Cap 05 - "Miles Away" - "Milhas Distantes"
Ato I
?Quando os tempos foram duros, e você estava acabada
Quem estava ao seu lado??
Eram tempos difíceis. O valor da moeda local despencara vertiginosamente, levando a um quadro próximo da hiperinflação e, com isso, afetando gravemente qualquer relação econômica do continente. Por conta de tal crise, muitos negócios viriam a ruína. Dentre eles, a TechAdvancer, uma empresa ligada a área de tecnologias e cuja as ações majoritárias pertenciam a família Perrotti.
O intenso trânsito era perfurado por uma apressada ambulância, essa dirigia velozmente para o enorme hospital no centro de Goldenrod. O movimento dentro do, até então calmo, hospital era intensificado, com uma rápida movimentação entre médicos e enfermeiras.
Na sala de espera havia uma inquieta senhora cuja idade estava próxima aos cinqüenta anos, junto ao seu esposo e à um jovem aflito. Após pouco tempo de cirurgia, um médico deixava a sala de emergência. Seu semblante era sério.
- A filha de vocês está em um grave estado. O acidente lesionou órgãos importantes e houve uma perda de grande quantidade de sangue ? o tom sério causava nervosismo nas três pessoas. ? Conseguimos fazer uma pequena transfusão, mas acreditamos que o tempo de eficiência não será tão longo. O tipo sanguíneo de sua filha possui um raro fator delta. Embora seja muito difícil de encontrá-lo, há uma probabilidade de vocês possuírem uma compatibilidade, já que são os pais ? imediatamente que o médico parava de falar, o pai da garota disponibilizava a fazer o teste.
- Eu também farei! ? o jovem, que estava um pouco afastado da conversa, finalmente falava algo. ? O meu tipo sanguíneo também é O+, portanto, por mais que seja pequena a chance, quero fazer esse exame!
- Certo. Sigam-me ? o médico encaminhava os dois para o local onde ficava o banco de sangue.
Após intermináveis horas de cirurgia, outro médico aproximava das três pessoas.
- A cirurgia não houve complicações, ela agora está descansando e em breve poderá conversar. A transfusão ocorreu de forma magnífica. Não houve nenhuma incompatibilidade, achamos até que presenciamos um milagre ? o médico colocava a mão sobre o ombro direito do garoto. ? Com um sangue desses nas veias, estaremos esperando periódicas visitas no banco de sangue! ? o médico soltava uma estranha gargalhada. ? Por favor, retorne, com esse ato poderá salvar mais vidas no futuro, até a sua! ? o médico finalmente despedia-se das três pessoas, essas comemoravam de forma reservada a melhora da jovem.
Aos poucos, os belos olhos castanhos acostumavam com a claridade. Sua cabeça ainda estava um pouco dolorida, assim como todo o seu corpo. Porém toda a dor que sentia rapidamente era deixada para escanteio ao ver à pessoa que mais queria ter ao seu lado.
O jovem estava sem jeito para dormir, até porque aquela poltrona não era feita para aquele tipo de descanso. Acabava então acordando, enquanto era pego de surpresa pelo belo sorriso da garota.
- Bom dia! ? a sorridente garota saudava o jovem.
- Há quanto tempo está acordada? ? o jovem ainda estava um tanto surpreso, mais do que isso, um tanto aliviado e feliz.
- Sabe... Não percebi quanto tempo passou... ? o belo sorriso dava lugar para uma cara de indecisão, porém o sorriso retornava. ? Talvez fosse porque eu perdi-lo te olhando dormir... Não dizem que quando estamos fazendo algo que gostamos o tempo não passa mais rápido?
O jovem ficava um pouco vermelho, porém em seguida dava um sorriso, seguido pela jovem a sua frente.
- Mas você deve tomar mais cuidado ao andar na rua! ? durante a conversa entre os dois, o jovem ficava sério. ? Não sabe o susto em que deu nos seus pais e em mim.
