Pokémon "Fairy Tale"

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    Capítulos:

    Capítulo 2

    "Another Brick In The Wall pt1"

    Drogas, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Cap 02 - "Another Brick in the Wall pt.I" - "Outro Tijolo no Muro pt.1"

    Ato I

    ?Deixando apenas uma memória

    A foto no álbum da família

    Papai, o que mais você deixou para mim??

    Eram bons tempos? Ou pelo menos era o que parecia ser.

    Os raios de sol passavam pelas cortinas brancas, removendo a penumbra do quarto e atingindo um pequeno porta-retratos que estava sobre uma mesinha. Uma jovem família era revelada. Formada por um belo casal e duas, aparentemente, carismáticas crianças. O senhor chamava-se Peter Niels, era um homem alto e forte, possuindo o cabelo curto, a barba feita e as vestes refinadas. Encontrava-se no mais alto padrão da sociedade. Estava ao lado sua bela esposa, Marie Niels. Seu padrão acompanhava ao de seu marido, vestindo um belo vestido rosa longo. Seu cabelo loiro, de uma tonalidade que aproximava ao ouro, estava preso em forma de coque. Os traços de seu rosto estavam em absoluta harmonia. Como era bela! Seu corpo também acompanhava a beleza de seu rosto. Uma rara mulher.

    Junto ao casal estavam duas crianças. A mais séria era Carrie, herdeira da rara beleza de sua mãe e que já demonstrava uma harmonia entre traços de seu rosto. Seus olhos azuis eram penetrantes e junto a seu belo ondulado cabelo castanho viriam a arrebatar inúmeros corações no futuro. Ao seu lado estava o jovem Ross. Era sorridente e por possuir um padrão normal, diferenciava entre sua família. Definitivamente não possuía traços marcantes.

    O tímido raio de sol enfim acariciava o rosto da criança, que viria a completar dez anos. Os olhos aos poucos se acostumavam com a claridade que agora havia no quarto. Ross finalmente estava acordado, seu corpo respondia com o aumento de suas funções vitais e despejo de hormônios. O jovem descia então as escadas em grande ímpeto, corria pelo extenso corredor, desviando dos empregados e, com um imenso sorriso no rosto, sentava na cadeira frente aos seus pais, esses nem um tanto surpresos com tamanha alegria.

    - Hoje eu completo dez anos e poderei ir para a mesma Academia que a da mana! ? o jovem com um imenso sorriso no rosto, falava com os dois adultos.

    - Sim, nos já sabemos. Lembre-se de esforçar para estar no nível de sua irmã e seu avô ? quem agora falava era o seu pai. Após interagir com o filho, voltava a tomar sua xícara de café e ler o jornal.

    - Você levará o Zubat consigo? ? a sorridente Marie agora tomava as rédeas da conversa.

    - Sim! O Zubat, que encontrei perto do jardim e então cuidei dele por estar com a asa machucada, e um outro amigo que fiz quando viajamos para Hoenn ? o ingênuo garoto respondia a sua mãe com muito entusiasmo na voz.

    E lá estava o pequeno garoto frente aos enormes prédios. Sua irmã saía calmamente da limusine, caminhando então até Ross.

    - Não fique parado com esse ar de bobão? Não me faça parecer andar com um idiota ? a jovem garota falava seca. Ross retrucava com uma careta, mostrando a língua.

    - Oi!!! ? a seriedade de Carrie chegava ao fim quando encontrava um grupo de amigos. Ross ficava apenas olhando a sua irmã distanciar, até uma pessoa se destacar em sua visão periférica. Era Luiza, um amor à primeira vista. A jovem fazia um cumprimento de longe para o garoto e logo era chamada até o grupo de Carrie. O jovem ficava parado apenas observando Luiza ir correndo até o grupo com seu belo sorriso e seu longo cabelo loiro balançando no ar. Após um tempo em que o grupo de amigos distanciava da entrada, Ross então começava adentrar na Academia. Sentia-se idealizado e maravilhado com aquele local, o seu sonho de ser tão bom como sua irmã e seu avô começava naquele momento.

    Ato II

    ?Pai o que mais você deixou para trás para mim?

