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Quando me lembro de ter acordado, eu estava amarrado em uma mesa numa sala. Tentei olhar ao redor e notei algumas coisas estranhas ali, objetos de tortura. Pareceu que eu estava só ali, então comecei a reparar na sala. Havia até onde eu conseguia ver, uma Dama de Ferro, uma guilhotina e o que parecia ser uma cama de espinhos. Agora estava explicado! Eu estou na sala onde as vitimas foram trazidas, torturadas e mortas.
Fechei meus olhos e comecei a aceitar que aquele era meu fim, hoje não tinha senhora nenhuma pra me salvar. Respirei fundo e ouvi barulho de uma porta rangendo, chegou a hora. Ouvi uma voz masculina, aveludada, familiar... Era a voz do cara que a Hanako abraçou! Sempre soube que aquele cara era suspeito. Logo após ouvi mais algumas vozes e um dialogo estranho, se me lembro bem foi isso que ouvi: ?O que você acha que estava fazendo?! Estava louca?!?.
Ou eu estava louco com a ideia de que ia morrer, ou era realmente a Hanako que estava parada no pé da cama. Ela estava de cabeça abaixada. Olhe pra mim! Por favor! Queria gritar, mas aquela fita na minha boca não deixava. Uma figura usando um capuz preto apareceu atrás dela e colocou as mãos em seus ombros, mesmo naquela situação meu sangue ferveu de raiva. ?Então, vamos começar. Você quer fazer as honras??
O medo começou a tomar conta de mim quando minha namorada pegou um martelo e um prego. Namorada? Eu devia repensar nesse conceito. Fechei meus olhos e esperei a dor, logo ela veio. Fui forçado a abrir os olhos e notei que não era a Hanako que estava enfiando o prego no meu dedo, e sim o homem de capuz. Não a vi ali, devia ter saído da sala. O homem enfiou pregos em quatros dedos da minha mão direita, era uma dor agonizante e parecia que aquilo nunca ia acabar. Assim que ele acabou, jogou um liquido sobre os dedos feridos, não era para limpar. A dor ficou pior do que já estava aquilo devia ser álcool.
Eu me segurei para não gritar, não ia dar esse prazer para meu torturador. Claro que não. Na outra mão, ele começou a cortar a carne da ponta dos meus dedos com um alicate. No começo não estava doendo, mas depois começou a doer, além da carne ele estava tirando minhas unhas. Me mate logo! Não adiantava gritar de dor, suplicar pela morte, ele não ia me ouvir já que eu estava com uma fita tampando minha boca. Não sei quanto tempo se passou, minutos, horas ou até dias só sei que fiquei sendo torturado sem parar. Pensei em meus pais, coitada da minha mãe vê-la chorar... Não estarei lá para ver.
Ele finalmente parou e saiu da sala, descanso. Fechei meus olhos e mentalmente me despedi do mundo. Hanako... Minha querida, ainda te amo. Queria dizer isso para ela antes de morrer. Quando ele voltou, o homem do shopping estava com ele. Desamarram-me, mas logo prenderam minhas mãos. Os dois me conduziram para a cama de espinhos, praticamente me jogaram ali. Novamente veio a dor agonizante, ficaram me empurrando para baixo, mas sem força. Passamos um bom tempo naquilo, vi um sorriso no rosto de um deles é divertido só pra eles.
Tiraram-me dali e novamente me prenderam na mesa, dessa vez os dois saíram da sala e eu fiquei só com meus pensamentos. Quando estavam me levando para lá, antes de me deitarem tirara minha blusa ? o que restou dela. Comecei a refazer meus passos e tentar lembrar que horas eram o dia já estava terminando. Conclui que já devia ser de noite. Tentei dormir e esperar a próxima sessão de tortura ou a morte, mas a porta se abriu de novo e agora quem entrou foi minha Hanako.
Tinha lágrimas em seus olhos, por favor, não me olhe. Então ela chegou perto de mim e me abraçou mesmo ela estando deitada sobre minhas feridas e elas doendo eu não me importei. Queria estar solto para abraça-la.