A Pedra do Coração

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Enfeitiçado

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Nudez, Sexo

    Flash-Back ON

    Comecei a andar pelos corredores sombrios e húmidos das catacumbas do antigo castelo, agora desabitado e em ruínas.

    O mestre tinha-me chamado e eu ia em seu encontro.

    Cheguei a um grande portão e abriu-o, passando para uma sala gigante antiga, onde no final, encontrava-se sentado num trono o meu mestre.

    Cheguei ao pé dele, tirei o capuz que tapava-me a cara e ajoelhei-me a seus pés.

    -Mando chamar me, amo Orochimaru?

    -Sim, mandei. Preciso de algo, minha querida Sakura. E só tu podes conseguir tal preciosidade.

    Levantei a cabeça, e fitei-o com um olhar sem expressão alguma.

    -E o que é isso, meu amo?

    -Preciso de um coração. Humano.

    Arqueei uma sobrancelha, um pouco confusa.

    -Desculpe-me senhor tal pergunta mas? Para que precisa de mim, quando tem mais de uma centena de homens, bons em assassínio, ao seu dispor mais facilmente?

    -Minha querida Flor de Cerejeira. ? Começou o lorde Orochimaru, começando a descer do seu trono e vindo até mim, pegando-me nos ombros para me levantar ? O coração que eu quero, é de um homem muito poderoso que conseguiria acabar com qualquer um dos meus homens.

    -E porque acha que eu irei conseguir derrota-lo?

    -Porque tu, minha querida, és uma mulher. E a maneira mais fácil de se apanhar um homem, é pelo coração.

    -Está então a pedir-me para?

    -O conquistares e depois, roubares-lhe o coração.

    E depois sorrio maliciosamente.

    -Compreendido. Quem é o homem?

    -Uchiha Sasuke. O Capitão da polícia de Konoha.

    -Muito bem. Assim o farei. ? E despedi-me com um aceno de cabeça.

    Mas antes que pudesse virar-lhe costas, ele agarrou-me pelo um ombro.

    -Calma minha querida. Acredito que esteja muito ansiosa para por mãos à obra, mas ainda há algo que temos que discutir.

    -O quê, meu amo?

    -Eu não quero que o mates e depois lhe arranques o coração com um corte no peito.

    -Então, como deseja ter o seu coração?

    -Com isto.

    E depois tirou de dentro de um pulso um colar em forma de coração, com uma pedra preciosa de cor azul-escura.

    -Quando o matares, quero que apontes esta pedra até ao seu peito e que puxes o seu coração cá para fora.

    E depois virou-me de costas para si, e mete-o me objecto ao pescoço.

    Flash-Back OFF

    Era de noite, e como muitas das noites anteriores, eu encontrava-me com Sasuke.

    Mas hoje, aquela seria especial. Hoje daria o grande passo para conquistar finalmente o seu coração.

    Estava em sua casa, dentro da piscina à sua espera enquanto ele tinha ido buscar champanhe.

    Já estava à mais de 6 meses a tentar roubar-lhe o coração, mas os momentos nunca eram os mais acertados, pois ele era difícil de se apaixonar.

    Mas, para ser sincera, eu nem me importava muito com isso. Afinal o Uchiha Sasuke nem era nada um homem feio. Até me divertia com ele. E até tinha que admitir que aquele seu ar mais misterioso até me deixava intrigada ? e excitada.

    Os seus olhos negros como o ónix eram um poço sem fundo onde me perdia constantemente; a sua pele pálida e suave fazia os meus dedos quererem estar sempre em contacto com o seu corpo ? isso e os seus músculos bem tonificados -; os cabelos escuros e rebeldes desenhavam o seu rosto; a altura de uma guerreiro e por fim os lábios finos que cobriam os dentes perfeitos ? brancos e direitos.

    Tudo nele era lindo e tudo me fascinava. Era como um deus? Que eu teria que matar. Era as ordens do meu lorde e tinha que as cumprir.

