A PROMESSA EM UM BEIJO

  • Finalizada
  • Kakyuu
  • Capitulos 17
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 7

    seduçao?

    Linguagem Imprópria, Sexo

    Com uma estudada expressão de serenidade no rosto, permitiu-lhe que a conduzisse a um lugar, através do salão.

    ?O que é o que deseja me dizer? ?Sua voz manteve uma frieza. Deslizava-se a seu lado, o olhar fixo, sem que seu rosto tivesse traço da mais ligeira perturbação.

    ?Were não é para você.

    ?Serio? E por qual motivo?

    Não podia mentir sobre um amigo.

    ?Basta dizer que seu tutor não o aprovaria.

    ?Que estranho. Por isso me inteirei das propriedades que lorde Were herdará breve são as consideração e seus ganhos estão saneados.

    «Não tão extensas nem tão saneados como meus», pensou ele.

    ?Sua senhoria é todo afável ?continuou ela? Não vislumbro nenhum problema.

    Darien reprimiu uma réplica. A recusa de sua advertência tinha sido acompanhada de certa vaidade arrogante; uma presunção que poucos ousavam com ele, mas isso não o surpreendeu.

    O relatório de seu agente tinha confirmado sua hipótese. Ela e seu irmão eram as últimas, uma família de ascendência da aristocracia francesa. Sua mãe tinha sido uma Daurent, outra casa importante da nobreza francesa. O berço de Serena era tão bom como a sua; havia sido educada, ou igual a ele, para ter consciência de sua valia.

    A arrogância, crescia desde seu interior, formava parte de ambos. Como ele, serena tinha sua própria estampagem.

    Por desgraça para ela, tamanha arrogância feminina despertava ao conquistador que levava dentro.

    ?Faria bem em considerar, mignonne, que um cavalheiro pudesse ser mais complicado do que parece.

    ?Não sou uma menina, excelência; sou muito consciente de que a maioria

    dos homens com sua autêntica natureza.

    ? Darien... E me permita assinalar, mignonne, que nem todas as mulheres são tão sinceras como você.

    Como tinham começado a falar daquele tema? Serena mal teve tempo para pensar quando ele a introduziu através de umas cortinas que ela tinha suposto umas simples tapeçarias. Pelo contrário, ocultavam o arco de acesso a uma sala luxuosamente mobiliada.

    Ao encontrar-se ali, isolada do salão de baile uma vez que as cortinas se fecharam, tirou-se a máscara e franziu a testa sem rodeios.

    ?Isto não é, estou segura. ?disse gesticulando.

    Quase fulminou com o olhar Darien quando este se aproximou e parou diante dela. O irritante cavalheiro se limitou a arquear uma sobrancelha. Não sabia por que estava tão irritada com ele, até antes que o duque tivesse chegado, de que tinha sido deliberadamente afastada de lorde Were.

    A seu modo de ver, lorde Were cada vez se parecia mais e mais no caminho perfeito para sua escapada para a liberdade.

    ?Aprecio sua ajuda em minha apresentação à alta sociedade, excelência,

    mas... Como dizem vocês os ingleses?... já sou demaior, assim serei

    meu próprio juiz. E seus reparos para com o caráter de lorde Were não fazem nenhum sentido.

    Rematou a recusa das razões do duque com um gesto desdenhoso com a mão, disposta a voltar para salão de baile, mas Darien seguia fechando a passagem. Serena lhe sustentou o olhar com beligerância.

    O enervante cavalheiro teve a temeridade de suspirar.

    ?Temo-me que terá que modificar sua idéia, mignonne. O cavalheiro ao qual me referia não era Were. Serena franziu a sobrancelha. Levou um momento para recordar a frase:

    «... ?Um cavalheiro poderia ser mais complicado do que parece». O olhou e piscou.

    Os lábios de Darien se esboçaram em uma rápida careta.

    ?Com certeza. O cavalheiro ao qual me referia era eu.

    ?Você? ?Não podia acreditar no que ouvia; não podia acreditar o que a lógica lhe estava dizendo. Percebeu a mão do duque na cintura, deslizando-se; sentiu um calafrio lhe descer pela coluna vertebral. Atraiu-a para si.

    ?lembra-se daquela noite à luz da lua, nos jardins do

    colegio das flor de María? ?Sua voz tinha adotado uma cadencia hipnótica e o azul dos olhos era ainda mais cativante?. A beijei. Uma vez, para lhe agradecer.

    Apanhada em sua rede, ela se sentiu incapaz de afastar-se. Levantou as mãos para as posar na seda das mangas de Darien quando ele a atraiu para si. Ela não resistiu, deixando cair às pálpebras quando o duque inclinou a cabeça.

