A PROMESSA EM UM BEIJO

  • Finalizada
  • Kakyuu
  • Capitulos 17
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 12

    desejos

    Linguagem Imprópria, Sexo

    Se ken ia negar qualquer oportunidade de ter uma vida própia ?a que por direito deveria lhe haver pertencido, então tomaria o que pudesse, experimentaria quanto pudesse durante o caminho.

    O caminho para a perdição.

    Apesar de sua desafiante postura. serena se sentia embargada pelas

    dúvidas, atormentada pelo remorso. Pela sensação de que, estivesse tramando roubar Darien ao tempo que se entretinha com ele ?e o que desse em troca não importava, estava cometendo um pecado atroz.

    Devia encontrar a espada quanto antes. E logo partir.

    A casa repousava em silêncio, mesmo que só eram as onze. Ao sair para fora de seu quarto, ouviu em alguma parte um relógio que dava a hora. Tinha considerado a possibilidade de esperar até depois das doze, mas para então todos os abajures estariam apagado. A maioria já estavam, mas ainda ardiam suficientes para distinguir o caminho.

    A casa era enorme e ainda muito desconhecida para arriscar-se a andar às cegas em plena escuridão. E tinha a absoluta certeza de que Darien. ?Era a única coisa que temia encontrar. ? estaria acordado até altas horas. Com toda probabilidade em seu estudo, examinando alguns documentos. Assim o desejou com ardor.

    Uma espada cheia de valor nada desprezível... Onde a guardaria?

    Não, em nenhuma dos ambientes que tinha visto até então.

    Louis tampouco a tinha localizado. Nem ele nem a dona que o era a servente tinham a menor idéia de onde estava. Se pela ajuda de Louis fosse...

    Ao chegar à galeria, dobrou na direção que tinha visto tomar a Darien ao ir trocar se para o jantar. Duvidava que fosse guardar um objeto assim em seu quarto, mas seu aposento inclui um quarto particular onde certamente guardava seus objetos mais valiosos, as coisas que tivessem significado para ele.

    Não sabia que a espada tinha tanta importância, mas, os costumes dos homens poderosos, supunha que era possível. ken não tinha mencionado como tinha chegado à mãos de Darien uma relíquia da família Mordaunt. Louis tampouco sabia. serena gostaria de saber. Saber até quanto valorizava Darien essa espada.

    Localizar o quarto de Darien não foi difícil. A opulência das tapeçarias, móveis e vasos lhe indicou que tinha tomado o corredor correto;o brasão lavrado em carvalho maciço na dobradiça da porta confirmou.

    Nem por debaixo da porta nem da singela situada à direita do corredor se filtrava luz alguma. As damas à esquerda, os cavalheiros à direita; rezou para que os ingleses seguissem esta mesma convenção.

    Contendo a respiração, abriu a porta singela com cuidado. A porta se abriu sem ruído e ela apareceu ao interior.

    A luz da lua se derramava através das janelas sem cortinas, iluminando uma grande sala, mobiliada com luxo, embora inconfundivelmente masculina.

    Estava vazia.

    Entrou sigilosamente e fechou com cuidado. Voltou a examinar o ambiente, até que viu o que desejava ver. Uma vitrine com troféus. Cruzou o salão, parou-se diante e examinou todos os objetos. Uma vara com manga de prata, uma taça esculpida, uma placa de ouro com alguma inscrição e outros objetos, de condecorações, mas nenhuma espada.

    Deu um olhar circular e pôs mãos à obra, comprovando as mesinhas e as mesas de parede, investigando em todas as gavetas. Chegou a uma mesa maior, olhou por cima, e logo viu se as gavetas. estava fechado; estava aberta, mas nenhuma continha espada alguma.

    ?Peste!?endireitou-se, e deu uma olhada ao redor pela última vez...

    Então reparou que, o que tinha tomado por um relógio, situado em cima de um pedestal que brilhava junto a uma janela, naquele ângulo mais revelador não era absolutamente um relógio que brilhava.

    Atravessou pressurosa a distância que a separava do pedestal, diminuindo o passo ao aproximar-se. O objeto que descansava sob o sino de vidro não era uma espada. Era...

    Ela aproximou-se,mas e olhou com olhos observadores.

    A luz parecia dourada ao incidir sobre as finas folhas de um

    ramo de visco seco. Tinha visto aquele ramo antes.

    Conhecia o árvore em que tinha crescido. Recordou com absoluta nitidez a noite em que havia sido arrancado e colocado no bolso de Darien.

    Uma parte de sua mente ficou em duvida; como podia estar segura de que era

    o mesmo? Que absurdo! E, entretanto...

    «Nunca me esqueci de você.»

    A palavra que lhe havia dito Darien fazia duas noites. Se estava disposta a acreditar o que seus olhos lhe demonstravam, então havia dito a verdade. Significava que o duque bem podia ter tido intenção de se casar com ela desde o começo. Tal como tinha proclamado.

    Tocou com os dedos o vidro frio e ficou olhando as finas folhas, os finos ramos, enquanto em seu interior algo subia, emanava, se derramava...