- Desculpe... Eu estava pensando na situação em que o papai está passando e acabei não prestando muita atenção no trânsito... ? ela olhava profundamente nos olhos do garoto. -... Mas, tudo bem, desde que meu salvador esteja por perto para fazer um milagre! ? sorria, enquanto o garoto ficava um pouco avermelhado novamente, em seguida também sorria.
Poucos dias depois, surgia um anúncio em que a TechAdvancer teria grande parte de suas ações compradas por uma das empresas ligada a família Niels. Tal compra, receosa por parte dos compradores, porém que possuía grande incentivo de um pedido, beneficiaria ambos os lados. Novos investimentos seriam feitos para os vendidos, enquanto para os compradores daria o primeiro passo para a formação de uma gigantesca holding.
O tempo que passara consolidava a nova gigante de Johto, saindo da crise mais forte. Mesmo com a venda da empresa, o pai da garota permanecia como um dos diretores. Todavia o tempo também beneficiava o esquecimento de toda aquela situação, pelo menos para o lado em que houve mais benefícios. Tais memórias tornariam de curto prazo para Luiza.
Ato II
?É difícil dizer o que você esta pensando
Você manteve seus sentimentos trancados dentro de você
Abra seu coração, e é provável que
O que você sente, estou sentindo também.?
A jovem acordara o mais cedo possível, antes mesmo do nascer do sol ou do despertador tocar. Embora não estivesse nervosa, sentia certa ansiedade, um ?nó no estômago?. O dia que muitos almejavam finalmente chegava, provavelmente houvesse outros, que assim como a garota, acordaram tão cedo ou até não tivessem dormido.
O tempo extra servia para arrumar-se melhor, estaria impecável aquele dia. Sua beleza estava elevada em seu mais alto grau. A jovem garota, então, dirigia até o enorme prédio principal da Academia. Assim que o sol posicionava no céu, o movimento aumentava exponencialmente.
-... Oi ? a jovem era surpreendida por uma voz familiar que viria de suas costas. Virava-se então, confirmando quem era a pessoa.
- Bom dia, Carrie ? a garota dava um belo sorriso. A beleza da jovem atiçava até mesmo certa inveja da aluna considerada exemplar.
- Está muito bonita hoje, não é Baynes? ? Carrie olhava ao lado a presença do jovem que chegava recentemente. O garoto dava um beijo em sua namorada, concordando com a amiga. O grupo ficaria completo com a atrasada chegada de Johan. Enfim, os quatro jovens seguiam o fluxo de movimento em direção ao conglomerado de arenas.
Era horário de aula, porém todos os alunos que estavam a pelo menos três anos na Academia encontravam-se nas grandes arquibancadas que cercava as arenas como fosse um estádio. O dia do torneio classificatório finalmente iniciava e para alguns, a vida de treinador também.
Apesar do grande número de alunos presente em um mesmo local, o número de competidores era baixo.
- Ei, vamos logo, acabou de anunciarmos ? finalmente aquela competição teria início. Algumas duplas eram anunciadas, sendo uma delas a composta por Brian e Taylor.
- Calma, você está dando a imagem de que somos principiantes e fracos... ? Taylor alertava o nervoso companheiro.
- Mas nós somos principiantes e fracos ? Brian respondia o amigo e logo recebia um golpe na cabeça do mesmo. O garoto colocava a mão no local dolorido. ? Esse foi forte...
- Vocês não treinaram juntos em nenhuma semana e comparando o nível de seus pokémon, realmente estarão nos últimos lugares ? a calada Yasmin analisava friamente a situação dos dois amigos, concordando com Brian e entristecendo Taylor.
- Boa sorte! Estarei torcendo por vocês dois ? Rebecca finalmente pronunciava, de forma a dar entusiasmo, principalmente para Taylor. O jovem rapidamente levantava confiante, seguindo para a arena. O seu companheiro corria atrás tentando alcançá-lo. Estavam atrasados para o início da batalha.
