Cinco Momentos

  • Finalizada
  • Chiisanahana
  • Capitulos 21
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Capítulo II

    Homossexualidade

    Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

    Setsuna pertence a Nina Neviani.

    -C-I-N-C-O-

    CINCO MOMENTOS

    (QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)

    Chiisana Hana

    Beta-reader: Nina Neviani

    PARTE 1

    O TEMPO

    Vai dizer que o tempo

    Não parou naquele momento?(1)

    CAPÍTULO II

    ? E eu fiquei o sábado inteirinho pensando nele! ? Shunrei comentou depois do seu relato. ? Fiquei toda boba, pensando em como podíamos ter conversado tantas horas sem perceber!

    ? Lembro-me muito bem da primeira vez em que eu e Seiya conversamos por tanto tempo que ele caiu no sono e começou a roncar.

    ? Eu não ronco ? ele protestou.

    ? Ronca sim!

    ? Ronco nada! Ronco?

    ? Ronca! ? todos os amigos responderam e Shun completou:

    ? Você deve roncar desde que se entende por gente.

    ? Ah, é que eu devo respirar mal, gente!

    ? Sei... ? todos responderam em coro.

    ? Graças a Deus existem ótimos protetores auriculares! ? exclamou Saori. ? Vocês nem imaginam como são super úteis! Aquelas coisinhas salvaram nosso casamento, gente!

    Todos riram e, empolgada, Saori começou a contar sua história...

    ? O que você vem fazer aqui? ? Seiya perguntou a Saori ao entrar no planetário da Mansão Kido. O rapaz era ajudante do jardineiro da mansão e sempre via a herdeira milionária entrar naquela esquisita construção em forma de abóbada. Intrigado, resolveu ir até lá.

    ? Eu é que pergunto: o que VOCÊ está fazendo aqui, no MEU planetário? ? Saori retrucou, irritada com a intromissão do adolescente ajudante de jardineiro.

    ? É que sempre vejo você por aqui ? ele começou. ? Me deu vontade de saber o que você faz e ver como é esse tal planetário por dentro.

    ? Agora já viu, pode ir ? Saori disse, empurrando o rapaz para fora.

    ? Eu gostei daqui ? ele disse, dando a volta na garota e sentando-se no chão. Olhou admirado para o céu projetado na cúpula. ? É bonito.

    Saori pôs as mãos na cintura e berrou:

    ? Eu vou chamar os seguranças!

    ? Por quê? Não estou fazendo nada demais.

    ? Nada demais? Fique certo de que será advertido por essa conduta atrevida e que só não o demito agora mesmo porque tenho pena de você, mas experimente intrometer-se nos meus assuntos e entrar no meu planetário mais uma vez que eu peço para o Tatsumi despedir você e sua irmã na mesma hora.

    Seiya riu.

    ? Nossa! Tudo isso só porque entrei aqui? Que drama, hein?

    ? Não vai mesmo embora?

    ? Não ? ele respondeu displicente. ? Só quando eu quiser ir. E quer saber? Eu não acho que você seria capaz de nos demitir só porque eu entrei no seu amado planetário.

    ? Você mora na minha casa de favor só porque é irmão da minha ótima arrumadeira, eu arranjo um trabalho adequado à sua falta de qualificação profissional, aí você invade meu planetário, me aporrinha e ainda duvida do que eu digo! É muita insolência numa pessoa só!

    Saori gritava exasperada, enquanto Seiya continuava sentado no chão, sorrindo impassível.

    ? Eu quero que você saia agora! ? concluiu a moça aos berros. Única herdeira de um milionário japonês, cercada de gente bajuladora desde a infância, ela desconhecia alguém que fosse capaz de desobedecer uma ordem sua. Até o moleque ajudante de jardineiro fazer isso... O jovem irmão da arrumadeira invadira seu espaço e a desafiara, mas a despeito do discurso irado e de toda a encenação, ela estava gostando daquilo... Era bom ser contestada! Era bom ter com quem brigar!

    ? Quero ver quem vai me tirar daqui! ? ele disse.

    ? Ora seu... seu... seu...

    ? Seu? Completa! ? ele provocou.

    ? Seu enxerido de uma figa!

