Vegeta se encaminhava para falar com o Senhor Emadaiô, para saber seu destino agora que estava morto.
"Eu não vou aceitar ir pro inferno. Que esse verme não me mande pra lá... o príncipe dos Sayajins não poder se misturar com aqueles insetos."
Chegando lá, Sr. Emadaiô não sabia bem o que fazer. Queria puni-lo por todo mal que ele havia causado matando aquelas pessoas inocentes no torneio, e também por seu jeito grosso e de querer ser melhor do que todos. Sabia que, apesar de ter se deixado controlar por Babidi, o suicídio tinha sido um ato e tanto, e precisava levar aquilo em conta na hora do julgamento.
- Hummm... Vegeta... o que é que eu vou fazer com você?
- Hunf. Escute aqui seu insolente, não ouse me mandar para o inferno. Quero ficar onde quer que Kakaroto esteja para poder superar seus poderes de uma vez por todas.
- Goku está com o Supremo Senhor Kaioshin nesse momento. E antes disso, estava com o Sr. Kaio. Creio que você não poderá ir pra lá, filho. Você fez maldades demais enquanto estava vivo. Nunca deu verdadeira importância para sua família, desrespeitou os sentimentos de pessoas que só queriam seu bem, e além do mais, você tirou a vida de muitas pessoas na Terra enquanto estava sob controle. Não posso deixar isso em bran-
- NÃO OUVIU O QUE EU DISSE? EU NÃO VOU PARA O INFERNO, SOU O PRÍNCIPE DOS SAYAJINS, MEREÇO RESPEITO! VOU FICAR AONDE KAKAROTO ESTÁ E VOCÊ NÃO VAI ME IMPEDIR, MALDITO!
Vegeta não iria aceitar aquelas palavras de julgamento. Sabia que tinha de se acalmar e falar sua verdadeira intenção. Era difícil, seu orgulho estava ferido em ver que ninguém notou seu esforço para salvar a Terra.
- Fique calmo, antes que eu tome a decisão que já deveria ter tomado há muito tempo. Estou pensando no seu caso com calma, ainda não decidi, e você gritando comigo não vai ajudar, Vegeta.
- Grr... escuta aqui: eu me sacrifiquei pra ajudar todos aqueles idiotas, e por cima de tudo, em vão! Não aceito ir para o inferno, não aguentaria um dia do lado de Cell, Freeza e de todos aqueles imbecis das forças Ginyu. Quero ficar com Kakaroto, e saber como as coisas andam na Terra. Preciso saber se aquele verme do Majin Boo já foi destruído.
- Ahn... pelo o que eu estou vendo, não, não foi. E sim Vegeta, sei que se sacrificou em nome de seus entes querid-
- NÃO SÃO MEUS ENTES QUERIDOS, NÃO FALE ASNEIRAS!
- Já pedi pra que se acalme. Como eu dizia, sei de seu bem feito. Estou tentando considerar isso. Aliás, presumo que, já que não sabe o que anda acontecendo na Terra, não descobriu ainda quem está vindo pra cá, não é mesmo?
- Quem? O Verme do Gohan, que também está morto?
- Não... erm, sua esposa, Bulma.
- O QUE?!
Aquilo foi como um chute no estômago. Não podia acreditar que Bulma havia morrido, acreditava que Goten e Trunks teriam de vencer o monstro, que ia ser revivido, e que tudo voltaria a ficar bem como antes. Precisava de informações exatas sobre o que e por que aquilo tinha acontecido.
- E mais, não só Bulma... a esposa de Goku, Kuririn, a andróide 18, Yamcha, todos os outros que estavam no Templo de Kami-sama também se foram.
- POUCO ME IMPORTA O QUE ACONTECEU COM AQUELES VERMES, ME DIGA AONDE ESTÁ BULMA!
- Oh, sim... está chegando. Espere aqui, dentro de alguns minutos o senhor poderá vê-la.
Bulma vagava lentamente olhando para aquela fila enorme de almas a sua frente. Por sorte, todos os outros conseguiram ficar com seus corpos, e ela poderia colocar sua indignação pra fora com alguém.
