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Ainda conversava com Prya de forma amigável na entrada da casa de virgem quando vi Asmita retornando. E era indescritível a sensação de vê-lo se aproximar de forma tão serena e tranqüila. Ou sei lá, era só paixonite besta pelo mestre, além de um respeito profundamente admirável. A paz que ele transmitia com a presença era sentida a distância e qual não foi minha surpresa ao ver que ele sorria.
- Pode nos dar licença um minuto? ? Pediu ele com cordialidade para Prya, que assentiu com a cabeça e desceu as escadas até a casa anterior, provavelmente voltando para a de Áries, onde tinha seu Mestre. Então ele virou-se para mim e com respeito indagou. ? Há algo na sua vila que seja importante para você? ? O tom era preocupante, além do assunto.
- Família, amigos, tudo. ? Respondi com certo temor. ? Por quê?
A vila não era a do lado do Santuário, ficava bem distante da Grécia. Era localizada no Japão, seu país natal. E era uma comunidade bem pequena, sobrevivente das guerras que ocorreram no século XXI.
- Só para ter a certeza do que eu posso fazer lá. ? E estendeu uma mão até meu ombro em gesto de cumplicidade e segurança. ? Dê um tempo à Elane, vem comigo. ? E foi indo por onde Prya havia passado, comigo logo atrás o acompanhando. Nunca me fora permitido sair da casa de virgem e, portanto, seria uma surpresa interessante ver o que havia além. Asmita era cauteloso e não queria e eu sabia que ele tinha seus motivos. Logo me postei ao seu lado, encantada e observando cada pedra ao redor.
Entre as doze casas do Santuário, havia um caminho infinito de escadas que subiam (ou desciam, no meu caso) e que só era possível ser feito a pé, sem o uso de teletransporte ou invasão pelo céu de qualquer espécie. Sendo assim, o invasor teria que passar pelos doze cavaleiros, derrotá-los todos, deparar-se com o Mestre do Santuário e só então Athena estaria desprotegida. He. Um caminho difícil não? Quase impossível eu diria. Quase.
Alguns minutos depois, avistávamos a casa de Leão. E fiquei me perguntando quem seria o ?dono? de lá... Parecia tudo tão novo, tão digno e... Uma voz feminina logo atrás gritava por nós. Nos viramos e Elane descia correndo com velocidade.
- Onde é que vocês pensam que vão sem mim? Nunca saímos da casa de virgem e me recuso a ficar só lá. ? Resmungou se apoiando em mim para tomar ar. ? Mestre, obrigada. ? E melhorou a postura ereta e elegante que possuía, sorrindo para ele.
Sem falar uma palavra, ele acenou com a cabeça e continuou andando com as duas logo atrás. Observei que ele estava sério demais. E fiquei me perguntando o que faríamos descendo daquela forma. Ao notar a presença de mais alguém além do Cavaleiro de Virgem, um homem alto e robusto apareceu logo na ?porta dos fundos? da casa de Leão possuindo uma armadura de prata. Notando que vinha um mestre e duas pupilas sorriu animado e entrou. Quando eu ia abrir a boca para perguntar a razão de tamanha felicidade estranha, vozes logo atrás de nós. Virei-me e levei um susto. Desciam TODOS os cavaleiros de ouro (ou amazonas) com seus pupilos que antecediam a casa de Virgem. Ou seja: Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Como é que eles haviam descido tão rápido? Asmita não parara de caminhar e continuamos ao lado dele, mas sempre olhando para trás para dar aquela espiadinha nada discreta.
- Por acaso...? ? Perguntei meio incrédula. ? Vocês todos vão...?
- Sim, todos vão procurar por Athena e vão deixar os pupilos lá no campo com os de prata que escolheram para continuar o treinamento até a obtenção das armaduras. ? Respondeu com tranqüilidade. Asmita podia falar que sua mãe morreu como se falasse como o tempo estava quente hoje... É, estava BEM quente lá fora.
- Akemi, olha a Amazona de Peixes. ? Cutucou Elane baixinho, como se o mestre não fosse ouvi-la e virei o rosto na maior cara de pau. Ela vinha logo ao lado do de Libra e era... Linda. Não tinha definição suficiente para descrever a beleza da mulher. Sabe aquela cena clássica de uma mulher bonita passando e o ventilador na cara? IGUALZINHO. E ela não usava máscara, para variar. Cabelo prateado, olhos claros e esverdeados, pele branca e sem nenhuma imperfeição, alta, atlética e esbelta. Além de imponente e presencial. Todos notavam a presença dela e quase tive certeza que o cavaleiro de prata anterior sorriu para ela. Assim como todos os pupilos homens a encaravam com devoção ridícula, é claro. Pigarreei baixinho e sorri desconcertada.