    À medida que os véus se levantavam e ela via a verdade, saboreou sua dolorosa doçura. E se deu conta, total e definitivamente, de tudo o que perderia por salvar ao selene. O grave tangido de um relógio a sobressaltou. Outros relógios, repartidos por

    toda a casa, ecoaram juntos. serena piscou e deu um passo atrás.

    Estava tentando à sorte.

    Com um último e prolongado olhar ao ramo de visgo, que estava sob o vidro conservado para sempre, voltou para a porta.

    Chegou a seu quarto sem incidentes, mas o coração lhe pulsava com força. Deslizou-se dentro e fechou a porta; então, deteve-se, esperando que seu pulso se tranqüilizasse.

    Respirou fundo e entrou no quarto...

    Darien estava sentado em uma poltrona junto à lareira, observando.

    serena se deteve, paralisada pela surpresa.

    O duque se levantou, languidamente elegante, e foi até ela.

    ?estive esperando, mignonne, você.

    Os olhos de serena se arregalaram quando Sebastián se deteve diante dela. Ficou surpresa.

    ?Não... Não o esperava.

    Esforçou-se por não olhar as duas cartas que havia deixa-

    do na penteadeira. Darien lhe cobriu a mão com seus longos dedos.

    ?Avisei-a.

    «Até mais tarde.» Recordou as palavras, recordou o tom.

    Conforme parecia já era mais tarde.

    ?Mas...

    Darien se limitou a lhe estudar o rosto, a observar e esperar. serena engoliu a saliva e fez um gesto vago para a porta.

    ?fui dar uma volta. ?A voz soou trêmula; obrigou-se a sorrir, mostrando seu nervosismo. Dissimulou a causa?. Sua casa é tão grande, e às escuras... é um pouco desconcertante. ?Fez um leve dar de ombros; o coração lhe pulsava rapidamente. Deixou escorregar o olhar até os lábios do Darien. Lembrou-se do visco.

    ?Não conseguia dormir.

    Os lábios do duque se curvaram em um sorriso, embora as feições seguiam duras, inflexíveis.

    ?Dormir? ?O grave murmúrio chegou aos ouvidos de serena ao mesmo

    tempo que o duque lhe soltava o rosto. Sentiu suas mãos escorregando até a

    cintura?. Tenho que admitir, mignonne. ?a atraiu para ele e inclinou a cabeça.? Nada há mais afastado do que minha intenção de dormir.

    A cabeça de serena se inclinou para trás; encontrou os lábios de Darien e já não pôde deter-se, nem evitar entregar-se aos abraço do duque.

    O desejo estourou e serena se agarrou. Agarrou-se a ele como se fosse sua única salvação. Sabia que não era assim, que para ela não podia haver salvação nem liberdade.

    Nem um final feliz.

    Mas se sentia incapaz de afastar-se e negar o que ele queria, e nem negar a si mesmo sua única oportunidade de ter aquilo.

    Se tentasse, Darien suspeitaria; mas não foi o temor de revelar o complô de ken que a levou a consentir, a deslizar os dedos pelo pescoço do duque e retê-lo para ela. Satisfez suas exigências, insistiu nas sua... Suas línguas se acariciaram, insinuando com audácia o que estava por chegar, o que ambos procuravam e desejavam. Não foi pensar em selene o que a reconfortou, o que a sustentou quando afastou os lábios e sentiu os dedos de Darien no seu sutiã.

    serena conteve a respiração em apressar-se; os lábios acariciando sua testa com suavidade, sem deter nem um momento os dedos.

    A força que se propagou por todo seu corpo, que alagou sua mente e lhe dirigiu os movimentos, proporcionou a energia para seguir as indi-

    cações sussurradas por Darien, para sustentar-se com dificuldade quando

    lhe tirou primeiro a blusa, logo as saias e as anáguas e, por último, a camiseta... Aquilo não era só desejo. Nem dela nem dele.

    Era algo mais.

    Quando ficou nua diante dele, a luz da lua arrancando brilhos de madrepérola a sua pele, foi aquele poder transcendente o que lhe abriu os olhos, o que a fez desfrutar do desejo refletido no semblante de Darien, da paixão que ardia em seus olhos. Sentiu seu olhar como uma chama ao percorrer da cabeça aos pés e voltar a subir.

    Os olhos do duque ardiam, fixos nos dela; agarrou-lhe as mãos, as segurou abertas e, então, subiu uma e logo outra até os lábios.

    ?Vamos, mignonne... Se entregue a mim.

    Seu tom. ?escuro, áspero, perigoso? a fez estremecer. Darien lhe pôs as mãos em seus ombros, soltou-as e estendeu os braços para ela. serena respirou, sentindo que seu seio inchava, que abria seu coração. Foi para ele, abandonando-se entre seus braços, com entusiasmo.

    Estava pronta para isso; sentiu no mais fundo, na alma. Darien a beijou com intensidade e lhe pôs as mãos na pele nua.

    Inocente ainda, ignorante das formas, mas não de que o duque as conhecia, confiou incondicionalmente nele, em como a ia tratar, possuir, e como faria. Não podia lutar contra a força que a impelia

    ?Nunca imaginou que seria assim, sem mais, resistir sua segurança. serena se entregou, rendeu-se por completo no momento, que tudo era ela, e tudo era ele, e todos seriam um só.