    ?por quê? ?sussurrou quando o duque lhe aproximou os lábios de sua boca.

    Serena se umedeceu. ?Por que me beijou uma segunda vez?

    ?Era a pergunta a que sempre tinha desejado uma resposta.

    ?Uma segunda vez? ?O fôlego de lhe roçou os lábios. ? A beijei

    uma segunda vez... Para saboreá-la.

    E voltou a fazer, com segurança e firmeza. Serena soube que devia resistir, afastar-se; mas só se cambaleou sobre uma borda invisível e, então, algo em seu interior cedeu. Darien o sentiu. Rodeou-lhe a cintura e a atraiu nas pontas dos pés. Afiançou os lábios, endurecendo-os, fazendo-os mais exigentes.

    Serena estava perdendo o equilíbrio, caindo...

    Mas por que teria que querer ela apaziguar aquelas arrogantes exigências se não podia compreender? Agarrou-se à força no duque, e se entregou até que o estremecimento do beijo foi similar à loucura

    Quando os lábios de Darien a urgiram a que abrisse os seus; sua língua a invadiu, tragando-se seu grito afogado, apoderando-se de sua boca e de seu fôlego e lhe correspondeu. Ele era atrevido, descarado e sensual e os sentidos de serena se esforçavam por absorver todas as ocasiões, por seguir seu exemplo... Por satisfazer um pedido para avançar a frente.

    Aquilo era uma loucura. A pele acalorada, o corpo cada vez mais comprimido, a respiração entrecortada. Todo o corpo de serena se sentia vivo, diferente, como nunca antes tinha estado.

    Quis mais. Agarrou-se às mangas de seda de Darien, segurando-o.

    A pressão de suas mãos se fez mais forte, arqueou a cabeça, e ele intencionou o beijo.

    Jamais tinha tido uma necessidade assim de apanhar, de possuir, de rugir com tanta fúria. Darien lutou por dominar-se, embora estivesse tão ávido... e serena tão cativante, tão entregue, daquela maneira que lhe enfeitiçava.

    Nunca antes tinha cobiçado o sabor da inocência, embora ela fosse diferente, não de tudo inexperiente, só ingênua e de natureza sensual... Apanhada, cativada, seduzida. Darien tinha percebido seu valor sete anos antes e nunca tinha esquecido a promessa contida no beijo de serena.

    Só a experiência, enriquecida com o passar do tempo e ganhava com esforço, lhe permitiu conter a grande onda que surgia de seu interior.

    A ocasião não era apropriada; já tinha ido mais longe do que tivesse desejado, atraído pelos lábios dela e pela surpresa de sua própria necessidade. A essas alturas, serena devia ter os lábios machucados.

    Deixou de beijá-la, estremecido pelo esforço de impedir de apanhar sua boca de novo. lhe roçando a testa com a sua, esperou, escutando como se moderasse a respiração de serena e se compassava martelando seu sangue.

    Serena piscou e logo levantou os olhos. Darien retrocedeu e observou seu desconcerto, a confusão que expressavam aqueles olhos azuis claros.

    ?Há outro aspecto que deveria ter em conta em sua busca de marido. ?sussurrou contemplando o cenho de serena, e se deu conta de que nem sequer nesse momento entenderia ela o significado daquelas palavras.

    Afrouxando a pressão sobre sua cintura, sustentando-a brandamente com

    uma mão, levantou a outra e olhou para baixo, sabendo que ela seguiria seu

    olhar. Então baixou a mão, lentamente, deslizando os dedos pelo seu pescoço, até a pele sedosa que aparecia no decote e redondo.

    Serena lhe cortou a respiração. Com uma rápida olhada, o duque

    confirmou que estava fascinada mais que horrorizada. Darien deixou que seus

    dedos percorressem a seda do decote, sentindo esticá-la. Então, cavou-lhe ligeiramente as mãos sobre o seio.

    Quase lhe doeu o estremecimento de serena. Com lentidão deliberada, rodeou-lhe o mamilo com o polegar, e observou como se endurecia.

    ?Você me deseja, mignonne.

    ?Não... ? Sua voz refletiu desespero. Não queria desejá-lo, disso segura. Em todo o resto, o que estava ocorrendo entre ambos, o que ele pretendia dela, estava confusa, completamente confusa.

    Seus dedos a tocavam descobriam-na, e serena não podia pensar. Afastou-se. Darien a soltou, mas ela sentiu o choque entre o desejo e a vontade. Até se recompor, tinha que perguntar o que passaria a próxima vez.