A dupla adversária era formada por dois alunos da mesma sala dos dois jovens. Contrariando o entusiasmo inicial de muitos alunos, aquela disputa seria chata e demorada devido ao enorme número de erros. No fim, seria vencida por Brian e Taylor. Tal entusiasmo seria contrariado por um bom tempo, ora por batalhas fracas, ora pela rápida velocidade em que ocorriam. Não transformava em frustração, pois a peneira chegava ao fim, com o aumento do nível entre os participantes. Incrivelmente, Taylor e Brian estavam nesse grupo. Até mesmo os dois jovens não sabiam explicar, mas não importava, estariam apenas a uma vitória para estarem dentro dos dezesseis escolhidos.
Devido ao raivoso olhar de Growlithe, os dois pokémon da dupla adversária ficavam um pouco receosos ao efetuarem um golpe.
- Growlithe, Flame Wheel! ? o médio cachorro de fogo corria em direção à Wigglytuff, esse usava pela terceira rodada consecutiva o seu movimento Rollout.
- Butterfree, rápido, use Tailwind ? Yasmin ordenava a seu pokémon um golpe que viria auxiliar o companheiro de batalha, Growlithe. O aumento da velocidade do pokémon canino proporcionalmente fazia com que o golpe saísse mais forte do que o do pokémon coelho. Dessa forma a inconveniente seqüência de Rollout era interrompida.
- Muito bem Yasmin! ? a jovem agradecia a parceira, dando um rápido sorriso. ? Growlithe use Fire Spin! ? O benefício de Tailwind garantia aos pokémon da garota um tempo de reação menor em comparação aos adversários. O tornado de fogo atingia Wigglytuff e Sunflora.
- Butterfree, Gust! ? a borboleta roxa, com um rápido movimento de asas, criava um grande redemoinho em torno do tornado de fogo, aprisionando-o e aumentando sua eficiência. Além de graves queimaduras, o calor concentrado levava os pokémon adversários a ficarem sem condições de batalhas.
- Isso! ? Rebecca comemorava a vitória, batendo a mão contra a de Yasmin. Em seguida recebia no colo o pulo de seu pokémon.
- Foi muito bem Growlithe! ? Yasmin tentava fazer carinho na cabeça do pokémon, porém esse rosnava para a garota que desistia do ato. ?Esqueci de como ele é tempestuoso ? a jovem dava um sorriso, seguida por uma leve risada de Rebecca.
A jovem encarava o grande morcego roxo à sua frente. Sua reação era de certa forma reduzida por um sentimento escondido em sua inconsciência. O acelerado bater de seu coração, junto ao aumento da intensidade da corrente sanguínea, era a imediata resposta fisiológica de seu corpo. Como conseqüência era notável que o seu rosto corava.
- Nidorino! ? O parceiro era capaz de perceber o que sua companheira sentia. Despertava no jovem um grande sentimento de raiva e vontade de, literalmente, exterminar a metonímia de seu rival.
-... Lapras... Vai... ? a jovem loira ainda estava um pouco atordoada. Percebia a seriedade no rosto do jovem e, portanto, tentava recompor.
- Ótimo! Ele realmente estava correto sobre fazer jogo psicológico! Brilhante! Brilhante! Dessa forma, temos chance de vencer... - O garoto, que usava um Sandslash, comemorava, entre os seus pensamentos, o sucesso do plano arquitetado pelo amigo.
- Luiza, lembre-se que eu sou seu companheiro agora... Ganharemos! ? o jovem parecia transmitir segurança, porém até aquela altura do torneio havia pouco contribuído para que a dupla chegasse até a reta final.
- Golbat, Supersonic no Nidorino! ? o confiante treinador dava a ordem para seu pokémon, essa era cumprida perfeitamente.
- Droga... Rápido, Horn Attack! Vamos Luiza! ? o garoto tentava animar a companheira.
- Lapras... Ice Beam ? ainda confusa, dava a ordem para seu pokémon.
O início daquela disputa era terrível para o jovem casal. Devido ao efeito de Supersonic, Nidorino rebatia-se e, pior, atacava em direção ao forte raio de gelo de Lapras. O estado de Nidorino era precário. Baynes ficava nervoso, acabando a gritar com a namorada, essa era um pouco intimidada. Tentava redimir-se.
