Anjos e Demonios

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    Capítulo 8

    cap.8

    Enquanto isso na aldeia...

    Quando o tempo mudou bruscamente os aldeões começaram a se desesperar. Algumas mães pegaram seus filhos e os levaram para dentro de casa, outros correram para se abrigarem nos vizinhos e alguns achando que era o fim do mundo ajoelharam-se ali mesmo e começaram a rezar.

    Dickinson e o sensei que estavam dentro da casa resolveram sair para ver o que acontecia.

    -Mas o que está acontecendo? ?perguntou Dickinson.

    ?Começou...? - pensou o sensei, sem tirar os olhos do horizonte.

    Logo adiante podia ser visto várias faíscas como se elas tivessem dançando no céu escuro. Minutos se passaram quando elas finalmente cessaram.

    -Acabou. ?disse o sensei, em voz alta não se importando com quem estivesse por perto e o ouvisse. Dickinson, no entanto ficou sem entender, mas sabia que ele estava escondendo alguma coisa e não era boa. Nessa hora seus pensamentos se voltaram aos garotos.

    (Espero que estejam bem.) - pensou Dickinson. ? Temos que ir atrás dos meninos. ?disse ele ao sensei, mas este nem se mexeu. O velho ao perceber essa reação resolve ele mesmo procurá-los. Nesse momento sem explicação o céu volta ao normal, as pessoas percebendo isso festejam outras agradecem e as que estavam nas casas saem. Uma das crianças então avista algo adiante.

    -Olhem, é o Lee e os outros! ? grita a criança, apontando. Todos então supõem que eles foram os ?salvadores? e gritam vivas, mas logo percebem que Gary trazia alguém em seus braços e param com a comemoração, pois os rostos dos garotos eram de ódio misturado com medo. Dickinson corre até eles e pára diante de Gary.

    -O que aconteceu? ?perguntou o velho, horrorizado com o estado deles e principalmente de Kai. Ele percebeu então que os garotos não queriam falar sobre o assunto por enquanto. O sensei vai até eles e coloca sua mão no ombro de Dickinson.

    -É melhor entrarem para cuidarem desses machucados e Gary traga-o depressa, por favor. ?disse o sensei, muito preocupado com os meninos e principalmente com Kai.

    -Sim. ?respondeu Gary. Todos entraram rapidamente.

    Hillary e Kenny como não tinham se machucado ajudaram a cuidar dos feridos. Quanto a Kai este foi posto no canto sobre um colchão. Kenny levou uma bacia com água e algumas toalhas para o sensei.

    -C-c-como ele está senhor? ?perguntou muito preocupado. O sensei o olhou e colocou a mão em seu ombro para confortá-lo.

    -Não se preocupe meu jovem seu amigo ficará bem. ?respondeu, com um sorriso. Kenny retribuiu o sorriso aliviado.

    Com os curativos feitos eles resolvem ficar lá fora pra pegarem um ar. O sensei ficou cuidando de Kai e Samira ficou para ajudá-lo.

    -Alguém, por favor, poderia me dizer o que aconteceu? ?perguntou Dickinson, subindo o tom de voz. Como ninguém queria tocar no assunto Kenny dá um suspiro e leva o velho para o canto e conta-lhe tudo o que se passou.

    Hillary estava sentada ao lado de Tyson na escadaria quando percebeu que o garoto escondeu o rosto entre as pernas e começou a chorar.

    -Tyson tudo bem? ?perguntou a garota, amparando o amigo. Este acabou deitando em seu colo o que a deixou vermelha, mas não o impediu. Hillary ficou muito sentida por ver o amigo naquele estado, sempre o vira sorridente, brincalhão e agora o via cheio de dor, angústia e culpa. Sim culpa, pois era isso que ele sentia e não agüentando mais ele diz uma coisa em meio às lágrimas.

    -A culpa foi toda minha. ?disse ele.

    -Tyson não se culpe foi uma fatalidade. ?respondeu Ray, indo para o lado do amigo. Os outros também foram pra perto dele.

    -Vocês não entendem. ?respondeu ele, voltando a se sentar. ?Se eu tivesse dado ouvidos ao que ele disse isso não teria acontecido. ?disse ele.

    -Ao que ele disse? Como assim? ?perguntou Max.

    -Tyson explique isso melhor. ?perguntou Ray, intrigado.

    -Ele me disse uma coisa muito estranha na noite antes de viajarmos. ?disse Tyson, enxugando as lágrimas e então detalhou tudo o que aconteceu naquela noite aos amigos.

    [Flashback:]

    Kai estava sentado na varanda olhando pensativo para a lua.

    -Achei que depois da nossa luta você seria o primeiro a cair na cama. ?disse Tyson, sentando ao seu lado.

    -Olha quem fala que eu saiba o dorminhoco aqui é você e não eu e também não estou com sono. ?respondeu Kai, mas Tyson percebeu que seu amigo estava preocupado com alguma coisa e resolve então perguntar apesar de saber que não ia adiantar nada foi o que pensou.

    -Kai posso te perguntar uma coisa?

    -Não. ?respondeu secamente.