    Perigo.

    ?Não. ?Agora soou mais decidida? Isto não nos fará bem.

    ?Ao contrário, mignonne, será realmente bom.

    Fingir ignorância seria inútil; simular hipocrisia, pior. Levantando o queixo, cravou-lhe um olhar de tenacidade e retrocedeu outro passo... só para sentir a pressão de seus dedos na cintura.

    ?Não. Não pode fugir de mim. Temos que falar, você e eu, mas antes que sigamos, há algo que desejo de você. Observou seus olhos, azul, segura de que não tinha necessidade de ouvir do que se tratava.

    ?interpretou mal minhas intenções, excelência.

    ? Darien.

    ?Muito bem... Darien. Interpretou-me mal. Se acha...

    ?Não, mignonne. É você quem não se deu conta...

    As cortinas se agitaram. Ambos olharam. Darien afastou a mão da cintura de serena no momento em que aparecia Were com uma sorriso cordial.

    ?OH, está aqui, querida condessa. É o turno de nosso baile.

    A música chegava com feitas ondas atrás dele. Uma olhar na expressão de Were foi suficiente para lhes confirmar que não suspeitava nada. Serena se separou de Darien e se adiantou com ar majestoso.

    ?Sim, milorde me perdoe por havê-lo feito esperar. ?Ao chegar ao lado de Were, deteve-se e se voltou para Darien ?. Excelência. ?Fez uma pronunciada reverência, incorporou-se e apoiou os dedos na mão de Were, deixando que a conduzisse para fora.

    Were sorriu abertamente para Darien por cima da cabeça de Serena. Ele sorriu e lhe devolveu a saudação com a cabeça. Ele e Serena não tinham estado a sós o tempo suficiente para que tivessem motivo de especulação e, de maneira intencional ou não,

    Were tinha dissimulado a ausência.

    A cortina voltou a fechar-se e Darien ficou olhando suas dobras.

    E franziu a sobrancelha.

    Ela estava resistindo mais do que previsto. E ele não estava seguro de entender o motivo, mas estava seguro que o enfurecia. E certamente não compreendia a obstinação de serena em evitá-lo.

    A alta sociedade se acostumou a vê-los juntos, mas agora, estava-se acostumando a vê-los separados, e isso não formava parte de seu plano.

    Da penumbra de sua carruagem, estacionado na beira do parque, observou a sua futura duquesa rodeada de uma corajosa coorte de admiradores. Tinha adquirido segurança em si mesmo, inclusive mais aprumo; controlava os cavalheiros que a rodeavam com uma risada, uma careta ou um olhar daqueles maravilhosos olhos azuis claros.

    Não pôde evitar de sorrir, contemplando como escutava alguma conversa, observando-a manipular os fios que obrigavam a seu cavalheiros aspirantes esmerar-se em entretê-la. Era uma habilidade que o duque reconheceu e apreciou.

    Mas já havia visto o suficiente.

    Bateu na porta. Apareceu um criado, que a abriu e desceu os degraus. Darien desceu. Não tinha utilizado sua próprio carruagem, este era completamente negro e não levava nenhum distintivo. A carruagem e o criado, também de negro, não levavam o duque. O qual explicava que tivesse podido contemplar serena sem que advertisse a isso e se desse à fuga.

    Viu-o nesse instante, já muito tarde para uma ação evasiva ou para evitá-lo com discrição. Por uma vez, o protocolo social jogou a favor de Darien: Serena era muito orgulhosa para montar uma cena em público.

    Assim teve que sorrir e lhe oferecer a mão com uma reverência. O duque a correspondeu e a incorporou. Então lhe roçou a mão com um beijo.

    A fúria cintilou nos olhos de Serena, que se esforçou por reprimir a reação, mas Darien a advertiu.

    ?Boa tarde, excelência. ?disse ela com altivez?. veio a tomar um ar?

    ?Não, querida condessa, vim pelo prazer de sua companhia.

    ?Serio? ?O duque não lhe soltava a mão, mas ela não se atrevia a liberar-se de um puxão. Darien olhou ao círculo de cavalheiros, todos mais jovens e muito menos charmosos que ele.

    ?É obvio. ?Olhou-a desafiante?. Acredito que estes cavalheiros nos desculparão querida. Gosta de ver o Serpentino em seu agradável companhia.

    Viu seu peito a ponto de estourar de uma acesa indignação a Darien desejou muito curiosamente a sedutora. Voltando a olhada em volta, dedicou-lhes uma inclinação de cabeça, sabendo que ninguém ousaria cruzar as espadas com ele.