    O tato de Darien era delicioso; suas mãos a tocavam com tanto carinho, com tanta frouxidão... Entretanto, havia calor em cada carícia, uma sensualidade que queimava. A paixão e o desejo eram chamas as pontas do dedo, sob seu comando, guiado pelo afã de possuir.

    serena podia vê-lo na severa geometria de seu rosto, que tocou perseguindo os ângulos, tão inflexíveis. Podia senti-lo na tensão que percorria seu corpo, na força que a encerrava, na força contida daquelas mãos que a seguravam. Podia sentir a ereção de Darien, pressionando-a na suavidade do ventre. Viu o brilho nos olhos do duque.

    Darien lhe roçou o olhar com a seu, percorreu seu rosto, depois inclinou a cabeça e tomou sua boca, arrebatando seus sentidos. Fechou as mãos sobre seus seios e apertou fugazmente com os dedos os bicos endurecidos, soltando-a para segura-la nos braços. Levou-a para cama e, ficando de joelhos sobre a mesma, estendeu-a

    sobre os lençóis de seda. Tirou seu roupão e logo os sapatos com dois chutes. serena esperou que se despisse, mas não o fez. Com a

    camisa de linho fino e rendas e as bombachas de seda, estendeu-se a seu lado, meio em cima dela, e voltou a tomar sua boca. A cabeça de serena começou a dar voltas quando Darien a situou debaixo dela e, continuando, acariciou sua pele nua com dedos travessos para dissipar qualquer resistência.

    Ela não resistiu, não tinha nenhuma intenção de desperdiçar tanto esforço, embora fosse vagamente conhecedora das intenções de Darien e consciente de suas reações a cada sensual provocação pelo tato,

    a cada carícia, a cada deslizamento provocador. Os lábios de Darien

    brincaram com os seus, os dedos longos em sua pele, atuando sobre seus sentidos, lhe percorrendo os seios até que doessem, escorregando mais abaixo das costelas, na cintura, para acabar deslizando-se pelo ventre até que este se contraiu. Então pressionou. Com perícia.

    Liberou-lhe os lábios e ouviu o grito afogado de serena. Ela

    arqueou os quadris; ele a massageou com suavidade e voltou a beijá-la, enquanto

    baixava os dedos, sem rumo, pelas coxas. Para cima e para abaixo; abaixo, pelo exterior, até que serena se retorceu e separou as coxas nervosamente, lhe convidando a tocá-la ali onde sentia umas fortes pulsações. O duque não acessou, não imediatamente, acariciando os suaves cachos da base de seu púbis, passando os dedos neles, tocando-a com delicadeza, até que serena afundou os dedos em seu braço, beijou-o com fúria e separou ainda mais as coxas.

    O ar a roçava, frio contra a carne febril; então. O desejo e o prazer ilícito a sacudiram. Esperou, em tensão também pela expectativa, com sensual antecipação.

    As mãos de Darien se moveram, seus dedos rastreando, sobre cada uma das suas dobras, uma e outra vez, até que ao final, separou as pernas, abrindo-a. Então lhe roçou a entrada de sua intimidade.

    serena voltou a se esticar, mas ele não insistiu. Em seu lugar, aquele dedo

    explorador se afastou, acariciando a suavidade de serena. Jogando com seus

    nervos, lhe subjugando os sentidos. Darien, adaptando-se a cada estremecimento, a cada movimento de inquietação. Arrebatou-lhe até o último vestígio de pudor tocando-a de uma maneira sem piedade, até que ela começou a ficar, excitada, ardorosa, ávida...

    serena ouviu em sua própria respiração a necessidade de senti-lo em seu interior até que a transbordasse, dominasse-a. esforçou-se por chegar a Darien

    com as mãos, com o corpo, com os lábios. O duque a beijou... Ardentemente. Ficou em cima, de seu corpo lhe pressionando as costas contra a cama.

    serena tentou sair por baixo, mas Sebastián não se moveu, apoiando um cotovelo junto a ela e com a outra mão rastreando ainda suas úmidas virilhas. Os quadris dele estavam encaixados entre suas coxas estendidas. Ela entrelaçou suas pernas com as dele, as fazendo escorregar pelo cetim das calças tentando lhe seduzir para que se aproximasse mais; ele voltou a beijá-la, com tanta intensidade que anulou sua consciência, a capacidade de prever, de fazer outra coisa que não fosse ficar de costas e lhe deixar livre o caminho.

    Um suspiro tremeu em cima dela. Os lábios de Darien tinham abandonado sua boca para rastrear primeiro seu queixo, logo a pele do pescoço. Ali a saboreou,lentamente. Os dedos voltaram para o seu jogo entre as coxas. Logo baixou ainda mais os lábios, seguindo a ondulação de um dos seus seios, até terminar em seu ápice, naquele broto

    ereto que pulsava com força e que tanto lhe doeu quando Sebastián o sugou. Estourou em sensações quando ele o introduziu a profunda e úmida boca e sugou. serena se arqueou em baixo dele, apanhada, impotente diante de sua experiência. Darien soltou o mamilo, insistindo com quentes beijos na carne acalorada, deixando-a retroceder com cuidado antes de voltar a atraí-la para ele.

    serena perdeu toda noção do tempo, apanhada pelo prazer perverso que lhe proporcionava a boca do duque, seus lábios, a quente extensão de sua língua, a ligeira escoriação, daquele contato entre suas coxas. Agora o ansiava tudo e seus seios estavam doloridos e pulsavam com força, cheios e firmes quando Darien se moveu e toco em seu umbigo com a língua.

    serena se esticou com uma sacudida, mas ele a segurou com firmeza, com uma mão sobre sua cintura. Ninguém a havia tocado como ele, a boca em seu ventre, os dedos acariciando-a mais abaixo.

