complicado. Fomos todos acomodados em bancos de pedra na margem da arena de luta, enquanto todos nos fitavam curiosos. Eu senti leve mal estar.

    - Vai dar tudo certo, eu confio em você. ? Disse Asmita segurando-me pelos ombros, todo amoroso. Não que isso tivesse resolvido minha angústia, mas ajudou bastante. Acenei que sim e recebi um leve cafuné na cabeça. E então ele voltou-se para Elane e fez quase o mesmo. ? Pense bem no que eu te ensinei... E força. ? E deu um tapinha em seu ombro, carinhoso.

    - Eu vou vomitar. ? Anunciou Elane baixinho, fazendo Heru ao nosso lado rir.

    - Eu sinto minhas pernas duras, não vou conseguir me levantar. ? Confessei remexendo o corpo, para ver se eu não esquecia como lutar e mover os músculos.

    - Vocês falam demais. ? Implicou Max, que parecia nervoso e queria se concentrar. Estava mais duro e inflexível como antes do namoro. Já tinha me esquecido, obviamente. Senti o coração apertar. E se eu lutasse contra ele? Não ia ser legal.

    - Santa implicância. ? Revidei com frieza. Ficávamos um tanto chatos perto um do outro. Nem eu entendia porque.

    - Aquele ali não é um cavaleiro de bronze? ? Perguntou uma concorrente que era gêmea de outra ao seu lado.

    - É o Fênix, soube que voltou do inferno sem sucesso na missão. ? Anunciou outro próximo a elas. Tinha a aparência mais geek possível.

    - E como é que você sabe? ? Perguntou Elane rapidamente, interrompendo o outro trio mais adiante. Todos ali sabiam do relacionamento entre a aspirante e o fênix.

    - Meu mestre é o mesmo que o dele. E se Li não retornou com ele, foi porque falhou. ? Meu coração deu um salto imenso ao ouvir aquela resposta.

    - Quer dizer que ele foi para o inferno tentar trazer de volta o mestre dele? ? Perguntou ela meio perdida, enquanto me fuzilava com o olhar e eu fingia que não era comigo.

    - Exatamente. ? Respondeu o garoto e deu de ombros, voltando a conversar com as gêmeas.

    - Akemi... ? Sibilou ela na minha direção me fazendo encolher e agarrar o braço de Heru com força. ? Você sabia, não sabia?

    E agradeci não poder estar vendo seus olhos naquele instante. Ela me fritaria.

    - Você e o mestre sabiam, não sabiam? ? Insistiu de novo, puxando-me pelo braço para encará-la de frente.

    - Juan me contou depois de me dar explicações a respeito daquele dia. Mas pediu segredo. E eu não sou nem louca de quebrar a confiança dele, já foi difícil conquistá-la. ? Fui sincera, afastando-me com jeitinho dela. ? Não trai a sua confiança, eu só queria te proteger.

    Acho que a muito custo emocional, ela entendeu o que eu falei e por isso me soltou fechando a cara. Pronto. Iria ficar uns dias sem olhar para mim e sem querer ver o Juan, mas depois passava. Aaaaah... Shits! Dramática!

    E ficamos ali conversando e depois de alguns minutos houve um silêncio intenso enquanto Athena se erguia da cadeira. Por instinto, toda a arena, a arquibancada e os de ouro se ajoelharam para reverenciá-la. Quando ela sorriu e fez uma leve reverência à todos, voltamos a nos sentar. Sorrindo imensamente, com os olhos brilhantes e o ar envolta de si totalmente enobrecedor e inabalável, começou a falar com o tom melodioso e cativante, que só ela poderia ter.

    ?Bom dia a todos! Agradeço imensamente a presença de vocês e queria saudar o início da competição. Lembrem-se de todas as regras para uma luta justa e honesta, sem usar de meios obscuros para vencer. E as armaduras irão escolher vocês de acordo com o mérito e a afinidade. Perder o campeonato não significa o fim de uma possível obtenção, logo mais teremos mais concorrentes e os mais preparados terão direito a se inscrever. Que tudo aconteça e se desenvolva com honra e nobreza. Estarei aqui observando todos vocês.?