    Foi tudo apenas um tijolo na parede

    Tudo foram apenas tijolos na parede.?

    O tempo passava então para o jovem garoto, porém uma pequena pausa será feita apos passar três anos. Agora com treze anos, Ross era de fato uma pessoa com certa popularidade, nada em que se orgulhasse. Era um bom aluno, pelo menos no quesito de matérias teóricas, sendo essas responsáveis pela manutenção do garoto naquele ambiente. Porém esse quadro mudava drasticamente ao que se referiam em exames práticos, em outras palavras, batalhas. O único pokémon que usara, Zubat estava em um nível muito inferior que os demais pokémon de outros alunos. Por conta disso a sua nada agradável fama pode ser explicada: o intensivo uso do pokémon morcego fizera com que o jovem ganhasse o apelido de ?garoto morcego?. É importante lembrar também uma oferta de sua irmã em que consistia em abandonar Zubat e em troca, ganharia um novo e mais forte pokémon. Pela ligação afetiva que Ross possuía por seu pokémon, a tal oferta seria recusada e como conseqüência, a principal proteção contra as provocações, o medo que Carrie impunha, chegava ao fim.

    O principal beneficiado era um garoto chamado Baynes, amigo próximo de Carrie e de infância da bela Luiza. O garoto foi o primeiro a interpretar a ligação que ocorria entre seu rival e sua amiga, e justamente por ter um sentimento de posse sobre a amiga de infância, Baynes aprendeu a ter raiva de Ross e a forma que descarregava todo esse ódio era por meio de provocações, de brigas e de humilhações frente ao público.

    Como era visto semelhante a um fracassado por quase toda Academia, incluindo professores e diretores, Ross era isolado Porém como nenhum homem é uma ilha, o garoto tinha a companhia de Luiza, que realmente gostava do garoto e sentia algo especial no mesmo. Ao meio de tanta pressão só dois motivos, além de algumas notas, faziam que o garoto permanecesse naquele prestigiado local. O primeiro e mais importante era a influência que sua família possuía não só no continente de Johto, mas como em todo o Mundo Pokémon. O avô de Ross, Gerrado Niels, era o grande campeão da Liga de Johto, além disso, a família Niels era praticamente um ?império? com ações majoritárias em inúmeras corporações, como a Silph Co., e estruturas de alto valor comercial, como a linha Goldenrod ? Saffron, o porto de Vermillion e a Torre de Rádio. O segundo motivo já está mais do que nítido, Luiza.

    Avançando um pouco mais de dois anos, sendo mais preciso, era uma sexta-feira apos os eventos narrados no último capítulo. Fazia um dia frio e com enorme probabilidade de chover, talvez fosse um ato de solidariedade do tempo com o estado emocional que o jovem Ross encontrava, mas não se apeguem, por enquanto, com esse pobre infeliz.

    Aquele dia era, para a maioria, o melhor dia da semana, pois poderiam medir forças com seus colegas uma vez que os testes de batalhas eram sorteados. Para muitos, aquela situação aproximava da emoção de uma batalha ou, até mesmo, de uma competição oficial.

    As arquibancadas das arenas de um dos complexos lotavam-se como fosse um espetáculo. Toda a concentração vai para apenas uma batalha, um dos aspirantes a treinador chamava-se Johan, era um belo jovem e possuidor de um natural ar de superioridade. O vento que assoprava a arena movia suavemente o cabelo castanho do garoto, seus olhos verdes fitavam o seu adversário, que por não possuir muita irrelevância não entrará em questão. Sua caucasiana mão segurava a pokébola que seria posteriormente jogada.

    - Rhyhorn! ? um grande e forte rinoceronte de pedra aparecia no campo. O pokémon era o retrato de seu treinador, possuindo o mesmo ar de superioridade. Não era para menos também, Johan era um dos melhores alunos. Os olhos de Rhyhorn causavam provocação e temor no adversário.

    - Vamos lá, Staryu! ? uma bela estrela do mar saía da pokébola. A sua pedra localizada no centro de seu corpo chamava a atenção, principalmente a de garotas que suspiravam por tamanha beleza.