    Mas, enquanto não chegava o momento certo de finalizar a minha tarefa, podia sempre divertir-me um pouco com aquele meu novo brinquedo.

    Viu-o a trazer a garrafa com dois copos e a pousar a beira da piscina, para depois entrar na piscina com um mergulho perfeito.

    E quando ele vinha para vir ao de cima, eu mergulhei para ir a nadar até ele e depois, sem ele dar por isso, saltar para o seu colo, agarrando-me no seu pescoço e depois levando com força os meus lábios aos dele e começando a beija-lo com emergência, deixando-o tão desnorteado que teve que se encostar à parede que rodeava o sitio onde estávamos.

    Não parávamos nem para respirar, até que tentei ter entrada na sua boca com a minha língua, coisa que ele concebeu de imediato para depois massajar a minha com a sua. Aquilo sim estava a ficar quente. Mas isso também era normal, cada momento nosso era sempre quente e cheio de luxúria.

    Ele começou a passar as mãos pelo meu corpo com uma necessidade incontrolável chegando à parte de cima do meu biquíni e desfazendo o nó que lá havia, até eu ficar sem a parte de cima.

    Aproveitando tal situação, ele separou-se da minha boca, pegou-me ao colo, sentou-se à beira da piscina, abriu-me as pernas, mete-o se no meio delas, e depois levou um dos meus mamilos molhados à sua boca, onde lá começou a chupa-lo, a fazer remoinhos com a língua e a passar os dentes ao de leve. Coisas estas que, se eu não tivesse já com as cuecas molhadas devido à água, de certeza que agora já estavam molhadas, mas de outro tipo de liquido.

    Encontrava-me louca, quente e puxar os seus cabelos ? pois sabia que isso o deixa teso.

    -Vamos parar. ? Disse ele separando-se da minha pele nua, para me mirar nos olhos.

    -Porquê? ? Perguntei colando a minha testa à sua e as minhas mãos à volta do seu pescoço ? Estava a ficar tão bom.

    -Pois estava. Mas vamos agora parar para beber este belo champanhe.

    E depois saiu de dentro de água, enrolou-se num robe turco, deu-me outro para fazer o mesmo e depois foi encher os dois copos que estavam lá e ofereceu-me um.

    -Um brinde.

    -A quê?

    -Diz me tu Sakura.

    Pensei um pouco e depois encontrei a resposta certa:

    -Um brinde à nossa primeira noite juntos.

    Ele sorrio e depois brindamos.

    Bebi o liquido que estava no copo de uma só vez.

    -Para que bebes tão depressa?

    -Tu não disseste que íamos só parar para beber? Então? Eu já bebi. ? E depois pisquei-lhe o olho.

    Ele compreendeu o que eu queria dizer e depois deu um golo longo e pousou o copo na mesinha que lá havia e de seguida dói até a mim, agarrou-me pela cara, e começou a beijar-me.

    De seguida pegou-me ao colo e começou a caminhar até o interior da casa levando-me até ao quarto.

    Ele podia negar, mas ele já estava preparado para que esta noite fosse a Noite. Tanto sabia que tinha deixado o quarto quase sem nada, só mesmo uma cama enorme no meio com uns cortinados, de um branco quase transparente, caídos para baixo e com pétalas de rosas vermelhas por cima.

    Ele mete-o me na cama e depois meteu-se por cima, levando uma mão até ao laço do meu robe para o tirar e depois despiu-me, enquanto eu fazia o mesmo a ele.

    Deitou-se em cima de mim e depois começou a beijar-me outra vez, enquanto descia a mão desde a minha face - onde passou lá algum tempo a acaricia-la ? até ao meu peito, depois a minha barriga, de seguida as ancas e as coxas até chegar ao joelho e voltar a subir.

    Não será preciso dizer que ele não resistiu muito até levar outra vez um mamilo meu à boca e onde continuo a fazer as proezas de antes.