    Então os lábios de Darien se apertaram contra os cachos de seu clitóris, a língua lhe roçando entre... E serena gritou.

    ?Chsss. ?sussurrou ele contra aqueles cachos negros que o incitavam a continuar.

    ? Por mais que eu gostasse de ouvir seus gritos, mignonne, esta noite não pode ser.

    Levantou a cabeça, só o suficiente para ver o brilho em seus olhos sob as pálpebras cansadas. Os lábios de serena estavam inchados, machucados pelos beijos; a perfeição de seus seios mostravam as marcas da posse do duque, que não sentiu o menor arrependimento. Separando os lábios, serena respirou rápida e levianamente; pronto não seria capaz de respira. Como se ela lesse sua intenção no olhar.

    Olhou para baixo e aspirou; o aroma de serena e penetrou até o mais fundo ao baixar-se levemente, utilizando os ombros para abrir ainda mais; logo deixou que seus dedos, encharcados com o desejo dela pouco a pouco, pela última vez, sobre a carne torcida, e então os retirou. Inclinou a cabeça e os substituiu pelos lábios, pela boca, pela língua... Fechou as mãos sobre os quadris de serena e a segurou com força.

    Ela se sacudiu, tendo que afogar um alarido quando Darien encontrou o duro broto de seu desejo, ereto, só esperando seus lábios. O duque lhe rendeu a devida comemoração e serena se retorceu, ofegou, uma mão

    contra a boca, a outra a provas para finalmente cair sobre os lençóis convulsamente.

    Ele não viu nenhuma necessidade de apressar-se, de negar a si mesmo ou a

    ela nenhum dos prazeres que podiam alcançar. Havia muitos e ele conhecia todos. Decidiu lhe ensinar mais.

    serena, ofegou, lutou por afogar outro grito. Seus sentidos estavam saturados, encharcados pela intimidade, a carícia daqueles lábios ali abaixo sondava a língua de Darien.

    Antes a tinha levado ao limite. ?o mundo se desfazia e não existia nada exceto as sensações? com os dedos. Agora fazia o mesmo com a boca, os lábios e a língua. serena sabia o que estava chegando, o estouro dos sentidos e a imersão no fogo do vazio, embora fechasse a mão sobre o lençol e tentou deixar-se levar pela maré. Esta vez a intensidade foi aterradora.

    Mas ela estava indefesa... Indefesa para evitá-lo, para recusar Darien.

    A rajada de calor rompeu os muros e a envolveu elevando-a a um prazer sensual. Percebeu a satisfação de Darien, a tensão de suas mãos, o suave roçar de seu cabelo na parte interior das coxas quando voltou a inclinar-se sobre ela.

    Notou a incursão de sua língua ao abri-la, o lento deslizamento a penetrou.

    Então Darien empurrou.

    serena estourou. Perdeu-se, caindo, retorcendo-se e girando em um prazer tão profundo, tão quente, que lhe derreteu seu ser mais íntimo.

    Não podia mover-se, incapaz de pensar. Mas podia sentir com mais intensidade que nunca, sentir o calor que se expandia sob sua pele, as grandes onda de prazer que se estendiam por todo seu corpo.

    Seus lábios se desprenderam em um suspiro entrecortado quando todos os

    músculos de seu corpo cederam, relaxando-se.

    Com uma última e lânguida lambida, Darien levantou a cabeça e subiu por cima de seu ventre. serena podia sentir, ver, assimilá-lo, conhecer,até entender, mas era incapaz de reagir. Seu corpo se rendeu. Tinha perdido toda capacidade de resistência.

    E certamente não opôs quando Darien liberou sua vara das calças e se colocou em cima; quando pressionou, e a penetrou uns centímetros. Os olhos de Helena se abriram arregalados diante da simples visão que tinha tido do membro, de seu tamanho. Se tivesse sido capaz de algo, poderia haver-se negado. Mas nem sequer podia reunir a vontade necessária para isso; só era capaz de permanecer ali estendida e experimentar, sentir a pressão crescente quando Darien empurrou um pouco mais. Aspirou uma baforada de ar e fechou os olhos, sem ter visto Darien olhar seu rosto. Quando se concentrou, movendo-se um pouco quando a seguinte sacudida dos quadris do duque lhe provocou dor, foi consciente de que ele estava observando suas reações, reprimindo tudo o que ela sentia.

    Darien retrocedeu com cuidado, sem abandoná-la, só retirando-se. Mudou de posição e lhe subiu os joelhos, apertando-lhe no alto. Logo levantou ligeiramente seus quadris e lhe pôs um travesseiro debaixo; então Helena voltou a sentir seu peso, seus braços retendo seus joelhos no alto enquanto a sujeitava. Quando empurrou dentro dela, supurando com firmeza.

    serena soltou um grito afogado e se arqueou; o peso de Darien a; sujeitava. Voltou a empurrar e ela gritou, afastando a cabeça. Ele voltou a elevar-se sobre ela; o movimento fazia com que penetrasse cada vez mais, um ferro que a abrasava em seu interior. Seu seguinte ofego foi mais um soluço.

