A PROMESSA EM UM BEIJO

  • Finalizada
  • Kakyuu
  • Capitulos 17
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 16

    resgate - parte 2

    Linguagem Imprópria, Sexo

    Serena não se moveu até que seus olhos se acostumaram a escuridão. Logo rodeou a cama , sabendo que selene estaria dormindo de costas para a porta. Afastou as cortinas com sigilo e a viu sob as mantas. O cabelo castanho claro de selene brilhava esparramado nos travesseiros.

    Sorrindo e emocionada, aproximou-se.

    ?selene? selene... acorda.

    As pestanas castanhas bateram as asas e uns olhos verdes olharam com dificuldade. selene sorriu dormindo. As pálpebras voltaram fechar-se. '

    serena a sacudiu com suavidade.

    Os olhos de selene se abriram por completo. Ficou olhando para serena, a surpresa refletida no rosto. Então, com uma exclamação de alegria, equilibrou-se aos braços de serena.

    ?É você! Mon Dieu! Achei que estava sonhando.

    ?Chsss. ?serena a abraçou com força, fechou os olhos por um momento de extasiamiento e agradeceu. Então afastou selene e lhe disse?

    -temos que ir. Vamos. Phillipe e outra pessoa, o inglês com que me vou casar, esperam do outro lado da porta. Mas temos que nos dar pressa. Temos que te vestir. Com roupa escura. selene não entendia nada. Saiu disparada da cama antes até que serena tivesse terminado de falar. Procurou no armário e tirou um traje marrom; e mostrou a serena.

    ?Sim, perfeito.

    ?Onde vamos? ?selene colocou o vestido a toda pressa.

    ?A Inglaterra. ken está louco.

    ?Louco? ?selene inclinou a cabeça?. Asquerosamente arrogante, sim, mas...

    ?deu-se de ombros?. Sim não sabe onde vamos?

    ?Não. ?serena se aproximou para ajudá-la com os laços?. Têm de ser muito sigilosas. E só pode levar uma pequena bolsa... Só sua escova e outras coisas importantes.

    ?Não traga muitas coisas de Cameralle. Esperava ir para casa no natal.

    serena terminou de lhe atar os laços e a abraçou.

    ?Mapetite, passará algum tempo antes que voltemos a ver nosso lar...

    ?Sim!

    serena deixou que selene escovasse a longa cabeleira enquanto agarrava uma

    bolsa pequena no armário, colocava dentro todos os pequenos objetos do tocador e ficava de joelho para agarrar o crucifixo.

    Uma batida na porta as fez olhar para ali.

    Era Phillipe, que olhava para dentro. Viu selene e entrou. Darien o seguiu. serena o olhou, sentiu sua força e isso acalmou seus nervos. Tudo iria bem. Darien, aliviado de que tudo corresse bem, voltou a vista para Phillipe e a moça que supôs ser selene. O jovem lhe sussurrava com entusiasmo, lhe explicando sua participação em todo aquilo.

    A jovem escutava com atenção.

    selene era mais alta que serena, embora não mais que a metade de sua idade. O cabelo lhe caía pelas costas como uma cortina de ouro velho. Seu perfil era tão perfeito como o de serena. O duque observou os gestos de suas mãos, rápidas e delicadas, tranqüilizando Phillipe e sossegando suas desculpas.

    selene percebeu sua presença e deu a volta. Sorriu com acanhamento.

    Darien se adiantou e lhe estendeu a mão.

    selene reagiu de maneira instintiva e colocou a sua em cima. O duque lhe fez uma reverência. selene se sacudiu com a surpresa e lhe correspondeu graciosamente.

    O a ajudou a incorporar-se.

    ?É uma honra conhecê-la, querida, mas deveríamos deixar as cortesias,para mais tarde. Temos que ir imediatamente. ?Olhou-a nos olhos, de um tom verde ?. Se tudo correr como planejamos, teremos anos para nos conhecer melhor.

    Selene inclinou a cabeça, olhando-o quase desafiadora. O fogo brilhante que ardia em serena não se perdeu em selene. Darien sorriu com doçura; inclinando-se, beijou a testa de selene com suavidade.

    ?Não me discuta, mapetite. Ainda não está... ao nível de sua irmã.

    selene emitiu um som que só poderia descrever-se como uma risada de satisfação. Lançou um breve olhar a serena, o rosto ardendo com uma pergunta inocente. Não era estranho que Phillipe estivesse loucamente apaixonado.

    Darien lhe soltou a mão e retrocedeu.

    ?Vamos. Não nos entretemos.

    serena tinha permanecido cravada no lugar observando sua irmã e o duque. De novo começou a mover-se laboriosa, agarrou a escova da mão de selene, meteu-o na bolsa e assegurou o cordão com força. Olhou para Darien.

    ?Estamos preparadas.

    O duque lhe agarrou a mão e beijou seus dedos tensos.

    ?Bem.

    Abandonaram o quarto, quatro sombras silenciosas deslizando-se pela adormecido casa. Igual a antes, Philiipe abria a marcha; Selene, com a capa posta e o capuz já levantado, andava, como se tivesse sido enviada a chamá-la e ela obedecesse mal-humorada. Recorreram os corredores com rapidez e em silêncio. A poucos metros atrás,

    serena, também totalmente encapuzada, era seguida por Darien e ambos se mantinham na sombra tudo o que lhes era possível.

    O coração lhe palpitava com força e ela se sentia enjoada. Eram quase livres... todos. E selene gostava de Darien. As duas pessoas que mais amava se dariam bem. O alívio se misturava com a ansiedade; uma inquietação pesava sobre aquela incipiente alegria.