    Por que ela tinha que ficar ali nos observando? Isso dava mais nervoso ainda. Então ela se sentou de forma elegante, digna de uma princesa e senti seu olhar percorrer a arena e seus olhos se fixaram nos meus. Isso durou mais de meio minuto até que ela voltou a olhar para o Mestre e falou algo. Eu senti meu corpo inteiro mergulhar em gelo. Aquele olhar me segurou de maneira muito firme e foi impossível pensar que não era para mim.

    Então o Mestre se ergueu segurando uma urna, que continha os papéis dos nomes dos candidatos. Escolhendo assim as duplas. Iam ocorrer apenas duas rodadas de lutas. Na primeira 10 seriam eliminados. Na segunda, sobrariam 10 para seis armaduras. Quatro vitórias e um empate. Se não ocorresse o tal do empate, a armadura seria guardada para ser distribuída depois.

    Então ele retirou o primeiro pedaço de pergaminho e leu em voz altíssima e vibrante. ? Avalon! ? E uma garota ali no banco ergueu-se, saudando-o e retornando a se sentar. Era loirinha e do povoado de Jamiel. Era pupila de Mila de Áries. Suspense. Ele retirou outro papel e leu. ? Heidée. ? E uma das gêmeas se levantou e fez o mesmo processo de reverência, tornando-se a sem sentar. Ambas as oponentes se olharam e logo aquele clima competitivo começou. Era pupila de Rain de Libra, junto com sua Irmã.

    E em seqüência, os oponentes seriam: Alex & Aghata. Avalon & Haidée. Louis & Desirée. Louis & Leonard. Gabriel & Akemi. Elane & Alexander. Mia & Max. Heru & Adalcar. Rodolfo & Brunno. Fleur & Gabrielle.

    Quando a primeira dupla de oponentes se apresentou no centro da arena para todos, após uma reverência de respeito pela Deusa, elas se cumprimentaram e começou a maior luta e show de cosmos diferentes, de poderes diferentes, totalmente empolgantes de se assistir. Duravam até que alguém desistisse ou até que alguém conseguisse nocautear o oponente. Não poderia, em hipótese alguma, matá-lo. Ou seria renegado já como aspirante. Não poderia usar armas, teria que ser corpo a corpo. Ou o seu poder interior, acumulado em uma imensa quantidade de cosmo e lançada na direção do adversário. Só. Eu não poderia usar o lenço e Elane não poderia usar o rosário. Ao menos, na primeira rodada.

    E foi lindo. Eles quase deram empate até que Aghata conseguiu derrubar Alex com uma voadora digna de melhor amiga. E o Mestre encerrou a luta com um grito e ela foi ajudá-lo a se levantar. Abraçaram-se e enquanto ele retornava para a arquibancada, ela voltava para nosso grupo dando pulinhos toda feliz. Foi parabenizada.

    Quando Avalon ergueu-se toda imponente seguida de Haidée, senti arrepios. Ela era digna de ser comparada com a mestre, Mila. Intimidava só pelo modo de caminhar. Cumprimentos à parte, quando começaram a lutar percebi que Haidée foi pega de surpresa e lançada do outro lado da arena com um golpe surreal tendo como base as pernas. Eram o porto forte de Avalon. E depois de muito custo, superando-se na arena e com os gritos da platéia, Haidée conseguiu revidar e venceu a luta. Mais pulinhos de alegria, mais parabenizações e um abraço gostoso dado na irmã gêmea.

    Então foi a vez de Desirée e Louis. Foi a luta que levou mais tempo, por ser bem equilibrada. Louis tinha a força de um touro e Desirée era delicada como uma pétala de flor, mas tão venenosa que matava com um simples toque. Amazona de peixes em vista? He. Louis foi derrubado com uma chave no pescoço com as pernas e voltando-se com a cabeça no chão. Feliz, embora um pouco machucada, Desirée uniu-se ao grupo novamente, comemorando.

    Outro Louis com o tal de Leonard. A luta foi a mais bruta, com várias regrinhas desrespeitadas, mas ganhou o mais honesto. Louis. E ele voltou sorridente e largou-se ao lado das gêmeas. Pareciam bem amigos e senti curiosidade de saber quem eles eram. Então era a minha vez com o Gabriel. Suspirei nervosa e meus amigos me olharam e juntos falaram ?Boa sorte?. Agradeci baixinho e me encaminhei para a arena, que tremia e urrava com mais uma luta. Meu coração queria sair pela boca, mas fechei os olhos e aproveitei a boa sensação que a Deusa emanava e me acalmei. Fiz uma leve reverência para Athena e outra para Gabriel. E num piscar de olhos, me vi na frente do oponente que me empurrava com um soco na barriga para longe. Porém, virei o corpo e cai se joelhos e mãos apoiadas no chão.