- É... Eu acho que ela é... ? E não encontrei palavras. ? Não tem... Definição.
Asmita riu abertamente da nossa reação.
- Existe duas amazonas dentro das doze casas. Peixes e Áries. A primeira e a última. ? Explicou com profundo respeito na voz. Pensei se ele era virgem mesmo sabe? Trocadilho! Trocadilho! Depois conto isso pra Elane.
Finalmente chegamos à casa de Leão e ali parecia ser o ponto de encontro de todo mundo. Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão (óbvio) estavam ali igualmente com seus pupilos. A emoção e nervosismo dos aspirantes eram tão contagiantes que senti o estômago revirar. Todos os de ouro ali, na tua frente, juntinhos e... Okay, vou olhar ao redor e observar com cuidado cada um deles.
Mila de Áries te dava uma sensação incômoda de ?nunca se meta no caminho dela?. Olhar penetrante, gestos militarizados e demonstrava ser do povoado de Jamiel devido à um detalhezinho em sua testa, um símbolo. A armadura brilhante e imponente e uma capa por trás branca e comprida, meio de lado e escondendo metade do corpo. Observava todos ao seu redor com curiosidade e superioridade. Olhos prateados e cabelos ruivos esvoaçantes, cor de sangue bem escuro. E não era tinta, garanto. Tamanho médio e corpo delicado e esguio. Não pareceria uma amazona de ouro se não vestisse a armadura e deveria ter pela aparência não mais que 24 anos. Mantinha ao seu lado Prya e mais um aspirante homem.
Aldebaran de Touro era imenso, alto, másculo e tinha o olhar forte e incisivo. Dava um medo estranho só de encará-lo. Mantinha a posição de braços cruzados e olhava tudo e todos de cima, mas não por se sentir superior como Mila, por ser o mais alto de todos mesmo. Moreno, cabelos compridos e olhos escuros. Tinha um sorriso amistoso no rosto e ao seu lado três pupilos. Uma menina e dois garotos. Os três meio que se escondiam atrás do próprio mestre e o cavaleiro parecia ter uma atitude infinitamente protetora diante deles. Parecia ter em torno de trinta à trinta e cinco anos. Ao notar que o observava, ele deu uma piscadela para mim e Elane, ao que retribuímos com um aceno de cabeça.
Li de Gêmeos era de estatura mediana, oriental vindo direto da China e com uma expressão no rosto nada amistosa. Parecia introspectivo e quieto. Okay, ele tinha cara de psicótico, bem verdade. Ao lado dele um único pupilo que mais parecia um monstrinho em forma de gente do que um simples garoto. Era bonito, mas tinha o olhar e a expressão tão demoníacos quanto o mestre. Li aparentava ter vinte anos, mas envelhecia horrores com aquela carinha feia. E é, não fui com a cara dele.
Ansur de Leão era o mais sorridente, o mais camarada e o que abraçava e dava tapinhas carinhosos em todo mundo. O típico amigo geral, que conhece tudo e todos do Santuário. Ao nos ver veio direto na nossa direção para um aperto de mão e apresentações formais. Apresentou-nos os três pupilos, todos homens e eu quase tive um ataque do coração ao reparar que um deles era Max. Mas ele não saberia quem eu era por conta da máscara. Elane deve ter notado, porquê me puxou discretamente quando se afastaram.
Max, para efeito de informação, era um antigo namorado que eu jurava não ser Aspirante à Cavaleiro. Havíamos ?voltado? a ficar juntos, mas nada ?sério?. E da última vez que o vi, ele reagiu de forma estranha. Quando eu decidira contar que era Amazona, ele simplesmente saiu correndo de casa sem dar maiores explicações.
Ansur era alto e atlético, mas nada mirabolante. Bonito. Moreno, cabelo liso e curto e olhos azuis. E um lindo, incrível, perfeito sorriso no rosto. Todas as pupilas o observavam e creio que todas agradeciam por terem máscaras. Aparentava ter no máximo 25 anos.