    Chegaram à galeria e começaram a cruzá-la.

    Uns passos confiados foi todo o aviso que receberam antes que Associação de Futebol- bem aparecesse pelo outro extremo da galeria. Tinham dado três grandes passos antes que ken se detivera e ficasse olhando. A luz da lua fez brilhar seu cabelo loiro. Com botas e esporas, como era habitual, completamente de negro, usava as luvas de montar em uma mão e a espada na outra.

    Por um instante todos ficaram paralisados à luz da lua.

    serena ouviu um juramento resmungado em voz baixa e viu Darien adiantar-se. Quando ouviu um vaio sibilante, sua espada cintilou ameaçadora no tenso silêncio.

    Imediatamente foi respondido por um vaio similar quando ken cintilou na noite.

    O que seguiu. ?serena não se precaveria até mais tarde? durou só uns minutos, embora em sua mente cada movimento lento e pesado, carregado de significados, sutis insinuações e presságios. Como o sorriso que curvou os lábios de ken quando reconheceu Darien, e a infame luz que cintilou em seus olhos negros.

    ken estava considerado um consumado espadachim e a angustiou por um instante, mas se recuperou. Recordou a confiança que Sebastián tinha mostrado em relação aos desafios de seus jovens pretendentes, e se lembrou de que, nenhum o tinha desafiado.

    A memória lhe permitiu pôr as idéias em ordem, manter o pânico afastado. Phillipe tinha recuado para as janelas, puxando selene para ele.

    No centro da galeria, banhados pelo clarão da lua, Sebastián e Associação de Futebol- bem descreviam círculos, esperando ambos fizesse o primeiro movimento.

    Fez ken com uma repentina investida; o choque do aço fez estremecer serena, mas manteve os olhos abertos, fixos na cena, vendo como Darien parava o golpe sem aparente esforço.

    ken era alguns centímetros mais baixo e mais ligeira, mais rápida com os

    pés. Darien sem dúvida era o mais forte e tinha uma pegada mais larga.

    ken entrou a fundo de novo, e uma vez mais o duque desviou sua espada sem dificuldade.

    O coração de serena pulsava com força; olhou os pés e se deu conta de que... Conteve a respiração, avançou à parede e correu para o final da galeria, onde fechou as portas e trancou com a chave. Virou e olhou para ver Phillipe e selene fazendo o mesmo no outro extremo. Se os criados ouvissem os ruídos e acudissem, as portas fechada lhes fariam ganhar um tempo precioso.

    Darien era consciente do problema. Viu o sorriso zombador da Associação de Futebol, e soube que seu velho amigo também era.

    Com independência do resultado de sua esgrima, quanto mais tempo estivessem ambos dançando à luz da lua, menos probabilidades teriam eles de escapar.

    E só se tratava de um jogo. Nenhum dos dois mataria; não estava

    em suas naturezas. Triunfar sim, mas que sentido tinha ganhar se um não desfrutar-se com o vencido? Além disso, ambos eram nobres. A morte de qualquer um dos dois poderia ser difícil de explicar para o outro, em especial se a gente estava em chão estrangeiro. A morte não valia à pena. Assim dirigiriam seus esforços a desarmar, ferir e ganhar.

    Mas no jogo mais importante, a vantagem nesse momento era de Associação de Futebol. Darien desviou uma espadada e concentrou a mente em arrancar a espada de ken.

    Creio que, acontecesse o que acontecesse, só estava arriscando o braço, ken se mostrava ansioso por cercar combate. Os dois eram antigos professores: para ken esse encontro deveria ter sido muito antes. O francês tinha rapidez, mas Darien possuía força e uma agilidade que dissimulava como tática. Fez retroceder ken, a esquivar um golpe, recusando seguir a ameaça da resposta de Associação de Futebol-

    bem em favor de uma estocada que obrigou a seu oponente a retirar-se com rapidez.

    ken insinuava, tentava lhe enganar para que abrisse guarda e confiasse em sua rapidez para manter-se a salvo. Esse era seu estilo. Darien se absteve, e se centrou em seu próprio estilo, singelo e direto. Necessitava terminar aquilo com rapidez; mas a única maneira segura de superar as habilidades de ken era enganá-lo, e isso significava tempo.

    Significava minutos de luta, os suficientes para desgastar e

    enganar ken. Tinha fazer retroceder ken para uma esquina da galeria, não para aquela onde serena observava com as costas contra a porta. Darien desejou que estivesse em qualquer outra parte, mas não podia desviar a atenção de ken para tirá-la dali.

    No instante em que colocou ken onde queria, lançou-lhe

    uma série de estocada contra estocada que o fez retroceder, de maneira que de repente o francês se encontrou esquecido, tendo um rival mais forte e mais alto.

    ken procurou uma via de fuga. Darien a proporcionou.

    Insinuou a sua esquerda.

    ken viu a brecha, tornou-se para um lado e entrou a fundo...

    Darien ouviu um grito afogado. Obrigado, retirou-se, virou e lançou uma estocada ascendente. Nesse mesmo instante viu uma mancha marrom aproximando-se a sua esquerda. Com todo seu peso contra a espada, o corpo arrojado na entrada, não pôde parar. Só pôde ver com horror que serena aparecia entre eles, tampando o espaço onde tinha estado a parte esquerda do peito de Darien, aonde ela acreditava que apontava ken. Helena olhou para ken e viu o horror refletido em seu rosto.

