O sol começava a nascer e o vento suave e frio da manhã fazia a capa do cavaleiro esvoaçar, este que olhava fixamente para a direção contrária da luz, onde se encontrava uma gigantesca massa de nuvens negras. Ouviu passos pesados atrás de si, e sem fazer um movimento sequer disse:
-Câncer? O que faz aqui?
-Venho aqui todas as manhãs desde que o céu começou a ser tomado pelas trevas. Alguma idéia do que seja? - Perguntou Máscara da Morte, com um ar de despreocupação.
-Não tenho a menor idéia, tudo o que o santuário sabe é que isto está cada vez mais próximo de nós.
-Santuário? -Repetiu o cavaleiro de câncer com um tom de deboche na voz - olhe ao seu redor e me diga onde está este santuário, não passamos de uma sombra do que já fomos, somos os únicos cavaleiros de ouro!
Milo fechou o punho, se virou encarando Máscara da Morte - Ainda temos Libra e Leão!
-O Ancião não passa de um velho acabado e ninguém sabe onde o Leão se encontra, até mesmo Atena parece ter nos abandonado.
Milo tomou posição ofensiva - Repita isso desgraçado! - O duelo estava prestes a começar quando um soldado chega aos tropeços no topo do pico - Senhores, o cavaleiro protetor da casa de Libra requisista a presença de ambos no Grande Salão.
Os cavaleiros se fitaram por alguns segundos, até que Máscara da Morte virou as costas e começou a descer, Milo esperou alguns instantes e fez o mesmo.
Quando chegaram ao Grande Salão se depararam com uma figura miúda e com um ar de cansaço, Mestre Ancião levantou a cabeça para encará-los e logo disse:
-Retornei ao santuário para tomar o posto de Grande Mestre
Milo abriu um pequeno sorriso com o canto da boca enquanto Máscara da Morte parecia estupefato com a idéia. O cavaleiro de Libra continuou, ignorando a expressão de ambos:
-O Santuário está em uma crise, temos que juntar o maior número de cavaleiros antes que a batalha comece.
-Batalha!?
-Sim, uma batalha contra o cavaleiro de Cabeleira de Berenice - Anunciou Aiolia entrando na sala com passos largos.
Continua...