    Ele era mesmo um pecado. Como é que um homem, que ainda nem tinha chegado perto da casa dos 30, sabia como deixar uma mulher louca por luxúria em apenas simples coisas que fazia, ou simples coisas que dizia? Era inexplicável.

    E mais inexplicável era o que ele me fazia. Nunca outrora nenhum homem me tinha deixado assim tão excitada como estava naquele momento.

    E quando menos eu esperava, ele começou a descer o corpo, até tirar-me as cuecas que ainda tinha vestidas, e de seguida começou a beijar-me um pé, a parte inferior da perna, o joelho, a coxa, e depois deitou-se com a cabeça entre as minhas pernas. Depois começou a lamber-me levemente as virilhas, os lábios superiores, e toda aquela zona à volta do clítoris.

    Quando viu que já estava a ficar com os cabelos em pé por ele não ir ao sítio certo, ele riu-se e depois deu uma lambidela naquele meu ponto de excitação. Viu-me a gemer loucamente e depois começou a lamber rapidamente e fazendo remoinhos lá.

    Passou um bocado assim, e quando se levantou lambeu os lábios e fitou me bem nos olhos:

    -És deliciosa.

    Não conseguindo ouvir mais nada, fui até ele, agarrei-o pelo pescoço e beijei-o outra vez de maneira ansiosa.

    Trocamos saliva, chupões e massagens de língua urgentes e até algumas mordidelas de lábios, antes de eu faze-lo mudar de posição, para eu ficar por cima dele.

    Depois de deixar aquele beijo, comecei a descer a minha língua desde a sua boca, depois fui para a sua orelha ? onde também sussurrei coisas quentes -, para o seu pescoço, para o seu peito, para os seus mamilos ? onde lá brinquei com a língua -, para a sua barriga tonificada, como a barra de chocolate até chegar às suas ancas. De seguida tirei-lhe os calções de banho e consegui mirar muito bem o quanto ele era grande e duro.

    Ele ia rasgar-me toda! Mas, isso nem era coisa que me preocupasse. Sabia perfeitamente que prazer era uma coisa que iria ter de certeza com ele.

    Olhei para ele, pisquei-lhe o olho, e depois levei a língua ao seu sexo. Lambi-o umas vezes, e depois com uma mão a agarra-lo, levei-o à boca e ele, só com um pouco da sua grandeza, conseguiu encher-me. De seguida, comecei a fazer movimentos de vaivém rápidos e depois alguns lentos com a boca e com a mão. E assim fiz durante os momentos.

    Olhei para ele, e mesmo ouvindo os seus gemidos, parecia que ele estava na maior descontracção, como se aguentasse aquilo, e muito mais, durante muito e muito tempo.

    Mas eu, como não era de pedra, e não conseguindo aguentar estar mais tempo de fora dele, levantei-me e sentei-me em cima das suas ancas, colocando com uma mão o seu membro dentro do meu.

    Doeu um pouco, pois eu era muito apertada para ele, mas assim que me acostumei, era como se tivesse chegado ao céu ? e ainda não tinha chegado ao orgasmo total.

    Pousei as mãos no seu peito, e comecei a subir e a descer em cima de si, com movimentos longos e rápidos.

    Estivemos assim um largo período de tempo, até que, senti-me a vir e cai com o peito para cima dele e agarrei-lhe as mãos, para ele sentir que me estava a vir.

    E assim fiz. Agarrei-lhe as mãos com força e depois voltei a subir o corpo para o sentir a vir-se, enquanto se sentava para me vir beijar o pescoço e os lábios.

    * * *

    -Sasuke pára! - disse entre o som das nossas gargalhadas.

    Tinha passado uma semana desde que estivéramos juntos, e podia se dizer que desde então, todas as noites era sempre a mesma história, mas sempre contada de uma maneira diferente.

    E eu podia dizer que estava amar aquele prazer todo que ele me proporcionava. Há muito tempo que não tinha um homem tão bom como ele.