    Muito tarde; o francês já não podia deter sua investida. Sua espada se cravou no ombro de serena.

    Darien a ouviu gritar quando a ponta de sua espada cobria os últimos centímetros, incapaz de impedir o giro de seu punho, que desviou a espada que afundou dez centímetros para dentro.

    ken tentou afastar-se com um giro, mas não pôde impedir a certeira

    estocada. A ponta lhe atravessou o casaco e se afundou em seu corpo, deslizando-se por uma costela...

    Darien atirou o estoque antes de completar o golpe mortal. Soltou a arma, que caiu com estrépito no chão, e se precipitou em sustentar serena.

    ken cambaleou e caiu contra a parede, escorregando até o chão, uma mão apertada contra o lado, o semblante mais pálido que a morte. Darien depositou serena no chão e lhe extraiu a espada de ken, consciente do olhar desesperada para o francês. Sabia que não tinha tido intenção de feri-la.

    selene e Phillipe chegaram até eles como uma exalação. Darien

    se armou de coragem para enfrentar-se a um ataque de histeria, mas selene se Limitou a examinar a ferida. Logo começou a rasgar suas anáguas e ordenou a Phillipe que lhe trouxesse o lenço de seda de ken.

    Phillipe se aproximou com cautela, mas ken, movendo-se com fraquesa,

    entregou-lhe o objeto sem fazer nenhum comentário.

    A opinião de Darien sobre selene aumentavam.

    Enquanto sustentava contra o peito serena, observou como a jovem improvisava com eficácia uma almofadinha e a atava sobre a ferida.Ela olhou para Darien com olhos interrogadores. O duque assentiu com a cabeça.

    ?Viverá. ?disse.

    Sempre e quando recebesse os cuidados apropriados.

    serena tinha desvanecido por causa do susto e da dor. Cedendo

    o lugar para selene, Darien se levantou e se aproximou até ken. Agachou-se

    e recolheu sua espada. Logo estendeu um lenço e limpou a folha.

    ken não tinha afastado o olhar de serena. Agora a levantou para Darien.

    ?Dirá que não tive intenção de que ocorresse isto?

    Darien lhe sustentou o olhar.

    ?Se não souber...

    Darien fechou os olhos e se estremeceu.

    ?Santo Deusl Mulheres! As coisas que fazem...! ?Fez um gesto de dor, mas continuou com voz fraca. ?.Ela sempre foi imprevisível. Darien murmurou depois de uma leve vacilação:

    ?Parece muito com você... não pensou alguma vez?

    ?Mais... É obvio. Conspira, trama e pensa com rapidez,embora logo chega a nosso nível. Darien suspirou com incredulidade. Olhou a seu antigo inimigo e soube

    que a ferida que lhe tinha infligido lhe ocasionaria dores e desconfortos

    durante semanas. Consolou-se pensando que isso, junto com tudo o que acontecera, era justo pagar por tudo o que serena tinha sofrido; que, com independência de seus desejos, não poderia exigir uma retribuição física maior.

    ?Você e seus jogos... Faz anos que eu os deixei. Por que você persiste?

    ken levantou o olhar e se deu de ombros... Outra careta de dor.

    ?Por aborrecimento, suponho. O que outras coisas há para alegrar a vida?

    Darien meneou a cabeça.

    ?Você é um idiota.

    ?Idiota? Eu? ?ken tentou sorrir, mas a dor o impediu.

    Voltou a fechar os olhos com força, mas ainda pôde inclinar a cabeça onde estava estendida serena. ? Darien o olhou e se perguntou se mencionar que ele tinha sido pego na mesma armadilha muitos anos atrás. Mas no caso de ken não tinha havido um final feliz, só uma prolongada e cada vez mais profunda pena. Ele estava só, não podia ter filhos era muito fraco. O persistente aborrecimento de Darien começou a diluir-se.

    Recusando mudar o tema ou mencionar que conhecia seu segredo, tão guardado, embainhou a espada. Olhou para serena.

    ?Falará de sangue, suponho. ken enrugou a testa lhe olhou.

    Darien não se dignou explicar-se. ken voltou a olhar os outros.

    ?Tenho que saber uma coisa. Que propriedades são maiores, as dela ou as suas?

    ?As minhas.

    ken suspirou.

    ?Bom, ganhou este assalto. ?Sua voz se debilitou; fechou os olhos?. Mas ainda tem que conseguir a liberdade. ?Suas feições se relaxavam e desmaiou.

    Agachando-se, o duque examinou brevemente a ferida de ken; comprovou que era delicada, mas que sua vida não corria grave perigo. Incorporou-se e fez um gesto a Phillipe, assinalando para uma porta no final da galeria.

    ?O que há do outro lado?

    Era a biblioteca. Deixaram ken sobre uma espreguiçadeira diante da lareira apagada, mãos e pés atados com os cordões das cortinas

    e amordaçado com seu lenço. Não demorariam para encontrá-lo.

    Voltaram junto a selene e serena, que tinha recuperado o consciência e estava muito dolorida. Phillipe a examinou e logo se voltou para Darien.

    ?O que faremos agora?

    O duque explicou rapidamente. Do silêncio procedente além das portas, supuseram que a servidão não tinha ouvido nada.

    ?Mas se nos ouvirem. ?assinalou a Phillipe? serena acabam de chegar com o ken. Tinha-lhes mandado chamar com presteza para encontrar- se com vós em Montsurs, mas lhes atrasaram, assim chegaram agora mesmo. Ordenou-lhes a ambos que levassem selene a Paris e se retirou, deixando-o em suas mãos... Seu desejo é que selene parta imediatamente. E ordenou que não lhe incomode porque lhe dói a cabeça.