- MAS ISSO É UM ABSURDO, EU NÃO POSSO ACREDITAR QUE VIRAMOS CHOCOLATE E MORREMOS POR AQUELE IMBECIL!
- Bulma, pensei que estava preocupada com outra coisa agora.
Os outros já haviam visto Vegeta lá na frente. Yamcha, Kuririn, 18 e Mestre Kame já haviam sentido seu ki de longe, mas não falaram nada pra não estragar a surpresa.
- Com o que mais eu estaria preocupada agora? Hã?! Meu filho está lá só com Gotenks e Piccolo, todos os outros estão mortos também, olhem quantas almas aqui.
- Argh. Mulherzinha chata. Olhe pra frente. - Número 18 já sem paciência.
Bulma parou por instante, e olhou. Não havia nada alí, a não ser o Sr. Emadaiô sentado em sua mesa conversando provavelmente com alguma alma. Olhou pro lado e pro outro, e mesmo assim, nada. Quando sentiu uma coisa estranha, e pediu pra que alguém a levantasse.
- Alguém me ajuda, por favor? Yamcha, me levanta aqui.
- Err... Bulma, não acha isso um pouco inapropriado?
- Ai sua anta, levanta logo! Quero ver o que tem alí no canto, não consigo enxergar.
Yamcha a ergueu todo sem jeito, e Bulma conseguiu ver. Era seu príncipe, com a mesma cara emburrada de sempre. Foi tomada por uma sensação de alívio e conforto. Queria chorar, mas agora não era a hora. Era a hora de ter as respostas para todas aquelas perguntas que perturbavam sua mente. "Ó Kami-Sama, é Vegeta! Vegeta!". Ultrapassou todas as almas que ainda estavam na sua frente e conseguiu chegar na mesa, com um pouco de esforço. Apesar de morta, ainda sentia a gravidade pesada do outro mundo.
Vegeta estava de olhos fechados esperando que alguém se pronuciasse quando ela aparacesse. Quando sentiu a presença de Bulma alí, queria abraça-la e dizer o quanto sentiu sua falta. Mas não podia fazer isso. Teria que deixar o orgulho falar alto mais uma vez. Fazer e dizer essas coisas só demonstraria fraqueza.
- VEGETA!!! Ó CÉUS, VEGETA! Não acredito que você está aqui!
- Hunf. O que quer, mulher?
- Como assim o que eu quero? Não tá vendo que eu to aqui não, ow? Eu to morta! Não quer saber o que aconteceu?
- Grrr como fala alto! Pouco me importa o que aconteceu, estão decidindo meu destino aqui.
- Argh seu grosso! Tomara que te mandem pro inferno. O que com certeza vai acontecer, não é Sr. Ema?
- SILÊNCIO VOCÊS DOIS! Vegeta, há minutos atrás estava preocupado com sua esposa. Não se faça de desentendido agora. Sra Briefs, seu marido sentiu sim sua falta, e ficou furioso quando lhe disse que havia morrido.
- Há! Eu sabia! Vegeta, você me ama tanto assim?
- CALADA, HUMANA INSOLENTE!
- NÃO GRITA COMIGO, SEU OGRO! Não adianta bancar o durão, já sei de verdade o que aconteceu, ohohoho!
- Esse inseto está louco, eu não disse nada. Não tive reação alguma quando soube que você estava aqui. Sou um príncipe, princípes não são como você com esses sentimentos de gente fraca, mulher.
- Olha aqui, você pode falar o que você quiser, vou acreditar no Sr. Ema, porque sei que ele não mente, viu?
- Grrrr...
- Sr. Ema, para onde vai nos mandar?
- Visto o que está acontecendo aqui agora, acho melhor mandar você para o paraíso, e Vegeta para o inferno. Não vejo outra solução.
- MAS EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU PARA O INFERNO, NÃO TENTE ME DIZER O QUE FAZER, SEU IDIOTAAA!
- Ó não Sr. Ema, por favor! Eu lhe suplico... nos mande para o paraíso! Nós vamos nos acertar, prometo. Temos muito o que conversar, não é, Veggie?