    -Porquê Sakura? Não gostas de gelado é? ? e riu-se.

    -Mas não no nariz!

    Estávamos agora numa feira popular aqui na aldeia vizinha de Konoha.

    Como Sasuke estava os dias todos a trabalhar, decidimos hoje espairecer um pouco.

    Andamos em tudo o que era diversão. Desde a montanha russa até aqueles carrosséis só com cavalos. Mas todo o sítio onde íamos, Sasuke estava sempre agarrado a mim ? desde cintura, mãos, pescoço, ombros, etc. ?, e isso era uma coisa que me fazia sentir quente, confortável e até mesmo amada.

    Sabia que qualquer dia tinha que acabar com a sua vida, mas, porque não adiar um pouco mais?

    -Entra. ? pediu Sasuke amavelmente, abrindo me a porta do carro para eu ir me sentar no lugar de passageiro.

    -Não. ? fechei-a e comecei a andar até à do condutor, abrindo-a e sentando-me ao volante.

    Ele ficou a olhar para mim com uma sobrancelha erguida, mas logo se sentou a meu lado.

    -Podes me dizer porque queres ir ao volante?

    -Quero levar-te a um sitio.

    -Que sítio? ? perguntou com um ar desconfiado.

    -Confias em mim?

    Ele sorrio para mim e logo concentrei me na estrada, metendo o cinto, ligando a ignição e de seguida meti o pé na embriaguem, carreguei no acelerador para destravar o travão de mão e comecei a andar.

    Estivemos o caminho todo a falar, a rir, a falar de coisas sérias, do futuro, etc.

    Mesmo já nos conhecendo há mais de 6 meses, parecia que naquele momento é que nos estávamos a conhecer verdadeiramente.

    Quer dizer. Só agora é que ele estava-me a conhecer de verdade. Nunca tinha falado com ele sobre o meu passado, e o que desejava do meu futuro. Sempre lhe tinha falado de coisas não muito importantes. Sempre tinha sido ele o centro daquilo que tínhamos ? talvez porque o que eu queria dele era o seu coração e não uma relação séria. Mas, então, se isso era assim, porquê que agora estava interessada, não só nele, mas também em mim? Em nós. Juntos?

    Chegamos ao sítio desejado.

    Aquilo era um descampado para campismo. Mas naquela altura do ano não se via ninguém, pois ainda não era tempo para acampar ? mesmo o tempo já estando bastante agradável.

    -Porquê este sítio? ? inquiriu ele.

    -Porque a noite aqui é mágica.

    Ele olhou para mim, sorrio e depois deu-me um beijo na testa e fui até à parte de trás.

    Meti os dedos no lugar onde ele tinha beijado e fiquei perplexa. Desde muito nova que sempre tinha aprendido que: beijo do rosto era sinal de amizade, beijo nos lábios de amor mas? na testa era sinal de respeito, afecto, carinho.

    Não sei se para ele tinha sido isso mas, o que eu sentira ao ele dar me aquele simples beijo era que me respeitava como mulher, que tinha o maior afecto por mim e que carinho era aquilo que ele queria dar-me a toda a hora.

    Ele amava-me mesmo e eu? Amava-o. Mesmo não querendo acreditar, eu tinha que admitir que ele para mim já não era um simples trabalho. Ele já me era especial. Muito.

    -Consegues estender isto sozinha? ? olhei para ele e ele tinha nos braços uma manta grande daquelas que são perfeitas para meter no chão e que servem para ter não sei quantas pessoas sozinhas ? Sakura?

    -Ahm sim, sim, eu consigo. ? e depois tirei-lhe o que ele tinha a seu cargo e comecei a estender no chão ao pé do carro.

    Quando me virei para ver onde ele estava, vi que este trazia consigo uma grande cesta.

    -O que é isso?

    -Não se vê logo o que é? É uma cesta. ? e riu-se levando aquilo até à manta e sentando-se lá.