    ?Uma enxaqueca. ?A voz de serena ascendeu, fraco mas nítido?. É vítima das enxaquecas; os criados sabem que arriscam suas cabeças se o incomodarem quando as sentem.

    ?Perfeito. Tem uma enxaqueca e lhes deixou com ordens concretas de levar selene agora mesmo. O «agora», por razões que desconhece, é vital; ken insistiu nisso. ? Darien olhou para selene?. Não sente nada feliz por ter sido despertada para viajar a Paris. ?Dirigiu o olhar a seus pés, às galochas que se havia colocado. ?Desce as escada pisando forte, resmungando e com rosto de poucos amigos. Se necessita tampar algum som, chora. Parecerá que serena te segure, mas será você

    quem segura ela. ?Olhou para serena. ?Pode caminhar, mignonneí

    Ela assentiu com a cabeça, apertando os lábios.

    Darien aceitou sua palavra. Não lhe ocorria outra maneira de tirá-la sã e salva daquela fortaleza.

    ?Bom. ?Olhou para Phillipe?. Assim é o momento de que peça a carruagem. Desça a toda pressa as escadas, fazendo ruído, e assusta todo mundo. Não responda nenhuma pergunta sobre como chegaste até aqui... Faz caso omisso das mesmas. Tem que te mostrar centrado em levar daqui selene, tal como te ordenou seu tio. Se a servidão se mostrar relutante, lhes diga que ken está repousando em seu quarto com uma

    enxaqueca... e sugere que vão comprovar. ?deteve-se, estudando o criado?. Quando lhe perguntarem, te comporte como faria ken ou eu. Estiveste ajudando para que selene fique em movimento, mas agora é serena a que a acompanha, e quer a carruagem

    agora, para que não haja mais atraso...

    Phillipe assentia com a cabeça.

    ?Sim, compreendo.

    Darien continuou, esboçando a última fase de seu plano. Por último, bateu em Phillipe no ombro.

    ?Vê, pois. Estaremos escutando daqui e desceremos quando pegar a carruagem. Assim evitaremos que serena permaneça de pé mais tempo do necessário.

    Phillipe fez um gesto com a cabeça e abriu as portas da galeria. Apareceu fora e, olhando para trás, voltou a assentir com a cabeça e partiu. Escutaram seus passos, firmes, debilitados à medida que se afastava apressado. Darien se agachou junto à serena, que lhe agarrou a manga e olhou nos olhos.

    ?E você? Como se reunirá conosco?

    Darien lhe agarrou a mão e a levou nos lábios.

    ?Não tenho intenção de perdê-la de vista, mignonne. Assim que a carruagem chegar, unirei-me ao grupo.

    serena assentiu, reunindo forças para a circunstância do que viria. Embora tivesse sangrado abundantemente pela ferida, e a sangue tinha impregnado a almofadinha, a capa era bastante escura para ocultar.

    Ouviram o escândalo organizado por Phillipe ao despertar com gritos os criados.

    O mordomo se mostrou resistente a obedecer suas ordens, mas Phillipe lhe tratou com uma arrogância tão prepotente que tivesse feito sentir-se orgulhoso de ken.

    Conseguiu a carruagem exigido. Das sombras do vestíbulo superior, Darien e Ariele, com serena apoiada entre os dois, observavam ir e vir de Phillipe, tal como se estivesse esperando que aparecesse ken para lhe perguntar com suavidade por que não saíram ainda.

    Seu temor era contagioso. Dez minutos depois que enviou um criado aos estábulos, o ruído de cascos anunciando a chegada da carruagem. Darien apertou os lábios contra a testa de serena, sustentou-a por um momento mais e finalmente se afastou.

    ?lhes mova! ?disse-lhes.

    selene o olhou e logo, com mau humor, ficou a protestar, arrastando os pés como se fosse levada a força, sem soltar nem um momento para serena, que se agarrava a ela.

    No vestíbulo inferior, Phillipe olhava para cima.

    ?Onde estão? ?perguntou a alguém em particular?. Vamos!... Vamos! ?Começou a subir as escadas a grandes passos, até que serena e selene apareceram no alto?. Aqui estão! ?Seguiu subindo. Chegou até selene e a rodeou para ajudar dissimuladamente a serena?. Venha. Não cause mais problemas. Não quererá que o tio desça, verdade?

    Ao descer as escadas, serena ofegou e cambaleou.

    selene a sustentou com força e protestou com mais veemência, um tanto ofegante.

    Darien rezava, observando acima entre as sombras. Viu que serena levantava a cabeça, um movimento quase imperceptível. Seguiram descendo.

    O mordomo ainda parecia inquieto. Olhou para serena, que agitou a mão com impaciência.

    ?Temos que partir imediatamente! ?Sua voz soou aguda, dificultada pela dor, embora o serviço o interpretou como irritação.

    Foi suficiente. Com uma exalação, deixaram-lhes livre o caminho,abrindo solícitos a porta, congregando-se depois na soleira para observar como, abraçados, os três desciam os degraus da entrada.

    O repico dos cascos contra os paralelepípedos do pátio da frente ocultou os passos de Darien. Desceu com rapidez os degraus, deslizando-se a seguir entre as sombras. Todo mundo estava no alpendre da frente; esticando o pescoço, só podia ver a carruagem. A sincronização ia ser vital.