- Não me chame por esses apelidinhos ridículos!
Bulma estava prestes a perder a paciência e socar a cara de Vegeta. Precisava dar um jeito naquela situação, ou poderia nunca mais obter as respostas que tanto queria.
Parou por um momento e respirou fundo. Foi andando lentamente em direção a Vegeta, com cara de quem tinha um plano. Acariciou seu braço, e falou em seu ouvido:
- Escuta, machão... nós temos que fazer o jogo dele, tá entendendo? Ou se não, vamos ficar separados, e eu tenho muita coisa pra falar, e você muito o que responder! Acho melhor que se faça de bonzinho pelo menos agora, para que ele nos mande pro paraíso e nós possamos resolver as coisas. O que me diz?
- Mulherzinha vulgar, não vou cair nas suas armadilhas! Prefiro ir pro inferno do que ficar do seu lado.
A raiva de Bulma foi de 2 à 10 naquele momento. Precisava manter o foco e a calma. Quis jogar um pouco com seu marido, e mordeu a ponta de sua orelha. Aquilo fez Vegeta arrepiar, e ela sabia que era essa a oportunidade para convence-lo.
- Ah Veggie, por favor... é só concordar com o que eu disser pra ele, sim?
Ela olhava pra ele com aqueles olhos azuis brilhando por compaixão. Vegeta sentia suas pernas enfraquecerem. Não queria ceder às vontades da mulher, mas era o único jeito de ficar longe do inferno. "Por que essa mulherzinha me deixa tolo desse jeito? GRRR, que seja!"
- Está bem, Bulma... pode ter certeza que depois você vai me pagar caro por isso.
- Huhuhu, que safadinho!
- NÃO É DISSO QUE EU TO FALANDO, MAS COMO É VULGAR, MULHER!
- Sr.! Vegeta prometeu se comportar. Juuuro que vamos ficar bonzinhos e que vamos aproveitar muito nossa estadia no paraíso. Seria ótimo descansar um pouco depois de todo aquele caos, não é, Veggie?
- Hunf. É... seria maravilhoso. Deixe-nos ir logo de uma vez.
- Vocês irão mesmo se comportar? Porque se eu souber que andam fazendo besteira, mando OS DOIS pro inferno!
- Oh sim, prometemos! Não é, Vegeta?
- Sim, que seja...
- Bom, então tudo bem! Para o paraíso, já! Peguem o avião alí a direita e aproveitem!
- Obrigadinha!
Foram caminhando em direção ao avião, enquanto Bulma se despedia dos amigos de longe. Sabia que todos iam para o paraíso também, e isso a reconfortava. Talvez lá, pudessem mudar algumas atitudes enquanto tempo. Queria voltar para a Terra com o coração tranquilo, sabendo o que realmente havia acontecido com Goku e os outros enquanto enfrentavam Babidi. Entraram no avião, e se sentaram. Vegeta a sua frente, nunca ao seu lado. Aquilo a deixou um pouco triste, já que estava há muito tempo sem vê-lo, queria poder ficar perto, mesmo que em silêncio. Ainda não se conformara em como o marido poderia ser assim, depois do que tinha feito.
- Grr... espero que saiba que eu não vou te aturar do meu lado me seguindo o tempo todo, entendeu mulher? Quero você longe de mim!
- Cale essa boca, quer que ele escute? Se comporte até chegarmos lá! E Vegeta... se importa se eu falar uma coisa?
- Sim. Não me amole.
- Ora, eu só ia dizer que senti sua falta, querido... estava preocupada. O que foi que aconteceu?
- Não lhe interessa. Deveria estar feliz por eu ter feito o que fiz.
- Feliz? Vegeta, você está morto! Como quer que eu esteja feliz?
- CONTENTE-SE COM O FATO DE QUE TIREI MINHA VIDA PARA SALVAR TODOS VOCÊS, TOLOS!
- Não grite comigo, estúpido. Eu realmente estou preocupada. Por favor, me conta o que aconteceu, vai...