    ? Eu sou mesmo ? ele admitiu e fez uma careta que Saori achou engraçada, mas tentou a todo custo não rir. ? Vai Saori, me diz por que você gosta tanto de vir aqui, poxa!

    ? Não lhe devo satisfações! ? Saori bradou de volta. ? E não me chame pelo nome! Não lhe dei intimidade para isso! Pra você é senhorita Kido! E saia já do meu planetário ou chamo mesmo os seguranças!

    ? Se realmente quisesse chamar, já tinha feito isso.

    ? Pois eu vou fazer agora!

    Quando Saori pegou o interfone e fingiu discar um número, Seiya deu-se por vencido.

    ? Está bem, está bem, sua chata ? ele disse e se levantou do chão, sempre rindo. ? Eu vou, mas saiba que é por isso que você não tem amigos, porque você é muito chata!

    ? Eu sou o quê? ? indignou-se a moça.

    ? Você ouviu ? ele continuou, sorrindo daquele jeito insolente de que Saori já começava a gostar.

    ? Eu não sou chata ? Saori retrucou, verdadeiramente ofendida com o comentário.

    ? Ah, não? Então por que está me expulsando? Eu não fiz nada, só quero conversar.

    ? Tá, tá, pode ficar...

    Ele tornou a sentar-se no chão.

    ? Então, agora vai me dizer o que faz aqui?

    ? Vou ? ela também sentou no chão. ? Eu venho porque olhar o céu projetado na abóbada me traz paz...

    ? Hum... é bem bonito ? ele diz, olhando mais para ela do que para a projeção.

    Saori falou longamente sobre as estrelas e os planetas, mostrando-os a Seiya no projetor. Depois, os dois conversaram por várias horas, os assuntos passando de astronomia para astrologia e então para a música pop mais tocada àquele ano, e disso para as influências filosóficas que Saori encontrou na letra da mesma. Seiya não entendeu metade das coisas que ela disse, mas gostou de ouvi-la.

    Depois, ela falou das aulas de piano e de como a professora a considerava um prodígio. Seiya desconfiou que a mulher só dizia isso porque Saori era rica, mas não comentou nada. Limitou-se a dizer que gostava de tocar violão, mas nunca tinha tido aulas, tocava tudo de ouvido. Prometeram que um ensinaria seu instrumento ao outro e que Saori daria umas aulas de teoria musical a Seiya.

    Por fim, ela começou a falar de seus planos para o futuro, de como desejava assumir a direção das empresas do avô, até que...

    ? Rooooooooooonc...

    Saori olhou indignada para seu interlocutor, cuja cabeça pendia para o lado direito.

    ? SEIYA! ? gritou. O rapaz acordou sobressaltado.

    ? Quê? Hã?

    ? Ora, você dormiu enquanto eu falava!

    ? Foi?

    ? Foi!

    ? Foi nada ? disse entre um bocejo e outro. ? Eu, eu, eu estava só descansando os olhos...

    ? Só vou perdoar porque foi uma noite muito agradável ? ela disse quando constatou, surpresa, que o sol começava a nascer.

    ? É, tão agradável que já virou dia e a gente nem percebeu ? ele concordou. ? Então, vou indo. Até mais.

    ? Gostei de brigar com você ? ela disse. ? E de conversar também, claro. Promete que volta?

    ? Todo dia! Ah, e sabe aquilo de ser chata? Não é verdade. Não exatamente! Só um pouquinho.

    ? Ora, seu moleque! ? ela esbravejou em tom de brincadeira, e despediu-se do rapaz com um abraço que o pegou desprevenido. ? Até mais, Seiya.

    ? Até ? ele respondeu e saiu andando displicentemente, enquanto ela continuava observando-o. Bastou apenas uma conversa para que ele deixasse de ser apenas o irmão preguiçoso da arrumadeira que fingia que ajudava o jardineiro para ser alguém que a fazia falar e sorrir, ignorando todo o peso de carregar o sobrenome Kido.

    Saori espreguiçou-se. Depois desligou o projetor, apagou as luzes e sentou-se do lado de fora do planetário. Era a primeira vez que apreciava a beleza da alvorada. Ficou ali, sozinha, vendo o sol nascer, porque era assim que se sentia depois da longuíssima conversa com o moleque insolente de riso fácil: nascendo outra vez.

    Continua...


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