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Como era de costume naquele reino, as crianças eram batizadas aos 10 anos, foi assim tanto com o menino quanto com a menina. Ela recebeu o nome de Akilah, significava inteligência, e o menino foi batizado de Hidetaka, pois ele era responsável e um excelente ladrão. Passam-se dois anos e a pequena princesa foi trancada em uma torre, no meio da mata que rondava o reino. Seu pai, o rei, queria que ela sofresse por ser uma das crianças amaldiçoadas. Naquela torre foram colocados muitos livros, e ela mergulhada no tédio daquela torre, lia livros depois de livros. Seu guizo antes de ser aprisionada na torre, foi tirado dela e trancado no cofre do castelo, onde apenas o rei sabia onde era. O menino por sua vez, recebeu uma missão: Localizar a erva da sabedoria.
Hidetaka saiu em sua missão, foi-lhe permitido levar um punhal e uma bolsa, nada mais. O garoto conhecia apenas a Floresta dos Monges, nunca tinha saído dali e não sabia que a mata no fim, não era tão grande assim. Já estava andando por três horas, parou um pouco e sentou em um tronco de uma árvore morta.
- Não sei como é essa erva da sabedoria... ? murmurou o pálido.
Passou uma das mãos nos cabelos prateados e olhou para o céu, seria uma missão difícil, ele sabia disso. O menino trajava uma calça marrom, uma blusa de um tecido fino branca e botas de couro. No bolso da calça ele guardava o guizo, um objeto precioso para ele. Ia ser realmente difícil achar algo que nem ele sabia sua forma, cor ou até mesmo o cheiro.
Sua missão era achar uma planta que dava a dádiva da sabedoria, para quem toma-se o chá feito a partir dela. A planta era um mito no final, ninguém nunca havia visto antes. Eram apenas histórias e mais histórias. Cansado de ficar ali, foi atrás de algo para comer. Achou uma árvore com amoras, subiu sem dificuldade e colheu algumas e as comeu, ainda sobre o pé - já satisfeito-, deu uma olhada no cenário em volta. Um tapete verde foi o que viu, alguns pontos da mata tinham um buraco, provavelmente era a falta de árvores por causa do desmatamento feito por alguém. Desceu da árvore e voltou a andar, no caminho teve que pular alguns troncos de árvores caídas, passar por lugares quase que alagados e fugir dos perigos dali.
Não notou, mas já tinha saído da Floresta dos Monges e entrado em Abyys. Um lugar de bruxos e ninfas, semelhante à Floresta dos Monges só que, era menos temida, já que quase ninguém tinha ido lá ? ou não se lembrava de que lá viveu -, e acreditava-se ser outro mito. Só se poderia entrar lá pela Floresta dos Monges. Hidetaka entrou em Abyys por uma passagem que ficava dentro de uma caverna. O lugar tinha grama verde, grandes salgueiros, alguns arbustos e córregos. Não podia parecer, mas, a terra de Abyys era pior que a Floresta dos Monges, pois, seu conforto fazia o homem esquecer-se de onde veio e com o tempo, de quem era. O sentimento de ?terra boa? fazia os homens ficarem cegos, não vinham o tempo passar, morriam sem saber por quê. Alguns frutos ajudavam com a parte de se ?esquecer?. O céu sempre azul, a terra sempre farta, era um paraíso no final. Já na entrada da caverna, podia-se notar que o lugar não era, mas a Floresta que o menino cresceu, as cavernas do outro lugar eram obscuras.