A PROMESSA EM UM BEIJO

  • Finalizada
  • Kakyuu
  • Capitulos 17
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 6 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 4

    acordo

    Linguagem Imprópria, Sexo

    Serena agarrou o leque e reprimiu o impulso de jogá-lo. Havia previsto uma resposta assim. ?uma ausência de resposta. ? e ia preparada. Entretanto, surpreendeu a sua repentina irritação, a facilidade com que ele a tinha enfurecido. Em circunstâncias normais não se zangava, não se deixava afetar com tanta rapidez.

    ?Como sem dúvida terá adivinhado, onisciente como é, estou buscando marido. Entretanto, não ando atrás de um amante. Desejo deixar bem claro entre nós, excelência. Pelo que parece a suas intenções, apesar de sua experiência, não há possibilidade alguma de que eu vá sucumbir a seus legendários encantos.

    A respeito, Serena tinha ouvido mais que suficiente da boca de uma preocupada Satsuna, e imaginado ainda mais dos murmúrios e olhares de admiração. Inclusive falando a vista de todos como estavam, se não fosse porque tinha vinte e três anos e era de alto berço, teria sido tachada de «libertina».

    Cravou o olhar nele, em espera de uma resposta frívola, um sarcasmo, um cruzamento de espadas. Em troca, ele a observou pensativo, com detalhe, deixando que por um instante se dilatasse antes de levantar levemente as sobrancelhas.

    ?Acredita que não?

    ?Acredito que não. ?Retomar as rédeas da conversa foi um alivio. ?Aqui não há nada para você, nenhuma esperança, assim não há razão para que grude nas minhas saias.

    Os lábios do duque se distenderam em um aberto sorriso.

    ?Eu... Não... Pego a suas saias, mignonne, porque me divertem.

    ?Baixou o olhar, arrumando as rendas que transbordava sobre sua mão branca.

    ?Entre pessoas elegantes há poucas que o possam conseguir.

    Serena reprimiu um gemido.

    ?Há muitas mais dispostas a tentar.

    ?Ai! Mas carecem de habilidade.

    ?Não serão suas exigências muito altas, possivelmente?

    Ele levantou a cabeça e a olhou.

    ?Poderia ser. Mas pode demonstrar que não são inalcançáveis.

    Os olhos de serena se entrecerraram até converter-se em fendas.

    ?São uma praga!

    Darien sorriu, divertido.

    ?Não é essa minha intenção, mignonne.

    Serena apertou os dentes para não gritar: não era sua mignonne em absoluto! Mas tinha previsto isto, a intransigência do duque. Em conseguir que um tirano habitual aceite a derrota e parta... Não tinha esperado consegui-lo no primeiro ataque. Tomou ar e refreou seu gênio.

    ?Muito bem. ?Levantou a cabeça com um gesto. ? Se insistir em apegar-se a minhas saias, também pode ser que me seja útil. Conhece todos os cavalheiros elegantes. Atreveria-me a dizer que sabe melhor que ninguém o seu intimo a suas propriedades e circunstâncias. Talvez me seja de ajuda para selecionar um marido adequado.

    Por um instante, Darien não soube o que dizer. Aquela situação demonstrava sua tese de que ela, e só ela, possuía a habilidade de assombrar-lo de verdade... e, sim, de fazê-lo rir. O impulso, mesmo que não cedesse a você ele, parecia inesperadamente bem. Refrescante. Entretanto, não tinha ganho sua reputação para mostrar-se lento em

    descobrir ?e apanhar? as oportunidades.

    ?Será um enorme prazer para mim, mignonne.

    serena lhe lançou um olhar de suspeita, mas o duque mantinha suas intenções longe de seus próprios olhos. Com a mão no peito, fez-lhe uma reverência:

    ?Será uma honra ajudá-la a inspecionar o terreno.

    ?Sério?

    ?Sério. ?O duque sorriu absolutamente disposto a satisfazê-la. Que melhor maneira de assegurar-se que não conhecesse ninguém interessante? E agora poderia permanecer pego a ela enquanto refletia...

    Estendeu as mãos e agarrou as da Serena.

    ?Venha. Dance comigo.

