The Game

Tempo estimado de leitura: 2 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    O Jardim e a luta de El.

    Nas entranhas do Jardim de Ilusões - lar de El -, corria sangue. O sangue da imortalidade, um mundo perfeito e imortal. A boneca por viver ali acabou que descobriu o segredo da imortalidade, um fruto. Aquele lugar não era uma criação de El, ele fazia parte de um mundo complexo e defeituoso. O Jardim foi criação da mente de alguém, uma pessoa que não viveu por muitos anos, ou viveu, era um mistério no final.

    Os habitantes do Jardim costumavam perder a noção do tempo e construir outro mundo ao seu redor, criavam companhias, famílias. O problema era que quando elas acordavam e voltaram para realidade, largavam tudo haviam criado. Esses esquecidos receberam o nome de Ilusões, cada uma tinha uma personalidade, uma característica.

    No alto do salgueiro estava sentado a primeira Ilusão criada no Jardim. Seu nome era Amor, um ser de silhueta masculina e traços belos. Foi criado por alguém que queria o amor eterno, sem traições e ganhou isso. Com o tempo a pessoa passou a ficar entediada, ver aquele mesmo rosto todos os dias, se acostumou com seu toque. Desiludido, ele olhava para o horizonte se perguntando onde estava quem o criou. O Jardim das Ilusões podia ser considerado um paraíso, porem era defeituoso nunca mudava.

    Rodopiando a Bailarina Negra dançava seu réquiem. Era melancólica, quase morta. Seu vestido negro juntamente com seus longos cabelos acompanhavam-na de acordo com a brisa que soprava. Era bela e gloriosa, foi criação de alguém que desejava a sintonia perfeita, o balançar perfeito. Girou e girou. Não pôde alcançar o que desejava - dançar nos céus. O que lhe restou foi à loucura, suas piruetas nunca paravam, seu mundo nunca parava, seu réquiem se eternizou.

    Não ter forma era um de seus maiores pesadelos, não era bom nem mal, não tinha forma definida, nem se quer era classificado como uma Ilusão. Não era a realidade. Quem começou a cria-lo não terminou, isso era notável. Apesar das duvidas, podia ser considerado o mais amigável, mas pela falta de forma foi ordenado para que vivesse na completa escuridão. Não podia ser visto por ninguém, seu olhar penetrante, sua voz suave, perdidos na escuridão do mundo. Era um Pesadelo.

    Era a mais perfeita, foi criada por alguém que desejava uma companhia perfeita. Uma pequena lótus-branca que desabrochava. Cativava qualquer um, era amada por todos, a mais bela dentre eles, porem nunca dava ouvidos a ninguém. Preguiçosa, só se preocupava com si própria, poderia voar para longe do Jardim, porem iria se distanciar de seus próprios sonhos. Condenou-se a viver ali, em seu mundo fechado.

    Uma maldição foi jogada sobre alguém pelo próprio jardim. Ele sabia de seu sofrimento, era orgulhosa isso não era duvida para ninguém, só a si mesmo. Como uma borboleta era bela por fora, mas asquerosa por dentro. Agora com marcas negras em seus braços, estava marcada. Era a maldição mais profunda, era a dor, era tudo, era nada, era a Maldição.

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    El nada via por causa das lágrimas, depois do encontro com o estranho ela vagou sem rumo pelo mundo. Seu antigo lar virou um lugar cobiçado por muitos e ela estava decidida a destruí-lo. Passou três meses depois de seu encontro com o cabeça de cabra, ela queria vê-lo de novo, poder conversar com o homem e saber seu nome. Durante sua viagem, desvendou mistérios cravados nas almas dos homens, muitos ela matou com a verdade. Era errado contar a verdade? Indagou El.

    Depois do acontecido o pôr do sol era um momento precioso para a boneca, talvez fosse porque foi nesse momento que ela aprendeu a ver. Seus olhos ainda transformados em pó e agora mergulhados em água, o desejavam. El tinha os olhos pretos, cabelos pretos e trajava um vestido branco sem muitos detalhes. Sua aparência era simples por um motivo, passar despercebida. Esse era seu desejo.

    Andando em meio a um bosque, uma brisa sussurrava palavras desconhecidas. Com os pés descalços ela andava vagarosamente prestando atenção no sussurrar do vento, estava curiosa a respeito. Seu olhar estava vago por um estante, algo chegava perto dela. Com um salto, esquivou de algo que foi jogado contra ela, um tabuleiro de xadrez. Com os olhos semicerrados a boneca tentou ver quem a atacava, porem não pôde ver quem era.

    El olhou para frente e notou que aquele tabuleiro de xadrez era diferente do normal, era um tabuleiro de xadrez chinês. Nunca havia ouvido falar nesse tal jogo e nem sabia como joga-lo. Uma silhueta apareceu em meio à nuvem de terra que se formou, era um homem trajando um quimono chinês e com o rosto pintado, a figura era realmente cômica principalmente por causa de seu sorriso que ia de orelha a orelha. A boneca quando se deu conta, estava sobre um enorme tabuleiro.

    - Vamos jogar. ? comentou o palhaço em meio a risadas macabras.

    A garota sentiu seu frágil corpo estremecer, suas articulações ficaram rígidas. Na peça havia um ?rio? que dividia os dois lados do tabuleiro, nos dois lados existi um tipo de palácio os dois tendo a forma de um retângulo. Havia peças diferentes do xadrez que ela conhecia. Pelas suas formas era notável O General, O Guarda, O Ministro Elefante, O Cavalo, O Canhão, O Soldado, O Soldado e o Bandido. Ao contrario do que ela estava pensando, eles não iriam usar as peças, eles iriam lutar entre si corpo a corpo.

    El deu alguns passos para trás, ela tinha que sair dali. Sem aviso prévio o palhaço começou a correr em sua direção, pulou o ?rio? sem nenhuma dificuldade assim pegando uma das peças e jogando na direção da outra. Em cada esquiva suas juntas davam um estalo, ela ia quebrar e sabia disso. Sabia que se perdesse aquela partida não ia ser que nem foi com o estranho, ela iria morrer. Ela tinha que fazer alguma coisa, ser pequena e leve ajudava nas esquivas, porém não a revidar. Apesar de não ter muito tempo para reparar, ela notou que o palhaço era desajeitado.

    Um chute, ela tinha que dar apenas um chute no joelho dele. Isso parecia fácil quando ela teve a ideia, o problema era chegar perto dele para fazer isso. Era quase impossível fazer isso, apesar de desajeitado, ele também era rápido e não parava de ataca-la. El respirou fundo e correu na direção dele, desviando de seus ataques. Quando estava prestes a concluir o plano, sua perna direita deu um estalo alto e seu joelho quebrou, ela caiu no chão rolando. É meu fim, pensou.


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