The Game

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    Capítulo 3

    Você perdeu a aposta, lembra-se?

    A boneca fechou seus olhos e esperou pela morte, porém algo entrou em sua frente. O lugar em que eles estavam, era diferente do bosque e agora, estava totalmente preto. Houve um estrondo alto e El abriu os olhos para ver o que estava acontecendo, não pôde ver nada, um vulto preto estava parado na sua frente. Ficou sem entender, o silêncio foi cortado pela risada macabra do palhaço e em seguida pelos seus gritos. A garota não ousou olhar para cima e ver quem era, arrastou-se para o lado e pôde ver o palhaço sem a perna esquerda. Agora sim ela olhou para cima, era o estranho! O cabeça de cabra, para quem perdeu uma aposta. Sem falar nada, levantou o braço esquerdo e lançou um tipo de magia no outro que estava caído, assim ele desapareceu junto com o tabuleiro. El, ainda caída no chão se viu no bosque que estava antes.

    Ainda calado, o estranho virou-se para El, abaixou-se e a pegou no colo. Apoiou a boneca em um dos braços e com a mão livre, pegou a perna dela. Ela ficou olhando para ele sem entender muita coisa, aquele sem duvida era aquele homem, mas estava um pouco diferente. Agora ela se deu conta o quando pequena era, ficou encolhida com medo de romper o silêncio e ser censurada. O estranho andou até um rio que cortava o bosque ao meio, que nem o tabuleiro de xadrez chinês, coincidência? Ele colocou-a no chão, ainda sem falar nada pegou a perna de El, que tinha quebrado e a concertou. A boneca nunca tinha visto isso antes, ele botou a parte quebrada junto dela e fez algum tipo de magia. Assim juntando as partes.

    - Assim está bom. – finalmente ele disse alguma coisa. – Consegue mover-se?

    El depois de ter movimentando a perna, assentiu. O cabeça de cabra estava muito estranho, sua alma não estava tão boa como da primeira vez.

    - Como me achou? – indagou El.

    O estranhou fitou-a nos olhos e levantou o dedo indicador.

    - Você perdeu a aposta, sua alma me pertence. Lembra-se?

    Isso era verdade, ela havia perdido a aposta, mas isso não explicava o fato do homem saber onde ela estava. O tanto que andou, o tanto que ficou distante do local do primeiro encontro, era quase impossível acha-la. A boneca tombou a cabeça para direita, queria entender ou teria que formular sua pergunta. Aquilo podia ser deixado para outra hora, o que estava realmente a intrigando era à alma do estranho. Ela então resolveu perguntar, sem temer a resposta.

    - Estranho, sua alma esta diferente. O que aconteceu?

    Surpreso com a pergunta dela, o homem levantou e olhou para o céu.

    - Sabe El, os homens mudam. Principalmente quando se tornam assassinos.

    - Como assim? – indagou a boneca sem entendo muito bem.

    - No tabuleiro de xadrez chinês, você pensa que aquele homem desapareceu? Simplesmente sumiu? Oh! Não seja tola, eu o matei.

    O matou? El arregalou os olhos surpresa com a resposta, então era isso. Então se ela tivesse mesmo matado o palhaço com suas próprias mãos, ficaria que nem o outro. Seria bem mais fácil ela morrer, do que matar. Não estava preparada para tal coisa, poderia ruir. Ela levantou, notando que era pequena em relação ao estranho, ou será que ele que cresceu nesse meio tempo? Poderia ser provável. Ainda olhando para o céu, o homem murmurou alguma coisa que El não conseguiu ouvir e depois se virou para ela.

    - Tu ainda não vês, completamente as verdades, não é?

    A outra foi forçada a assentir, sabia que era verdade, era incrível como ele sempre sabia.

    - Estranho, naquela vez, você não me disse seu nome.

    - Isso pode ser verdade, quer mesmo saber? – indagou o estranho, enquanto passava a mão no chifre da máscara.

    - Sim. –retrucou.

    - Hiver Laurant, agora que sabe grave meu nome. Não irei aceitar tu me chamando de “estranho”.

    A bola laranjada novamente se escondia atrás da terra. Nenhum dos dois percebeu o tempo passar, naquele bosque era quase impossível notar. Sentada sobre a raiz de uma grande árvore, El observava Laurant enquanto ele arrumava um tipo de abrigo. Como alguém toma um susto, a boneca lembrou-se do Jardim, do seu desejo de destruí-lo. Ia fazer isso, algum dia, só ou acompanhada. Apesar de consertada, suas juntas ainda doíam, motivo? Nunca teve que se esquivar de nada, na verdade sua vida era mergulhada na inércia. O Jardim Das Ilusões dava tudo aos seus moradores, assim impedindo qualquer ação por parte deles.

    --

    Ainda no alto do salgueiro a ilusão nomeada de Amor, ainda desejava. Desejava poder sair dali e procurar quem o criou. Melancólico, era proibido de deixar uma lágrima sequer escapulir. Poderei eu fugir do destino? Ele indagou enquanto passava a mão no rosto. Quem pode realmente fugir do destino? Poderei eu, mudar meu destino? Muitas perguntas estavam se formando, porém sem nenhuma pista de respostas.

    Sob o salgueiro, alguém dormia. O problema era que fora dada uma ordem, a ordem era que ninguém dormisse aos pés do grande salgueiro. Dormir não era o problema, o fato era que muitos confessavam coisas aos seus pés, e quando dormiam diziam a verdade. O salgueiro era um ser tristonho, ao som das mentiras, chorava. Suas lágrimas irão afogar-lhe.

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    A boneca não percebeu, mas adormeceu sentada na raiz da árvore. Foi acordada pela voz suave de Laurant, dizendo que o abrigo já estava pronto. Abriu os olhos devagar, olhando ao redor. Onde estou? O bosque era totalmente diferente de noite, a escuridão era disfarçada pelas raízes de algumas árvores que brilhavam. Alguns animais faziam barulhos assustadores, ela estava ficando com medo. Seu companheiro não tinha a aparência diferente daquele lugar, ele podia ser ainda mais assustador do que o bosque. O que o diferenciava, era a alma bela que tinha não mais tão bela. O abrigo era uma espécie de cabana, tinha o formato redondo em cima, era de cor preta e quando El entrou, notou que não era assim tão pequena por dentro. Dentro da cabana, tinha uma cadeira e um tipo de colchão. Apenas um colchão?

    - Você dorme ali. – Ordenou o cabeça de cabra apontando para o colchão enquanto sentava na cadeira.

    El fez o que o homem disse, já deitada, observou que era impossível saber se Hiver dormia ou estava acordado. Quando menos esperou, já estava dormindo.


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