    De repente distinguiu à senhora Thierry. Embora formasse parte do grupo, até então se manteve oculta a seu olhar. Sua irmã, lhe sorriu e logo se aproximou de Serena.

    ?De fato já levamos muito tempo neste lugar. Estou segura de que o senhor duque a acompanhará de volta a nossa carruagem. Esperarei ali. Darien não poderia haver dito quem estava mais surpreso, se ele ou Serena. Olhou-a de soslaio, mas a jovem tinha mascarado sua reação com uma absoluta inexpressividade. Entretanto, seus encantadores lábios formou uma linha bem séria, depois de despedir-se dos cavalheiros,

    deixou-lhe que a conduzisse para a água.

    ?Sorria, mignonne, ou aqueles que nos vejam acreditarão que tenhamo uma briga.

    ?Tivemos. Não me agrada sua companhia.

    ?Ai, que pena. O que posso fazer para conseguir que volte a sorrir de novo?

    ?Pode deixar de me perseguir.

    ?eu adoraria fazer isso, mignonne. Confesso-o, cada vez me encontro

    mais aborrecido em segui-la.

    Serena o olhou com expressão de surpresa.

    ?Deixará de tentar... ?Fez um gesto com a mão.

    ?Seduzi-la? ? Darien a desafiou com o olhar?. É obvio?sorriu?. Uma vez que seja minha. A palavra francesa sussurrada por Serena não foi de tudo cortês.

    ?Jamais serei tua, excelência ?lhe disse.

    ?Mignonne, já discutimos isto muitas vezes... Algum dia será definitivamente minha. Se fosse honesta consigo mesma, admitiria que sabe.

    Os olhos de Serena saiam fogo. Lançando um olhar de fúria, reprimiu uma réplica e em seguida, cravou o olhar à frente com altivez.

    Se tivessem estado em uma lugar com um vaso à mão, o teria arrojado? Darien se surpreendeu perguntando-lhe e então se surpreendeu com situação. Nunca antes tinha provocado suas amantes; entretanto, Serena... Seu gênio era uma parte tão intrigante dela, tão reveladora em seu fogo interior, que isso mesmo impulsionava ele a avivá-lo para logo inundar-se em sua energia e convertê-la em paixão.

    Era consciente de que seu aspecto perturbava, a tranqüilidade de suas reações diante dos arrebatamentos de serena, irritavam-na ainda mais.

    ?Não há muita gente por aqui. É prudente que estejamos a sós?

    Os atalhos a ambos os lados do Serpentino estavam quase desertos.

    ?É fim de ano, mignonne. As pessoas estão ocupada com os planos para o final de ano. E o dia logo anima.

    Estava nublado, com uma brisa tenaz que transportava os primeiros frios rigorosos do inverno. O olhar de Darien se deslizou pela capa de serena e murmurou:

    ?Entretanto, por isso faz ao decoro, os fofoqueiros se hão cansado de nos observar à espera de um escândalo. Tornaram seus olhos para outro lado.

    Serena lhe lançou um olhar incerto, como se estivesse calibrando que riscos corria com o duque em um lugar quase deserto.

    Ele se viu obrigado a sorrir.

    ?Não... Aqui não a estreitarei entre meus braços.

    Por um momento ela pareceu duvidar, mas seus olhos lhe confirmaram ao duque que aceitava sua palavra. Serena disse:

    ?Não sou um cavalo ao qual terá que passear para que não se esfrie.

    Com amabilidade, ele a conduziu pelo seguinte atalho, empreendendo a volta na avenida das carruagens.

    ?As palavras da senhora Thierry continham uma desafortunada alusão.

    ?Havia mal interpretado suas palavras. ?Serena o olhou?. mudou de opinião a respeito de você. Falou com ela?

    ?Se o que quer dizer é ter comprado sua cooperação, não. Nunca falei com ela em sua ausência.

    ?Hummm.

    Caminharam em silêncio e quando a avenida das carruagens estava já

    diminuindo com a distância, o duque murmurou:

    ?desfrutei de nosso passeio, mignonne, mas quero algo mais de você.

    Helena lhe lançou um olhar cortante... E furiosamente obstinada.

    ?Pois não o terá. Darien sorriu.

    Não é isso. Tudo o que desejo por hoje é que me prometa que esta noite, no baile de lady Hennessy, reservará-me duas danças.

    ?Duas danças? Não está mal visto?

    ?Olhou para frente?. Além disso, na última noite me negou a propósito duas danças. Duas, é uma compensação justa.

    Serena elevou a cabeça com altivez.

    ?Você chegou tarde.