    - Então irá jogar com fraquezas? ? Johan dava um sorriso. ? É uma pena que não adiantará! Rhyhorn, Bulldoze! ? o pokémon de pedra surpreendia a todos acertando um forte golpe em Staryu.

    - O quê? Como... Como a Staryu pode ser mais lenta? ? indagava-se o treinador.

    - É uma resposta fácil. Qualquer um que queira tornar um treinador de verdade precisa perceber antes de começar uma batalha ? em uma das patas dianteiras de Rhyhorn havia uma garra que destacava das outras. Era um pouco amarelada e estava ?calçada? em um das garras do rinoceronte. Aquele item chamava Quick Claw. ? Mas agora é tarde para preocupar com isso, pois o efeito de Bulldoze reduz a velocidade de seu pokémon.

    - Eu sei disso! ? o garoto já parecia a começar em perder a calma. ? Merda... Staryu use Recover!

    - Péssimo movimento... Rhyhorn, Rock Blast! ? as velocidades de reação de Staryu e de Rhyhorn eram muito diferentes. O golpe de pedras lançadas rapidamente levava Staryu a ficar sem condições após cinco hits.

    - Mas como? Eu tinha a vantagem do tipo! Isso não é justo! ? as lástimas do garoto eram interrompidas assim que Johan retornava seu pokémon.

    - Você não entrou com vantagem alguma! Desde o momento em que escolheu um pokémon de água, eu consegui prever todos os movimentos que iria fazer. E além mais a falta de percepção lhe custou caro, então pare de choramingar e aprenda com essa batalha ? Johan caminhava para fora da arena acompanhado por vários aplausos. Juntava-se então ao grupo de Carrie. Os dois eram realmente ligados, uma ligação que ultrapassava a linha da amizade.

    E finalmente era anunciada a batalha mais interessante daquele dia. O nome de Carrie era anunciado por uma caixa de som. Em seguida, Ross. Os dois irmãos rivais estariam, em pouco tempo, cara a cara. Carrie parecia estar séria. Quando começava a caminhar até a arena, Johan a surpreendera, segurando sua mão. O garoto estava sério.

    - Vai com calma com ele, está bem? ? dizia o jovem.

    - Vou fazer o máximo que estiver ao meu alcance para ensiná-lo que aqui ninguém está brincando ? a garota possuía um tom firme, soltando-se de Johan e caminhando até a arena. O garoto apenas olhava a garota, soltando uma respiração funda, enquanto ouvia frases de apoio para Carrie oriundas de Baynes e insultos para Ross, provenientes também do mesmo.

    Ato III

    ?O sol não brilha quando ela vai embora

    Não faz calor quando ela está longe

    O sol não brilha quando ela vai embora

    E ela está sempre tão distante

    Quase sempre, ela está partindo!?

    Os dois jovens irmãos olhavam-se. A expressão facial de Ross claramente demonstrava cansaço, se já não era bela, a condição em que se encontrava era pior.

    - Quero acabar com isso logo, Bagon demonstre o que é realmente ser um pokémon útil ? as provocações calavam-se, dando voz para Carrie. Da pokébola jogada saía um belo dragão azul. Demonstrava estar em excelentes condições por conta do grande tratamento feito por Carrie. Era sem dúvidas o melhor pokémon da garota.

    - Zubat... ? Ross jogava a frente uma pokébola. Assim, como sua voz estava enfraquecida, todo o seu corpo respondia da mesma forma.

    - Zubat... Embrulha-me o estômago ver isso... Realmente Luiza fez uma decisão correta... Ninguém agüentaria ficar com um derrotado como você. Ensinarei logo a lição, mas do jeito que é idiota não aproveitará nada ? dizia a bela jovem.

    - Cala a boca! Luiza e eu ainda estamos juntos! ? era provavelmente o primeiro sinal de vida do garoto, por mais que patético fosse.