Ato III
?Então, isto é amor, ou pelo menos é o que você diz
Enquanto caminha porta afora?.
O comando da batalha estava nas mãos dos dois garotos. Golbat usava Torment, impedindo Lapras de repetir o mesmo golpe e Nidorino quase ficava fora de condição por conta de um Swift de Sandslash, mas agüentava as pontas com um salvador Protect.
-... - Droga, se continuarmos assim... Nidorino está confuso, caso atacar... Mas se não atacarmos, perderemos... Vai ser tudo ou nada!... - refletia sobre a situação. -... Nidorino, Horn Attack! ? Baynes apontava para Golbat, porém o que lhe temia acontecia. Nidorino rebatia até ficar fora de combate. Restava agora Lapras contra os dois pokémon.
- O que está acontecendo comigo? É só o passado, um pequeno e insignificativo pedaço do passado... ? A jovem levava as mãos ao rosto. Sua cabeça embaralhava, mas tentava recolocar os pensamentos em ordem. Despertara finalmente para a batalha. ? Lapras novamente use Ice Beam, mas dessa vez em Sandslash!
- Sand, Rapid Spin! ? o pokémon terrestre encolhia-se em uma rápida bola de espinhos, sendo perseguido por um forte raio que congelava pedaços da arena. Luiza dava um sorriso. O motivo era que Lapras calculava a próxima localização de Sandslash, acertando-o em cheio. O pokémon adversário era nocauteado.
- Muito bem Lapras! ? Baynes, que ainda permanecia na arena, comemorava.
- Desculpe-me... ? o jovem retornava seu pokémon. Olhava inferiormente a seu companheiro de batalha, esse, friamente, ignorava o parceiro.
- Golbat, Giga Drain!
- Não vai conseguir ? Luiza dava mais um sorriso. ? Lapras, já sabe o que fazer! Termine com o Ice Bolt!
O belo pokémon aquático usava a arena, que estava quase congelada, escorregando e desviando do golpe. Com o movimento, parava em baixo do pokémon morcego, carregando em sua boca uma energia azulada e fria, enquanto seu corpo ficava carregado por atrito. Conseguia concentrar e efetuar o raio de gelo ao mesmo tempo em que manipulava aquela carga elétrica, que rapidamente tornava maior. O raio de gelo, então, era contornado por uma intensa corrente elétrica, que ao entrar em contato com o gelo, soltava intensas faíscas. O que tinha de belo, também possuía um grande poder, levando o pokémon morcego imediatamente a nocaute. O local onde estava Golbat possuía pequenos flocos de gelo energizados, criando uma pequena teia onde corria a energia.
Com isso, os dezesseis primeiros eram os felizardos que entrariam em uma diferente jornada. Além de Baynes e Luiza, outras duplas que mereciam destaque, Rebecca e Yasmin, Johan e Carrie, além dos inesperados Taylor e Brian. Porém o torneio não chegava ao fim. Após disputadas batalhas, a grande final seria entre as consideradas melhores duplas, Johan e Carrie contra Baynes e Luiza.
- Essa vai ser interessante. A grande disputa para decidir quem é a verdadeira rainha da Academia! ? Johan falava, enquanto dirigia ao lado de Carrie.
- Vocês dois são grandes amigos, porém quem vencerá é a minha namorada, obviamente ? Baynes falava de certa forma arrogante, mas não despertava nenhum rancor nos adversários. Luiza ficava um pouco vermelha.
- A leveza e beleza da garota mais linda do colégio contra a genialidade somada com uma fatal atração da aluna exemplar... Ahn! Não sei para quem torcer!!! ? enquanto era esmagado na arquibancada, Taylor entrava em um dilema.