    ?Sempre faço. Se chegasse cedo, a minhas anfitriãs daria um síncope.

    ?Não é culpa minha que haja tantos cavalheiros ansiosos por ser meu par

    ?Mignonne, não sou crédulo nem jovem. Concedeu todos as danças deliberadamente. Por isso me prometerá duas danças para esta noite.

    ?esqueceu-se do « do contrário...». O duque baixou o tom.

    ?Pensava deixá-lo a sua imaginação. ?Leu o seu olhar. ?. Até onde se atreve, mignonnéí Serena duvidou e logo, com soma altivez, disse:

    ?Muito bem, possivelmente consiga suas duas danças, excelência.

    ? Darien.

    ?Agora eu gostaria de voltar junto à senhora Thierry.

    O duque não disse nada mais e a levou até a carruagem dos Thierry,

    onde se despediu. O chofer sacudiu as rédeas e Darien ficou olhando como a

    carruagem se perdia pela avenida. Tinham estado discutindo quatro dias; ele tentando seduzi-la, ela resistindo com mordacidade. Um cavalheiro lhe teria falado para convencê-la de que sua intenção era casar-se. Tal como estavam às coisas...

    Mas ele era um nobre, não um cavalheiro. O sangue dos conquistadores corria por suas veias. E freqüentemente ditava seus atos. Inclusive era impossível considerar o simples pedido de sua mão; nem mesmo sabendo que ela estava valorizando com frieza os candidatos, e que ele, mais que nenhum outro na alta sociedade do momento, satisfazia os requisitos. Com o rosto endurecido, deu a volta e se dirigiu a sua carruagem.

    A resistência de Serena. ?deu uma energia inesperada? só havia um jeito para que subissem as apostas, que Darien concentrasse seus instintos predadores com mais afinco, que lhe fizesse ainda mais imperioso.

    Queria que o aceitasse com suas limitações, por isso eram ambos mais à frente do refinamento social, homem e mulher, uma equação tão velha como o tempo. Queria que o desejasse; ao homem, não ao duque, e não porque tivesse uma classe superior a ela e suas propriedades e ganhos fossem consideráveis. Que o desejasse tanto como ele a ela. Darien queria um indício de rendição, algum sinal de entrega. Algum indício de que ela sabia que era dela. Só isso conseguiria aplacar sua necessidade.

    Uma vez que ela reconhecesse o que havia entre eles, então lhe falaria de matrimônio.

    O criado esperava de pé, sustentando a porta da carruagem. Darien deu ordem de retornar a Grosvenor Square e subiu. A porta se fechou atrás dele.

    Serena se armou de coragem, fez uma reverência a Darien, se incorporou e uniram as mãos, girando na primeira figura da primeira dança com ele.

    «Pensa em algum outro. ? ordenou a si mesmo?. Não olhe nos olhos.

    Não deixe que sua proximidade alague seus sentidos.»

    Quando, na carruagem caminho ao baile, queixou-se de sua arrogância ao lhe exigir duas danças, Satsuna tinha sorrido, movendo a cabeça em um gesto de corajosa condescendência, como se St. Ivés não fosse um dos principais da alta sociedade. Como se não fosse aquele que Satsuna tinha catalogado de perigo.

    Mais surpreendente tinha sido ainda a complacência de Louis. supunha-se que era seu protetor. Serena reprimiu um grunhido. Suspeitava que Louis não era de tudo consciente da reputação do duque, nem de sua determinação a evitar o matrimônio. Quando St. Ivés tinha chegado para reclamar sua dança, Louis tinha parecido estupidamente petulante.

    A ofensa tinha descoberto Serena, que era a melhor defesa contra Darien. Encorajada, olhou-o desafiante.

    ?Tenho certeza que breve abandonará Londres.

    Os lábios do duque se curvaram.

    ?Em efeito, mignonne. Passada a próxima semana, junto com o resto da alta sociedade. Deixarei Londres para ir para o campo.

    ?E onde passará as festas?

    ?Em Somersham Agrada, minha principal propriedade. Está em Cambridgeshire. ?Descreveram um giro, depois do qual ele perguntou?: Aonde têm previsto retirar-se, mignonnéí

    ?Os Thierry ainda não decidiram. ?Ao cruzar-se com ele durante o baile. Serena advertiu o sorriso de Darien. Pelo visto, nem todo mundo se mostrava petulante.

    O diabo a moveu a perguntar:

    ?retornou a Londres lorde Were? ?Levantou os olhos, desafiante.

    Com o semblante endurecido, Darien captou seu olhar.

    ?Não, nem lhe espera em um futuro próximo.