    - Não aprende nada mesmo... Bagon, Fire Blast! ? o rápido dragão corria em direção a Zubat, saltando a sua frente e realizando um escaldante golpe de fogo no pequeno morcego. Zubat permanecia algum tempo pressionado no chão, sentia-se como estivesse no inferno, nada poderia ser feito. Ross caía de joelhos, parecia sentir uma parte da dor de Zubat. Levava a mão a cabeça, despenteando ainda mais seu cabelo, e pequenas gotas de suor deslizavam rapidamente por seu rosto, parando no solo. O golpe finalmente acabava, quase que imediatamente o garoto respirava fundo, tentando ganhar fôlego. Zubat estava literalmente tostado no chão, o jovem lentamente aproximava-se dele, sentia-se um tanto culpado por tudo aquilo. Para muitos, aquela cena era ridícula, gritavam o nome de Carrie e humilhavam o seu irmão. A jovem garota caminhava até o seu grupo de amigos.

    - Muito bem Carrie, você realmente é a melhor! ? Baynes, com muito entusiasmo, cumprimentava sua amiga pelo massacre feito sobre seu rival.

    - Eu não disse para não pegar tão pesado com ele ? Johan abraçava a garota e dava um beijo em sua testa.

    - Tudo aquilo era preciso ? já com a voz um pouco calma, a jovem aproveitava o abraço que recebia.

    Ross finalmente levantava, seu estado era deplorável. Após retornar o seu pokémon, o jovem cabisbaixo fazia o mesmo percurso de sua irmã. Estava um tanto estranho e por isso chamava atenção. Não poderia imaginar o que estava passando em sua cabeça naquele momento. Parava então frente ao grupo em que Carrie encontrava-se. Praticamente todos que estavam por perto começavam a imaginar o que iria acontecer a partir daquele momento. O final na cabeça de todos era o mesmo, sendo esse nada feliz. Johan e Baynes colocavam-se a frente de Ross, que então parava.

    - Vamos ver o pôr do sol juntos... ? Ross lentamente falava com a voz enfraquecida e ao mesmo ritmo levantava a cabeça, olhando para Luiza. Como estava um trapo! O brilho dos olhos finalmente acabara, resultando em um olhar opaco e sem vida. De certa forma, o lastimável estado do garoto chocava alguns ali presentes, incluindo Luiza, a jovem garota talvez fosse a mais afetada.

    - Caia fora daqui! ? Baynes em um rápido movimento, empurrava Ross como se o garoto não houvesse peso, chocando-se contra o alambrado.

    Luiza então tomava iniciativa, interrompendo a brutalidade de Baynes. A garota andava em direção a Ross, esse começava a esboçar um sorriso. Luiza, porém, estava séria e decidida acabar com tudo aquilo.

    - Chega Ross! Acabou, não há mais nada entre nos dois, então para com isso, por favor... ? o tom de voz da garota era o reflexo de sua seriedade. O pequeno sorriso de Ross sumia derrepente.

    - Mas... ? o garoto ainda tentava contra-argumentar, porém as palavras não chegavam e seu cérebro começava a entrar em ?curto-circuito?.

    - Acabou... Apenas aceite isso ? eram as últimas palavras da garota que voltava a se juntar com o resto de seus amigos. Baynes fitava Ross com um olhar sério e ar de superioridade, em seguida virava as costas e acompanhava Luiza ao abraçá-la com o braço esquerdo. Os últimos acontecimentos eram substituídos por um longo silêncio que era então quebrado pela pessoa que menos estava em estado são.

    - Estarei te esperando no mesmo lugar de sempre... ? Ross dava um sorriso sem sentido. De fato aquele não era mais o tradicional Ross, mas sim uma mente perturbada que tomava o controle do jovem. Com grande esforço o garoto começava a caminhar em direção oposta, o sorriso ainda permanecia em seu rosto. Era seguido por olhares silenciosos.

    Eram por volta das cinco horas da tarde. O dia continuava nublado, mas ainda lá estava o jovem garoto observando a massa cinzenta que o aglomerado de nuvens formava.

    - Como é bonito o pôr do sol, você não acha? ? o garoto olhava para o lado, mas não havia ninguém lá. Porém em sua mente sonhadora ela estava lá, uma imagem de Luiza. A chuva começava a cair e o garoto permanecia o mesmo. Tudo naquele momento era falso. Havia enlouquecido, pobre Ross...

    ?O sol não brilha quando ela vai embora

    Só há escuridão todos os dias?.


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