Rian de Libra assemelhava-se a um pequeno rei. Era o líder dos Cavaleiros de Ouro, com sua armadura bem exuberante e divinamente linda... E uma postura elegante, suave, dócil e um tanto delicada. A linha entre ser imponente de forma elegante e parecer gay era tênue, eu sei, mas ele não parecia gay, garanto. Cabelos compridos e lisos, negros. Pele branca e o olhar tranqüilo e demonstrando ter uma paciência inabalável. Muito bonito, diga-se de passagem, com aqueles olhos acinzentados bem sedutores. Era cordial e educado, aparentando ter pouco mais de 20 anos. Ao seu lado, duas amazonas gêmeas, ambas aspirantes.
E foi com alegria que Rian saudou a todos e posicionado na frente, começou o discurso clássico de um Líder quando todos se juntam.
- Companheiros - E olhou rapidamente para todos os de ouro ? e aspirantes... ? E observou a todos, da mesma forma. ? Confesso que estou feliz por vocês todos estarem aqui... ? E demonstrou profunda preocupação ao suspirar pesadamente, sorrindo em seguida de forma encorajadora. ? Porém temos informações de que Athena foi localizada e por isso mesmo de extrema importância que seja encontrada. ? E uma pausa delicada para recostar-se em um dos pilares da casa. ? E os pupilos têm que compreender a importância da missão e evitar ficarem com sentimentos para com seu mestre que precisa realizar seu dever. - E um leve olhar na direção das gêmeas, suas próprias pupilas. ? E também, se quiserem acompanhar alguma patrulha na sua própria cidade, vila ou país, consigam a armadura na competição. É simples. ? E eu quase pude perceber um sorriso malicioso, mas saudável, por parte do sentimento competitivo envolvido naquilo tudo.
- E quem não conseguir as armaduras? ? Perguntou Aldebaran com educação, diante do silêncio do líder.
- Aguarde até a competição geral. ? Respondeu com simplicidade e aguardou para eventualmente mais alguma pergunta. E nada. Portanto, voltou a falar. ? Quanto à vocês... ? Se referia aos de ouro agora. ? Gostaria que fossem até a sala do Mestre às onze horas para o planejamento com todos os cavaleiros que recrutaram. E agora... Algumas regras das competições para todos vocês. ? E suspirou de novo, pensativo e observando o teto. ? Haverá sorteios de vinte e quatro duplas, depois de doze e depois de seis. Os seis finalistas irão receber as armaduras conforme for o caso. ? E sorriu encorajador. ? Poderão lutar contra colegas que treinaram na mesma casa que vocês, portanto além de uma mera competição é um teste de coragem. Derrotar um amigo faz parte ao longo do caminho de um aspirante, de um cavaleiro ou amazona, de qualquer um aqui dentro, inclusive eu e os meus colegas. ? E todos de repente pareceram sorrir e concordar. ? Poderão encontrar novos colegas, formar inimizades e relações mais difíceis. E é apenas uma etapa... Porém... ? E seu semblante tornou-se grave, além do tom de voz. ? Todos, absolutamente todos, devem entender que acima de qualquer... Digo qualquer... ? Enfatizou com seriedade. ? Dessas coisas, a proteção e a ordem de Athena estarão acima de qualquer dever, missão ou vontade própria. Quando ela tiver idade suficiente serão vocês nos nossos lugares e que uma coisa fique bem clara aqui... ? E passou a caminhar para lá e para cá elegantemente, com a capa esvoaçando atrás de si. ? A vontade dela é incontestável, absoluta e indiscutível. Servimos a ela, mas não por simplesmente servir. A paz e justiça na terra dependem dela ascender na Guerra Santa contra Hades. E para que isso aconteça, existimos. Entendem? ? Ele parecia tão sério e severo que ninguém sequer pensou em discordar dele.
E então Rian parou de andar e nos fitou, sorriu amoroso e carinhoso e convidou a todos com um gesto de mão para seguí-lo. Logo eu e Elane nos unimos à Asmita e pude sentir algo estranho vindo dele. Estava alegre, mas tenso ao mesmo tempo. Quase como se tivesse medo do que viesse pela frente. Asmita, mesmo sendo quem era ainda não passava de um amigo e mestre humano.
- Nervosas? ? Perguntou com tom paterno às pupilas.
- Um pouco. ? Admitiu Elane que estava razoavelmente mais nervosa que eu.
- Sim, bastante. ? Fui sincera, e ele riu de maneira gostosa.
