Desembarco na estação mais próxima do prédio e me encaminho subindo as escadas barrotadas de pessoas, saio empurrando todas a minha frente sem preocupações.
Sirenes dão cor as paredes em volta dos prédios e as pessoas, já com o por-do-sol chamando pela noite e deixando tudo mais brilhante
e escuro. Sigo em direção as faixas de "Não ultrapasse - Cena de Crime", avisto a mesma reporter do noticiario fazendo mais cenas ao vivo, reparo no corpo dela e que é bem sensual mas não posso pensar nisso e nem sei por queme peguei reparando nela, tenho coisas mais importantes para fazer aqui.
Olho para os lados e procuro entrar sem chamar atenção, encontro uma entrada para o prédio que não estava guardada e sigo subindo pelas escadas, bem são onze lances de escadas até chegar no local. Enquanto isso meu celular toca:
- Fala.
- Selina é o Willis. - exclamando - Não estava te encontrando, você está ai na paulista não é?
- Não é da sua conta. - falo baixo mas séria - Você sabe que sempre acabo envolvida nessas coisas e que sempre envolve...
- Não é pra você estar ai sem minha companhia, quem vai te ajudar quando você precisar hein?
- Olha - respiro um pouco ofegante - estou subindo as escadas e não preciso de ajuda, vou desligar, tchau!
Como sempre Willis preocupado comigo, não que eu não goste dele é nerd e bonitão. Mas ando em dúvida quanto ao que eu quero se
é me abrir para ele ou para...
Boommmm Boommmm.....
- Que barulho foi esse?
Saio correndo e chego ao andar, mas só encontro silêncio, escuridão e sangue. Ao meu ver estaria com policiais e bombeiros e teria
muitos problemas para entrar aqui, mas não.
Saco minha lanterna e minha faca butterfly, sigo pelos escombros. Desviando de vigas e corpos mutilados, acostumada com isso acabo passando
tranquilamente, embora no começo das minhas investigações como detetive sobre esse tipo de acontecimento, tenha sido complicado.
Estou olhando para as paredes e chão e avisto a grande janela que dá para a avenida e vejo um luar belo dando luz a um corpo ainda em pé, sigo em direção a ele. Quando estou a três passos do corpo escuto um barulho gutural, desconhecido e de dar calafrios.
- Olá Sra Selina. - ele fala com a voz do corpo e a "dele" em uníssono.
- Como sabe o meu nome? - esbravejo e fico com a faca preparada.
- Nós sabemos de você desde que começou a nos investigar nossa raça de vampiros. Fiz isso tudo por você, para você estar aqui.
- Olha não precisava para tanto, só bastava me chamar para tomar uma boa tequila por ai, embora você prefira outro tipo de bebida.
- Chega de brincadeiras, só criei todo esse teatro para lhe avisar. Tudo que você fez e investigou não vai ser nada com o que faremos daqui para frente.
- Sim e você se prepara para dominar o mundo.
- Isso mesmo.
- Pensa que isso irá me assustar, mas saiba que estarei sempre no seu pescoço a cada passo seu sem pestanejar.
- Bom isso nós iremos ver.
Nesse momento o corpo se jogou do prédio e de longe da janela ouvi os gritos dos curiosos. Me virei e sai correndo as escadas.
Quando saia pela porta do prédio, tinha um carro de porta aberta, era minha amiga Melissa que deve ter sido enviada pelo Willis.
- Lina entre. - Girando a chave do carro.