    ?Não, mignonne, me olhe. ?Baixou, apoiando-se nos cotovelos, segurando seu rosto com as mãos; brandamente, mas com insistência, voltou o rosto para ele?. Abra os olhos, me olhe... Tenho que ver.

    Havia uma nota em sua voz que serena jamais tinha imaginado ouvir:

    uma súplica, gutural e imperiosa, mas mesmo assim uma súplica. Obrigou-se a abrir os olhos, e a lhe olhar nos olhos azuis; sentiu-se atraída, como se inundasse em suas profundidades.

    Soltou seu rosto e, apoiando os braços, sustentou-se em cima dela.

    ?Siga meu ritmo, mignonne.

    O olhar de Darien se cravou em seus olhos e pressionou mais e mais adentro.

    serena sentiu como seu corpo cedia, abria-se, rendia-se ao assalto, mesmo que quisesse resistir; ainda era incapaz de lutar quando ele empurrou para chegar ainda mais dentro. serena se esforçou em lhe sustentar o olhar quando o desconforto sucedeu em mais dor, e cresceu, cresceu...

    Fechou as pálpebras e ofegou, arqueando-se com força debaixo dele.

    Darien retrocedeu e investiu com ímpeto. serena uivou; a mão do duque, fechando-se sobre sua boca, amortíficou o som. Ela a afastou e ofegou, respirou fundo, lutou por compreender... Por entender o que seus sentidos lhe estavam transmitindo.

    Não podia ser que estivesse tão dentro dela.

    Com os olhos muito abertos, serena o olhou fixamente; a dor desapareceu e se deu conta de que, que podia estar tão dentro.

    Estremeceu-se, ficou sem fôlego e pouco a pouco voltou a apoiar-se sobre a cama com cuidado. Aquilo era muito estranho.

    ?Chsss... Já está. ? Darien inclinou a cabeça beijando os lábios.

    De maneira instintiva. serena jogou a cabeça atrás e os lábios dele encontrou sua boca. E também a beijou de maneira diferente. ?e o sabor foi distinto, agora que estava dentro dela.

    O ângulo era difícil. Sebastián se afastou.

    ?Minhas desculpas, carinho, mas isto nunca é fácil.

    Houve um toque de orgulho masculino na voz; não estava segura de como tomar-lhe Levantando uma mão. serena retirou a mecha de cabelo que caía sobre o rosto. O resto de sua mente se achava absorta na estranha sensação do tê-lo dentro.

    Darien pareceu sentir, ler em seu rosto. Saiu um pouco, menos da metade de sua vara e logo voltou a meter-se, como se a estivesse provando. serena se esticou, esperando a dor, mas...

    Darien a observava.

    ?Dói agora?

    Repetiu o movimento, ainda lento, controlado. serena piscou, respirou e negou com a cabeça.

    ?Não. É como se... ?Não encontrou a palavra.

    O duque sorriu, mas não disse nada; limitou-se a apoiar-se nos ombros, por cima dela, e o fez outra vez. E outra vez.

    Então baixou a cabeça e lhe cobriu a boca. Beijaram-se, e voltou a ser diferente... Mais fascinante. serena se sentiu embargada de prazer. Logo comprovou sua musculatura vaginal e descobriu que podia controlá-la de novo.

    Começou a mover-se com ele, procurando compassar-se às suaves investidas. Darien lhe agarrou um quadril e a guiou; então, uma vez que ela agarrou o ritmo, soltou-a e levantou a mão até seu peito.

    Darien se moveu, dentro dela; de repente. serena começou a respirar mais depressa, o calor subia por seu interior uma vez mais, sentindo que seu corpo se esticava para alcançar Darien, procurando-o, desejando-o...

    O duque diminuiu o ritmo até que se deteve.

    ?Espere. ?disse e se incorporou para abandonar a cama.

    Ela se sentiu vazia repentinamente fria e despojada. Voltou-se e esticou ansiosa os braços, baixou os joelhos com cuidado e esticou as pernas.Advertiu que Darien não tinha ido tão longe. Estava tirando a blusa sem deixar de olhá-la; a tirou pela cabeça e a jogou no chão. A seguir foram as calças e logo voltou junto a ela.

    Helena sorriu e abriu os braços, lhe dando a boas-vindas de novo. Passou as mãos pelos ombros nus, pela sua costa quente. Estendeu os dedos e o sujeitou contra seu corpo no momento em que Sebastián a colocava debaixo e voltava a unir-se a ela.

    Desta vez se deslizou em seu interior sem dor, embora serena sentisse cada

    duro centímetro que a penetrava. Arqueou o corpo, alojou-o e se relaxou por impulso próprio. Suspirou espectador, com um entusiasmo que Darien advertiu.

    Olhou-a no rosto, leu seu olhar.

    ?Me rodeie com as pernas.