    A primeira que subiu foi serena, seguida por selene. Phillipe pôs o pé no estribo, virou-se para o criado que se agarrava ao cabide na parte traseira da carruagem, disse-lhe que descesse e, ao mesmo tempo, fez gestos ao criado para que levantasse os degraus e fechasse a porta da carruagem. O criado obedeceu, enquanto Phillipe se dirigia à parte de trás da carruagem para falar com o criado.

    Então Darien saiu pela porta principal, com confiança, dando grandes passos, os saltos das botas repicando contra o chão de mármore. Assustados, o mordomo e seus ajudantes, todos com roupa de dormir,viraram dispostos a inclinar-se servilmente diante de seu amo.

    Os olhos lhes abriram arregalados e as mandíbulas lhes desencaixaram.

    Darien olhou a todos com altivez e passou no meio sem desviar-se.

    Recuaram, sem atrever-se a perguntar nada.

    Seguiu caminhando com presteza, desceu os degraus, cortando a distância que lhe separava da carruagem. cruzou-se com o homem que, confundido, retornava para casa. Foi consciente de que o homem se virava e diminuía o passo para observá-lo. Outros seguiam congregados no alpendre, desconcertados pelo que estava acontecendo e sem saber o que fazer.

    Darien vislumbrou o semblante pálido de serena através da janela da carruagem. Tinham conseguido; estavam fora.

    Com passo decidido, lançou um olhar para Phillipe e lhe fez um gesto com a cabeça. Phillipe se virou para o criado.

    Darien chegou na carruagem e com um ágil movimento subiu na boléia.

    Surpreso, o chofer se virou para ele. O duque lhe arrebatou as rédeas e lhe deu um tranco, lhe lançando sobre a grama ao outro lado da carruagem.

    A seguir tocou os cavalos e a carruagem arrancou. Deu um rápido olhar para trás, viu o chofer escancarado no chão e Phillipe obstinado no posto dele.

    Olhou para frente e fustigou os cavalos. Ouviram gritos e exclamações procedentes do alpendre, mas os sons não demoraram para desvanecer-se quando a carruagem tomou toda a velocidade na curva que conduzia à cancela.

    A grade estava aberta.

    Outra carruagem se dispunha a entrar.

    Um homem, com o cavalo coberto de suor,

    Darien esboçou um sorriso ao reconhecer o chofer e o passageiro que se agarrava aos cordões e assinalava com horror à carruagem que lhes vinha em cima.

    A curruagem atravessou a cancela. A largura do atalho não permitia a passagem de mais de uma carruagem. À beira do caminho havia um lago.

    Sebastián fustigou os cavalos e dirigiu a carruagem diretamente contra a carruagem.

    Louis uivou e atirou das rédeas.

    A carruagem escorregou e caiu para o lago. Villard saiu voando, indo cair no centro do lago.

    A carruagem passou rapidamente sem diminuir a marcha e transpôs a cancela.

    Dentro da carruagem, serena ouviu os gritos e, ignorando as pontadas de dor, obrigou-se a abrir os olhos. Olhou através da janela e viu Louis

    jurando saltar do cabriolé para aterrissar na lama.

    Logo, a cancela de Lhe Rói passou diante de sua vista como uma exalação, e

    ela soube que finalmente estava livre. Ela e selene. Totalmente livres. Aquilo foi como uma droga que se propagou por roda suas veias. Suas pálpebras se fecharam.

    Nesse momento a carruagem deu um salto ao passar por um buraco.

    A dor a atravessou e a escuridão se levantou como uma onda que a engoliu. Despertou ao calor, a suavidade e o consolo de um longínquo aroma. Pasteis de frutos secos. Doces. Saborosos frutas confeitadas.

    Esses aromas a transportaram à infância, às lembranças de Natais passados. À época em que viviam seus pais e de Cameralle se enchiam de uma alegria sem fim, de risadas, entusiasmo e uma paz dourada.

    Durante uns minutos flutuou suspensa no tempo, visitante fantasma que voltava para saborear acontecidas alegrias. Logo a encenação se foi desvanecendo pouco a pouco.

    Mas a paz permaneceu.

    Inexorável, o presente a trouxe de volta a seu seio, lhe recordando que estava machucada. Recordou todo o ocorrido; sentiu uma dor no ombro, a rigidez e as limitações da vendagem.

    Abriu os olhos e viu uma janela. No batente havia neve; também

    entre as folhas de vidros e, sobre o vidro, desenhos gelados. Seus olhos se acostumaram à luz cinza; olhou mais à frente, para as sombras da janela... e de repente viu Darien sentado em uma cadeira.

    Estava a observando. Como ela não disse nada, lhe perguntou:

    ?Como se sente?

    Serena piscou e respirou fundo. Soltou o ar com lentidão, aliviada.

    ?Melhor.?disse.

    ?Dói-lhe o ombro ainda. ?Não era uma pergunta.

    ?Sim, mas... ?moveu-se sobre o travesseiro com cuidado?. Não é tão mau. É razoável, acredito. ?E enrugou a testa?. Onde estamos? ?levantou a cabeça?. E selene?

    Os lábios de Darien se curvaram ligeiramente.

    ?Está em baixo, com Phillipe. Encontra-se bem e a salvo.

    serena estendeu a mão; o duque a apertou entre as suas.

    ?Assim... ?Ainda estava confusa, embora indiscutivelmente aliviada pelo calor daquelas mãos?. Ainda estamos na França?

    ?Sim. Não podíamos ir muito longe, de maneira que reajustei nossos planos.