    Deram uma volta mais; Serena não podia afastar a vista do duque, não se atrevia. Os movimentos da dança pareciam um cópia de sua relação: mãos que se roçavam, ela que se afastava virando, só para não ter que voltar para ele...

    Retornou, envolta no frufru das saias ao fazer um giro diante, logo uma pausa, as mãos levantadas. Darien se aproximou por trás, fechou os dedos sobre os seus e apertaram o passo, ao uníssono com os demais casais.

    ?Não me tente, mignonne. Esta noite lorde Were não está aqui para salvá-la ?disse com um suave murmúrio, tanto de ameaça como de promessa: plumas caindo sobre seus ombros desprotegidos, que estenderam a carne arrepiada e nua.

    Helena voltou à cabeça ligeiramente e respondeu com um murmúrio.

    ?Já disse, excelência, não sou para você

    Depois de um instante de silêncio, Darien sussurrou:

    ?Será minha, mignonne... Não duvide jamais.

    Soltou-a e se separaram, fluindo com a dança; quando Serena se afastou,

    os dedos do duque lhe acariciaram a nuca brevemente. Ela sentiu a carícia na ponta dos seios, como a esteira de uma labareda que escorresse sob sua pele. Obrigou-se a sorrir com naturalidade e a sustentar seu olhar.

    Acabado a dança, ele levou a mão de Serena nos lábios.

    ?Logo, mignonne... Logo.

    Jamais! Prometeu ela, mas não seria fácil contradizê-lo.

    Não podia romper a promessa de lhe conceder outra dança, embora o duque não pudesse encontrá-la...

    Conversou, riu, sorriu e maquinou em silêncio. Como sempre Louis estava à espreita; sem pensar, lhe pediu o braço.

    ?Passeie comigo, primo.

    Com um imperceptível dar de ombros, Louis acessou. Serena o dirigiu até o extremo mais afastado do salão, ali entre a multidão com olhos severos, sem deixar de cochichar nem por um instante, sentavam-se as senhoras com aspecto de ogro, as sobrancelhas dispostas a levantar-se diante do menor indício de escândalo.

    ?estive pensando ?disse Serena? que lorde Were poderia ser meu marido. Formou-se alguma opinião sobre este cavalheiro e se Ken aceitasse uma proposta dele?

    ?Were? ?Louis franziu o sobrecenho?. Esse cavalheiro alto e moreno algo corpulento, aficionado aos casacos marrons? Nunca lhe tivesse chamado de corpulento.

    ?Está a ponto de converter-se em marquês, o qual satisfará a exigencia do título de Ken. Quanto ao resto, parece-me farto apropriado.

    ?Hummm... Por isso ouvi este Were não está muito bem considerado. É calado, retraído... Modesto.

    ?Louis disse isto a sua irmã?. Não acredito que tio Ken considerasse sensato de sua parte unisse a um homem tolo.

    ?Tolo? ?Para ela, esta palavra era a maior garantia. Mas disse?:

    Devo pensar mais sobre isso.

    Na esquina do salão, além das senhoras, havia uma porta entreaberta.

    ?Aonde vamos? ?perguntou Louis quando Serena lhe conduzia ali.

    ?Quero ver o que há mais à frente. O ar deste salão está tão viciado.

    Quando soavam os primeiros compasse de um minueto ?asegundo

    dança com o Darien, atravessou a porta seguindo Louis.

    Louis a seguiu ao que parecia era uma galeria, cujas janelas dominavam os jardins. Três casais ouviram a música e passaram junto a eles de volta ao salão, deixando a galeria deserta com exceção deles.

    ?Bom!?sorriu Serena?. Aqui há muito mais paz.

    Louis enrugou a sobrancelhas, mas se concentrou em um aparador, onde ficou a examinar a licoreira e os copos situados na parte superior. Serena perambulou pelo estreito espaço, atraída pelas janelas.

    Estava de pé, olhando as estrelas, quando um som chamou sua atenção.

    Uma voz grave, arrastando as palavras, disse:

    ?Olá.

    Ela se voltou para ver Louis fazendo uma pronunciada reverência com a cabeça. Darien surgiu com ar despreocupado nas sombras da porta.

    Dirigiu-se a Louis.

    ?A senhorita condessa tem comprometido esta dança comigo, mas

    como precisa de um ambiente mais tranqüilo, ficarei com ela aqui. Não duvido que você tem seus próprios compromissos no salão.

    Até através da penumbra. Helena captou o agudo olhar que lhe dirigiu Louis.

    ?É obvio, excelência. ?Louis duvidou um instante, voltando a olhar para Serena. Esta não podia acreditar que a fosse abandonar.