    Ela o fez e a dança começou outra vez. E novamente distinto. Pele com

    pele, a dureza dele contra a suavidade dela. Se alguém houvesse dito que a sensação podia ser mais intensa que Darien já tinha demonstrado a ela, haveria achado a idéia de ridícula. Mas agora, quando o calor estourou e sua chama os absorveu, descobriu que havia mais, ainda mais.

    Mais para experimentar quando o corpo de Darien penetrou no seu com um ritmo regular e incessante. Mais para sentir, perceber, desfrutar.

    O calor a percorreu em grandes ondas, cada vez mais em seu interior.

    ?mais profundo onde Darien a enchia, pressionava-a? até lhe roçar o coração.

    O pêlo do peito de Darien lhe raspava os seios ao mover-se em cima dela, até que não pôde suportá-lo mais. Agarrou e atirou, tentando atrair-lo para baixo. Ele a olhou e, obrigado, deixou que seu peso caísse totalmente em cima dela, seu peito contra os doloridos seios. Helena suspirou e inclinou a cabeça para trás. Darien encontrou seus lábios, beijando-a com ardor.

    E a dança voltou a começar.

    Agora eram dois corpos fundidos em um só propósito.

    Agora era uma mistura de sensações e sentimentos, de emoções

    sem nome, de necessidades e desejos, de paixões de um esplendor que nunca seria igual. Todas aumentando e aumentando, até que serena se retorceu, o nome de Sebastián em sua boca, seu corpo no dele. Então se encontrou girando em pleno êxtase, fragmentos de brilhantes sensações correndo por suas veias, por efeito do

    fogo, em glória, para finalmente suspirar e abandonar-se.

    Deixou que a volta à realidade escapasse a seu domínio, que a glória e senhor de sua alma. Ao final foi consciente de que Darien, ao aprofundar em seu impulso, ouviu seu grunhido surdo, de prazer que a inundou quando a semente do duque se transbordou com força, da alegria que a envolveu quando o firme corpo de Sebastián se desabou, esgotado, sobre ela.

    serena estendeu uma mão e lhe enredou os dedos no cabelo para mantê-lo pego a ela. Ouviu o galopar de seu coração cada vez mais lento. Sentiu, naquele último e precioso minuto de lucidez extrema, uma vulnerabilidade inesperada.

    Sorriu, rodeou com os braços Darien e o segurou com força. Antes que pudesse recordar quão perigoso era tudo aquilo, deslizou pela soleira do sono.

    Todos os relógios da casa deram as três. Darien já tinha se despertado, mas o som lhe fez recuperar a plena consciência, tirando o da estimulante calidez que a retinha.

    Virou-se de costas com cuidado e baixou o olhar. serena estava dormindo, a seu lado, apertada contra ele, lhe segurando com suas pequenas mãos como se temesse que a abandonasse. Estudou seu rosto intrigado.

    «O que está escondendo, mignonne?»

    Não expressou o pensamento em voz alta, mas desejou ter a resposta.

    Tinha ocorrido algo, embora não soubesse o que. serena tinha chegado e tudo discorria com normalidade, mas...

    Tinha-o comprovado com o serviço: não sabiam nada, não haviam visto nada. Não lhes havia perguntado, mas se houvesse algo com serena, Webster teria contado. Entretanto, na penteadeira havia duas cartas; sua vista de lince tinha detectado bolinhas de lacre no chão. Ela havia aberto as cartas ali; antes de descer para jantar.

    Foi então quando mudaram as coisas. Entretanto escapava a seu entendimento.

    Algo a tinha alterado, e de maneira muito marcada. Um simples aborrecimento

    passageiro e teria passado. Mas aquilo era algo tão perturbador que ela tinha feito o possível para escondê-lo, e não só a ele.

    serena não se deu conta ainda, mas as coisas entre eles haviam chegado a um ponto ?até antes das últimas horas? já não podia lhe esconder seus sentimentos e emoções, ao menos não de tudo.

    O duque podia ver em seus nos olhos; sem nitidez, mas sim como umas sombras

    que obscureciam as profundidades.

    Seu comportamento não tinha feito mais que reforçar as suspeitas; quando se abraçou a ele, controlou-se na superfície, mas por debaixo se sentia frágil, indefesa e ansiosa. Ele o sentiu em seus beijos, alguma espécie de desespero, o que tinham compartilhado nas últimas horas, fora dolorosamente valioso, embora efêmero. Condenado ao fracasso. Que, por mais que serena o desejasse e tivesse saudades, e, apesar dos desejos e a fortaleza de Darien, não duraria.

    Aquilo ela não tinha gostado. Darien tinha reagido ante disso, diante de serena, diante de suas necessidades.

    Ao recordar todo o ocorrido fez uma careta. Sabia que serena não o compreenderia.

    Tinha-a visto necessitada de amparo, de ser possuída e corajosamente,tinha respondido e a tinha feito sua da única maneira que na verdade importava a ele.

    serena não se daria conta em seguida do que significava aquilo. Logo que poderia passar pela vida sem ser consciente de que desde aquele momento ela sempre seria, dela. Um problema para ambos, sem dúvida.

    Suspirou, baixou o olhar para a cabeça de serena, a beijou brandamente na testa, fechou os olhos... e se abandonou à fatalidade do destino.