    Desviei de um chute vindo do alto e puxei o garoto para mim, trancando-o com os braços ao redor do pescoço e jogando-o no chão junto comigo, batendo sua cabeça ali. Pegando-me pelos braços me virou e quis depositar socos em meu rosto, mas eu desviava e por fim, o chutei para fora dali, erguendo-me rapidamente em um salto. Ah... Se eu pudesse usar meu lenço... Você morria... Mas não, não posso matar.

    Puxei as pernas para o alto levitando e me fechando com um ?Khan?, para conseguir armazenar cosmo suficiente para um ataque de verdade. Enquanto isso recebia golpes furiosos na barreira protetora e agradecia a burrice do garoto em se cansar. Assim eu venceria mais rápido, idiota. Suspirei baixinho e abri os olhos, do nada, explodindo energia azul ao redor de mim, afastando-o com brutalidade. Pego de surpresa, foi cair lindamente lá longe, embaixo de onde estavam sentados Athena e o Mestre. Senti o olhar insistente de alguém atrás de mim, mas tentei ignorar ou aquilo iria me atrapalhar na luta.

    Meu cosmo se elevou ao máximo, brilhando de forma tão intensa e perfeita, que a platéia soltou um ?uuuhhhh?. Eu ri baixinho e movendo-me de forma delicada, puxei o corpo para trás e lancei uma bola de energia imensa contra o Gabriel. Acertei-o em cheio na barriga, derrubando-o de novo e congelando seu corpo naquela região. Intrigado, queimou o próprio cosmo para voltar ao normal e a luta ficou mais tensa, mais dramática, onde eu quase perdi, mas que depois de um grito de Elane, consegui reagir e vencer. Meio cansada, estendi a minha mão para segurar a dele, mas ignorou-me totalmente e foi bufando para fora da arena. Dei de ombros e voltei correndo para meus amigos, onde eu me joguei nos braços de Elane feliz.

    - Eu consegui! ? Gritei feliz. ? Eu consegui!

    - Eu sei, eu vi, eu vi... Não precisa me deixar surda... ? Falou entre risadas. ? Não consigo ficar brava com você depois disso. Lutou bem. Parabéns.

    Heru fez o mesmo e ficamos sentadinhos, aguardando. Agora era a vez de Elane e Alexander e eu retribui o ?Boa Sorte?. Ela acenou respeitosa e foi para a arena com o garoto e depois dos cumprimentos e frescuras, começaram a lutar. Acho que se eu falar que ele acertou um golpe nela foi muito. Ele não era ruim, mas Elane era infinitamente superior e surpreendeu até a mim. Asmita lá do alto sorria todo orgulhoso, quase como se quisesse falar ?A pupila é minha, é minha!?. A única coisa que eu conseguia ver era o cosmo vermelho da amiga invadir quase todo o campo, rodopiar e pular, desviando com maestria impressionante e derrubando o oponente quase na primeira oportunidade. Foi rápida e objetiva como sempre foi, assustadoramente uma potencial homicida em campo de batalha.

    Alexander não quis, que nem o outro, ser levantado do chão. Imitando-me, não se importou e acenou de longe para Asmita e quando retornou para o banco eu a apertei bem forte, sob protestos, dizendo. ? Parabéns! Foi linda! ? Minha voz era toda dengosa e íntima.

    - Okay Akemi, eu já entendi. ? Retrucou e com educação se afastou. Os outros a olhavam assustados ali ao meu lado, provavelmente desejando não ir contra ela. Ela parecia se divertir com isso. E senti que ali perto o Fênix observava tudo e sentia um profundo e intenso orgulho da namorada. Que bonitinho. Agora imaginem os dois em luta... Juntos... Não era algo muito legal de se assistir. Deveria voar pedaços de corpos para todos os lados. Ou purpurinas, como quiserem imaginar.