    O duque se levantou, e a ajudou a incorporar-se; Helena se surpreendeu a si mesmo consentindo, apesar das palavras dele ter sido uma ordem, não um pedido. Apesar de que, até então, tinha evitado dançar só para evitar enfrentar-se à sensação que o provocava o tato dos longos dedos do duque ao fechar-se sobre os seus. Perto, alguns casais estavam se preparando para começar a dançar; uniram-se a eles. Soou o primeiro acorde e Serena se agachou em uma reverencia; o duque correspondeu com uma inclinação de cabeça. Logo uniram as mãos e começou a dança.

    Foi pior do que tinha imaginado. Não pôde deixar de olhá-lo, incapaz de afastar os olhos de seu rosto, mesmo que soubesse que seria prudente que sua atenção se dirigisse a todos em geral e não fixar só nele. Mas a prudência não teve nenhuma possibilidade contra o magnetismo do duque. Igual a um ímã de sensualidade, ele a apanhou com tal intensidade que inclusive os dançantes que rodeavam, a multidão, no mesmo salão, desvaneceram na mente de Serena.

    Darien se movia com a gracilidade de um deus, com incrível segurançã e extraordinário controle. Ela teria jurado que Darien apenas reparava na música. Era bastante perito e experiente para não necessitá-lo. Serena seguia dançando o minueto desde os doze anos, mas nunca como este, que a fazia sentir como se dançasse em um sonho onde cada movimento, cada gesto e cada cruzar de olhos mantinham a força. Uma força que nunca havia sentido e visto exercer com semelhança. Onde você parece consumada.

    Era uma rede que o duque tinha arrojado sobre ela. serena sabia, e em algum lugar de sua desconcertada mente sabia que, quando terminasse a dança, poderia e devia caminhar livremente. Mas enquanto giravam descrevendo majestosas figuras, estava se sentindo, cativa.

    Fascinada, dava-se conta da respiração acelerada, de sua pele;consciente do corpo, os peitos, os braços, os quadris, as pernas, como nunca antes o tinha sido. Consciente de que a fascinação era recíproca.

    Uma experiência embriagadora, que a deixou com uma ligeira perturbação quando a música, finalmente, deteve-se. O duque a ajudou a incorporar-se de sua reverência. Serena havia se virado para ele.

    ?Desejo voltar junto à senhora Thierry.

    Com a extremidade do olho viu como o duque esboçava uma careta; procurou

    e encontrou seu olhar, e se deu conta de que seu semblante não era de triunfo, mas sim de compreensão indulgente.

    Perigo.

    A palavra lhe percorreu, sussurrando em sua mente. Sentiu um calafrio.

    ?Vamos. ?Estendeu a mão. ?A levarei até ela.

    Com os dedos apoiados na mão do duque, deixou-se conduzir ao salão. Deixando-a com a maior correção ao lado de Satsuna, ele numa reverência para Louis, que se fazia o interessante junto à senhora Thierry; por último, com grande cerimônia, fez- uma reverência a Serena e se retirou.

    ?Mon Dieul Serena...

    Ela levantou a mão, interrompendo as palavras de Satsuna.

    ?Sei... Mas chegamos a uma espécie de acordo. Ele aceita que não seja sua amante, mas, como me encontra muito divertida e não há maneira de recusá-lo se não desejar ser recusada, consentiu em me ajudar a encontrar um cavalheiro apropriado para me casar.

    Satsuna ficou olhando fixamente.

    ?Você está de acordo em...? ?Sacudiu a cabeça. ? Ingleses... Estão loucos.

    Louis se ergueu.

    ?Louco ou não, pode ser um aliado valioso, uma fonte de informação

    das mais úteis. Se mostrou disposto a ser indulgente... Depois de tudo,é muito mais velho...

    Satsuna suspirou.

    ?Tem trinta e sete anos e, se for verdade a metade do que ouvi, os de vinte e sete teriam difículdade para manter seu ritmo.

    ?Seja como for... ?Louis se estirou o colete; ele tinha vinte e sete,se Serena lhe deixou claro que não será sua última conquista e ainda pensando em mostrar-se serviço, sem dúvida seria um idiota não aproveitar de sua ajuda. Estou seguro de que meu tio, o senhor conde, nos animaria a aceitar a oferta do senhor duque.

    Serena inclinou a cabeça.

    ?A esse respeito, estou de acordo.

    Ken sempre estava disposto a utilizar qualquer ferramenta que lhe saísse ao passo.

    satsuna parecia vacilante, mas acabou por suspirar.

    ?Se estiverem seguros de que o senhor conde passaria... Bem, seguiremos esse caminho.


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