- Achei que você me achava a garota perfeita... ? Rebecca jogava com a confusão na cabeça do garoto, porém acabava interessada pela batalha. ? Realmente as duas são fantásticas. Os dois garotos, mesmo um sendo o Johan, não passarão de meros coadjuvantes... - refletia sobre a batalha em seus pensamentos.
- Vamos ao que interessa... Rhydon! ? Johan jogava à frente a pokébola do recente pokémon evoluído, surpreendendo até a parceira. Ainda possuía o item Quick Claw.
- Rhydon?! Essa foi uma boa surpresa, mas não ficarei pra trás também! Shelgon vai! ? um estranho pokémon saía da pokébola. Podiam-se ver apenas os olhos, enquanto o resto do corpo era encoberto por uma estranha concha branca.
Baynes escolhia o mesmo pokémon que usara nas batalhas anteriores, Nidorino. Luiza era a única a não escolher seu pokémon, dava um sorriso de exaltação, enquanto pegava uma pokébola.
- Ótimo! Vou usar o que tenho de melhor também! ? jogava a pokébola. Dessa saía um lindo pokémon, era a evolução de um dos pokémon mais conhecidos do Pokémon Center.
- Blissey?! Realmente você virá com tudo ? Carrie era surpreendida pela amiga. ? Bom, quero que essa batalha entre na história! ? dava um sorriso.
- Chega de jogar conversa fora! Rhydon use Scary Face! ? Johan dava oficialmente início a batalha. Com a vantagem de começar primeiro, conseguia diminuir a velocidade da dupla adversária por conta de um golpe em que Rhydon amedrontava Nidorino e Blissey.
- Shelgon use o Dragonbreath! ? os olhos do pokémon dragão tornavam-se vermelhos, dando um aspecto aterrorizante e podendo vir a paralisar qualquer pokémon. Blissey não movia e nem contra atacava, já que sua treinadora ordenara concentrar para melhorar seu desempenho por meio de um Calm Mind. O pokémon de Luiza recebia um forte golpe, mas não preocupava sua treinadora. Havia pequenas faíscas em torno do corpo de Blissey, logo desaparecia enquanto a mesma brilhava. O fraco tom rosa da coloração do pokémon era capaz de hipnotizar qualquer um devido a sua beleza.
- Rhydon use Hammer Arm na Blissey! ? A diferença das velocidades era tão evidente, possibilitando então uma grande pressão contra Baynes e Luiza.
- Blissey recupere com Softboiled! ? Enquanto Rhydon aproximava do adversário, o mesmo brilhava a pequena esfera que carregava, curando os ferimentos que Shelgon causara.
- Droga... Sou um mero espectador, já sei!... ? ao refletir sua posição, Baynes ordenava a Nidorino que usasse Protect, surpreendendo a todos e salvando Blissey de levar o segundo golpe consecutivo. ? Não esqueçam que eu também estou batalhando! Nidorino use Double Kick? pela proximidade de Rhydon, o golpe do pokémon venenoso acertara em cheio o pokémon de Johan. Embora fosse super efetivo, o rinoceronte de pedra não levara grande dano.
- Blissey, Calm Mind novamente! ? a linda treinadora ordenava ao belo pokémon que repetisse o movimento.
- Não podemos deixá-la aumentar tanto o poder ofensivo de Blissey... - pensava Carrie ? Shelgon, Dragon Rush! ? O pokémon dragão, com uma velocidade considerável, lançava-se em direção ao oponente. Tomava uma coloração azulada e, devido à força do ataque, destruía parte da arena, fazendo uma trilha de destroços.
- Blissey, Charm! ? Luiza dava um sorriso ao perceber o comando da amiga ? Isso! Menos um problema para preocupar!... - comemorava o sucesso do seu plano por meio do pensamento.
Assim que o forte ataque físico atingia Blissey, a mesma prendia o pokémon com seus curtos braços. Olhava nos olhos de Shelgon de forma inocente. O olhar conseguia penetrar profundamente, a partir daquele momento o dragão pensaria duas vezes ao atacar com toda a sua força.
- Nidorino, rápido, use Poison Jab!