    ?Mas... ?olhou-o com os olhos entrecerrados? deviam nos haver dirigido diretamente a Saint-Mau.

    O lhe dirigiu um paciente olhar.

    ?Você estava ferida e inconsciente. Enviei uma mensagem ao navio e viríamos aqui.

    ?Mas ken nos seguirá.

    ?Sem dúvida, mas enviará sua gente a Saint-Mau ou a Calais. Procurará no norte, imaginando que tomamos essa direção. Em troca, viemos ao sul e longe da costa.

    ?Mas... como voltaremos para a Inglaterra? ?incorporou-se trabalhosamente contra os travesseiros, agüentando a dor aguda?. Você queria voltar para o Natal... para sua reunião familiar. E se ken nos estiver procurando, não podemos permanecer aqui. Devemos...

    ?Mignonne, por favor, cale-se.

    Quando obedeceu, indecisa, Darien continuou:

    ?Tudo está arrumado. Quando estivermos preparados para partir, meu navio nos

    estará esperando em Saint-Nazaire. Estaremos em casa a tempo para o Natal. ?Seus olhos, muito azuis, sustentaram-lhe o olhar?. Não há nada que possa fazer, só recuperar-se. Até então não poderemos ir. Há algo mais que queira saber?

    Ela o olhou, refletindo sobre a aspereza que tinha tingido seu tom.

    Suspirou e lhe apertou a mão.

    ?Sou uma má experiência, verdade?

    Sebastián grunhiu.

    ?Tirou-me quantos anos de cima. E ken.

    serena franziu o sobrecenho, recordando.

    ?Não pretendia me ferir, verdade?

    Nunca pretendeu lhe fazer mal. Nem a selene.

    ?selene? Mas... ?Procurou no rosto de Sebastián e o olhar lhe esclareceu?. Foi um estratagema?

    ?Muito cruel, possivelmente, mas sim... Era a maneira mais segura de conseguir

    que você fizesse o que ele queria.

    Darien advertiu que os pensamentos dela retrocediam, que recordava e repensava. serena meneou a cabeça.

    ?É um homem estranho.

    ?É um homem insatisfeito. ?Ao olhá-la, estendida, Darien soube que era verdade. Compreendeu o que custava satisfazer aos homens como ele e ken.

    serena o olhou.

    ?Ainda há algo que não sei... me conte como fez com sua espada.

    Darien sorriu. Olhou a mão de serena, que repousava entre as suas. Entrelaçou os dedos com os dela, que os levou aos lábios para beijá-los brandamente.

    ?Ganhei ?levantou os olhos para os de serena? a noite em que você e eu nos vimos pela primeira vez.

    serena pareceu perplexa.

    ?Perigo? Esse foi o motivo de que andasse atrás dos brincos do Colar?

    ?Sim. Ganhei uma substanciosa soma de dinheiro do irmão mais novo de ken, assim que me localizou para me exigir uma desforra. Nós os ingleses somos conhecidos por nossas desatinadas apostas. ken manipulou a situação para que eu não pudesse me negar, ao menos não sem me prestigiar. Entretanto, não esperava que eu voltasse para a mesa de jogo e exigisse a espada para cobrir minha aposta. Feito, acompanhado por

    gloriosos cavalheiros da França... e até eles, tiveram que aceitar, já que sua honra estava em jogo.

    ?Mas enviou aviso ao colegio.

    ?Naturalmente. Sabia que faria. Simulei estar bêbado e fui cambaleando a meu hotel... e dali direto ao convento. ?Olhou-a nos olhos?. Para conhecer à luz da lua.

    serena sorriu, não só com os lábios, mas também com seus olhos, já limpos de preocupações. Havia mais cor em suas bochechas que ao despertar. Darien lhe deu um apertão na mão e se levantou.

    ?Bom. Sendo que já está acordada e tranqüila, irei procurar selene e direi à mulher do hospedeiro que está preparada para comer. Seu sorriso era tudo que esperava Darien.

    ?Obrigado. ?Com cuidado, incorporou-se para sentar-se; ele a ajudou.

    ?Comerei e logo poderemos partir.

    ?Amanhã. Olhou-o e logo olhou pela janela.

    ?Mas...

    ?Comerá e descansará e recuperará forças. Se estiver bem pela manhã, partiremos.

    serena lhe sustentou o olhar e leu sua determinação. Assim, suspirou e apoiou as costas nos travesseiros.

    ?Como de seu agrado, excelência.

    ?É obvio, mignonne... Fará exatamente o que eu disse.

    Assim foi naturalmente. serena perguntava se alguma vez conseguiria

    acostumar-se à sensação de ser arrastada por uma vontade mais poderosa que a sua.

    O resto do dia transcorreu suavemente. Pela tarde, levantou-se e se aventurou descer a escada para visitar a pequena estalagem familiar, que Darien tinha encontrado em um canto do vale de Sarthe. Não tinha nenhum caminho principal e a família estava agradecida por seus hóspedes. serena estava segura de que ignoravam que estavam alojados com um duque inglês e a uma condessa francesa.

    Tinham a estalagem para eles sozinhos; uma nevada recente tinha reduzido as atividades do exterior era estritamente necessário. O salão era quente e acolhedor, e era prazeroso sentar-se junto a lareira, ao lado de Darien e contemplar como jogava xadrez com Phillipe.

    Faltavam só poucos dias para a noite de natal e a estalagem estava com uma atmosfera de calma e de paz, com uma promessa de sorte.