    Na manhã seguinte serena não se sentia orgulhosa de si mesmo. Despertou para encontrar-se sozinha, embora a cama conservasse o testemunho eloqüente de todo o ocorrido. Os lençóis emaranhados estavam ainda mornos pelo calor de Darien.

    Sem ele, sentiu-se gelada até a espinha.

    Estreitando o travesseiro, ficou olhando o quarto. O que estava fazendo, aliando-se de maneira tão íntima com um homem tão poderoso? Só podia estar ficando louca para ter deixado que isso ocorresse. Entretanto, a essas alturas não parecia ter sentido

    arrepender-se.

    Um arrependimento que, apesar de tudo, não sentia.

    Sua única lamentação real é que não lhe podia contar tudo, que não podia apoiar-se em sua força nem recorrer a seu inegável poder. Depois da última noite, abandonar-se a sua mercê, lhe suplicar ajuda, seria um alívio imenso. Mas não podia fazer. Seu olhar se posou sobre as cartas, dobradas em cima da penteadeira.

    ken tinha assegurado de que ela e Darien estivessem em caminhos opostos.

    Antes de afundar-se mais no pântano de seus temores e cair no desespero, decidiu levantar-se e chamou à criada tocando da campainha.

    Quando serena entrou na sala, Darien estava sentado na cabeceira da mesa do café da manhã, bebendo a goles o café e olhando uma folha de notícias.

    Ele levantou a vista e seus olhares se cruzaram. Em seguida, serena se virou, trocou um sorriso espontâneo com Clara e se dirigiu ao aparador. Darien seguia olhando-a, em um vestido de seda estampado, enquanto sua mente retrocedia aos acontecimentos da noite anterior; à paixão e sua satisfação, ambas tão intensas; à pergunta

    ?pergunta? para a qual ainda precisava de respostas.

    serena deu a volta e ele seguiu observando-a, esperando.

    Com um prato na mão, ela se aproximou da mesa. Trocou algum comentário intrancedente com satsuna e Clara e foi até a cadeiraque havia à direita de Darien.

    Menos mal.

    Esperou que se sentasse e arrumasse as saias; então, respirou.

    serena levantou o olhar um instante. O duque vislumbrou as sombras que se formavam redemoinhos em seus olhos e que turvavam as profundidades de perito. Começou estender a mão para ela, mas se deteve quando serena baixou o olhar.

    ?Perguntava-me... ?Com o garfo. serena removeu um pouco de arroz com pescado. ?Acredita que poderíamos dar outro passeio a cavalo... Como ontem? ?Olhou pela janela, observando o tempo que fazia lá fora. ? Ainda está bom o tempo, e quem sabe quanto durará.

    Uma vez mais, Darien a olhou nos olhos e ao ponto inclinou a cabeça,

    constrangendo sua impaciência.

    ?Se te agradar. Para o norte há um longo passeio a cavalo que poderíamos provar.

    serena sorriu fugazmente.

    ?Isso seria... Agradável. Por que não disse simplesmente «um alívio» era algo que Darien ignorava. Que seu passeio a cavalo juntos era isso. ?um alívio, uma distração para os seus problemas? lhe desejava muito é óbvio e transparente. E enquanto serena estivesse nesse estado, aliviada daquela carga interior, ele não poderia

    perturbá-la pressionando-a para que lhe desse detalhes.

    Assim, quando voltaram para casa três horas mais tarde, Darien não estava

    mais perto de ter achado resposta a nenhuma de suas perguntas. Teria

    que esperar que ela a contasse por própria iniciativa; a confiança não se podia forçar, só ganhar. Ao menos entre eles. Aquilo reduzia a uma a pergunta mais importante que tinha que fazer. Já não havia nenhuma razão para não tirá-la a reluzir, pô-la sobre a toalha de mesa. Inclusive poderia ajudar à outra, ao respirar a confiança que buscava ganhar.

    Quando se levantaram com outros da mesa de jantar, agarrou-lhe

    a mão e se afastou com ela.

    ?Se me concedesse uns minutos de seu tempo, mignonne, há alguns detalhes que deveríamos tratar.

    Darien não pôde ler em seus olhos enquanto lhe estudava a expressão. Logo serena olhou pela janela e pensou naquela possibilidade de fuga, diminuída pela intensa chuva que estava caindo. Por ali não havia escapatória. satsuna e Clara passaram por seu lado e seguiram adiante como se não os tivessem visto. Thierry e Louis já se foram para a sala de bilhar. serena respirou como se preparasse para o combate, depois olhou-o e inclinou a cabeça.

    ?Se assim desejar.