Enquanto Blissey segurava o dragão, o pokémon venenoso aproveitava a situação para desferir um golpe. Shelgon percebia a aproximação do adversário e, respondendo o comando de sua treinadora, conseguia livrar de Blissey, que apesar do tamanho esforço não possuía força suficiente. Nidorino, então, desferia seu golpe mais forte na própria parceira, essa adquiria uma coloração roxa, estava envenenada.
- M... O que eu fiz!... ? Baynes olhava para Blissey envenenada, enquanto refletia sobre a ação, e, rapidamente, para Luiza, porém essa não demonstrava tanta preocupação. Sorria para o parceiro, acalmando-o.
Blissey novamente começava a brilhar intensamente, estava curada do veneno.
- Mas que habilidade chata! ? Carrie estava exaltada pela primeira vez. Luiza achava um pouco de graça ao ver o resultado do trabalho que seu pokémon estava dando a dupla adversária.
- Chega apenas de defender! ? a garota olhava confiantemente. ? Blissey, Ice Beam! ? ameçava apontar o dedo para Shelgon, mas mudava o alvo, indicando Rhydon.
- Esperava por isso... ? sorria. ? Rhydon, Protect!
Uma esfera de tom azulado envolvia o pokémon, protegendo do raio de gelo. Pequenos cristais de gelo contornavam a proteção que Rhydon formava.
? Contra ataque, Hammer Arm!
Imediatamente ao fim do golpe de Blissey e o desaparecimento da camada protetora, Rhydon corria com certa velocidade, criando uma pequena trilha de flocos de gelo ainda presentes. Os seus braços brilhavam intensamente. O pokémon de pedra acertava um golpe violento contra Blissey, que era jogada para trás devido ao forte impacto, e também destroçaria ainda mais a arena. A reação de Luiza era a mesma de quando Shelgon usara Dragon Rush, seu pokémon usava Charm.
- Pelo menos causávamos grandes danos a ela... - concluía Johan pelos pensamentos. - Rhydon aumente sua velocidade com Rock Polish. Não podemos dar nenhuma brecha para ela recuperar com Softboiled ? o garoto olhava para a companheira que fazia um sinal positivo, enquanto Rhydon aproximava velozmente do seu treinador.
O corpo rochoso do pokémon parecia mais liso do que o normal, diminuindo o atrito com o solo e, portanto, melhorando sua movimentação em campo.
- Blissey use Softboiled ? a garota, pela primeira vez naquela batalha, preocupava-se com o estado de seu pokémon. O ovo que ficava próximo ao seu corpo começava a brilhar, e algumas feridas a fechar.
- Não vou deixar você fazer isso! Shelgon, Fire Blast - Assim como era ainda um Bagon, o pokémon saltava a uma pequena distancia de Blissey, soltando um escaldante golpe de fogo.
- Nidorino faça novamente a defesa de Blissey com Protect! - o pokémon obedecia ao seu treinador, ficando entre o seu parceiro e o golpe de fogo, porém a tela protetora não viria a formar. O Protect falhara, o golpe de fogo acertava em cheio Nidorino, esse ficava de forma combalido. Devido à interferência de Nidorino, Blissey ainda continuava a recuperar suas forças.
Johan aproveitava o momento, ordenando a seu pokémon atacar com Hammer Arm novamente. Como forma de desespero, Baynes mandara usar Double Kick como forma de contra atacar. Não só a diferença de velocidade, como o péssimo estado do pokémon, garantia a Rhydon à vitória daquela disputa.
- Desculpa, não consegui fazer muito ? enquanto retornava o seu pokémon, o Softboiled de Blissey era completado de forma a curar todas suas feridas.
- Pelo contrário, você me ajudou muito nas horas críticas. Agora conte comigo para virar essa batalha ? Luiza dava um sorriso para o namorado. Esse fazia um sinal positivo com a cabeça, apoiando a jovem, mesmo que ainda sentisse mal por ter saído tão rápido da batalha.
