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A cerimônia continuou por certo tempo ? esse em que não consegui alcançar Seth, por mais que quisesse. Acabei desistindo e voltando para a orla onde Jacob continuava sentado.
Então, quando ouvi gritos de alegria, ainda estávamos em silêncio contemplando o horizonte. A cena me lembrou Don´t watch me dancing do Little Joy, eu ouvia a música tocando em minha cabeça quando tive que me levantar para me unir aos convidados e festejar o casamento.
Houve a situação do buquê em que me mantive afastada enquanto dúzias de jovens se amontoarem em disputa.
Enquanto todos pareciam entretidos eu, disfarçadamente me dirigi ao balcão de drinques e agarrei um copo de champagne. Antes que pudesse puxá-lo em minha direção Jacob surgiu ao meu lado.
- O que você pensa que tá fazendo?
- Ah, qual é? Quanto você tem que beber para dar algum tipo de efeito? ? sibilei de volta, em tom sussurrado.
Ele abaixou a cabeça
- Nessie pára com isso. Pra que você ia querer ficar bêbada?
Eu girei os olhos, ainda segurando a taça
- Eles nunca iam me deixareu beber. Por favor, Jake!
Ele fez uma cara feia e eu levei o copo aos lábios. Bolhas pularam tocando meus lábios me surpreendendo, eu deixei o líquido descer por minha língua e engoli. Aquilo parecia muito doce para o meu gosto, mas as bolhas saltitantes me encorajaram e virei o copo antes que ele pudesse me impedir.
- Você quer ficar bêbada mesmo?!
Eu sorri para ele.
- Talvez eu queira.
Pequei outro copo e rapidamente levei aos lábios, sorvendo todo o líquido antes que ele agisse para me segurar. Parecia petrificado.
- Eu ainda não sei o que isso quer dizer, ficar bêbada... ? respondi finalmente, pensando naquilo.
Esperei que o líquido surtisse efeito e que me levasse a um estado apopléctico, mas nada aconteceu. Jacob tirou a segunda taça vazia de minhas mãos, exasperado.
- Pára com isso!
- Desculpa. ? mas na verdade não estava me sentindo culpada. Todos ao meu redor estavam bebendo e eu queria provar também.
Eu senti seu desconforto. Sabia que uma garota com aparentemente quatro anos não ficaria bem bebendo champagne.
- Você podia por em um tipo de mamadeira para mim - sugeri
Ele riu baixo, mais parecendo um cachorro do que um humano.
- Você tá louca. É só te deixar fora da vista dos seus pais que você quer aprontar alguma coisa...
Eu olhei para minhas próprias mãos, ignorando a repreensão.
- Você sabe que Edward vai saber qualquer coisa que você tiver feito de errado.
- Mas eu já vou ter feito. ? respondi, ainda olhando para baixo.
Ele bufou, irritado.
- É, mas eu quem vou levar, espertinha. O que você acha que eles vão fazer quando souberem?
Eu dei de ombros, mas algumas teorias passaram pela minha cabeça.
- Você nunca mais vai poder sair daquela casa ? continuou ele.
Eu suspirei infeliz. Não queria que nada disso acontecesse.
- Então se comporte. ? ele respondeu a minha reação.
- Está bem...
Música começou a tocar e Emily abriu a pista de dança com seu pai, logo depois vários pares se juntaram a eles e eu puxei Jacob pela barra do smoking.
- Eu quero dançar também!
Ele me rodou por duas vezes antes de eu perceber o álcool fazer algum efeito. Senti apenas uma leve vertigem, os pensamentos um pouco mais lentos.
Eu ri.
- Acho que posso fingir ser uma garota de quatro anos agora...
- Por quê?
- Por que me sinto meio idiota.
Ele riu baixo. Eu estava em seu colo, então na verdade não dançava, apenas era agitada conforme a música.
Eu senti inveja das garotas dançando com seus pares com os pés no chão, seus saltos cutucando o cascalho embaixo de seus pés.
- Um dia eu vou dançar com você de verdade. ? olhei em seus olhos castanhos, ele apenas sorriu de leve.
Acho que pra ele não fazia a menor diferença, mas para mim sim. Eu queria ser pelo menos capaz de alcançar o chão.
Charlie surgiu de repente com Sue, eu sabia que ele estava ligeiramente embriagado pelo cheiro.
Dançamos até a música começar a ficar mais agitada, então eu reclamei de sono, o que era uma poderosa mentira.
Eu sabia que não poderia realmente aproveitar a festa e acabaria impedindo Jacob e Charlie de o fazerem. Então fui levada à casa de Billy (ao quarto de Jacob, especificamente), onde peguei no sono, abraçada a coberta com seu cheiro familiar.