    Mia lutou contra Max e este ganhou depois de perceber que força não é a única arma de um cavaleiro. Heru ganhou de Adalcar, Brunno ganhou de Rodolfo e Fleur ganhou de Gabrielle.

    Com os 10 sentadinhos ali, novos sorteios. Aquilo cansa... E cansa muito... As novas duplas seriam: Akemi & Elane. Desirée & Max. Haidée & Fleur. Heru & Aghata e Louis & Brunno.

    Quando nossos nomes saíram juntos, meu coração foi parar na garganta e nos olhamos preocupadas. Sabíamos de aquela possibilidade acontecer, mas nunca imaginamos que isso de fato se realizaria. E a platéia soltou um ?uuhhhh? ao ver a dupla da primeira luta da segunda rodada. Senti Asmita tenso também, mas ele estava mais preparado para que isso acontecesse do que nós duas. Levantamo-nos juntas e de mãos dadas seguimos para a arena, assustando os demais presentes com isso. Reverência à Athena e um peso imenso no coração que ela pareceu notar fez a Deusa nos olhar com certa piedade.

    Elane se virou para mim e segurou minhas duas mãos agora, apertando-as de leve. Depois as soltou e se afastou dois passos. Engoli em seco, abaixando a cabeça e suspirando profundamente. Pensei em desistir da luta e deixar que ela ganhasse por wo, mas seria jogar no lixo todo o trabalho de um mestre. Toda a confiança de Asmita... Não poderia, nunca, fazer isso. E acho que pensamos a mesma coisa.

    - Que ganhe a melhor. ? Provocou Elane em tom de brincadeira, embora seu tom tivesse um leve (leve? LEVE?) nervosismo e ela parecia bem tensa.

    - Sabe que te derrubo em menos de cinco minutos. ? Revidei carinhosamente, afastando-me também e fazendo uma reverência.

    O silêncio era total, acho que o Santuário inteiro sabia que éramos meio que irmãs e não sabiam o que esperar da luta.

    - Eu aposto que agüento pelo menos dez. ? Brincou para deixar o ar mais descontraído.

    - Se você ganhar, vai ter que escolher o caminho que leva à Athena. ? Ela entenderia. Fiz referência a sua lição.

    - Se você ganhar vai ter que me esperar, porque eu vou obter uma armadura. ? E era tão convicta sua voz, que achei graça e não duvidei.

    - Fechado. ? Falaram as duas ao mesmo tempo e senti que Asmita estava sorrindo satisfeito.

    E foram três segundos exatos de tensão, onde eu tinha certeza, que estávamos nos encarando por debaixo daquela máscara e a platéia toda parou de respirar. Quando a senti passar cortante ao meu lado, notei que levara um golpe afiado na altura do peito que me prendeu o ar e me levou ao chão. A platéia urrou. Expirei com força e me ergui, desviando de um chute alto. Aproveitando o momento, passei uma rasteira e tentei dar-lhe um soco ainda caída no chão, mas fui violentamente empurrada para trás com suas pernas e bati em uma parede embaixo de onde estavam os cavaleiros de ouro. Mais urros e gritos. Ela era violenta heim? Vou te contar.

    A minha sorte era que nessa rodada eu poderia usar o lenço. Então logo tornei a desviar e contra atacar com ele e quando uma não encostava mais na outra, ela retirou o rosário da cintura. Eu só pensei. ?É. Fudeu.?

    E fiquei sem saber o que fazer. Ela ficou na posição de lótus e eu a imitei. Protegi-me com o Khan, mas ele não foi suficientemente forte e as sementes do rosário me envolveram inteira e como cordas de energia me prenderam dos pés até o pescoço e levei um choque terrível. Perdera a visão. E sim, ela tinha aprendido o tesouro do céu e mexeu nele a seu estilo a La Assassina.

    Concentrando-me e agradecendo por não me atrapalhar ao me privar da visão, saltei para o alto de repente e fui com velocidade na direção dela lançando-lhe o lenço e enrolando-a pelo braço, puxando-o com violência. Ela subiu e caiu no chão, recebendo cortes profundos no braço e que a impediriam de usar o rosário com tamanha eficiência. E em seguida, soltei um poder estranho sobre ela que congelou aquele braço em questão de tal forma, que notei dar trabalho para derreter o gelo que apareceu ali.