Johan e Carrie permaneciam confiantes. Ambos olhavam para os adversários, cessando toda aquela pressão imposta desde o começo. O público que assistia a batalha pokémon estavam empolgados e sem fôlego. Os que torciam por Luiza estavam quase em mesma quantidade àqueles que apoiavam a dupla adversária.
Grande parte da confiança da jovem loira viria daquele público. Fechava os olhos por um segundo e, enquanto, respirava profundamente, o seu inconsciente lhe pregava outra peça. Uma rápida imagem de Ross era formada e essa que dava a verdadeira inspiração. Surpreendida, cessava imediatamente o restante da respiração e abrias os olhos. Seu coração batia fortemente, aumentando, consequentemente, sua corrente sanguínea, além de sua boca ficar um pouco seca.
- Blissey... Ice Beam! ? a voz da garota falhava ao anunciar o golpe. Preocupava de certa forma Baynes, pois percebia que a jovem estava um pouco nervosa. Blissey disparava o congelante golpe contra Rhydon. Esse, com uma velocidade relativamente alta em relação aos outros dois pokémon, conseguia esquivar do golpe parcialmente.
- Droga... ? o jovem assistia ao congelamento de uma das pernas de Rhydon, que alastrava de forma lenta para o restante do corpo. Ainda possuía algum tempo para fazer algo antes que congelasse completamente. ? Rhydon ataque com Hammer Arm novamente - os braços do pokémon brilhavam. Novamente corria contra Blissey, porém com velocidade bastante reduzida.
- Blissey, Ice Beam! ? enquanto Rhydon aproximava, o pokémon rosa lançava outro gélido golpe. Dessa vez era rebatido pelo pokémon rochoso com o Hammer Arm. Rhydon tentava abrir caminho no meio do golpe de gelo. Uma fina camada de gelo resultante da trituração formava uma pequena nuvem branca. O pokémon de Johan conseguia finalizar o golpe contra Blissey, porém acertava mais chão do que o pokémon adversário, em contrapartida Ice Beam causava grande dano ao pokémon.
- Shelgon, aproveite a situação e use Dragonbreath! ? os olhos do pokémon tornavam avermelhados e lançava uma amarelada energia. O golpe acertava o pokémon adversário, porém devido ao aumento de resistência fornecida por Calm Mind, não fazia grandes estragos.
O tempo decorrido era grande e parecia não ter fim. O público prendia os olhos naquela batalha, não queriam perder um lance sequer da equilibrada disputa, uma vez que poderia ser o último. A vantagem de Johan e Carrie acabaria assim que o congelamento de Rhydon espalhara pelo resto de seu corpo.
- Ice Beam! Blissey, dessa vez... - apontava para Shelgon.
Como forma de defender, Rhydon colocava a frente do golpe. O Protect falhara, assim como o de Nidorino, acertando um violento golpe no pokémon. Estava fora do combate.
- Agora sim veremos que é a melhor! ? Carrie olhava profundamente para Luiza. Sua beleza, assim como a da amiga, era hipnotizadora. O brilho de seus olhos azuis não era ofuscado pela adversária. O vento, que atingia a arena, agitava lentamente seu belo cabelo castanho que ondulava ao aproximar do meio de suas costas. - Não poderia pedir uma batalha de despedida melhor que essa! ? a jovem dava um sorriso que simultaneamente acompanhava a um sinal de aprovação da jovem loira. ? Shelgon vamos lá! Use o Dragon Rush!
O pokémon dragão novamente atirava em grande velocidade contra Blissey, essa contra atacava com o repetido Ice Beam. No final da disputa, Shelgon levava a pior, talvez mais um golpe e estaria fora.
- Blissey essa é a chance! Ice Beam!
- Droga... Será que ele agüentaria? É a minha única chance!... - a análise do combate não era favorável à Carrie. -... Substitute! ? logo quando o golpe de gelo acertaria Shelgon, o mesmo desaparecia e em seu lugar aparecia uma criatura estranha que levava todo o dano. Assim que recebia aquele forte golpe, a estranha criatura, que parecia com um boneco, dava um sorriso e fazia um sinal com o dedo para Carrie, sumindo do campo em seguida. Ao retornar em campo, era claro a exaustão do pokémon dragão.