- Lembro-me de quanto obtive a armadura de virgem. ? Asmita foi um dos poucos que jamais passou pelo processo gradual de obtenção de armaduras. ? Havia pelo menos... Mais de duzentos aspirantes e as competições se seguiram por quase dois meses. Ao final, obtive a armadura e ocorreu logo em seguida a guerra santa. ? Sim, Asmita era bem... Velho. Mais de duzentos anos, porém sua aparência era jovem. Por ser de um povo estranho de Jamiel como a Mila de Áries. ? Vocês não têm idéia do que é estar no meu lugar, com vinte anos, diante de uma guerra santa logo no início. Então sempre que estiverem nervosas, recordem-se de que o mestre de vocês passou por situação pior. ? E riu da própria desgraça passada, dando um tapinha no ombro de cada uma ao seu lado.
- Sempre se vangloriando da competição que ganhou né Asmita? ? Uma voz feminina invadiu a conversa e ao nos virar vimos Mila se aproximando com Prya a seu lado. Os mestres seguiram na frente e as três amazonas ficaram seguindo logo atrás.
- Só estou tentando acalmá-las Mila. ? Respondeu doce e demonstrando intimidade com a companheira. ? Ou vai me dizer que até hoje é contra eu ter conseguido a armadura?
- Achei injusto. Você poderia subir como eu fiz. ? Reclamou com divertimento, estavam visivelmente apenas provocando um ao outro.
Você pode ?ser promovido? como Cavaleiro, mas tudo depende do caso. Cada caso é um caso. Asmita sempre foi um Cavaleiro de Ouro, porém Mila começou como uma Amazona de Bronze, depois prata e por fim, Ouro.
Elane me cutucou e apontou a cabeça para o nosso lado. Prya curiosa também observou.
Allan de Escorpião era alto e esguio, um tanto sombrio e silencioso demais. Aquele ar de mistério rondando os cabelos azulados compridos e olhos estranhamente alaranjados. A armadura de ouro brilhante e o capacete em uma das mãos, onde era notável o detalhe da unha do indicador ser comprida e... Vermelha. Estranho, mas interessante. Mantinha ao seu lado um rapaz com expressão de Geek e louco, ou só louco. Pareciam se entender em silêncio, em harmonia curiosa. O Mestre aparentava ter vinte e sete anos e o pupilo não mais do que dezoito.
- Soube que Allan perdeu a companheira amorosa recentemente. ? Sussurrou Prya com jeitinho, de modo que ninguém além de nós duas ouvisse.
- Mas como é? ? Perguntei meio alto demais, levanto um pisão no pé por Elane, que se colocava agora ao lado da amazona de prata. ? Ei!
- Shhhh! ? Fizeram as duas ao mesmo tempo e fiquei de canto, isolada, enquanto elas fofocavam a respeito da vida amorosa do cara que parecia ser bonita, mas acabara em tragédia. Ele se apaixonara pela reencarnação de Perséfone e com o renascimento de Athena os Deuses gêmeos (Da morte e do sono) seqüestraram-na e mataram-na para que não atrapalhasse nos planos malignos deles e de Pandora. Perséfone, se reencarnada, era a única que tinha poder para impedir o despertar de Hades.
- Para quem estava com ciúmes de Asmita com a Prya, até que vocês estão se dando bem. ? Falei em alto e bom som, afastando-me e indo ficar perto do Mestre, que ainda conversava com Mila. Permaneci em silêncio ao lado deles, com o intuito de dar-lhes certa privacidade. E deixei a mente vagar por mundos e lembranças confusas. Em Max... Max... Se Juan estava ali, onde é que ele estava? Ele se tornara aspirante ou cavaleiro?
As duas apenas deram de ombros e continuaram tagarelando. Sim, eu estava com ciúmes de ter a atenção de Elane roubada. E é, eu era infantil nesse sentido.
- E Jamiel, como está? ? Perguntou Asmita casualmente à irmã de mesmo povo.
- Pacífica e tranqüila como sempre foi. ? Respondeu Mila com certo carinho pela própria cidade.
Eu quis perguntar onde diabos aquela cidade ficava, mas fui cutucada por alguém e ao me virar me deparei com Max sorridente.
- Então Asmita é seu Mestre? ? Perguntou curioso, querendo puxar assunto e não querendo ao mesmo tempo. Notei que Elane parara de conversar na hora para escutar. Fechei a cara e fiz bico, para ambos. Eu preocupada querendo dizer à ele sobre quem eu era, quando ele estava lá, sendo treinado pelo cavaleiro de Leão! Humpf. E a outra cheia dos mimimi com Prya e...
