O que poderia te dizer, ó grande lua no céu? Você é tão majestosa, só tem que se preocupar com a rotação que faz ao Planeta Terra... Enquanto que eu, um mero ?animal? insignificante comparada a você, tenho que me preocupar com tudo e com todos. Queria ser frio como a noite. Queria viver no céu escuro como você. Queria ser tudo o que você é, e tudo o que você sempre será. Mas eu não posso, sou um simples... Lobo. Um simples lobo querendo vingança ao que me fizeram.
Eu destroçarei... Destroçarei qualquer um que ousar me derrubar. Pois tenho coisas a me preocupar. Minhas mandíbulas vão se sujar de muito, muito sangue. E será sangue humano, sangue dessas evoluções dos macacos que acham que são inteligentes, mas eles só me subestimam. Pois fico furioso quando ousam mexer comigo e com meus amigos. Eu prometi a eles que os protegeria até eu morrer, e graças a esses imbecis, eu não pude cumprir essa promessa. Então, usarei de todos os meus recursos disponíveis para comer a carne desses humanos, um por um. E claro, irei garantir que esses humanos não voltarão à vida novamente.
Eu irei deixar o meu legado... Graças a esses humanos, deixarei meu legado. Com sangue nas minhas mandíbulas e a carne deles no meu estômago, me vingarei e eles nunca... MAS NUNCA... Irão fazer isso novamente. Eles vão temer a minha fúria...
A fúria de um lobo vingativo.
(...)
Mais um tempo gélido e frio na cidade de Oshawa, no Canadá. Em tempos atuais, era comum o inverno ser tão gélido e frio. A neve caia como pedra naquela cidade. E aquele prometia ser um longo inverno.
Em um ferro-velho abandonado, localizado mais ou menos no centro da cidade, um casal de lobos estavam juntos. Um dava lambidas no outro, e vice-versa. Ambos estavam dentro de uma espaçosa van abandonada, quase podre e enferrujada, mas que servia de um lar aconchegante para ambos, já que lobos conseguiam lidar com o frio daquela região, devido a pelagem dupla. Falando nisso, a fêmea e o macho eram muito parecidos por causa da pelagem, mas a fêmea tinha um pêlo mais claro. Um pêlo cinza-claro com partes em branco, como no pescoço, ao redor dos olhos e nas patas. O macho tinha um pêlo mais escuro, em um leve tom cinza-escuro com partes em branco nos mesmos lugares, exceto em um dos olhos.
A alguns momentos atrás, a fêmea havia dado a luz a uma ninhada de filhotes. Eram 6 filhotes, em uma toca não muito longe da cidade, em certo ponto ao Norte. Porém, a toca havia sido invadida por caçadores, que organizavam a ?Caça e Captura ao Lobo?, um evento que era comum na cidade. Apenas 4 filhotes foram pegos, simplesmente por que os caçadores achavam que os lobos e dois dos filhotes estavam mortos devido ao intenso frio. O destino daqueles filhotes foi incerto. Um havia sido sacrificado, pois pegou uma doença que não tinha cura. Outros devem ter sido domesticados como simples cachorros.
O casal de lobos não desistiu de criar os filhotes que restaram. Os dois tinham 5 semanas de vida e ainda mamavam nos peitos da mãe, mas já podiam comer alimentos regurgitados.
O tempo passou, e três meses depois, os dois filhotes estavam crescidos. Eles tinham 4 meses de vida, e já podiam comer carne, mas ainda recebiam lições de caça do pai. Um tinha olhos amarelos-ouro, outro tinha os olhos laranja.
Muito tempo se passou, e desde as caçadas até os momentos de persuadir os caçadores, os dois irmãos lobos já estavam crescidos. Ambos tinham entre 6 e 7 anos e já haviam se juntado a uma matilha de outros lobos.
Eles acabaram entrando na matilha graças ao líder anterior, que havia morrido de causas naturais, chegando exatamente aos seus 19 anos de vida. Um dos irmãos conseguiu a liderança da matilha, mas ele não iria deixar o seu irmão, de seu mesmo sangue, sozinho no mundo, então ele acabou se juntando a matilha também.
Entre caçadas e migrações para outros territórios/cavernas/tocas, muitas aventuras aconteceram, pra causar inveja a seres humanos. Mas esse capítulo dessa coletânea de aventuras não iria acabar bem... Muito pelo contrário...