    Depois olhou para cima ? para mim neste caso ? e fez sinal com a mão para me sentar a seu lado.

    Quando fiz isso, ele começou a tirar grande variedade de comida. Desde morangos, salada, champanhe, bolachas, sumos pequenos e até mesmo leitão num grande tapawer.

    -O que é isto?

    -Ai Sakura! Ir ao volante fez te mal! ? e deu uma gargalhada ? Não se vê logo que isto é comida?

    -Oh sim mas? Porque trouxeste comida? E a manta?

    -Pronto. Apanhaste-me. A verdade é que? Mesmo que não tivesses vindo ao volante, eu iria te levar para outro sítio mais ou menos como este. Por isso é que vim preparado.

    Sorri para ele e depois suspirei fundo e comecei a olhar para aquele comer todo.

    -Acho que trouxeste poucos morangos.

    -Poucos? Sakura, estão aqui quase dois quilos.

    -Oh! Tudo bem. Mas eu agora ando com grande desejo de morangos, o que queres?

    Sasuke olhou para onde os pequenos frutos vermelhos estavam, depois para mim, depois para eles outra vez e fez isso algumas vezes até que acabou por me fitar, semicerrando os olhos ele disse:

    -Sakura? Estás grávida?

    Olhei para ele com um ar seco do tipo: ?Claro que não.?

    -Tens a certeza?

    -Vou te mostrar o porque dos meus desejos?

    Tirei um pequeno ?coração? vermelho, e quase em cima do moreno, levei-o à sua boca para ele comer.

    Ele recebeu-o com grande prazer e depois começou a trinca-lo.

    -Bom não é?

    Ele assentiu e, metendo uma mão na minha face a puxando-a para ele, disse:

    -Bom, mas não tão bom quanto isto. ? e selou os nossos lábios.

    Ele deitou-se completamente, comigo em cima, e começamos mais uma maratona de beijos, carícias, palavras quentes? e amor.

    * * *

    Estava a dormir profundamente quando algo me fez acordar de uma maneira não muito vulgar.

    Parecia que algo me estava a levantar o pescoço com uma fina corrente, o que me fez abrir os olhos e ver que alguém estava a elevar a pedra que se encontrava no meio do colar que tinha no peito.

    Olhei para cima e vi que quem a estava a puxar era Orochimaru com um feitiço que fazia com a mão.

    -Lorde Orochimaru!

    -Boa noite minha linda bela adormecida. Lamento que tenha a acordado do seu sono de beleza mas... Há ainda um trabalho que tem que cumprir. ? e depois apontou para o meu companheiro que dormir calmamente sem dar conta de nada.

    Olhei para Sasuke e depois para Orochimaru.

    -Não. Não posso. ? respondi abanando a cabeça.

    -Tens que o fazer!

    -Dê-me mais tempo, por favor!

    -Não. Tempo foi o que eu mais te dei. Chegou a hora. Hoje vais ter que o fazer.

    -Não consigo? Eu? Eu? Eu não consigo lorde Orochimaru. ? depois ajoelhei me a seus pés deixando as minhas lágrimas caírem em cima da terra fria ? Eu faço tudo o que quiser, mas por favor, não me faça mata-lo. Eu não posso. Eu não consigo!

    -Não percebo minha querida. Eu escolhi-te porque és uma das melhores assassinas de homens. Porque eras capaz de fazer tudo, sem nunca olhar para trás. O que mudou agora?

    -Eu? Eu? - disse soluçando devido ao choro compulsivo ? Eu apaixonei-me. Eu? Eu amo-o!

    Ele deu uma gargalhada altiva e depois começou a falar:

    -Amor! O que é isso no nosso mundo? Amor é coisa de fracos. Coisa de humanos. Não é coisa de pessoas como nós. Nós não sabemos o que é o amor.

    -Mas eu sei!

    Ele olhou-me severamente e afastou-se de mim.

    -Não quero saber. Tu tens um trabalho para fazer, e vais faze-lo!