- Sim, Asmita é meu mestre. ? Respondi com educação. ? Você é pupilo de Ansur não é?
- Sim... ? E me encarou indagativo. ? Sua voz me é tão... Familiar... ? E estremeci de leve.
- Deve ser impressão sua... Nunca saí da casa de virgem. ? Me senti virgem, por sinal, mas isso fica pra outra hora.
- Não do Santuário, mas do Japão mesmo. Você me lembra de certa forma a minha namorada. ? Então ele era fiel? Hmm... Interessante. E a voz dele parecia séria.
- Isso foi uma tentativa de me agradar? ? Perguntei naquela malícia interior. Toda namorada adoraria estar em meu lugar.
- Não, não, de forma alguma... ? Respondeu ele afastando-se respeitoso, com medo de eu achar que aquilo fora uma cantada para mim. Senti-me dividida em duas. E ele riu achando graça. ? É que você me lembra ela. Pode considerar um elogio, mas nunca uma tentativa de agradar-lhe de forma maliciosa.
Sei... E ri em meus pensamentos. Isso ia ser interessante. Sentia que Elane estava perplexa atrás de mim e ela explicava baixinho para Prya a situação toda.
- Então o Cavaleiro é um ?Cavalheiro?. ? Trocadilhos idiotas.
- Sim, pode considerar que sim. ? Respondeu Max totalmente sem jeito, ainda achando que provavelmente a amazona o considerava um pervertido.
- Está tudo bem, não se acanhe. Qual seu nome? ? E me toquei que eu não deveria falar meu nome. E enquanto ele respondia o dele e devolvia a pergunta, respondi baixinho. ? Ahn...
- Mari! ? Gritou Elane puxando Prya e me alcançando. ? Estávamos procurando você. ? E eu queria muito abraçar Elane, mas ainda estava bravinha com ela.
- Pode me chamar de Mari. ? Respondi para ele quando isso aconteceu e ele sorriu. ? Essas são Elane e Prya. ? Não ia dizer ?minhas amigas?, só Elane o era até então.
E os quatro ficaram conversando sobre a competição e quando notei que houve certo... Clima... Entre Prya e um amigo de Max, nos afastamos gentilmente e Max fez o mesmo, mas não nos acompanhou. Apenas desejou boa sorte a nós e retornou para perto do próprio Mestre. Já estávamos chegando ao campo.
- De onde tirou ?Mari?? ? Perguntei incrédula. ? E obrigada.
- Sei lá, me veio na cabeça. ? E deu de ombros. ? Não agradeça, notei que estava enciumada. ? E me abraçou forte do nada, bagunçando meus cabelos e indo se esconder atrás de Asmita.
Ele teve que nos segurar pelos braços e fazer com que ambas ficassem quietas ao seu lado. Mila já havia se afastado.
- Brigando à essa altura da vida? ? Perguntou Asmita de forma divertida.
E os três riram.
- Elane, pode me dizer se Juan é aspirante ou cavaleiro?
- Ele já é cavaleiro. Conseguiu a armadura de forma... Especial.
- Qual? ? A curiosidade superava a raiva dela no momento.
- Fênix. ? Respondeu meio baixinho demais.
- O Fênix é seu namorado? O FÊNIX? E VOCÊ NÃO ME CONTA ISSO? - Eu estava indignada.
- Você nunca perguntou Akemi. ? Cortou Elane rispidamente e virou a cara. Asmita suspirou e coçou a cabeça, segurando minha mão e apertando de leve. Observei o mestre e notei que ele segurava as pupilas como duas crianças birrentas. Já sabia o que viria.
- Vamos, façam as pazes. Enquanto...
- Não fizermos isso... ? Continuei.
- Não irá nos soltar. ? Terminou Elane de má vontade.
- Exatamente. Olha, vocês aprenderam algo comigo nessas cabeças de vento! ? Quanto amor. ? Vamos.
Soltei um muxoxo resmungão e murmurei um pedido de desculpas com extrema má vontade. Elane fizera da mesma forma.
- Não escutei. ? Retrucou o Mestre sério.
- Desculpa. ? Falaram ambas ao mesmo tempo.
- Isso. ? E soltou as nossas mãos, sorrindo abertamente. ? Chegamos.