- Parece que não há mais nada para ser feito... ? chegava a conclusão daquela disputa. Assim que Carrie decidia desistir, levando a mão até a pokébola de seu pokémon, o mesmo começava a brilhar intensamente. Chamava não só a atenção de Carrie como de todos.
- Um golpe novo? ? Luiza surpreendia com a cena.
Shelgon começava a aumentar de tamanho. Em suas costas desenvolviam asas e sua cauda aumentava de tamanho, estava evoluindo. O brilho cessava, dando lugar para um intimidador pokémon dragão. Dava um temido rugido que incomodava e espantava a todos, exceto sua treinadora.
- Salamance! Ótimo!... ? comemorava internamente. Aos poucos, certo entusiasmo crescia em Carrie. Estava de volta à batalha!
- Ele pôde até evoluir, mas a sua fraqueza aumentou! Blissey, Ice Beam!
- Salamance, esquive com o Fly! ? o dragão alado velozmente decolava, esquivando do golpe de Blissey. Esse o perseguia no ar. ? Contra ataque com o Dragon Rush.
Salamance adquiria um brilho roxo e com uma altíssima velocidade, descia em assalto a direção de Blissey que usava o golpe de gelo para detê-lo. Porém a velocidade do pokémon dragão permitia-o desviar e acertar, com grande impacto, o adversário.
O golpe mais forte de toda aquela batalha destruía grande parte da arena, jogando Blissey e alguns destroços para longe, porém o pokémon de Luiza ainda permanecia em condições de batalha.
- Finalize com Fire Blast! ? o dragão que sobrevoava o local onde Blissey tentava reagir, lançava um poderoso golpe de fogo, esse acertava o adversário pela cabeça.
O final daquela batalha chegava ao final, e, graças à seu pokémon recém evoluído, Carrie vencia-a. Mostrava o porquê de ser considerada a melhor da Academia.
- Fez uma grande batalha, eu mesma achei que iria perder ? Carrie sorria para Luiza, cumprimentando-a. Em seguida recebia os merecidos elogios de Johan.
Os dezesseis estavam frente ao portão principal da Academia, já possuíam o melhor para iniciarem suas jornadas.
- É com muito prazer que os desejo sorte. Quero informá-los também que todo o apoio será dado pela Academia, portanto, honrem essa instituição.
Como forma de terminar aquele ritual, todos os jovens caminhavam com mesmo ritmo, enquanto eram ovacionados. Aos poucos cada um seguia o seu próprio rumo.
Os três assistiam o jovem partir. Baynes decidia não seguir junto à namorada e os dois amigos. Queria estar no mesmo nível que o deles e em sua cabeça passava a hipótese de que só o conseguiria sozinho. Luiza nada podia fazer, apenas assistia o jovem sumir aos poucos no horizonte.
- Você vira conosco, né? ? Carrie olhava para a amiga, essa com um sorriso no rosto fazia um gesto negativo. ? Mas... Por quê? ? Carrie tentava convencer a garota, mas era interrompida por Johan que parecia entender a decisão de Luiza.
Finalmente o grupo de dezesseis alunos separava, cada um a sua maneira de preparar para a Liga Pokémon há daqui um ano. A jovem loira caminhava solitariamente pelo belo campo, não sentia falta de Baynes. Sabia que era mais do que isso. Faltasse talvez um pedaço de sua alma, ou finalmente sentia a presença de certas memórias, ainda que não fosse capaz de tê-las claramente em sua cabeça. De qualquer forma não sabia o que aquilo significava e caso entendesse, talvez fosse tarde demais. No fundo, sentisse a falta de outra pessoa.
?Milhas distantes, não, você nunca vai voltar
E eu não posso mais esperar
Milhas distantes, nada restou do que tínhamos
Justamente quando eu mais precisei de você
Você estava milhas distantes?.