    -Eu não consigo mata-lo, mestre Orochimaru. Não consigo.

    -Muito bem. Não o mates, simplesmente trás me o seu coração.

    -Como é que eu?

    E depois ouviu-se o som de uma roulotte a estacionar.

    -Ali tens o teu assassino. ? e apontou para lá ? Agora só tens que me entregar o coração do Uchiha Sasuke.

    Vendo que já não podia fazer mais nada, limpei a face e comecei a despir-me, ficando só com as cuecas pretas na pele.

    Fui à mala do carro com muito cuidado e tirei de lá uma toalha de praia larga para me tapar até ao sitio onde estava aquela roulotte.

    Com ela já a cobrir-me o corpo, comecei a andar até à direcção que Orochimaru tinha apontado.

    Estava tão mas tão arrependida de ter aceite aquele trabalho. Aquele cruel e sujo trabalho.

    Não. Eu não estava arrependida de o ter aceite, porque, vendo bem, se não o tivesse aceite, não teria conhecido o homem da minha vida. A verdade é que, eu estava arrependida de não ter contado a verdadeira história para Sasuke. Se ele soubesse, talvez tivesse arranjado uma maneira de fugir de mim e sobreviver. Se assim tivesse sido, mesmo eu indo sofrer devido à distância, eu pelo menos iria ficar feliz por saber que ele estava vivo.

    Mas agora era tarde.

    Cheguei ao pé da porta daquela ?casa? com quatro rodas e bati à porta.

    E depois, quando a abriram, era um homem com os seus trinta anos, de barba, cabelos curto quase rapado e olhos castanhos que trazia no corpo um top branco e umas calças de ganga.

    -Quem és tu?

    Fechei os olhos para conter as lágrimas que ameaçavam aproximar-se e depois, com muita força, deixei cair a toalha que me tapava, mostrando assim o meu corpo quase nu.

    Ele não disse mais nada, simplesmente deu-me passagem para entrar, e quando já me encontrava lá dentro, ele fechou a porta e veio-me beijar o pescoço por trás, e começou a tocar-me nos braços, na barriga, na face, nos seios, nas pernas e por fim tentou tirar o pequeno pedaço de tecido que ainda tinha no corpo.

    Não deixei que ele o fizesse pois depois virei-me para ele, e rodando-o fiz com ele caísse de costas em cima da cama, metendo-me de seguida em cima dele.

    Sentia nojo de estar em cima daquele homem, como outrora estivera em cima de Sasuke. Sentia nojo do toque, nos meios seios, que aquele homem me fazia, tão diferente do toque, de Sasuke. Tudo era diferente. E eu sentia nojo daquela cena. E até de mim mesma.

    Até que, no meio daquela repulsa toda, eu tive uma ideia.

    Iria matar aquele humano, depois roubar-lhe o coração, entregaria o a Orochimaru ? dizendo que era o do Uchiha ? e depois, quando ele percebesse o erro, já Sasuke estaria a salvo e longe, mas bem longe de mim. Pois eu não poderia ficar mais perto dele, já que Orochimaru controlava o meu corpo. Era brilhante.

    Levei as minhas mãos até ao pescoço daquele homem e apertei o mais que pude com todas as minhas forças, e quando ele deixou de dar luta, levei a pedra até à direcção do seu peito e comecei ditar as palavras que o bruxo me tinha dito.

    Já estava com o coração quase cá fora quando oiço a porta da caravana a abrir-se.

    -Sakura?

    Virei a cara para ver o homem que amava ali fixado na cena que estava a haver.

    -Sasuke.

    Ao ter me distraído com o moreno, o coração voltou ao seu lugar, e por estranho que parecesse, voltara a dar vida aquele homem, que depois de abrir os olhos, foi a uma gaveta perto de si, tirou uma arma e começou a disparar para Sasuke.

    -Foge! ? gritei ao ver Sasuke a sair de dentro da roulotte e do homem sair de baixo de mim e ir atrás dele.