    ?Pode estar plenamente seguro. ? Darien voltou a arrastar as palavras. ? que a senhorita condessa estará a salvo comigo. Devolverei à senhora Thierry quando terminar a peça. Até então, seu tempo me pertence.

    ?Muito bem, excelência. ?Luis voltou a inclinar a cabeça, e se foi. Fechou a porta atrás dele. Emudecida, Serena ficou olhando a porta.

    Louis não podia ser tão estúpido para acreditar que estaria segura a sós com um homem da reputação de Darien.

    ?Como vê, mignonne, o fato é que nos deixou sozinhos.

    O ligeiro regozijo na voz de Darien avivou sua fúria. Quando o duque cruzou a galeria em sua direção, ela o encarou. Levantou o queixo, ignorando o pânico que a percorria.

    ?É uma insensatez.

    ?Tenho que convir que sim, mas você o escolheu, mignonne. ?parou-se diante dela, sorrindo... Um inconfundível sorriso predador?. Se o minueto não é de seu agrado, poderíamos tentar com outro compasso.

    Serena estudou seu olhar, indecifrável sob a escassa luz.

    ?Não. ?Retrocedeu um passo para cruzar os braços; o duque se estirou

    para lhe agarrar as mãos, com suavidade. Serena o olhou?. Não entendo absolutamente por que fazia isto.

    Os lábios de Sebastián se torceram em uma rápida careta.

    ?Mignonne, asseguro-lhe que sou eu quem não entende por que está assim.

    ?Eu? Acreditava que o motivo de meu comportamento era evidente. Havia lhe

    dito mais de uma vez que não serei sua amante

    Darien arqueou uma sobrancelha morena.

    ?Acaso te pedi?

    Helena enrugou a testa.

    ?Não, mas...

    ?Bon, já temos isto mais claro.

    ?Não temos nada claro, excelência... Darien. ?corrigiu-se quando o duque abria os lábios?. Admita que me persegue, que deseja seduzir-me...

    ?Alto.

    Assim o fez, confundida por seu tom; nem lento, nem cínico... só franco.

    Darien a estudou; logo, suspirou.

    ?Ajudaria você em algo, mignonne, se eu desse minha palavra de que não culminarei sua sedução em nenhuma recepção social a que possamos acudir; por exemplo, este baile?

    Sua palavra... Serena sabia sem necessidade de perguntar que ele faria

    honra à mesma até a morte. Entretanto...

    ?Faz algum tempo disse que não estava brincando comigo. É isso verdade?

    Os lábios de Darien se torceram, metade em um sorriso irônico, metade em uma careta.

    ?Se for você uma marionete, mignonne, eu também, e é algum poder superior o que nos move neste cenário terrestre.

    Serena refletiu, respirou fundo e assentiu com a cabeça.

    ?Muito bem. Mas se, não é sua intenção me seduzir, então o que...?

    Levantou as mãos, com as palmas para cima, ignorando o ligeiro aperto do duque, que mudou a forma em que estava e as rodeou com as suas.

    Serena viu aparecer de novo o sorriso de Darien..

    ?A música acabará em seguida. Em lugar de minha dança, solicitaria um

    favor. Serena deixou que a suspeita aparecesse em seu rosto.

    ?E de que favor se trata?

    O sorriso do duque se alargou.

    ?Um beijo.

    A condessa voltou a pensar.

    ?Já me beijou duas vezes... Não, três.

    ?Ah, mas desta vez desejo que você seja quem me beije.

    Serena inclinou a cabeça, estudando-o. Se fosse ela quem o beijaria...

    ?Muito bem. ?escapou das mãos de Darien, que a soltou.

    aproximou-se dele com descaramento. Por causa da diferença de estatura, teve

    que deslizar as mãos sobre o peito do duque, sobre os ombros e entrelaçá-las ao redor da nuca, apertando-se contra ele. Passivo, Darien a observou com suas pálpebras cansadas.

    Rezando para que não notasse o repentino sobressalto de seu contato

    ?Seios com peito, quadris com coxas, ignorando com valentia o contraste fascinante entre a sedosa suavidade do casaco e o duro corpo que cobria, baixou-lhe a cabeça, ficou nas pontas dos pés e posou os lábios nos de Darien.

    Beijou-o e lhe devolveu o beijo, mas só em idêntica medida. Tranqüila, enfeitiçada pelo prazer. Serena repetiu o beijo, um pouco mais firme, um pouco mais longo. Os lábios de Darien devolveram o gozo, para logo afastar-se ligeiramente. Serena não pôde resistir à tentação.