    Ele desejava muitíssimas coisas, mas tomou a mão e a conduziu a sua biblioteca.

    serena se esforçou em dissimular a tensão, o medo; não dele, mas sim do que pudesse fazê-la dizer, fazê-la Confessar. Fez ela passar, por uma porta que abriu um criado, que serena identificou como a biblioteca do duque. A ampla mesa, cuja utilização evidenciavam umas pilhas de livros de contabilidade amontoados em sua superfície, a grande cadeira de pele e a abundância de caixas com documentos e livros

    de contabilidade ordenados em estantes que rodeavam a peça, assim o assinavam. Entretanto, era inesperadamente cômodo, inclusive, acolhedor. As amplas janelas davam às pradarias de grama; como a luz exterior era fraca, acenderam-se uns abajures que arrojavam seu fraco resplendor dourado sobre a brunida madeira, o tapete e a pele.

    serena se dirigiu ao fogo brilhante e vivo da lareira e que dissipava o frio aderido aos vidros. Enquanto se aproximava, ia olhando por toda parte, procurando algum estojo ou vitrine; algum lugar onde pudesse repousar a espada de ken. Sentia-se obrigada a procurar, embora lhe desesperasse ter que fazer isso; ter que corresponder a Darien de uma maneira tão falsa.

    Depois de parar-se diante da lareira, estendeu as mãos para o fogo.

    Darien se deteve a seu lado e lhe agarrou as mãos. Olhou-a nos olhos.

    serena foi incapaz de interpretar seu olhar, e confiou em que ele não pudesse

    fazê-lo com o seu. Como se reconhecesse as mútuas defesas, as comissuras dos lábios de Darien esboçaram um sorriso irônico e de reprovação para si mesmo.

    ?Mignonne, depois dos acontecimentos da última noite, tanto você como eu sabemos que já demos os primeiros passos de nosso caminhos não em comum. Quanto a tomar decisões, já adotamos depois de: você, as suas; eu, as minhas. Entretanto, entre as pessoas como nós existimos a necessidade formal de um sim ou um não, de uma resposta clara a uma pergunta singela e clara.

    Duvidou; voltou a procurar em seu olhar. serena não desviou, não tentou

    evitar a investigação; estava muito ocupada em examinar ela mesma, tentando detectar os roteiros de Darien, em perguntar se a dúvida que a embargava provinha dele ou dela.

    Então, os lábios de Darien se torceram em uma careta. Baixou o olhar ao mesmo tempo que subia as mãos de serena para beijar-lhe primeiro uma, depois a outra.

    ?Seja como for. ?sua voz soou mais grave, adotando um tom que

    serena associou com a intimidade, não desejo pressioná-la. Farei a você minhas sinceras pergunta quando estiver preparada para me dar uma resposta singela.

    ?Levantou a vista e voltaram a cruzar os olhares?. Até então, estarei aqui, esperando ?de novo, seus lábios se moveram em uma rápida contração?, embora não pacientemente. Mas, por você, mignonne... que esperarei.

    Aquilo último soou a promessa. serena temeu que a surpresa o aflorasse em seu rosto, em seus olhos... Nos de Darien brilhou um brilho, como se em seu interior não acabasse de acreditar indulgente que estava sendo com ela.

    E o era. Mais que ninguém. serena entendia que... Que o impulso natural do duque seria pressioná-la para que aceitasse sua oferta e declarar-se vencedor. Que admitisse que fosse dela; dela, para governar e ordenar. Tinha esperado um pedido formal de rendição; armou-se de coragem para mostrar-se vacilante e andar-se com rodeios, e se fosse necessário,usaria todas suas artimanhas femininas a fim de atrasar uma declaração semelhante. Se cedia e lhe permitia assumir que tinha triunfado e alardeado, presumidamente em público, então, quando ela fugisse, o dano seria ainda maior.

    A cólera que sua traição provocaria só seria mais intensa.

    Tinha entrado naquela biblioteca preparada para violentar seus sentimentos na medida do necessário, de maneira que pudesse realizar tudo quanto desejava: salvar selene procurando lhe fazer o menor dano possível ao duque.

    ?Eu... ?O que podia dizer à vista de tanta compreensão? Darien ignorava seu problema, diante do qual, intuindo as dificuldades de serena, cuidou-se de agravar sua situação, mesmo que não a entendesse. ? Obrigado. ?A palavra saiu de sua boca com um leve suspiro.

    Levantando a cabeça, sustentou o olhar de Darien, sorriu e deixou que o alívio e a gratidão que sentia aflorassem em sua expressão. Respirou, e se fez mais natural. Liberou suas mãos com um suave puxão e as apertou fortemente.

    ?Eu... Prometo-lhe que, quando puder responder a sua singela pergunta, o farei saber. ?Jamais poderia fazer, precisava de recursos para mudar as coisas.

    O olhar de Darien, de um azul penetrante, voltou a observar o de serena, mas não encontrou nada mais que o que ela desejava lhe ensinar. Manteve bem oculta a tristeza de seu último pensamento; pelo bem de selene, teve que recordar-se que, de fato, nesse momento eram adversários.

    Darien endureceu ainda mais suas feições. Quando inclinou a cabeça, sua expressão era uma máscara de pedra.

    ?Até então.

    A força de seu caráter contido chegou até a serena, que instintivamente levantou o queixo. Darien a estudou por um instante e, quase distante, disse:

    ?Clara deve estar no salão dos fundos. Seria aconselhável que se reunisse com ela ali.

    Com elegância, serena caminhou pela , abrangente biblioteca. Em diferentes pontos da parede havia quatro bordas grandes, todos fechados, todos com fechaduras.

    Chegou à porta, abriu-a e saiu, fechando-a atrás dela. Só então se viu livre da reveladora calidez do olhar de Darien. Teria que procurar em sua biblioteca.

    Em outro momento.


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