    Quando se sentou junto a Darien, selene se encontrou livre de preocupações e inquietações; pela primeira vez desde a morte de seus pais, sentiu-se livre para relaxar-se e desfrutar, livre para deixar que a paz e a esperança de sorte fluíram seguras e alagassem sua alma.

    Ao fechar os olhos, sentiu emanar em seu interior a promessa daqueles dias.

    No dia seguinte insistiu que se encontrava bem para viajar.

    Darien a estudou com olho crítico, mas acabou consentindo. Depois de um copioso café da manhã, seguiram em marcha através da neve derretida e descobriram que o caminho ia se limpando à medida que avançavam para o sul. Chegaram a Saint-Nazaire a última hora da tarde. O navio de Sebastián estava ancorado no cais, cabeceando; com alivio para todos, entraram nos escarpados que se levantavam sobre a cidade.

    Embarcaram e as velas foram içadas. E assim, estilizava a nave por cima das casas.

    Foi uma travessia sem incidentes, grande parte da qual transcorreu para

    ela no camarote de Sebastián. Se foi alguma mutreta para fazê-la descansar ou, como serena suspeitou cada vez com mais convicção, uma reação tardia diante do perigo em que ele a tinha visto, o caso é que aquelas horas se encheram de uma paixão cálida, mais possessiva e aberta que lhe tinham precedido.

    Suas advertências de que selene ocupava o camarote ao lado surtiram pouco efeito no duque. Quando se encontrou em coberta com sua irmã, que passeava na quietude do anoitecer, esta se limitou a esboçar um sorriso bastante cúmplice, e a abraçou.

    Que sua irmã não ia viver intimidada por Darien era evidente; ele a tratava com uma indulgência fraternal. serena os observava com o coração feliz.

    Depois de um dia e outra noite, o veleiro ancorou em Newhaven com a maré da manhã. Uma carruagem estava esperando. Depois do café da manhã, com ambas as mãos agasalhadas em peles e xales de seda, empreenderam a última etapa de sua viagem para casa.

    À medida que os quilômetros se desvaneciam sob os cascos dos cavalos de Darien, Helena pensou na noção de. Cameralle? Na realidade, tinha abandonado o casa de sua infância fazia tempo.

    Rói-lhe? Aquela fortaleza nunca tinha sido um lar, não no sentido de um lugar de consolo, um lugar ao qual voltar no final de uma viagem. Um lugar de satisfação?

    Seu coração dizia que sim, mesmo que sua mente ainda duvidasse. Não dele, mas, à medida que atravessavam Londres, não pôde ignorar o fato de que ambos, ele e ela, encarnavam posições que afetavam a algo mais que a suas individualidades.

    Família. Sociedade. Política. Poder.

    O mundo de Darien e o seu. Equivocou-se ao imaginar que poderia escapar alguma vez; esse mundo estava em seu sangue tanto como na dele. A carruagem virou e ela olhou para fora, enquanto acessavam com estrépito uma praça elegante. Os cavalos diminuíram o passo e detiveram diante da entrada de uma impressionante mansão.

    serena olhou para Darien.

    Sustentou-lhe o olhar e disse:

    ?St. Ivés House. Estamos em Grosvenor Square.

    Ela observou a imponente casa.

    ?Sua residência em Londres?

    ?A nossa. Deteremo-nos aqui meia hora. Há assuntos que requerem minha atenção; continuaremos assim que os tenha atendido.

    selene, que tinha estado dormindo, esticou-se e arrumou o vestido; fazendo uma careta diante da visão de seu penoso estado.

    ?Não importa. ? disse o duque quando passou por seu lado para descer, e lhe pôs fugazmente a mão na cintura. Estendeu uma mão e ajudou Helena a descer, e logo selene?. Minha tia Clara está em Somersham, e minha irmã rei também. Estarão encantadas de te ajudar a organizar seu vestuário. Mas aqui não há ninguém agora, assim não tem do que preocupar-se.

    serena sentiu alívio já que estava ligeiramente desalinhada. Darien as conduziu pela escada. O dia era sombrio e lúgubre; na entrada ardiam umas tochas que iluminavam a clarabóia.

    Um mordomo de aspecto enrijecido abriu a porta e, ao vê-los, reprimiu um sorriso de prazer. Fez uma profunda reverência com a cabeça.

    ?Bem-vindo a casa, excelência. Darien, conduzindo serena ao quente e acolhedor ambiente de luxo, arqueou uma sobrancelha dirigindo um agudo olhar ao mordomo.

    ?O que ocorre, Doyie?

    ?recebemos convidados, excelência. ?Com uma calma absoluta, Doyie desviou o olhar para a serena.

    Darien suspirou.

    ?Esta é a condessa D'Lisle... Logo será sua ama. E estes são sua Irma, a senhorita Stansion e o cavalheiro Sévres.

    Olhou ao redor quando o mordomo lhe agarrou a capa e, depois,fez o próprio com a de serena.

    ?Onde diabos está o criado?

    ?Temo-me, milorde, que neste momento sua presença foi requerida na biblioteca.

    Darien voltou a lhe cravar o olhar.

    ?Doyie...

    A porta que havia a sua esquerda se abriu.

    ?Francamente, Doyie, o que pretende com isto? Por que não me avisou desse novo membro do serviço...?

    Lady michiro Cynster ficou paralisada na soleira do salão e, atônita, olhou para Darien. Logo se avermelhou.

    ? Darien! Vá! Acreditava que estava no campo ... ?As palavras foram apagando ao cair na conta de outros. Despachou desdenhosamente Phillipe e selene com um olhar, mas quando cravou os olhos em serena, seu olhar se escureceu. Em seu rosto se desenharam umas linhas de intransigência.