    Fui atrás deles e mal meti os pés na terra, peguei na toalha que ainda estava no chão e tapei-me.

    Sasuke encontrava-se ali, quieto, com os braços no ar, sem conseguir fazer nada, pois o outro apontava-lhe a uma arma quase a menos de um metro de si.

    -Não! Por favor! Não dispare! ? pedi, começando a chorar outra vez compulsivamente.

    E naquele momento parecia que o tempo tinha parado e ficado silencioso para mim.

    O homem articulava umas palavras com raiva, Sasuke prenunciava outras em pânico, até que?

    O moreno virou a cabeça para ir buscar algo ao cós das calças e, num piscar de olhos? Levava um tiro do outro ? que agora fugia para dentro da caravana e pegava fundo, desaparecendo dali.

    Quando consegui voltar a mim, Sasuke encontrava-se no chão estendido, cheio de sangue à sua volta.

    Corri até ele e peguei-lhe na cabeça.

    -Sasuke? Sasuke? Sasuke não adormeças. Por favor, não me deixes. ? disse entre o choro.

    -Sakura? - começou ele, levando uma mão à minha face para me limpar as lágrimas ? Eu amo-te.

    E depois deixou cair a mão ao mesmo tempo que fechava os olhos.

    -Sasuke? Sasuke? ? comecei a abana-lo pelos ombros ? Para de brincar. Vá. Já chega. Acorda. Acorda? - pedi entre as lágrimas que me caiam pela face ? SASUKE!!

    Agarrei-me ao seu corpo a tremer, até que senti uma mão num dos meus ombros.

    -Chegou a hora de cumprires a tua missão. ? disse Orochimaru.

    Olhei para ele, e depois para o homem da minha vida que encontrava-se ali estendido.

    Deixei o seu corpo cair, e fui para cima de si, levando aquela pedra em forma de coração à direcção do seu peito, e, prenunciando as palavras de antes, comecei a retirar-lhe o coração que saio em volta de uma aura azul.

    Com os movimentos da pedra, entreguei aquilo que outrora eu podia ter dito que me pertencia: o seu coração.

    Orochimaru recebe-o e meteu dentro de si.

    Tirei aquela pedra com força para longe de mim e beijei os lábios do corpo que estava de baixo de mim.

    -Nunca te irei esquecer? Meu amor.

    Levantei-me e quando estava a ir para ao pé do homem que tinha recebido o coração do meu amado, ele disse:

    -Para onde pensas que vais?

    -Para onde o amo for.

    -Não. Tu agora és livre.

    -Livre? Para quê? ? olhei para baixo e fechei os olhos ? Agora que me roubou o que eu mais amava no mundo, quer que eu seja livre?

    -Sim, porque o que mais amas no mundo eu não te roubei.

    Olhei para ele confusa e à espera de uma resposta.

    -O que tu mais amas no mundo não está comigo, mas sim dentro de ti. E daqui a algum tempo, para além de puderes ver o teu querido amado, também te vais puder ver a ti, juntos, unidos num pequeno corpo.

    E depois desapareceu numa nuvem cinzenta.

    Olhei para o corpo estendido e vi que ele tinha na mão algo.

    Fui até ao seu encontro e vi uma pequena caixa preta, aberta, e dentro dela um anel de prata com três pedras de diamantes.

    Tirei o pequeno objecto e meti-o no dedo.

    Despedi-me mais uma vez de Sasuke com um beijo e depois comecei a andar até ao carro que tínhamos deixado.

    Enquanto andava, ia beijando o anel que tinha na mão esquerda e ia acariciando, com a outra mão, a pequena preciosidade que se encontrava dentro do meu ventre.

    -Vamos meu querido. Vamos para casa. Já acabou tudo.

    Chegando ao carro, sentei-me ao volante, e olhando para a lua disse:

    -Eu amo-te, Uchiha Sasuke.


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