    -Credo, só queria saber por que você está tão preocupado, mas se não quiser falar tudo bem. Boa noite. ?disse Tyson, levantando-se para ir dormir.

    -Eu não sei. ?disse Kai, o que fez Tyson parar e se virar.

    -Não entendi. ?respondeu Tyson, Kai então se levanta e começa a falar.

    -Eu não sei o que está acontecendo, mas estou com um mau pressentimento sobre essa viagem. ?disse Kai, e pela primeira vez Tyson notara um certo nervosismo em sua voz o que era raro já que Kai nunca demonstrava seus sentimentos.

    -Não se preocupe você vai ver que isso é só sua imaginação. Bom já vou pra cama e você deveria ir também e descansar até amanhã. ?disse Tyson, quando ia fechar a porta viu que Kai se sentara novamente.?

    [Fim do Flashback.]

    -Então ele já estava pressentindo o que iria acontecer. ?disse Lee.

    -Sim, e ao invés de acreditar eu tirei uma da cara dele. ?disse Tyson, colocando as mãos no rosto.

    -Vamos lá cara a culpa não foi sua e também você sabe que logo logo ele estará de pé. ?disse Max, com seu sorrisão.

    -E com certeza ele não vai deixar isso barato. ?disse Daichi, com as mãos atrás da cabeça.

    -Com certeza. ?disseram todos ao mesmo tempo, o que provocou uma gargalhada geral, por que eles sabiam do temperamento do amigo e que Klauss iria se arrepender de ter mexido com ele.

    Dentro da casa o sensei e Samira cuidavam de Kai.

    -Como ele está? ?perguntou Samira, sem tirar os olhos do garoto.

    -Ele está bem, mas o que me preocupa é esta febre que teima em subir. ?respondeu, colocando-se de joelhos ao lado da menina.

    -Ele não vai morrer, vai? ?perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

    -Não diga isso minha filha, - respondeu abraçando-a, a garota chorou em seus braços. ?esse garoto é forte e com certeza vai sobreviver e vencerá a influência maligna de Klauss, eu tenho fé nisso. ?disse olhando com carinho para o garoto e em seguida para ela.

    A noite já ia caindo os meninos tomaram um bom banho para tirarem o cansaço, mas não tiveram vontade de comer principalmente Tyson que não dispensava nada.

    Todos foram dormir e como estava sem sono Tyson resolveu ver como estava Kai. Entrou no quarto onde estava o amigo e encontrou Samira ao seu lado lutando para não dormir e não notara quando o garoto entrou.

    -Você deve estar cansada se quiser pode ir dormir eu fico cuidando dele. ?perguntou ele.

    -Não, não precisa eu fico aqui. ?respondeu, tentando espantar o sono.

    -OK, então ficarei também se não se importar. ?perguntou Tyson.

    -Claro que não. Você mais do que eu tem o direito de ficar aqui com ele já que vocês são amigos. ?respondeu ela com um sorriso.

    -Corrigindo nós dois. Você também é amiga dele. ?disse ele sorrindo pra ela deixando-a meio envergonhada.

    -O que o sensei disse? ?perguntou Tyson.

    -Ele vai ficar bem, mas ele está preocupado com essa febre. ?respondeu Samira, molhando uma toalha na bacia e colocando-a na testa do garoto.

    Tyson percebeu que seu amigo estava suando muito e também respirava com muita dificuldade.

    -Aquele cara, Klauss ou seja lá qual for seu nome, vai pagar muito caro pelo que fez. ?disse Tyson.

    -Não se preocupe Tyson com certeza ele terá o que merece. ?respondeu Samira, fitando o garoto que assentiu.

    Todos acordaram muito bem no dia seguinte e tomaram um café da manhã bastante reforçado. Tendo acabado eles foram pra fora treinar um pouco. Como suas beyblades foram praticamente destruídas Kenny as ficou concertando a noite inteira e as entregou uma por uma, o pessoal em agradecimento deu uma salva de palmas ao garoto que ficou encabulado.

    -Tome. Entregue a ele quando se recuperar. ?disse Kenny, entregando Dranzer a Samira que ficou envergonhada.

    -P-p-pode deixar, farei isso. ?respondeu, o agradecendo.

    Samira entrou no quarto e depositou a beyblade ao lado do garoto e qual não foi sua surpresa quando Kai abriu os olhos.

    -Kai! ?disse ela, espantada e não contendo o choro. O garoto só sorriu para ela. Samira não contendo a emoção o abraça, mas logo o solta.

    -Como se sente? ?perguntou enxugando as lágrimas.

    -Um pouco melhor e vocês como estão. ?respondeu com a voz cansada.

    -Todos estão bem, mas agora descanse você não passou muito bem a noite. Deixe-me ver se está com febre. ?disse ela, medindo a temperatura do garoto. ?Que bom! A febre abaixou, mas precisa repousar vou avisar aos outros que você acordou. ?disse ela contente indo avisar aos outros.

    Kai deu um sorriso quando ela saiu e tentou se levantar, mas como estava fraco ficou sentado mesmo. Foi quando ouviu passos e a porta foi aberta.

    -Kai! ?disseram todos, ao verem que o amigo tinha acordado.


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