    ?O que está fazendo aqui, michiro? ?disse-lhe o duque.

    Isso fez com que ela voltasse a lhe olhar no rosto. serena conteve um estremecimento; fazia semanas que não ouvia semelhante tom em Darien.

    ?Eu... bem... ?michiro fez um gesto impreciso, avermelhando ainda mais.

    Depois de um breve e incômodo silêncio, Darien murmurou:

    ?Doyie, por favor, acompanhe à senhorita e o cavalheiro Do Sévres à biblioteca... Possivelmente na sala de estar seja mais de seu agrado. E que lhes sirva um refresco apropriado. A senhorita condessa e eu nos reuniremos com eles em seguida. Partiremos dentro de uma hora para Somersham.

    ?É obvio, excelência. ?Doyie fez uma reverência e conduziu selene e Phillipe pelo comprida entrada.

    ?Bem, michiro, poderíamos continuar em meu salão, não acha?

    michiro se voltou com uma exclamação de aborrecimento e, sem nenhuma elegância, retornou ao salão para deixar cair em meio de um sofá estofado em seda. Assumindo que ia se converter na esposa de Darien teria que tratar com aquela mulher. serena reprimiu o impulso de escapulir-se para ir junto a selene e Phillipe, e deixou que Darien a conduzisse ao salão.

    Surgiu um criado e fechou as portas atrás deles.Poderia ter sido qualquer

    outra dama, serena haveria sentido consternada de que a visse com aquele traje marrom, lavado sim, e com o buraco do ombro remendado por Ariele, mas, ainda, enrugado e desalinhado. Entretanto, michiro... A verdade é que não podia considerar aquela mulher como alguém de cuja opinião devesse preocupar-se.

    t�p?ta`C�>ify;text-indent: 21.25pt;line-height:normal;mso-pagination:none;mso-layout-grid-align:none; text-autospace:none'>Darien lhe estendeu a mão e os enviou para falar com o Webster.

    A última pessoa com quem tinha que falar entrou voando na bivlioteca cinco minutos mais tarde.

    ?Desejava falar comigo, querido moço?

    Darien levantou sorridente e, com um gesto com a mão, indicou a poltronas que havia diante da lareira. Ela se sentou e ele permaneceu de pé junto à lareira, um braço apoiado no suporte. Contou-lhe muito mais do que tinha revelado aos Thierry.

    ?Bom! Faz tempo que sabia tudo, é obvio. ?Com os olhos resplandecentes e um sorriso lhe iluminando o rosto. Clara se levantou e o beijou na bochecha. ? É perfeito... bastante perfeito. Me alegro muito. E posso afirmar sem temor algum que a família estará encantada. Verdadeiramente encantada.

    ?É obvio, mas entende que quando retornarmos só desejo ver por aqui às pessoas que habitualmente nos visitavam no Natal e a aqueles que relacionarão em minha carta.

    ?Ah, claro, claro. Só um pouco de pessoas. Podemos convidar o resto mais tarde, quando melhorar o tempo. ?Clara lhe deu um tapinha no braço ?. Agora, o melhor é que lhes ponham em caminho se querem chegar a Newhaven esta noite. Estarei aqui quando voltarem, e também rey e os outros. Encarregaremo-nos de tudo.

    Com outro tapinha e lhe advertindo que tomassem cuidado, Clara saiu

    radiante.

    Darien fez soar a campainha para que acudisse Webster.

    ?Onde está Louis de Sévres? ?perguntou quando chegou o merecido personagem.

    ?No salão do café da manhã, excelência.

    ?E seu criado?

    ?No salão do serviço.

    ?Muito bem; traga a senhorita condessa aqui e faz com que um criado leve a bagagem para a carruagem. Envia outro para que conduza o senhor Phillipe aos estábulos pela porta lateral.

    ?Imediatamente, excelência.

    Darien estava sentado quando Webster fez passar serena; depois, o mordomo se retirou e fechou a porta.

    ?Mignonne. ?levantou-se e rodeou a mesa.

    Vestida com um traje de viagem e com uma pesada capa no braço. serena se aproximou dele com o olhar vigilante.

    ?É hora de partir?

    Sebastián sorriu e lhe agarrou a mão.

    ?Quase. Peguei a declaração... Não quis despertá-la.

    ?Supus que tivesse feito. ?Com a cabeça inclinada,ansiosa para ele e esperou.

    ?Neste país, para que nos possamos casar, a maneira mais rápida é

    conseguir uma licença especial, uma dispensa. Tenho escrito a um bispo bem

    disposto, mas, em apoio a minha petição, dado que é você francesa e tem um tutor, precisarei incluir a declaração de ken. ?Fez uma pausa e acrescentou?: Posso fazer assim?

    serena sorriu com lentidão.

    ?Sim. Sim. É obvio.

    O duque sorriu.

    ?Bom. ?Soltou-lhe as mãos e esticou o braço para agarrar a vela e o selo de lacre.

    Enquanto ela observava, Darien por o selo na carta.

    ?Feito. ?Deixou a carta em cima de sua missiva rey e de outra carta

    dirigida a Corte real.

    ?Webster a enviará com um cavaleiro.

    Darien observou a segunda carta, perguntando se devia mencioná-la. virou-se e se encontrou com o olhar de serena: nítida e limpa, embora ainda conservava uma persistente preocupação.

    ?Venha.?Agarrou-lhe a mão?. Ponhamo-nos a caminho


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