Naquela manhã, tudo parecia triste e sem
cor para Sayuri; a chuva que caia forte
tinha o poder de lhe deixar ainda mais triste como se isso
fosse possível. Ela foi uma das últimas
pessoas a sairem do cemitério. Sentia-se triste por ter perdido seu pai daquela maneira. Sem se importar de pegar um
resfriado, caminhou deixando-se molhar pelas gotas de chuva
que caiam do céu.
Sayuri: Como se até as nuvens estivessem
chorando- pensou ela.
Sra. Matsuyuki: *parando o carro que dirigia proximo a Sayuri* Minha querida, não devia andar na chuva assim! Venha, eu
lhe dou uma carona até em casa.- disse ela,
abrindo a porta do carro.
Sayuri: Mas eu estou toda molhada...- resistiu
Sra. Matsuyuki: Não tem problema! Venha, entre.
Sayuri entrou no carro e sentou-se no banco
de trás, ao lado de Sarah. Todos ficam em silêncio
por um tempo, até que a Sra. Matsuyuki liga o
rádio.
Sra. Matsuyuki: Então... Sayuri, que tal ir tomar um chá conosco essa
tarde?
Sarah: É! Venha tomar um chá com a gente!
Sayuri: Bem...- disse ela, um pouco indecisa
Sra. Matsuyuki: Posso considerar isso como um sim?- sorriu.
Diante da insistencia de
ambas, Sayuri acaba por aceitar. Quando chegaram, Sayuri e
Sarah ajudaram a Sra. Matsuyuki a preparar o chá e a arrumar a mesa. A Sra. Matsuyukitentava sorrir o máximo que podia, para tentar alegrar um pouco Sayuri, volte e meia, ela conseguia tirar da garota alguns
sorrisos.
Sayuri: Então, vou ir para casa- ela disse, tão logo terminaram o chá.
Sarah: Jáa?
Sayuri: sim... estou um pouco cansada e ...
Sra. Matsuyuki: Então, volte amanhã novamente, para que possamos tomar outro chá!
Sayuri: ... sim!- disse, esforçando-se para sorrir.
Duas semanas se passaram, e todos os dias á tarde Sayuri ia até a casa da famíla Matsuyuki para tomar chá, conversar, e até
brincar com Sarah. Até que um dia a Sra. Matsuyuki chamou-a para uma conversa séria. Sayuri ficou bastante espantada
com o que ela lhe disse.
Sayuri: M-m-me adotar!?-supreendeu- se ela.
Sr. Matsuyuki: Sim. Eu e minha esposa conversamos, e
achamos que essa seria a atitude correta *sorri para a esposa, que
retribui o sorriso* Mas é claro, se você aceitar.
Como resposta, Sayuri sorri, e deixa algumas lágrimas escaparem,
abraçando o Sr. e a Sra. Matsuyuki em seguida. Mais dois dias se
passaram, e a garota ainda estava se acostumando com sua
nova vida na casa dos Matsuyuki.
Sayuri: Sra. Matsuyuki, pode me passar a manteiga, por favor?- disse, durante um café da manhã.
Sra. Matsuyuki: Nós já conversamos sobre isso querida. Você pode nos
chamar de "mãe" e " pai" se quiser.
Sayuri: s-sim...- ela ficou levemente envergonhada.
Sra. Matsuyuki: Sarah querida, pode passar o que a sua irmã pediu?
Sarah: claro mamãe. *pega o pote e o alcança para Sayuri*
Sayuri: Obrigada, mana.- disse ela, mas logo depois de perceber como tinha terminado a frase, abaixa a cabeça em um sinal de
desculpa
Sarah: de nada, mana.- disse a garota menor, sorrindo por ter
ganhado, oficialmente, uma irmã mais velha.
Dia após dia, Sayuri se sentia mais confortável e bem-vinda na família
que lhe acolheu de braços abertos. E cada vez mais ela se sentia
livre para chamar todos
de mãe, pai e irmã.
FLASHBACK OFF