    Então paramos. Olhamo-nos por alguns instantes, antes de eu avançar sobre ela querendo distribuir chutes na barriga, mas fui lançada longe só com uma mão e rapidamente recebi outro choque. Perdera agora a audição. Sacanagem Elane. Eu quem aprendi esse golpe. Ergui-me já demonstrando dificuldades e deixando o lenço de lado na cintura, elevei meu cosmo ao máximo e formei uma barreira gigantesca ao meu redor enquanto acumulava cosmo para devolver em igual intensidade os choques que eu levara, aproveitando que seu braço ainda estava semi-congelado.

    E ataquei. Congelei o membro mais ainda e parcialmente o peito, onde ela ficou tonta e caiu de joelhos no chão. Senti o chão vibrar muito e agradecei estar privada da audição. Bambeei para o lado e o chão vibrou mais, pois a amiga ergueu-se e sussurrou mantras, envolvendo seu corpo em chamas vermelhas e com força mais intensa ainda, me atingiu o corpo já fraco para cair na arena perdendo o olfato. Os choques eram terríveis. Seu corpo parecia arder em brasa.

    Parecia fogo contra gelo. Uma coisa bem exótica, aliás. Com MUITO custo, me ergui e fiquei de pé. Não queria perder e ela não queria também. Eu abandonei minha realidade para viver aquilo e ela também fizera a mesma coisa. Não era justo com nenhuma das duas, que ambas perdessem.

    E eu só estava de pé pela presença incentivadora de Athena. Nada mais. Mais tremores de terra e... Quanta ingenuidade Akemi, por que não pensou nisso antes?

    Fechei-me novamente para acumular cosmo, enquanto ela descongelava o braço totalmente e tentava descongelar o peito, notando que a sua pele ficara arroxeada. Ficou meio assustada, mas achou que era normal... E bom, meus ataques, por conta da adrenalina, estavam mais fortes.

    Lancei uma bola de energia no solo sob seus pés e congelei metade do chão da Arena. Quando ela retornou ao solo, escorregou e caiu. Senti ela morrendo de ódio da minha pessoa e sorri imaginando ela caindo e me lamuriando por estar sem a visão. Trollando a amiga num campeonato sério. Só tinha que ser quem? Eu é claro! Eu me mantinha de pé no gelo com tranqüilidade e depois dava um jeito de me desfazer daquilo. Era apenas por alguns minutos, me dando vantagem. Só isso que eu precisava.

    Avancei com tudo e consegui dar-lhe golpes críticos nas pernas e braços, tentando impossibilitá-la o máximo possível. Por fim o gelo derreteu e a areia úmida virou lama. E aquilo ficou escorregadio pior do que antes, fazendo-me perder mais um sentido humano. E mais outro. Restava somente o olfato, que ela retirou com maestria e eu cai semi-inconsciente no chão, mas ao mesmo tempo ela recebeu um golpe fortíssimo que congelou seu corpo do quadril até o pescoço, completamente.

    E o Mestre encerrou a luta. Dando empate. As pessoas aplaudiram freneticamente, enquanto éramos retiradas da arena por ajuda do nosso mestre Asmita e de Heru. Foram-me devolvidos os cinco sentidos e voltei a ver e ouvir a empolgação e felicidade da platéia, sorrindo meio sem jeito. Notei que eu estava exausta e cansada, precisando ser amparada para caminhar. Ao lado uma da outra, rimos juntas. Ela estava toda molhada.

    - Desculpa, acho que te congelei... ? Pedi ainda entre risos.

    - Que isso, eu quase te matei. ? E deu de ombros.

    - Estou orgulhoso. ? Irrompeu Asmita abraçando-nos e a cena de carinho comoveu Athena e os outros.

    Bom, passado a primeira luta... Os vencedores das próximas foram: Desirée, Haidée, Heru e Louis. Max havia perdido, por bem pouco não havia ganhado... Mas iria tentar de novo, que eu sei. Senti o coração doer por ele não ter conseguido, mas feliz por Heru que havia ganhado também. E para meu horror e espanto, vi Athena diante de meus olhos num instante perdido. Ela me olhava sorridente e me puxou para um abraço. ATHENA ESTAVA ME ABRAÇANDO! Não contive e me ajoelhei, ao que ela passou a mão na minha cabeça e meio que me abençoou. E fez isso com todos os outros vencedores. Eu chorava emocionada. Nunca imaginei que ganharia a armadura e nunca pensei que nossa luta daria empate... Ah Elane... Sua moreninha sacana. E para finalizar, nunca imaginei ver aqueles olhos tão bondosos perto de mim e sorrindo, parabenizando-me pela luta.