    Sabia... O homem. Diferente, atrativo. A língua de Darien encontrou a de Serena,novamente. Outra classe de dança, de jogo, o fluxo e a vazante de um contato físico, mais íntimo que tomá-las pelas mãos.

    Era novidade, excitante. Serena quis saber mais, aprender mais. Sentir mais.

    Dez minutos mais tarde ?dez cativantes e fascinantes minutos de total abandono? Serena deu sinais de vida com um grito afogado. Com os lábios separados e o coração desbocado, ficou olhando Darien, reluzentes sob as pálpebras. Logo se fixou em

    seus lábios: compridos, finos, ligeiramente curvados... Tão expressivos.

    Tão satisfatórios. Serena engoliu a saliva.

    ?A música parou milady.

    ?Como prefiro.

    Em algum momento, os braços do duque a tinham rodeado, apoiando contra ele. Ao que parece estar apanhada em uns músculos que lhe pareceram de aço, jamais havia se sentido tão cômoda, tão segura... Tão desinteressada pela segurança.

    Suspirou e o beijou de novo; uma última vez, só para gravar a sensação em sua memória; para deixar a sensação de Darien, firme como uma rocha sob seus melhores ornamentos, impregnasse-lhe até os ossos; para deleitar-se em seu corpo, mais brando, amoldava-se ao dele.

    O duque a atraiu com mais força, mas sem tentar retê-la. Serena

    tentou escapar. Olhou em seus olhos.

    ?Agora pode me descer ?lhe disse.

    ?Está segura de que terminou? ?Disse sem sorrir.

    ?Bastante segura. ?respondeu.

    Ele deixou que se deslizasse até o chão, posando-a sobre os pés.

    ?Minhas felicitações, mignonne. ?Agarrou-lhe a mão e a beijou?Jogou limpo.

    ?Certamente. ?Ergueu a cabeça, vencendo o enjôo?. Acredito que deveríamos voltar para salão. Deu-se a volta para a porta, mas o duque a reteve pelo braço

    ?Não por esse caminho. Estivemos aqui á sós por muito tempo. Será melhor irmos por outro lado para que as senhoras não nos vejam retornar.

    Serena duvidou, e logo assentiu com a cabeça. Tinha-lhe dado sua palavra; se os dez últimos minutos tinham demonstrado algo, era que podia confiar em Darien.

    Conduziu-a por um labirinto de corredores e voltaram para salão pelo extremo oposto. Devolveu-a ao cuidado da senhora Thierry, fugazmente surpreso pela evidente aprovação da dama. Logo, dando-se por satisfeito, retirou-se.

    Se Serena podia resistir, sem nenhum risco, tenha intenção de gozar de tudo que lhe oferecia, comeria até o chapéu. E se,uma vez que o tivesse desfrutado, ele não era capaz de convencê-la de que admitisse ser dela...

    Não atinou em pensar em um castigo apropriado, mas não importava. Não estava

    disposto a fracassar.

    ?Tudo está indo bem... Fabulosamente bem. O plano do tio Ken,sob minha orientação, está-se desenvolvendo justo como devia. ?Louis tirou o colete e o lançou para Villard.

    Villard deixou de recolher os objetos e murmurou:

    ?Assim que ela chamou sua atenção?

    ?Tem deixado, isto seguro. Agora está caçando a sério. Até esta noite ?Louis moveu a mão? pode ser que fosse um simples interesse ocioso. Mas já não está vagabundeando. E ela, a presa, há feito correr. A caçada começou!

    ?Tudo bem, se me permite sugeri-lo, uma carta a seu tio informando-

    o das boas novas?

    Luis assentiu com a cabeça.

    ?Sim, sim, tem razão. Tio Ken gosta dos resultados positivos.

    Temos que lhe informar. ?Fez um gesto com a mão para Villard?. Recorda-me

    que seja a primeira coisa que faça pela manhã.

    ?Se me permite dizer senhor, o correio rápido sai a primeira hora da manhã. Se a escrevesse agora mesmo, e um cavaleiro partisse esta noite, o senhor conde receberia sua boas notícias com vários dias de antecedência.

    Louis se deixou cair na cama e olhou para Villard.

    O mordomo acrescentou com calma:

    ?O senhor conde gosta que tenha a par o mais de pressa possível das notícias.

    Louis seguia com o olhar fixo; com uma careta, fez um gesto a Villard.

    ?Me traga minha maleta. Redigirei o comunicado agora, e poderá pedi a parte que saia imediatamente.Villard fez uma reverência.

    ?Muito bem, senhor.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!