    O Mestre do Santuário fez o mesmo e impossível não fazer-lhe uma reverência também. Em seguida, todos os doze de ouro, com direito a um abraço de urso de Asmita, que terminou de quebrar meus ossos. As caixas das armaduras estavam à nossa frente, na frente dos de ouro e de Athena e com um movimento de mão, Mila subiu as armaduras no ar e Athena abençoou cada uma delas, que se abriram... Mostrando as armaduras montadas. Impossível descrever a sensação de um dever cumprido.

    Espalharam-se de forma cruzada até os seus respectivos cavaleiros e quando obtive a armadura de Cisne compreendi a razão de o meu cosmo ter mudado a cor e dos meus poderes serem congelantes. A sensação de tê-la foi maravilhosa, onde meu corpo inteiro restituiu a sua força e parecia que eu ganhava poderes do nada, além de uma sensação imensa de respeito que ganhamos ali diante da platéia.

    Ficaram explicados também os choques de Elane. Ganhara a armadura de Ofiúcus, onde os poderes que aquela constelação lhe conferia dizia respeito a trovões e uma quase mudança de clima. Desirée ficou com a de Unicórnio, Haidée com a de lobo, Louis com a de Corvo e Heru com a de Dragão. Só faltava o dragão chinês nas costas, ham?

    Todo mundo emocionado, beijinhos e mais abraços depois, então o Mestre do Santuário nos chamou para conversar em particular. NINGUÉM SE SENTIU NESSA HORA, IMAGINA. Olhei de soslaio para o Mestre, que pareceu que esperaria nós voltarmos. Elane estava do meu lado e parecia radiante, assim como todos os outros. Próximos de Athena, que nos olhava com brandura e doçura, começou.

    ?Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar os novos cavaleiros e amazonas. Vocês devem saber o peso que vai ter essas armaduras, não sabem? O peso de servir à Athena em primeiro lugar, durante toda a vida de vocês. O peso de saber que o futuro da humanidade depende do sucesso de cada um em todas as missões. O peso de ser um cavaleiro, ou uma amazona. Não são mais aspirantes, podem-se dizer servos da Deusa da Sabedoria. Foram honrados com uma constelação, que os protegerá e acompanhará aonde vocês forem. Cumpram o dever, honrem Athena e sejam felizes.?

    Seu olhar era tão intenso, que nos ajoelhamos juntos novamente, para mais uma reverência. E realmente, senti todo o peso de uma amazona nos ombros. Era sério sabe? Não era brincadeirinha de criança. Quando nos erguemos, continuou.

    ?Elane de Ofiúcus e Akemi de Cisne irão para leste com Asmita investigar a causa do incêndio de uma antiga cidade. Heru de Dragão e Louis de Corvo irão para o Sul com Ansur patrulhar a região, com indícios fortes de ataques. Desirée e Haidée irão com Calista até a entrada do inferno, esperar Li de Gêmeos sair. Fênix fez um bom trabalho, o resto dependerá do cuidado de vocês. E as missões do Santuário são confidenciais. E para evitar euforia de novatos, peço para não fazerem nenhuma loucura. Acabaram de obter a armadura, mas não se tornaram invencíveis. Tenham bom senso e cautela, sempre. Agora... Podem ir.?

    Levantei ainda meio tonta e depois de uma conversinha grupal e despedidas quanto ao nosso amigo Heru, nos aproximamos de Asmita.

    - Eu não acredito que vão para a primeira missão de Amazonas comigo! Ah... Mas é uma Honra! ? E nos tratando como amigas íntimas e respeitadas, nos guiou até a saída do Santuário. Mas antes parei no meio da arena e olhei para a direção de Athena. Quis saber seu nome humano, enquanto sentia aquele imenso respeito e admiração por ela. Ela me fitou com os olhos confiantes e acenou com a cabeça, indicando compreender que eu estava nervosa, mas avisando-me silenciosamente para que fizesse tudo certo. Ela estava contando comigo. E com cada um dos que saíram ali com armaduras.


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